Olhos bicolores
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DANTE
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Amor a primeira vista.
Isso não existe, não ao meu ver, não mais...
É um sentimento tão inocente e sutil, me sinto novamente em minha adolescência, amando alguém que nem se quer conheço.
Eu o amo? Claro que não. Como é possível? Não é, nem se quer fazer sentido.
As perguntas surgem em minha cabeça como raízes de uma árvore, ela crescerá se eu não fizer nada a respeito, não posso corta-la.
Isso seria errado.
Mas esse sentimento também é errado, não é? Não posso corta-la, mas não a regarei, ela morrerá quando eu perder o interesse.
Eu sempre perco. É só um sentimento passageiro, uma pessoa passageira...
É só um garoto.
Afinal, quem é ele? - Encaro o palco com curiosidade, sua voz é tão expressiva, a dor e a raiva é visível nas letras bem compostas. Ele parece estar com raiva, e está amando sua fúria, amando sua música...
Gostaria de gritar meus sentimentos ao vento assim como ele de forma tão poética, será que também me aplaudiram dessa forma?
— Esse tal Abutre é foda, tipo, pra caralho! - ouço ao meu lado uma jovem exclamar eufórica curtindo o show mais do que ninguém.
— Abutre? - Pergunto desviando minha atenção do palco.
— É! Esse é o nome da banda dele, eles são os Gaudérios Abutres - explica outro jovem ao lado de sua amiga - Eles são uma banda nova por aqui, mas conhecem o palco melhor do que ninguém! Cara, eles são muuuito fodas! - exclama o jovem infatizando suas palavras que saiam do mesmo de forma alegre e eufórica.
Todo o ambiente estava assim, gritos e comemorações por toda a parte, já havia me acostumado com lugares como esse mas hoje a casa de shows realmente está lotada, isso é algo bom, apesar de meus ouvidos discordarem a todo momento.
— São mais do que fodas, Hugo! Principalmente a Agatha, olha só ela, baterista melhor não existe! - exclama a jovem olhando para o centro do palco, onde uma adolescente toca seu instrumento energicamente.
— Não exagera Eduarda, ela nem é tudo isso. - reclama outro jovem entrando na conversa cruzando os braços, é visível o encômodo em seu tom de voz.
— Não seja cuzão Cassiano, a Agatha é incrível! Se não concorda cala a boca - reclama Eduarda ignorando o comentário do jovem.
— É, cala a boca! Só curte o show cara! - exclama Hugo sorridente, o jovem olha para mim perguntando curioso - Você conhece o vocalista da banda?
— Eu? - pergunto confuso o respondendo educadamente - Ah, não...eu frequento essa casa de shows a um bom tempo mas nunca o vi aqui. - explico voltando a encarar os membros da banda que tocavam no palco.
— Eles são novos em São Paulo, mas achei que o conhecia a banda e o dono dela. - explica Hugo olhando para o palco.
— Por que achou isso? - pergunto confuso encarando o jovem.
— Porque ele não para de olhar pra você - comenta Cassiano revirando os olhos. - Você pode não o conhecer mas ele com certeza te conhece . - afirma o jovem caminhando em direção ao palco, ficando mais perto do local.
— Ei, Cassiano me espera aí! - exclama Eduarda o acompanhando.
— Quer ver o show mais de perto? Achei que eles não eram tudo isso, haha! - brinca Hugo seguindo seus amigos para mais perto do palco.
Me conhece? - Penso em confusão tentando me lembrar de alguém como esse vocalista, eu nunca o vi antes, me lembraria se tivesse o visto em algum lugar.
Lembraria desses olhos bicolores...
Agatha também está no palco, não havia notado a presença da adolescente até Eduarda comentar sobre, esse Abutre roubou toda a minha atenção.
Se ela também está nessa tal banda deve conhecer o jovem vocalista muito bem, talvez ele realmente me conheça já que temos amigos em comum, mas isso não significa absolutamente nada.
Eles são uma banda bem armonica - Olho para os membros da banda reconhecendo apenas Agatha como um rosto familiar, além da baterista a dois gêmeos no baixo e na guitarra, o vocalista também toca...
Toca muito bem.
Fender Telecaster, como ela é linda... - Encaro o instrumento que o jovem Abutre possuí em mãos.
— Eae Dante! Que bom te ver por aqui - ouço uma voz familiar me chamando, me viro para trás avistando um conhecido meu que não só frequenta essa casa de shows como também trabalha aqui.
— Você sabe que eu viria Leonardo, eu sempre venho - comento indo de encontro ao mesmo, caminhamos até uma região menos frequentando do lugar, por ser a área somente para funcionários. Uma de muitas vantagens de ser amigo de Leonardo Gomes.
Tenho acesso a praticamente todo canto desse lugar.
— A palavra sempre é um exagero, né Dante? Esse lugar não faz o seu perfil, e principalmente hoje que está especialmente lotado - comenta o funcionário olhando aos arredores a procura de algo ou alguém. - Mas como o show é importante para o Gal você veio, não é? - Explica o jovem se aproximando de mim com uma garrafa em mãos.
— O nome disso é dar apoio, como eu havia prometido que daria. - explico pegando a garrafa que o jovem ofereceu a mim.
— Só isso que prometeu que daria, é? - Pergunta Leonardo sorrindo maliciosamente para mim.
— Por acaso está com ciúmes Leonardo Gomes? - Pegunto o provocando.
— Haha não mesmo, eu sei que você é "cem por cento hétero" - explica o jovem segurando uma risada entre os dentes. Não entendo o porquê essas aspas sempre que digo sobre minha sexualidade, como se minhas palavras não tivessem valor para eles.
Sinceramente essa brincadeira me incomoda bastante, eu sei o que sou. E não quero que duvidem e muito menos briquem com isso.
— Tem como parar com essa sua brincadeira escrota? - pergunto a Leonardo rispidamente.
— Relaxa cara, na real eu até te agradeço por não gostar de garotos, isso facilita o lance entre mim e Gal. Seria impossível competir contigo - comenta o jovem
sentindo um certo alívio.
— Já contou a ele o que sente? - faço a pergunta mesmo já sabendo a resposta.
É sempre uma desculpa diferente, lidar com sentimentos não é algo fácil mas o peso de carrega-lo em segredo é mais do que doloroso. Ele deveria contar a verdade para Gal já que oportunidade para isso ele tem toda a noite.
Literalmente.
— Deixa eu advinhar, não, certo? - o encaro seriamente o aconselhando. - Leonardo, você não pode esconder isso para sempre, isso não é saudável.
— Eu tô ligado, mas ainda não sei como reagir a um fora, principalmente um vindo de Gal... - explica Leonardo sem graça com suas próprias palavras.
— Por que acha que vai levar um fora? - pergunto confuso.
— Cara, é o Gal. Eu o conheço, e é exatamente por isso que as coisas vão continuar sendo o que são, se eu contar nossa amizade vai com certeza mudar e...tudo vai dar errado, entende? - explica o jovem cabisbaixo.
— Na verdade não. Não entendo... - comento dando de ombros.
— É claro que o loirinho perfeito extremamente popular não sabe, as garotas são naturalmente caídas de amores por você, pra você isso é normal, não é? - comenta Leonardo cruzando os braços.
Dou de ombros não tendo uma resposta para isso. Realmente, não sei como é. As pessoas possuem maneiras diferentes de lidar com seus sentimentos.
Sentimentos diferentes, pessoas diferentes, declarações diferentes, promessas e juras de amor, mas todas tem algo em comum...
Todas vão embora.
— Léo, nossa banda é a próxima - Explica Bruno se aproximando de nós. - Ah, oi Dante.
— Olá Bruno, pronto para o show? - pergunto para o maior o incentivando.
— Com certeza cara! Vencermos o concurso sem dúvida alguma! - exclama o jovem animado, o mesmo se vira para seus colegas com determinação. - Não é gente?
— É claro que sim, somos os Escriptas! Não perdemos nunca haha - exclama Henry seguro de si.
— Eles podem até serem bons - comenta Antony olhando para o palco. - Mas eles não tem Gal Sal como vocalista, então não têm chance alguma de vencer. - explica o jovem firmemente olhando para mim. - E você Dante, para qual banda está torcendo?
— Para a banda que vencer, é claro. - comento calmamente, todos riem do meu comentário, eu espero que saibam que não é uma brincadeira.
— Dante está fazendo piadas? Isso é um milagre - ouço a voz de Gal comentar por trás de mim. Sinto suas mãos se envolvendo em minha cintura, tento me virar rapidamente confuso com seu toque repentino mas paro ao sentir o forte odor de álcool vindo de seu hálito. - É uma piada, certo? Você vai com certeza torcer para nós, afinal, já vencemos esse concurso.
— Exatamente! Nem precisamos subir no palco para isso - afirma Henry olhando para Leonardo. - Ei Léo, grava tudo direitinho viu, queremos registrar nossa vitória!
— Léo...? Cê tá bem? - pergunta Bruno olhando para Leonardo que em silêncio encarava Gal.
— Gal, você bebeu? - pergunto tentando me soltar dos braços do jovem. - Tá perto demais Gal, é melhor se afastar.
— Decedi comemorar a vitória mais cedo, que tal fazer o mesmo, ein? Podemos comemorar no meu camarim, só nós dois Gaspar. - Comenta Gal próximo a meu ouvido.
— Meu Deus, cê tá mesmo flertando comigo na cara dura? - olho para o grupo com a esperança de alguém fazer qualquer coisa.
— Gal, cê tá mamado né? - Henry pergunta o óbvio olhando para mim. - Haha o Dante tá vermelho feito um pimentão!
— Que? Claro que nã---Gal! Não seja abusado cara, não te dei intimidade alguma pra você.- reclamo me afastando do mesmo, seus olhos me encaram seriamente junto a um sorriso largo.
— Não ainda, Gasparzinho - Comenta Gal me provocando.
— Sério, saí de perto. - reclamo seriamente.
— Desculpa, Leonardo... - Murmuro para o jovem que voltando a realidade comenta.
— Relaxa, a culpa não é sua...o Gal tá bêbado, isso é normal. - explica Leonardo tentando parecer neutro com a situação, mas eu sei que ele não gosta de ver o garoto que ele tanto gosta flertando com outras pessoas.
É uma falta de consideração pelos sentimentos dele. Essa situação é complicada, nunca sei como reagir quando Gal começa com esses comentários.
— Pera um pouquinho aí, eu? Bêbado? Haha pelo amor gente, tô só felizão, a gente já venceu essa porra haha! - exclama Gal se escorando no ombro de Leonardo. - O que te faz pensar que eu tô bêbado, ein Leozinho?
— Seu hálito, comportamento, você claramente não tá enxergando nada e mal consegue se manter de pé - Leonardo começa a listar respondendo a pergunta de Gal. - Sem falar nos flertes com o primeiro que vê na frente. Você não faria isso sóbrio Gal, para de passar vergonha migo, tá feio.
— Feio? Feio é você com essa cara amarrada! Tá assim por que Leozinho? A noite tá só começando, se anime cara! - exclama Gal extremamente sorridente.
— Não vem com essa de Leozinho, como quer que eu registre o show se você nem consegue ficar de pé? O que vai fazer no palco Gal? - Pergunta Leonardo nitidamente preocupado.
E não é para menos, receio que Gal realmente não consiga participar do show, não nesse estado.
— O que eu sempre faço, vou brilhar haha! Sou tão foda, podem admitir, eu deixo - exclama Gal comemorando sabe se lá o que.
— Ih, pronto. - reclama Antony olhando para Bruno - Eu te falei pra não deixar ele encher a cara antes do show, não falei? Como ele vai tocar desse jeito agora?
— O que vamos fazer? - pergunta Henry preocupado. - Uma banda instrumental não funciona sem o nosso guitarrista! Como vamos ganhar agora??
— Como sempre fazemos, improviso. - responde Bruno firmemente. - Vai dar certo, eu fico como sempre na bateria e vocês dois no baixo, o guitarrista pode ser... - O jovem não termina sua frase mas é bem óbvio o nome que ele iria dizer.
Não mesmo! - Dou alguns passos para trás me sentindo tenso com os olhares sobre mim.
— Só hoje cara, você consegue - afirma Leonardo olhando seriamente para mim - Dante, você consegue, eu sei que consegue.
— É claro que ele consegue! Tu foi meu aluno cara, aprendeu com o melhor! - exclama Gal apontando seu indicador para mim. - Pra quê aprendeu a tocar? Para se esconder dos outros?
— Você sabe muito bem o por---
— Não! Não se esconda, o palco te merece, lá é o seu lugar - Gal me interrompe bruscamente. - Esqueça tudo o que aconteceu, esqueça quem já se foi, isso é passado cara! Viva o agora com as pessoas do presente, acorda logo!
— E-squecer...? - Olho para o palco ouvindo os aplausos e gritos eufóricos dirigido aos músicos que se despedem graciosamente.
— Som? Tá ouvindo? Haha tá sim, meu Deus... - Ouço a voz do jovem Abutre sair de forma descontraída, sua risada é tão melódica. - Ah...então... - O jovem encara todos do lugar espantado com a quantidade de pessoas que pediam mais uma música ao mesmo. - O som que acabaram de ouvir foi feito com total dedicação inteiramente para vocês! Nós somos os Gaudérios Abutres, cantamos o que vivemos e vivemos para cantar! Obrigada, de verdade, pela a atenção de todos! - Exclama o jovem sorridente com o microfone em mãos.
— Rapaziada vota na gente se curtiram o show! Temos muito mais para vocês! - exclama Agatha pegando o microfone das mão do Gaudério.
— E segue a gente lá no insta, pô! - Exclama outro jovem pegando o microfone das mãos de Agatha, ou pelos menos tentando. - Agatha! Deixa eu falar, é arroba---
— Para de tomar as coisas da minha mão! - reclama Agatha com o jovem.
— Hahaha podem brigar fora do palco? - O vocalista brinca tirando algumas risadas dos espectadores.
— Hey... - Sinto a mão de Gal segurando meu queixo me fazendo olhar para o mesmo. - Eu e você, no palco, que tal?
— Gal, eu não posso tocar...eu não consigo mais... - Murmuro cabisbaixo.
— É claro que consegue, você só precisa esquecer ela. - explica Gal com normalidade, como de realmente você assim tão fácil, ele sabe que não é, como pode dizer palavras tão frias.
— Não dá... - digo pesadamente - Desculpa mas...não dá... - Me afasto do grupo caminhando até a saída da casa de shows.
Esquecer? Como ele pode me dizer para esquecer? Simplesmente esquecer! Não dá! Ele sabe disso, ele sabe...me esquecer dela? Não dá... - Caminho rumo a saída a procura de um lugar silencioso, qualquer lugar.
Eu vou para casa... - Afirmo comigo mesmo.
— Droga. - murmuro olhando para o carro no qual vim para o show junto a Gal. Eu não vou entrar lá dentro para pegar as chaves. Eu não posso...
Vou ter que esperar o show acabar, todas as bandas vão tocar e... - Encosto as costas na porta do carro já sabendo o quanto tempo vou ficar a espera de todos.
Esquecer - Olho para a entrada do estabelecimento de onde um casal saí alegremente, a mulher de cabelos escuros e curtos junto a um rapaz de moletom cinza cabaleia pela calçada rindo bobo um do outro.
— Thiagão cê tá mamado cara, olha só a sua cara hahaha! - exclama a mulher apontando para o rapaz que segura sua cintura se certificando que a jovem não irá cair.
— Disse a senhorita bebum, haha você não pode falar nada minha querida - explica o rapaz olhando para o outro lado da rua.
— Já podemos ir embora agora? - ouço um jovem de cabelos longos a altura dos ombros perguntar, suas roupas eram pretas e seu olhar é assustador, talvez por conta de sua enorme cicatriz de queimadura cobrindo metade de seu rosto, ou pelas profundas olheiras sinal de grande cansaço.
— Bebemos pra cacete Kaiser, cê perdeu o melhor show da sua vida! - exclama Elizabeth com o jovem que junto a um asiático de moletom vermelho atravessam a rua.
— Eu prometi que ficaria aqui fora com o Joui, mas que bom que se divertiram - explica o jovem de mãos dadas com o jovem asiático.
— Jogamos pokémon! O que vocês fizeram lá dentro? - pergunta o asiático animado.
— Não ouviu não? Bebemos pra cacete! - exclama a morena novamente.
— Acho que todos entendemos Liz, até o pessoal do outro quarteirão ouviu sua gritaria - Explica Kaiser revirando os olhos.
— Quer dizer o que com isso, ein?! - pergunta a jovem apontando para o Kaiser que dando de ombros responde.
— Que você é uma escandalosa.
— Hahaha eu não deixava Liz, te chamou de--- Thiago é interrompido pela jovem que encarando seu amigo seriamente comenta.
— Eu ouvi do que ele me chamou. Ouvi bem do que ele me chamou. - reclama a jovem fuzilando Kaiser com seu olhar ameaçador.
— Joui, não deixa ela me matar cara. - cochica Kaiser preocupado com sua segurança.
—:Rapaziada, vamos lá chamar o Arthur? - pergunta Thiago olhando para a casa de shows novamente.
— Deixa o menino respirar, ele deve ter tido um show cansativo. - explica Kaiser acendendo um cigarro, acabo tossindo sentindo inalar a fumaça acidentalmente. - Foi mal cara, não te vi aí - explica o jovem se desculpando pelo incidente.
— Tudo bem, sem problemas... - comento gentilmente mesmo odiando fumantes perto de mim. Mas tudo bem, não foi intencional.
— Dante, não vai tocar mesmo cara? - ouço Henry perguntar em frente a saída do estabelecimento, nego com a cabeça firme com minha decisão, eles tem muito mais chances de vencer esse concurso sem mim. - Sabe que mesmo não sendo da banda cê é um de nós, saca? Tipo, amigos e blá blá blá, essas parada sentimental e tudo mais... - explica o jovem me confortando.
— Obrigada Henry, torço por vocês... - comento sorrindo frouxo para o jovem.
— Torça mesmo, pois venceremos! Vem ver! - exclama o jovem entrando na casa de shows novamente.
Suspiro fundo voltando a entrar no estabelecimento, vim aqui para torcer por eles e é isso que vou fazer.
Passo pelo jovem que tanto observei no palco encarando seus olhos de relance, foram poucos segundos, o suficiente para quase me perder na cor de seus olhos, paro de caminhar virando minha cabeça levemente para trás. Ele também olhou para mim, definitivamente não o conheço.
Mas mesmo assim...sinto algo estranho...
Um sentimento...
Gaudério Abutre, se sua banda vencer o concurso ela tocará nesse lugar todas as noites...talvez eu te veja novamente...
Em breve, talvez...
• • • ATUALMENTE • • •
Eu te vi...
Te vi novamente, encarei seus olhos novamente, e dessa vez bem de perto.
Não acredito nisso, a noite um guitarrista famoso entre o ramo da música. E de dia, um estudante nas aulas de reforço.
Aulas que eu ajudo a aplicar.
O Gaudério Abutre é meu novo aluno...ele ainda estuda? Parece ser mais velho que os outros alunos... - O encaro pensativo, concentrado em suas atividades o jovem Gaudério rasura outro papel.
Ele possuí certa dificuldade em matemática e outras matérias, por isso o senhor Veríssimo me pediu para que o ajudasse em aulas extras de reforço, assim como ajudo os outros alunos que precisam melhorar suas notas.
Mas ele não é só um aluno, ele é um astro...me chamou tanto a atenção naquele show que mal conseguia tirar os olhos do palco, e agora, também está fazendo a mesma coisa na sala de aula.
Por que ele é assim? O que ele tem que me prende tanto em seus olhos...
Esse é Gaudério Abutre, ou melhor, Arthur Cevero, um aluno normal no colégio Nostradamus Ensino Médio.
Seus olhos...me perco neles...
Por que...?
• • • • • •
Olá, leitor!
Venho te pedir dois favores, eles beneficiaram a todos! Primeiro, beba água, seu rim agradece.
Segundo, caso tenha gostado dessa fanfic, deixe sua estrela! Isso me incentiva muuuito a escrever histórias como essas!
Obrigada por ler! Baey, baey!
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