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capítulo 1/3

"Eu não suporto mais esse trabalho. Vou pedir demissão e jogar tudo pro alto." Pensava em meio aos papéis e contratos espalhados na minha mesa.

"vou conversar com Clara e ver se ela me manda embora logo... pego a grana da rescisão e vou mochilar por uns meses. Depois eu vejo o que faço da minha vida..."

- Samara! Samara! Está voando? -disse dando leves soquinhos sobre a mesa.

- Clara!! - levantando-se envergonhada. - Estou com um pouco de dor de cabeça. Desculpa. Não te vi...

- Eu estou há algum tempo te chamando. Esta é Bianca. Vai treinar com você.

- Ah Clara! Sério? Você sabe o quanto sou antisocial. Detesto treinar as pessoas... - falou sem nem se importar com a presença da nova funcionária. - Ponha outro.

Bianca olhava assustada a recepção calorosa que teve.

- Samara pelo amor de Deus. A menina está aqui...

- Ah... oi. - olhou com desdém. - Seja bem vinda.

- Você é a melhor aqui. E está pedindo para sair tem meses e eu estou lhe segurando. Se você deixar Bianca pelo menos metade da funcionária que você é, eu prometo que peço sua demissão.

A esta altura Bianca já tentava se afastar. Estava realmente horrorizada com o que o novo emprego prometia.

- Ok. Ok. - Bufando já. - Cumpra suas promessas. Chama a menina.

- Ela está aqui... Ué? Cadê ela?

- Ela não gostou de mim... passa pra outro.

- É você mesmo e ponto final. Vá até ela e peça desculpas.

- Você que se vire.

- olha... as vezes você merece é uma justa causa. Mas em respeito a tudo que já fizestes por mim e pela empresa vou relevar. Você está estressada.

Samara virou pra frente e começou a olhar os papéis novamente. Clara voltou trazendo Bianca.

- Bom... vamos recomeçar.... Samara esta é Bianca, funcionária nova e vai treinar com você.

- Seja bem vinda. - com um largo e falso sorriso. - Você vai amar. - estendendo-lhe a mão. - O trabalho é ótimo.

- Samara por tudo que é mais sagrado!!!!!

- Mas isso é verdade... Bianca né? - a outra assentiu com a cabeça. - A empresa é ótima, o salário é muito bom, os benefícios são ótimos. Eu é que estou realmente estafada. Então me desculpe.

Bianca olhava sem graça para toda aquela cena... Era uma jovem bonita, magra, branca de cabelos curtos e enrolados. Vestia uma calça social e blusa branca de botões. Um intenso batom vermelho contornava sua boca, sombras, luzes e um delineado nos olhos. Trazia na mão vários anéis. No pescoço um cordão com um pingente que não conseguiu definir.

Samara parou por algum tempo analisando a moça.

- É... talvez possamos tirar proveito da situação. - fitando a menina de cima a baixo.

- Samara!!!! Eu não te aguento... Bianca se você ficar desconfortável com algo, pode me comunicar... ok? Puxa uma cadeira e sente-se com ela.

Bianca por sua vez também analisou sua tutora. Branca também, de volumosos cabelos ondulados num castanho que perfeitamente poderia chegar a um tom avermelhado, boca grande, usava pouca maquiagem porque era obrigada no trabalho. Mais alta um pouco que Bianca, um corpo bonito que facilmente chama atenção. Trazia no rosto um cansaço aparente. Na mesa caneca com café, energéticos e algumas balas. Alguns cristais e pedras dispostos na mesa. Algo que parecia um suporte de incenso. Era uma bela mulher. Intrigante, algo chamava atenção.

- Bom... já olhou tudo? -Samara falou despertando Bianca de seus devaneios...

- Desculpa... estou meio assustada com tudo...

- Olha... me desculpa tá? Clara sabe o quanto estou cansada e louca pra sair desse emprego. Tudo aqui é ótimo... mas quero voltar pra minha cidade.

- Você não é carioca né? Tem um sotaque diferente.

- Sou de Salvador, de família árabe. Uma mistura típica brasileira. Estou há 10 anos no Rio, 10 anos nessa empresa. Terminei um casamento há cerca de um ano e desde então quero sair daqui.

- Sinto muito...

- Não sinta. Foi um relacionamento abusivo que me fez muito mal, me deixou várias feridas abertas. A pessoa foi extremamente cruel comigo e sugou minhas forças.

- "a pessoa"... - repetiu enfatizando.

- Sim, sou lésbica. Assim como você.

- Como sabe?

- famoso "Gaydar". - ela riu. - dizem que ele existe né? Acertei?

- Digamos que sou Bi. Mas prefiro mulheres.

O dia transcorreu mais calmo. Samara começou a ensinar o trabalho a Bianca.

- Trouxe comida?

- Não... não sabia como era aqui. Eu vou almoçar na rua.

- Bom... sendo assim, se quiser posso te levar num restaurante aqui perto. Vou guardar minha comida no congelador.

Bianca tirou o blazer depositando-o na cadeira. O frio arrepiou seu corpo. Fez Samara olhar e sorrir da cena.

- E você? Namora? - perguntou ainda no elevador.

- Não mais... um término recente. Bem recente até.

A porta se abriu e Samara deu passagem para a mais nova, para poder observa-la por trás. E que bela bunda pôde observar.

Foram a um pequeno restaurante escondido nas vielas do centro do Rio. O lugar parecia mais uma espécie de Bistrô. Bastante aconchegante e calmo, um blues alternado com jazz tocava no ambiente. Poucas pessoas nas mesas. Sentaram-se e fizeram os pedidos.

- Nossa que comida deliciosa. E que lugar agradável!

- Que bom que gostou. Aqui que me escondo quando quero sair do escritório.

- A música dá vontade de dançar.

- Sério? - Samara riu.

- Sim... eu amo dançar... você não?

- Eu fui proibida de dançar há alguns anos.

- Como assim proibida?

- Longa história mocinha. E você já sabe demais de mim pra um primeiro dia.

- Vem dançar?

- Você é doida? Estamos num restaurante...

- A vida é pra ser vivida uma vez só. Vem?

Bianca levantou-se sozinha e foi até uma área livre onde provavelmente a noite seja mesmo uma pista de dança.

- Vem!!!! - deu um largo sorriso.

- Acho que perdi o controle da minha vida... - disse enquanto se levantava.

Bianca conduziu alguns passos pegando Samara pelas mãos.

- Se solta!

E se deixou conduzir. Bianca tinha um cheiro bom, de creme de cabelo e perfume.

- Tá bom... já chega. - Samara se afastou fechando o cenho.- Vamos embora... já deu nossa hora.

Samara fez questão de pagar a conta e não falou mais nenhuma palavra na volta ao escritório. Foi ao banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes. Sentando-se logo em seguida.

- Está com raiva de mim? - Bia Perguntou receosa.

- Não meu anjo... me perdoe... são cicatrizes que guardo sob uma armadura. E você nem sei como conseguiu me desarmar.

- Talvez seja algo bom...

- Prefiro ficar presa no meu abismo. Não quero amizade.

- Ok... desculpa. Só quis te animar um pouco.

O celular sobre a mesa acendeu.

- Chegou mensagem pra você.

- Depois eu vejo.

- E esse fundo de tela?

- Sou eu dançando em frente a um chafariz lotado de gente. Quer ver?

Mostrou-lhe a foto.

- Mas você dança em qualquer lugar? - Sam ficou curiosa.

- A dança me liberta. Me livra das amarras da dores e do passado. Me sinto livre. Esse pingente é uma bailarina. Nunca fiz balé, mas ganhei da minha ex e ele é especial pra mim.

Samara ficou enfeitiçada por aquela foto. Não conseguia mais esquecer.


*

A primeira semana de trabalho e treinamento correu tranquila. Era já sexta feira.

Clara surgia animada na sala vendo que Samara e Bianca se entendiam e o trabalho fluía.

- E aí? Vamos? "Séquista" feira bebê.

- Ah Clara... hoje não... estou muito cansada.

- Poxa... nossas sextas?

- Hoje eu estou realmente cansada.

- Você não quer ir por cansaço ou por medo de Bianca?

- Como assim?

- Ora Samara só quem é idiota não percebe que você está comendo a menina com os olhos...

- Jura? E nem conversamos mais. Eu acabei dando um fora nela na segunda e só estamos tratando de coisas profissionais .

- Ai Samara... como assim um fora?

- Ela quis saber demais da minha vida... - limitou-se a dizer. - Vou pra casa, estou cansada. Vim de carro hoje.

- E cadê Bianca?

- Saiu tem uns 15 minutos.

- Bom... então eu vou com o pessoal. Tudo bem? Descansa.

Samara desceu logo depois de Clara. Um céu escuro pairava sobre o Rio de janeiro.

"Merda... péssimo dia pra vir de carro" pensou, pois as ruas ficariam tensas com a tempestade que estava prestes a cair. Foi ao estacionamento e pegou o carro, seu companheiro de muitos anos.

"É amigão... está na hora de nos despedirmos" ajeitou o pen drive no rádio. As primeiras gotas de chuva forte começaram a cair.

Ao sair pela Av Rio Branco parou no cruzamento e seu olhar acabou pairando naquela jovem já toda molhada a espera de condução. Buzinou, torcendo para que ela olhasse. Nada.

Baixou o vidro e gritou

- BIANCA! VEM!

A outra atravessou a rua sem olhar para os lados, de forma rápida, abriu a porta do carro e entrou.

- Menina você não olha para os lados não? Quase foi atropelada.

- Nem vi...

- Vai pra onde?

- Niterói.

- Putz... do outro lado da poça. Mas vamos. Melhor do que ficar parada nessa chuva.

Te deixo num lugar melhor.

- Vai te atrasar...

- Pra que?? Eu não tenho compromisso. Todas as sextas vamos ao bar na Lapa. Hoje que eu não quis ir.

- Então eu dei sorte pra ficar um pouco mais contigo.

Samara ignorou o comentário. Estava muito ferida para se abrir a alguém novamente.

- Tira essa camisa molhada e põe o casaco que tá atrás do banco. O ar condicionado é necessário pra não embaçar os vidros.

Bianca desabotoou sua camisa, olhando fixo para sua orientadora no trabalho, mas ela não desviava o olhar do trânsito intenso. Vestiu o moletom azul marinho com uma imagem..

- Quem é? - perguntou apontando para o moleton..

- Jimmy Hendrix.

- Você tem alma de velho... - falou rindo.

- Não. Gosto de música. E música boa.

- O que está tocando?

- B.B.King

- Eu gostei...

- Que bom... porque eu não iria trocar.

Samara seguiu por mais algum tempo no engarrafamento e na chuva. A presença de Bianca lhe era desconfortável por algum motivo. Era como se ela tentasse o tempo todo lhe desnudar a alma. Um longo período de silêncio se fez, até que Bia o quebrou.

- Pode me deixar mais a frente. Daqui eu pego um ônibus.

A motorista permaneceu calada. Seguindo adiante.

- Você está me ouvindo?

- Estou...

- Então?

- Vou te levar em Niterói.

- Você surtou? É longe pra você.

- Já disse que não tenho hora.

- Ok..obrigada. - disse pairando a mão sobre a mão da condutora que estava no câmbio da marcha..

O corpo se Samara se arrepiou. Fazia tempo que não sentia essa sensação.

- Desculpe.

- Não tudo bem. Só precisei trocar a marcha.

- Por que me dar carona?

- Sei lá. Te vi parada. Molhada. Só ofereci.

- Você percebeu que me encheu de tesão né?

Samara tossiu, engasgou.

- Oi?

- Você não percebeu em nenhum momento que eu me interessei por você?

- Sério?

- Sim. Pensei que pudesse ser correspondida.

- Olha mocinha... eu já sofri tanto nessa vida, que nem olho mais para os lados.

- Para pra tomar uma cerveja comigo?

- Eu não bebo mais... minha ex não deixava.

- Mas você gosta?

- Sim... mas... ela não....

- Acho que você se prende demais ao passado.

Samara continuou dirigindo em silêncio.

As palavras de Bianca ecoavam em sua cabeça. A chuva caía forte e ela já estava atravessando a ponte Rio-Niterói. Bia se limitava a olhar para fora da janela.

Ao descer a ponte a chuva começava a diminuir.

- Ok... me diga onde vamos. Você decide. - Sam definiu.

- Sério?

- Sim..vamos tomar uma cerveja. Depois eu vejo um lugar pra dormir.

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