05 | O lunático
— Todos em suas posições! — Charlie grita e o som da corneta ecoa por toda a floresta. Eu, Mike e Aimee estamos na fronteira perto de uma garota filha de Hécate, acho que ela manja dessas coisas de magia.
— Corram! — Aimee exclama e corremos mais rápido, com ela ficando para trás. Aos poucos fui perdendo as pessoas de vista, sem nem saber quanto tempo tinha passado.
Eu e Mike paramos de correr quando tudo ficou silencioso demais. A floresta estava quieta e me senti isolada e com medo. Além das árvores altas havia um riacho que cortava o lugar, passando tão sossegado que quase não o vi.
— Ué, onde tá a Aimee? — ele pergunta e olhamos ao redor, estamos sozinhos.
— Ela sumiu. Não temos ninguém! Estamos perdidos! Nós...
Eu ia continuar a ter um breve surto, mas Mike me puxa para trás de uma árvore e tapa minha boca. Ele fez um sinal de silêncio e afastei sua mão de mim, com calma.
— Acho que ouvi alguma coisa... — ele move a cabeça e franze a sobrancelha — Vamos...
Damos a volta na árvore e quase furo a testa com a ponta afiada da espada de alguém. Certo, não era isso que eu estava esperando.
— Já vão fugir tão cedo? — ele diz sorrindo. É mais velho que nós e com uma cicatriz na testa. — Sem medo, garota. Eu sou quem devia te temer aqui, não é, Herdeira de Cronos?
Toco o relógio no bolso, pronta para apertar o botão. Mike tenta pegar a flecha no arco, mas o menino o golpeia com a espada, atirando a arma no chão.
— Não me chame assim! — falei alto e ele ri, se aproximando.
— Onde estão seus poderes, herdeira? — recuo cada vez que ele se aproxima — Ah, é. Só é uma descendente! Nem merece estar aqui! Eu, Sid, filho de Ares mereço!
— Ou, espera — corto o clima é pergunto — Sério que seu nome é Sidney, tipo da Era do Gelo?
Sid faz cara de bravo e tenta me acertar com a espada. Eu sei que essa foi uma piada horrível. Eu preciso mudar meu senso de humor com urgência.
Ponho os braços na frente do rosto em modo de defesa e ouço um som de choque entre metais vibrarem em meus tímpanos.
Quando abri os olhos notei Mike fazendo força e segurando o cabo do arco contra a espada de Sid.
Eu não sabia o que fazer, então chutei o peito do semideus com força. Ele devia estar louco, pois, que eu saiba, devia ser um jogo "saudável". A Helena me paga.
— Você ia me matar! — gritei. Mike se posiciona ao meu lado com o arco pronto e movendo o punho de dor.
Sidney dá de ombros e ri. Ele se prepara para atacar e Mike me chama atenção.
— Daph... Esse não é o nosso maior problema.
Olhei ao redor e mais três campistas vinham de todos os ângulos. São todos maiores que nós e provavelmente mais fortes. Me senti indefesa. A única coisa que eu sabia fazer bem era correr, mas não servia de opção.
Um dos meio—sangues era garota de cabelos brancos e curtos, que me olhava com fúria e fome nos olhos. Ela não possuía armas. Na verdade ambos não vestiam proteção ou qualquer coisa do tipo.
— Putz, isso foi armado, só pode! Quatro contra dois? Gente, não vamos brigar! Vamos sair pra tomar um café, conversar...
Sid vem correndo na minha direção e desvio. Ele passa quase tropeçando e dou um chute em suas costas, o fazendo cair de novo. O que mais eu podia fazer?
— Sid? Preguiça? Me desculpa, você tá bem? — meu chute foi muito forte, mais que o primeiro. Um dos garotos veio na direção de Mike e ele bate com o arco na cabeça do garoto. — Acho que não é assim que se usa um arco.
— Cadê aquele seu relógio, ein? — eu sabia que ele estava tentando ajudar.
Mike tinha razão. Andamos para trás na direção do riacho de pouco em pouco, mas os outros avançavam juntos.
O outro menino vem por trás, tentando passar despercebido (ele tem cabelo verde, vai querer o que, né?) e tira o arco das mãos de Mike com uma rapidez incrível.
— Daphne... — Mike insiste. Senti o peso do relógio no meu bolso me puxar para baixo.
A garota com cabelo branco se distancia, sem fazer nada. Eles estavam esperando alguma coisa?
Peguei o relógio com a sensação de calor. Então apertei o botão como sempre fiz, mas ao invés da "tampa" que cobre os ponteiros mostrar os mesmos, acabou que senti toda a estrutura do relógio se modificar na minha mão.
Nem sei como explicar. Lembrei de todas as peças do relógio de quando ajudava minha avó a consertar. Pequenas engrenagens, a borda de bronze ficando mais brilhante e fina se enroscou no meu pulso até se alongar em uma lâmina enorme e surpreendentemente leve. Aquela espada surgiu para mim.
Encarei todo mundo para ter certeza. "Isso não foi alucinação, né?".
Então a garota sorriu com malícia e olhar gélido. Ela fez um gesto com as mãos, como se fizesse uma espécie de macumba altamente seduzente (?).
Uma filha de... Hécate?, pensei, recordando o sonho. Se tivesse alguma ligação com tudo seria muita coincidência. Óbvio que era.
O cara de cabelo verde chutou Mike e tentou me atingir. Eles estavam esperando para ver se deviam defender ou atacar.
O golpeio com a espada enquanto meu amigo permanecia no chão. Não conseguia lutar contra quatro pessoas.
Apesar disso o puxei para cima e parti para o encontro com o outro semideus. Ele tinha um escudo enorme e por pouco não fui atingida. Fiz uma careta visando seus músculos enormes escuros quando meu braço esquerdo quase largou a espada. Ele me lançou com força para longe e rolei de volta para a beira do riacho.
— Mike! — berrei de dor. Enxerguei pontinhos pretos em toda a parte. Eu não sabia onde ele estava, se permanecia indefeso, se o arco voltara com mágica, ou se a filha de Hécate continuava a fazer a macumba.
Minha visão volta ao normal, mas uma neblina surge do nada e me impede de enxergar os garotos.
Tentei me agarrar a algo para levantar, mas sinto apenas a terra.
Seguro firme o cabo da espada e a prendo no chão servindo de apoio. Por mais que estivesse protegida senti minhas costas queimarem com a queda.
— Eu não enxergo! — um deles grita, vejo apenas suas sombras. Tento buscar alguma coisa com a espada, sentindo—me cega. Ouvi movimentos dos passos e batidas em árvores, tênis se arrastando pela terra tecidos rasgando.
— Cuidado! — ouço Mike gritar e me viro de costas. Um garoto tenta me acertar e um vulto passa por cima do mesmo. Provavelmente eu teria perdido a cabeça.
— Au! — ouço um som de algo rasgando e o garoto cai no chão.
— Mike? — chamei. Ele estava lá mas quase não o vi.
Há essa altura lembrei do jogo. Como as pessoas estariam? Corremos tanto que chegamos no limite — o riacho Zéfiro — e estávamos perdendo o confronto.
Mike parou ao meu lado respirando com dificuldade. As suas unhas estavam enormes e sujas. Ele olhou para mim e seus olhos azuis brilhavam fortes à luz do fim da tarde.
— O que é isso? — pergunto tirando o cabelo da frente dos olhos para ter certeza. Minha testa estava suja de terra e suor.
Ele observa as próprias mãos e respira pesado. Pelo visto também não sabia.
— Onde estão os outros? — reforcei à procura dos inimigos e principalmente a menina.
— Não sei — ele pega o arco do chão. Quando o ergue, as garras não estão mais lá. Mike ficou mais nervoso ainda e respirou fundo o ar da neblina. — Que cheiro é esse? Uva? Morango?
— Não sinto nada. É a Aimee? Ta de brincadeira comigo.
— Acertou, ruivinha. — ouço sua voz de um ponto acima. Com dificuldade enxerguei sua silhueta no galho da árvore. Então ela desceu e pousou ao meu lado. — Não posso deixar vocês sozinhos um minuto! Que neblina é essa?
— Onde você estava? — Mike pergunta escondendo as mãos. Mesmo que não mostrasse as garras ele tremia.
— Andando pelas árvores e servindo de defesa — ela segura uma espada de bronze pequena. — Charlotte acha que a bandeira deve estar no Punho de Zeus então já deve estar vindo e... Cuidado!
Aimee colidiu a espada com outra de um dos garotos. Eles vinham de toda a parte! E eram apenas quatro. Ambos continuavam duelando.
A filha de Dionísio é acertada no rosto por pouco. Tentei pegar impulso para atingir Sid com minha espada em defesa de Aimee.
— Não pode sair ilesa dessa, ruiva!
— Pode tentar nos derrubar quantas vezes quiser!
Grunhi sentindo meus músculos doerem ao forçar a espada. Aimee aproveitou a chance e cortou as pernas de Sid. Ele berrou alto, caindo no chão.
— Onde está Mike? — ela pergunta. Nem tinha reparado nesse detalhe.
Arregalei os olhos quando vi Sid e outra silhueta claramente. A névoa já estava se dissipando.
Aimee semicerrou os olhos e presta atenção da outra garota.
— ... Ada? — diz em voz alta e todos entram em pânico: a menina não faz nada, apenas arregala os olhos do mesmo modo. Ela também não devia saber que Aimee se encontrava. Enquanto isso os outros meio—sangues agiram.
Lutei por instinto. Nem sabia o que e como fazer. Meu único pensamento foi "não morrer, não ser ferida, não deixar meus amigos se machucarem".
Corri rápido como na arena. Os garotos não sabiam para onde olhar, mas era difícil dois contra um.
Fui para trás de um deles e o atingi com a espada. Não adiantou muita coisa, pois ele era o mesmo fortão musculoso com o escudo de antes.
Engoli saliva ao frear os pés.
— Vocês são imortais ou algo assim? — perguntei recuperando o fôlego. Eu queria enrolar. — A propósito, eu sou a Daphne. E você se chama...?
— Lorenzo — ele respondeu com a voz grossa cheia de sotaque. Ele se posicionou em modo de defesa.
— Cuidado! — alguém grita atrás de mim, mas não soube reconhecer quem.
Ela pulou e deu uma "voadora" tão rápida que mal vi. Sorte a minha ter abaixado o tronco.
Quando vi Lorenzo desacordado no chão e os longos cabelos escuros reconheci Charlie. Ela não tinha trazido nenhuma arma.
— Demorou, ein? — pousei a espada no ombro tentando parecer "legal" na frente dela. Claro que eu dava conta daquele cara!
— Tive que sair do meu posto — ela dá de ombros e observa o local. — Tenho um plano, mas vocês tem que ser rápidos. O pessoal do nosso time está procurando a bandeira agora em algum lugar perto!
Mike e Aimee param ao nosso lado exaustos, e ela estava tomando suco!
— O quê? — ela perguntou e termina a caixa. — Me sinto melhor tomando isso! Beneficia meus poderes!
— E o aroma também não é dos melhores — Charlie repreende e faz careta.
Só acho que elas não se dão bem. Só acho.
— É proposital, Charlotte — Aimee amassou a caixa na frente de seu rosto. — Seu quiser posso fazer vocês desmaiarem! Como veneno.
Três dos caras se posicionaram na nossa frente. Nós quatro ficamos de costas para o lago.
Agora sim era uma luta justa. Eles pareciam tão machucados quanto nós. Senti meu braço sangrar. De onde veio não tinha ideia.
— Se protejam e fiquem juntos — Charlie disse e segurei firme o cabo da espada. Mike já estava com o arco pronto. Encarei suas unhas e pelo visto estavam normais.
Charlie ergue as mãos abertas. A água do Zéfiro começou a subir lentamente até formar uma espécie de capa por cima de nós. A pouca luz do Sol que restara atravessou as gotículas de água. A noite estava chegando.
Abri a boca assustada e surpresa. A cada dia que passo aqui, tudo fica mais maluco. Se bem que ela daria um cosplay excelente de Avatar.
Mike observava assustado e Aimee apenas assumia expressão séria. Charlie se esforçava para fazer aquilo, e eu podia ver o suor escorrendo na sua testa e as veias das mãos pulsando.
Os garotos se viraram para ver a água. Em segundos o líquido atravessa os troncos e cai por cima deles, engolindo—os como uma onda e ficam lá, presos, quase se afogando. No final, acabam cansados e molhados. Foi uma prisão de água.
— Como você...?
— Espere, não eram quatro? — Aimee diz interrompendo e erguendo a mão. — Onde está Ada?
— Você disse Ada? — Charlie disse. As duas trocam olhares de, provavelmente, um segredo compartilhado.
Mike grunhiu de dor como um lobo, garras aparecem em sua mão e agora podemos vê—las claramente.
Seus olhos azuis ficaram brilhantes de novo. Agitava a cabeça com força e confuso.
— Ai, misericórdia! — exclamo.
— Ainda não me derrotaram! — a filha de Hécate diz e aparece perto de Mike, o que foi uma péssima ideia, pois ele apenas arranhou seu rosto com o susto.
Tapei a boca com as mãos e larguei a espada. Mike estava fora de si!
Ada levantou o rosto revelando o corte enorme que atravessava o olho esquerdo.
— Ai meus deuses — Charlie diz.
Um som ecoou distante mas alto o suficiente. Aquela devia ser a corneta que anunciava o fim do jogo e deixou meu amigo pior, cobrindo os ouvidos.
— Mike!
Ele respirou cansado e aperta a cabeça. Ele sentia dor, muita dor.
Campistas se aproximaram aos poucos. Um garoto segura a bandeira, que agora tinha um símbolo de Ares. O time deles venceu.
— O que aconteceu com ele?
— Aquilo é o que eu tô pensando? — Aimee pergunta para mim e apontando para as garras.
Helena chegou correndo e olhou Mike com os olhos arregalados. Ninguém sabia o que fazer, se olhava para ele esparramado no chão, ou Ada machucada no rosto e cambaleando.
A essa altura, os campistas que tentaram nos machucar já fugiram. Sid, Lorenzo, e o outro que nem tive a oportunidade de saber o nome.
A luz da Lua aumentava, revelando uma imagem flutuante dela acima da cabeça do meu amigo.
— Ele está sendo reclamado! — alguém disse. Eu ainda tentava falar com Mike sem desmaiar vendo aquela coisa brilhante como um holograma de Star Wars.
— ... Ártemis? — Aimee diz confusa. Sua caixinha de suco caiu no chão.
— Não. Não é possível — Charlie diz rouca, balançando a cabeça em negação. Parece apavorada. — Só se for...
Helena observou bem a lua acima da cabeça de Mike. Ele parecia confuso com muitas pessoas ao nosso redor.
As garras desaparecem, assim como a iluminação dos olhos.
Ela diz em tom de respeito:
— Está feito. Filho de Selene, deusa da Lua, senhora das marés e licantropia. Salve, Mike Harris, filho da Lua!
. . .
— Certo, então você está me dizendo que Mike é um semideus com poderes de... — falei e engasguei.
Eu, Mike, Aimee e Charlie estávamos sentados perto da praia. Ainda era noite.
— Selene é a deusa da lua — Charlie diz. — Ela é confundida com Ártemis muitas vezes, tipo como Hélio e Apolo. Mas Selene é a... Como é a palavra?
— Personificação — ele diz, olhando com medo para as próprias mãos.
— Isso mesmo! Ela é a personificação da própria lua. Anda por aí em uma carruagem pelos céus à noite. Controlando as marés e animais noturnos, guiando a luz e pelo visto... Tendo filhos.
— Animais como corujas — falei, ignorando seu último comentário.
— E lobos — ele complementa.
— Mas isso é muito raro de acontecer — Charlotte diz pensativa e fazendo um bico. — Digo, a licantropia. Poucos filhos e filhas de Selene podem criar garras ou até se transformar em lobos.
Mike olhou assustado.
— Eu vou virar um lobo em toda a lua cheia? Isso nunca aconteceu! Nem sei como essas coisas surgiram para mim! Eu tenho certeza que fiz aquela neblina hoje. Eu senti ela saindo dos meus dedos!
— Mais um poder de Selene — ela diz calma, completamente oposta à ele. — Mas não sabemos ao certo. Talvez tenha sido Ada e você apenas conseguiu enxergar por causa da visão aguçada. Já estava anoitecendo e seus poderes aumentaram.
— Mike, você vai ter que aprender a controlar — falei. — Vai dar tudo certo. Não significa que vai virar um lobo ou algo assim. Talvez por isso tinha sido tão ruim em achar os poderes já que treinamos de dia.
Mike olhou para Charlotte fixamente, franzindo o cenho.
— Você tem medo de mim! — ele diz em tom de acusação e se levantou. — Eu sinto isso, agora.
— Não, eu não tenho!
— Agora me veio à mente uma coisa, Charlie — ele continuou. — Você controlou a água na Captura da Bandeira hoje, não foi? Os semideuses sumiram depois que fui reclamado, mas você conseguiu manipular a água!
— Porque eu sou descendente de Poseidon! — Ela grita e após isso, põe a mão na boca. Não foi intenção.
Aimee apenas fica parada olhando para o chão. Devia saber disso faz tempo. Mike não tem expressão.
— Tenho que ir falar com Quíron, pegar minhas coisas para outro chalé — diz mais calmo. Charlotte abraçou os joelhos. — Vejo vocês amanhã. Boa noite.
Ele arrumou os óculos e saiu na direção da Casa Grande.
Apertei os lábios; Mike não é assim.
Charlotte esfregou os olhos e pendeu a cabeça para trás.
— Sou descendente de Atena e Poseidon. Pensei que já tinham contado! — ela faz uma indireta para Aimee. — Não sei usar meus poderes tão bem, por enquanto. Tive que vir para esse acampamento há dois anos.
— Mas porque o medo de Mike? — pergunto.
— Ele é poderoso, Daphne — diz séria, arrumando os cabelos negros para trás. — Mais do que imaginam. Pensem... Em apenas uma pessoa ter controle total sobre a luz lunar, habilidades de lobo, controlar neblinas e as marés? Poseidon é deus dos mares. Mike pode controlar meus poderes. É como se todo o meu treinamento fosse jogado no lixo em dois segundos.
— Sério, você é tão sabe—tudo que até dormi agora — Aimee diz entediada. — Onde aprendeu tudo isso? Wikipédia? Escuta, Cabeça de Algas, aquele garoto não tem motivo pra te prejudicar. Quer dizer, ele deve estar bem chateado agora, mas estamos todos do mesmo lado aqui.
— Vocês não entendem! Mike é perigoso!
— Mas é meu amigo — falo com calma. — Ele nunca faria nada para machucar alguém. Ele que está com medo disso tudo. Amanhã de manhã eu converso com direito com ele, quando se acalmar. Mike só foi reclamado, o que pode acontecer?
As duas se entreolham. Aimee desviou rápido e tento mudar de assunto:
— Quero saber mais sobre Ada.
— Ela fugiu — Aimee diz arrancando a grama do chão. — Em um momento estava no chão, quando vi de novo, já havia sumido. Ada não tem um histórico muito bom no acampamento. Só isso que deve saber.
— Certo... — falei assentindo, mas não era nada certo.
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