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EPÍLOGO

Quando vomitei no ônibus não contei a ninguém, mas estava óbvio o quão doente e cansada eu parecia. Aimee, Mike, todos viam minhas olheiras, pele muito branca, magra demais... E eu me sentia assim. Aos poucos algo tomava conta de mim como um câncer: silencioso.

Parei para descansar na grama. Logo a frente da praia. Mais cinco passos e eu pisaria na areia fina do acampamento. Estava muito quieto aqui pois todos foram jantar e comemorar a nossa chegada. Já eu não sentia fome alguma.

Me dei conta de quando tudo isso começou. Cronos me assumiu como neta e desde então sua ligação comigo começou. Ele tem acesso à minha mente e corpo, igual a um parasita.

Senti até minha circulação diferente.

— Como você pode ser tão mau a ponto de tomar conta do corpo de alguém? Acha isso certo e bom? É repugnante.

Faço o que está ao meu alcance.

— Eu te odeio — falei prestes a chorar. Tirei meus óculos e passei as mãos pelo rosto. — Primeiro Luke, depois a minha mãe, agora eu. Acha que eu não vou lutar? A briga dos meus amigos já terminou, mas não a minha. Você vai sair daqui!

É o que vamos ver. Não tem poder suficiente para me derrotar, Daphne. Quando eu conseguir o que quero vou começar outra guerra, e a heroína da vez, você, não poderá ajudar ninguém, nem seus amigos ou sua família.

— De um jeito ou de outro vou conseguir tirar você daí. Só quero que os outros fiquem a salvo.

    Ele não respondeu.

    Doía de certo modo. Não como uma pancada, mas na minha cabeça eu conseguia sentir angústia e tristeza, talvez nem isso. Um vazio estranho. Podia estar cheia de pessoas ao meu redor, mas estava sozinha e apavorada.

    Aimee e Mike sabiam? Não tinha certeza. Talvez eles supuseram, mas eu não podia contar. Os dois já tinham tanto o que pensar e eu sou mais uma pedra no caminho. Ninguém entenderia...

    Ou a minha mãe. Ela sempre sabia o que fazer, e era a única pessoa que passou pela mesma coisa e viveu para contar a história.

    Por isso ela estava doente como eu. Seria possível um semideus perder os poderes assim?

    O pior era que não tinha contato com ela há um bom tempo. Comecei a teorizar se Cronos fazia isso de propósito: deixá-la doente e sem forças, assim como eu, depois usar tudo de uma vez quando tivesse a chance. E eu era a arma secreta.

    — Como um filho da mãe faz tudo isso e ainda no fundo do Tártaro? — falei em voz alta e furiosa.

    Fechei meus olhos. Por um segundo pensei em morrer e acabar logo com essa geração de Cronos de uma vez, poupar o sofrimento das pessoas e nunca mais tomar posse de ninguém.

    Mas eu não queria morrer. Tinha tanta coisa para fazer. Tanto que queria contar...

    Então eu lembrei: Se minha mãe conseguiu expulsar Cronos com só dezesseis anos eu poderia também. De algum jeito.

    Quando as coisas no acampamento se acalmarem eu vou até minha mãe e pedir ajuda. Ela é a única que entende como isso é. Não só quero voltar pra Manhattan por ela, mas eu sinto saudades do meu pai, da minha avó, de ser livre e normal na cidade.

    Soltei um suspiro tão longo que quase todo o ar dos meus pulmões poderia ter saído.

    Ouvi passos atrás de mim e logo segurei o relógio e me virei. Eu sabia que no acampamento estava segura, mas mesmo assim fiquei apavorada com qualquer coisa.

    Droga, eu só queria ficar sozinha...

    — Daph?

    — Charlie? — reconheci a voz dela e me acalmei. Ela apareceu e a luz da lua iluminou seus olhos claros e os fios de cabelo. Minha respiração se acalmou.

    — Não te vi no jantar. Ainda pode ir pra lá, se quiser. O pessoal não vai encher a barriga tão cedo — ela riu de leve e tentei dar meu melhor sorriso. Nosso grupo não se alimentou direito por um bom tempo, nem mesmo na asa de Beatriz.  — Escuta, eu só queria te agradecer por ir atrás de mim. De nós. Você foi muito corajosa.

    Charlotte já estava sentando ao meu lado e eu deixei. Não tivemos tempo de conversar direito nos últimos tempos. Nem na praia naquela noite que saímos da ilha. Todo mundo estava tão exausto. Eu mesma ainda estava.

    — Você não precisa me agradecer  — eu disse.

    Ela negou com a cabeça. Eu abracei minhas pernas quando senti um frio na barriga. Só de olhar para ela e ela olhar de volta causava arrepios.

    — Não. Eu preciso. — Então Charlie me olhou bem nos olhos. Foi como se as ondas do mar tivessem parado para escutar. Talvez ela tivesse mesmo feito isso. — Quando os campistas começaram a sumir, ninguém deu muita bola até você avisar e insistir. E assim que eu fui capturada, você sonhou com isso. Eu sei. Se não fosse você, se não tivesse sido tão corajosa talvez não estivéssemos aqui hoje.

    Eu dei um meio sorriso para ela em agradecimento. Charlie respirou fundo e viu o mar. Nós duas ficamos em silêncio por alguns minutos, e juro que foram os minutos mais tranquilos que já tive.

— Meu pai é um herói, e minha mãe é uma heroína, mas não me sinto uma — ela falou rouca como se para si mesma. — Mas você é. Aimee e Mike também.

— Charlie...

— É sério. Eu admiro vocês. Saindo daqui escondido pra atravessar a costa do país sozinhos. Eu posso ter o treinamento que for, controlar um oceano inteiro ou planejar qualquer jogo do acampamento que for, mas acho que não tenho um pingo de determinação que você tem em um fio de cabelo, Daph.

Fiz uma careta e depois ri como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo. Charlie franziu as sobrancelhas e eu parei um instante, depois peguei na sua mão para fazê-la prestar atenção.

— Heróis são aqueles que fazem o certo. São bons líderes, mas que se preocupam com os outros antes de si mesmo. Você, Charlie Jackson, é uma heroína de verdade.

Charlie sorriu para mim.

Sorriu de verdade.

Ficamos de mãos entrelaçadas enquanto olhávamos a praia e toda a extensão. O mar estava calmo apesar da Lua alta e brilhante ali.

Pelo canto do olho, vi que ela abriu a boca para dizer algo pelo menos umas três vezes até ter coragem.

— Eu odeio o mar às vezes — ela disse sussurrando. Me sinto vigiada — deu de ombros e eu reprimi uma risada. — Mas a Lua é bonita. Eu gosto.

Engoli seco.

— Eu gosto de você.

Charlie deu um sorriso.

— Eu sei. — Ela apertou mais a minha mão. Meu corpo inteiro ficou gelado. — Eu sei desde a primeira vez que a gente conversou na fogueira, quando você foi reclamada a nova herdeira de Cronos.

Mordi a língua. Eu não era tão boa em esconder meus sentimentos como pensava.

— Droga.

Meu rosto deve ter ficado da cor do meu cabelo, porque a Charlie soltou uma risadinha e apertou minha mão com mais força.

— Você tem certeza disso, Daph? Eu não sei como essas coisas funcionam, e não sei onde vou estar nos próximos meses, aqui ou no Acampamento Júpiter, e nós...

— Acha que não vai dar certo. Que eu sou uma garota mais nova com um crush bobo?  revidei. — Pode até ser. Eu não quero que você fique pensando demais no futuro e bolando planos. Só preciso saber se um dia você já gostou de mim, ou se gosta e talvez... Não sei, se quer tentar?

Ela soltou ar pelo nariz, pensativa. Eu não acreditei que conseguiria dizer tudo aquilo tão rápido.

— Daphne — ela chamou. — Eu não sou do tipo que age sem pensar. Se tem uma coisa que eu sou boa é ser esperta.

— Isso eu sei.

— Mas acho que posso tentar sentir mais. Faz tempo que eu quero te dizer isso.

O ar em volta mudou quando Charlie segurou meu rosto com as duas mãos. Eu não soube o que fazer, se olhava em seus olhos, se chegava mais perto ou encarava a boca dela.

Deixei que Charlotte Jackson me beijasse. E eu retribuí.

Foi a coisa mais certa que fiz na vida. Não sei explicar os arrepios que senti desde a ponta dos pés até minha nuca. assim que abri mais a boca e deixei ela fazer o que quisesse.

Puxei-a para mais perto pela cintura. Charlie e eu sorrimos quando perdi o equilíbrio e ela quae caiu em cima de mim. Foi o momento certo para eu gravar aquele rosto iluminado. E quando ela me beijou de novo, parei o tempo com meus poderes.

...

    Aquela seria minha última semana no Acampamento. Mesmo que as férias não tivessem terminado, eu só queria sumir dali um pouco e ficar com a minha família.

    Mesmo assim, foi divertido ficar com meus amigos.

    Brenda e Lucas não se desprenderam um segundo (exceto quando a loira tomava coragem de ir falar com Corey). Eu, Aimee e Mike andávamos pelo acampamento e conversávamos sobre tudo e nada. Foi como se todo o peso do mundo tivesse ido embora. Conseguimos agir como adolescentes bobos e normais por um bom tempo.

    E a Charlie andava ocupada sendo líder, falando com os monitores ou se organizando para a própria viagem até a Califórnia. Quando não estava fazendo isso, ela andava comigo.

    — Eu vou morar na Flórida com a Helena e a Beatriz — disse Aimee quando eu e ela tomávamos suco de uva e assistimos alguns alunos escalando paredes. Eu quase cuspi o suco. — O Mike já sabe.

    Eu dei um sorriso.

    — Você quer mesmo ir?

    Ela assentiu.

    — Quero morar com elas. Ver o casamento delas, ser filha de alguém de novo.

    Respirei fundo já com saudades dela. Mas isso não ia ser problema.

    — A gente vai conversar sempre, né? — perguntei. — Vou atrás de um montão de dracmas só pra isso.

    — Você não pode roubar dracmas mas eu vou fingir que não ouvi o que acabou de dizer — ela deu de ombros e trocamos olhares conspiratórios. Começamos a rir e Aimee quase se engasgou com o suco. — Caramba, eu vou sentir saudades de abraçar vocês.

    Puxei-a para um abraço. Ela ainda tinha o cheirinho de suco e frutas vermelhas.

    ...

    — E como uma missão bem sucedida, entrego agora à vocês essas contas para os colares — Helena disse bem alto. Os campistas no gramado ficaram ouvindo enquanto eu e meus amigos nos posicionamos lado a lado enquanto a mulher nos entregava colares ou apenas as contas para quem já havia feito missões antes. Eu e Mike só tínhamos um.

    Ali no gramado, bem afastado de todos, estava Matt com os braços cruzados. Ele ficaria daquele jeito por um tempo, isolado. Esperava que quando voltasse ao acampamento Júpiter ele ficasse melhor.

    — Caramba — Mike disse com voz chorosa. Aimee olhou o colar com tristeza, assim como os outros.

    Olhei aquela conta. Era uma bolinha pintada de azul escuro do céu noturno. Havia uma montanha que representava a ilha que estivemos, e acima dela, sete estrelas brancas e uma preta bem no meio.

    — Andy...

Apertei os lábios. Ela deveria estar lá com a gente.

    — Vamos fazer um minuto de silêncio para a campista que perdemos. Andrômeda — foi Charlie quem falou alto. — Ela era uma alma boa que agora vaga pelos campos elísios, segura e bem.

    Todos ficaram de cabeça baixa. Ao meu lado, Mike segurou minha mão com força e vi que ele deixou algumas lágrimas caírem.

    Se dependesse de mim, ninguém mais morreria.

    Quando a cerimônia curta acabou, todos se dispersaram e Charlie se reuniu com Corey e Matt para discutir detalhes da viagem de volta ao acampamento. Antes de ela sair apressada, segurou meu rosto e me beijou de leve.

    Todo mundo em volta viu. Minhas pernas fraquejaram.

    — Mais tarde a gente se vê — ela disse sorrindo e saiu.

    Eu só assenti e fiquei lá, em choque. As pessoas em volta cochicharam, mas ninguém olhou feio. Me senti segura e feliz, na verdade.

    Mas algo ainda incomodava minha cabeça. E tinha um nome.

    Fechei meus olhos por um instante. Inspirei. Expirei.

    — Você ainda está aí?

    Uma pausa.

    Eu nunca fui embora.

    Pressionei minhas unhas na mão até ficar vermelha. Com a outra segurei o colar. Era hora de pôr um basta naquilo.

    — Mike! — Chamei-o. Ele ainda estava meio abatido. Mesmo assim, sorriu malicioso.

    — Oi. Então você e a Charlie...

    — Quieto! — dei um soco leve em seu ombro. — Escuta, tenho algo pra te contar. Quando chegarmos em casa vou precisar de ajuda. Provavelmente depois de falar com os meus pais.

— Ok, o que aconteceu?

Não acreditei quando disse aquelas palavras em voz alta. Acho que parei o tempo sem pensar, porque senti o poder fluir pelas minhas veias e meus olhos mudarem de cor para um dourado familiar. O rosto do meu melhor amigo ficou mais preocupado que o normal. Talvez assustado. Ele segurou minha mão com força, como se pudesse me deixar imóvel.

— Eu vou tirar Cronos do meu corpo.


...


muito obrigada se você leu essa história até o fim! <3 eu não pretendo fazer uma continuação agora, porque esse final dá muito espaço pra algo futuro né ksks mas qualquer coisa aviso aqui.

esse capítulo é dedicado ao meu amg Ash! muito obrigada por tudo! te amo demais <3

beijão!

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