Qualquer Flor
Evelyn Narrando
-Esta bom assim? -A enfermeira pergunta de um jeito atencioso após colocar três travesseiros para que eu fique sentada numa posição confortável conforme o pedido de mamãe. Ignoro uma dor breve que sinto no abdômen que me obriga a lembrar da facada que levei na barriga e dou um sorriso amarelo para a enfermeira que é atenciosa e deve estar irritada com o jeito de mamãe.
-Está bom, obrigada. -Agradeço e sorrio para a enfermeira escondendo meu humor e preocupação no momento.
Lembro de tais acontecimentos. Será que os vampiros que invadiram a mansão tinham algum plano? Porque fui atacada? -Me pergunto um pouco sem entender. A única coisa que sei é que talvez Tyler matou a mulher que me atacou e a impediu de quase ter me matado de verdade, mas porque ele fugiu? Será que ele sentiu o cheiro de meu sangue? -Me pergunto preocupada.
-Sera que poderíamos ficar a sós? -Mamãe pergunta a enfermeira e tira seus óculos de seu sol. Respiro fundo um pouco irritada com o fato de que ela estava no shopping e depois chega começando com seu drama. A única verdade é que mamãe não mudou e nunca vai mudar, posso morrer e ela nem irá notar.
-Licença. -Pede a enfermeira e segue até a porta. Ela abre a porta e sai.
Mamãe olha Eduarda com uma sobrancelha arqueada. Eduarda bufa e se levanta.
-Ok! -Fala Eduarda após entender o sinal de mamãe e segue ate a porta. -Vou comer alguma coisa. -Avisa Eduarda e sai do quarto me abandonando com mamãe.
Olho mamãe esperando ela começar com seu drama.
-Estava com Marcia, por isso não pude vir antes. -Fala mamãe e se aproxima me fitando com seus olhos verdes. Ela tenta passar a mão na minha bochecha, porém viro o rosto desviando de sua mão deixando evidente que não quero seu "carinho" agora. Noto surpresa em seu olhar e olho para a televisão que esta ligada em um canal entediante. Lembro do que Sebastian disse e respiro fundo. -Você está ficando sem modos desde aquela viagem à Miami. -Diz ela soprando suas palavras em um tom de reprovação. A olho seria.
Respiro fundo tentando me controlar e não falar que a culpa de eu quase ter morrido foi dela por mandar tantas empregadas embora.
-Apenas pare de ficar despedindo empregadas e contratando estranhos, eu quase morri. -Falo tentando soar calma escondendo a raiva que sinto no momento.
-Felizmente você está bem. -Fala mamãe e sorri ignorando meu comentário anterior. -E não exagere, é difícil encontrar empregadas competentes. -Afirma ela e respiro fundo um pouco irritada em saber que ela não irá mudar. -Sabia que Paulo está mudando. -Começa ela a falar do Paulo e um pouco estressada olho a TV numa tentativa falha de não escuta-la mais.
-Me deixe sozinha, e chame a enfermeira porque estou com minha cabeça latejando. -Minto não querendo falar com ela no momento. Se for ver por outro lado não é mentira pois realmente estou com a cabeça doendo. Mamãe nunca vai mudar, e não me surpreendo por novamente ela querer me empurrar para Paulo.
-Não, iremos ter esta conversa agora. -Mamãe afirma e pega o controla de cima da mesa ao lado de minha cama. A olho irritada e ela desliga a TV. -Daqui uns dias irá ter o jantar de noivado de sua irmã e depois de uns meses ela irá se casar. -Começa mamãe com seu drama. -O correto é que aceite sair com Paulo pelo menos e no jantar de noivado de Eduarda espero que seja simpática com ele. -Mamãe fala seria. -Querendo ou não vamos ter que falar sobre isso. -Continua ela de um jeito autoritário. Respiro fundo tentando não surtar com o fato de Sebastian ter acertado que mamãe está planejando que eu tenha algo com Paulo, mas confesso que sempre suspeitei disso.
-Não, não iremos. -Afirmo e aperto o botão ao lado da cama para chamar a enfermeira.
Rapidamente batidas na porta chama minha atenção e respiro aliviada por a enfermeira ter vindo rápido.
-Entre. -Falo deduzindo que seja a enfermeira. Ela abre a porta e segue até mim preocupada. Talvez o botão vermelho que apertei seja para caso de emergências, mas para ficar longe de mamãe um pouco é ótimo.
-Desculpe, mas minha filha apertou o botão sem querer, precisamos conversar ainda. -Mamãe fala e me fita de um jeito furiosa como se eu fosse uma criança que tivesse aprontado.
-Minha cabeça tá doendo de novo, não tem algo que faça isso parar? -Pergunto a enfermeira não deixando mamãe continuar seu drama. A enfermeira me olha preocupada.
-Você está assim porque era para você estar dormindo, ou seja de repouso total. -A enfermeira fala querendo deixar evidente seu profissionalismo e fita mamãe deixando evidente que não é para ela estar aqui agora.
-Depois de conversamos você pode dar remédio para ela dormir, agora nos de licença. -Mamãe fala de forma ignorante e arrogante de sempre para a enfermeira. Confesso que por mais que eu ame mamãe eu odeio esse seu jeito de tratar outras pessoas que ela considera inferior a ela.
-Desculpa Sra. Green, mas estas são ordens do médico. -A enfermeira fala firme deixando evidente que nem mesmo mamãe irá contrária-lá e respiro fundo aliviada em saber que terei um momento de paz longe de mamãe e seus dramas fúteis.
Mamãe bufa de um jeito irritada e se recompõe. Ela vira para a porta segue até ela e o barulho irritante de seu salto alto anuncia sua saída. Ela abre a porta e sai rapidamente como se não acreditasse que uma enfermeira não quis obedecê-la.
-Boa sorte para quando sair daqui. -A enfermeira fala cortando o silêncio e se aproxima. A olho sem entender enquanto ela verifica o soro. Seus cabelos castanhos estão soltos em seus ombros e ela me fita com seus olhos castanhos. Diria que ela tem por volta de 30 anos, mas ela tem um ar mais jovial que eu.
-Como? -Pergunto sem entender ao que ela se referia.
-Em relação à sua mãe. -Sussurra ela e sorrio para ela. Digamos que todos percebem o jeito difícil de mamãe e não é nenhum segredo.
-Vou precisar de muita sorte. -Comento me referindo a mamãe e a enfermeira tira com cuidado os travesseiros de minha costa para que eu possa deitar. Ela me ajuda a deitar de um jeito confortável e respiro fundo aliviada com um misto de cansaço.
-Vou te ajudar a dormir e assim que acordar não vai mais sentir a dor de cabeça. -Fala ela e pega uma seringa. A olho. Ela aplica algo no soro. -Até daqui a pouco. -Diz ela e sorri. Sorrio para ela.
Aos poucos o sono me domina e me entrego a ele numa tentativa de esquecer tais acontecimentos.
[...]
Acordo aos poucos com duas pessoas com vozes familiares conversando. Aos poucos abro o olhos e vejo Felipe ao lado de Safira. Safira coloca as rosas vermelhas que segura em um vaso de vidro transparente com pouca água e noto o quarto cheio de outras flores.
-As rosas são lindas. -Falo num sussurro por ter acabado de acordar me referindo as rosas de Safira e Felipe. Tento me sentar com a costa apoiada nos travesseiros, mas sinto novamente uma breve dor no abdômen que me faz resmungar.
Safira e Felipe me olham surpresos e sorriem.
-Não queríamos lhe acordar. -Safira fala se sentindo culpada e sorrio alegre em vê-la.
-Tudo bem. -Falo e olho o relógio digital numa mesa próxima da onde estou deitada. -Acho que já dormi o suficiente. -Falo após deduzir que já dormi umas 6 horas. Safira para ao meu lado e rapidamente me ajuda a sentar de um jeito confortável.
-Como está se sentindo? -Felipe pergunta de forma atenciosa e se aproxima ficando próximo de meus pés. O olho. Seus olhos azuis acizentados me analisam. Seus cabelos ruivos estão rebeldes como sempre o deixando lindo.
-Agora não estou sentindo dor então é algo bom. -Brinco e Safira ri junto de Felipe
Safira pega minha mão livre. Não estranho seu toque gélido pois ela transmite paz então apenas aperto sua mão.
Olho Felipe que parece estar preocupado devido ao seu semblante que mudou para sério e seu olhar distante.
-Aconteceu algo? -Pergunto a Felipe sabendo que há algo que lhe perturba. Safira o olha seria e respira fundo. -Safira fala o que está havendo. -Peço após perceber que Safira repreende Felipe com o olhar como se quisessem esconder algo de mim. Safira me fita com seus olhos vermelhos de um jeito preocupada. Ela solta minha mão e em um piscar de olhos ela segue até a porta e a tranca deixando evidente que não quer que nos interrompa. Ela volta para meu lado e a olho esperando ela falar.
-Felipe e eu suspeitamos que a mulher que te atacou pretendia algo. -Safira conta e a olho sem entender. Safira arruma o travesseiro em minha costa para que eu possa ficar mais confortável ainda e não recuso sua ajuda.
-Suspeitamos que o plano era te sequestrar para atrair Eduarda. -Felipe conta e o olho curiosa.
-Como vocês suspeitam disso? -Pergunto curiosa. Felipe olha Safira e Safira faz que sim com a cabeça.
-Capturamos um vampiro recém criado que possuía o cheiro e aparentava ser um humano. -Felipe começa a contar e percebo que a empregada que me atacou aparentava ser uma simples empregada humana.
-A mulher que me atacou parecia humana, nem sequer desconfiei que era uma vampira pois foi tudo muito rápido. -Conto para eles. -Como isso é possível? -Pergunto olhando Safira e Felipe.
-Os únicos que possuem tal magia para ocultar o vampirismo são Sam e Sebastian. -Safira conta e lembro da visão que tive que era minha avó e que quando Sam me tocou o seu toque era quente e eletrizante. -Pensamos que Sam e Sebastian pretendia colocar vampiros ao seu redor para saber seus passos e esses vampiros pretendiam trair eles. -Safira fala e a olho sem entender.
-O líder ou A líder dos traidores pensam que Eduarda que possui o sangue de Elizabeth, ou seja eles não sabem que na verdade você é que tem o sangue de Elizabeth. -Felipe fala e o olho surpresa me perguntando como que ele sabe que eu que tenho o sangue de minha avó. Felipe percebe meu olhar.
-Ele sabe que você tem o mesmo sangue que Elizabeth porque eu contei. -Safira fala e percebo que ela confia nele mais que tudo. Respiro fundo tentando absorver tudo o que estou descobrindo.
-Eduarda corre perigo? -Pergunto preocupada com Eduarda.
-Pensamos que a vampira que te atacou ficou nervosa e te atacou de forma proposital para você vir para o hospital e todas as atenções serem focadas em você. -Felipe fala.
-Para sequestrar Eduarda? -Pergunto preocupada suspeitando que fui apenas uma distração. -O que o vampiro que vocês capturaram contou? -Pergunto ficando desesperada. Safira pega minha mão me tranquilizando.
-Calma, Eduarda está bem, por incrível que pareça. -Safira fala de um jeito estranho e olha para Felipe com um olhar aflito.
-Safira conte-me o que te atormenta. -Peço ao notar o olhar aflito e preocupado de Safira. Ela respira fundo e um pouco relutante me olha.
-Ainda não tenho certeza, mas... -Safira começa a falar, mas batidas rápidas na porta chama nossa atenção.
-Abrem a porta por favor. -A voz da enfermeira pede do outro lado da porta. Safira bufa de raiva e segue até a porta e a abre. Safira abre a porta e a enfermeira olha Safira e Felipe curiosa com um misto de medo.
-Aconteceu algo? -Pergunto a enfermeira que olha Felipe e Safira de um jeito hipnotizada como se nunca tivesse visto tamanha beleza. Não a julgo pois a primeira vez que vi Felipe e Safira não foi diferente.
-Eu pensei que precisava de mim e fiquei preocupada com a porta trancada. -A enfermeira fala após sair de seu transe. Safira fica mais na frente dela e a olha nos olhos.
-Evelyn esta bem, volte daqui a pouco e caso alguém queira ver Evelyn diga que ela está dormindo ainda. -Safira fala olhando a enfermeira nos olhos de um jeito estranho. A enfermeira olha os olhos vermelhos de Safira como se estivesse hipnotizada e apenas faz que sim com a cabeça e se afasta. Safira fecha a porta e volta a me olhar.
-O que você fez? -Pergunto curiosa.
-Hipnose. -Safira fala e sorri. Rapidamente ela para ao meu lado e percebo o olhar de reprovação que Felipe lança para Safira.
-Safira. -Felipe repreende Safira e ela revira os olhos.
Lembro do assunto em que estávamos antes de a enfermeira aparecer.
-Safira. -A chamo seria deixando evidente que quero saber o que ela e Felipe suspeitam.
Safira respira fundo pensando em algo e me fita com seus olhos vermelhos.
-Lembra o que disse sobre o conselho dos vampiros? -Safira pergunta e faço que sim com a cabeça. -Eles não sabem que Sam e Sebastian acordaram. -Conta ela e fico em silêncio prestando atenção nela. -Sam e Sebastian são mais fortes e assim que a maldição for quebrada eles estarão livre e a força deles multiplicará. -Safira fala.
-E se eles quiserem eles podem acabar com o conselho dos vampiros? -Pergunto e olho Safira e Felipe.
-Sim, e muito mais. -Felipe fala sério e engulo em seco com um pouco de receio do que vem à seguir. Respiro fundo me preparando e os olho seria.
-O conselho não passa de um bando de cretinos, agora com o novo líder eles ignoram as sabotagem nos bancos de sangue para os vampiros de baixa renda. -Safira fala de um jeito amargo e algo me diz que ela conhece o novo líder do conselho dos vampiros.
-Como está os bancos de sangue? -Pergunto um pouco preocupada e lembro que papai disse recentemente que eu e Eduarda iriamos ter de andar com seguranças.
Olho Felipe. Ele passa a mão em seus cabelos ruivos de um jeito um pouco nervoso e olha Safira.
Pela primeira vez percebo que a diversas coisas acontecendo pelo mundo e afetando várias pessoas, mas nada atingiu minha família devido ao sobrenome Green.
Quer dizer, atingiu apenas a mim até agora pois estou em um hospital. -Penso um pouco irritada.
-Evelyn vou ser sincero, sua casa não foi a primeira a ser atacada por vampiros desconhecidos e perigosos. -Felipe conta com um olhar sincero e percebo o tanto que ele se sente mau por tocar neste assunto. -Seu pai é um dos donos do banco de sangue para vampiros de alta classe e pode ser... -Felipe continua falando, mas o interrompo.
-Então pode ser que os vampiros que invadiram minha casa queriam apenas atingir papai por causa do banco de sangue para vampiros que podem pagar? -Pergunto mesmo sabendo que poderia afirmar. Se bem conheço papai ele deve estar em seu escritório bebendo whisky enquanto despede e contrata novos empregados.
-Pode ser. -Safira fala com um olhar distante. -Felipe pode nos deixar a sós? -Safira pede a Felipe e Felipe apenas faz que sim com a cabeça e sai do quarto. Somente quando Felipe sai do quarto Safira se aproxima. A olho esperando ela falar pois algo em seu olhar deixa evidente que tem alguma coisa lhe perturbando.
-Fale. -Peço tentando fazer com que esse silêncio agonizante passe.
Safira respira fundo e senta numa parte da cama hospitalar que estou deitada. Ela me fita com seus olhos vermelhos.
-Eu ocultei uma parte importante do passado de Sofia e de todas as sucessoras dela incluindo Elizabeth. -Safira fala e lembro do que Sebastian contou. Permaneço em silêncio e não a interrompo pois fico tranquila que ela esteja preparada a me contar o que não estava querendo contar. Pego a mão de Safira próxima da minha mão direita deixando evidente que o que ela irá falar não irá mudar nosso início de amizade. -Sofia depois que matou Charlote mudou e eu pensei que ela realmente estava bem, mas depois que os gêmeos nasceram ela me fez a confissão a respeito de suas sucessoras. -Safira da uma pausa.
-Mas você disse que ela morreu logo depois de dar à luz devido às complicações do parto. -Falo não entendendo porque ela se referiu a depois que os gêmeos nasceu. Safira respira fundo.
-Ela começou a delirar no último mês de gestação, pensei que era culpa por ter matado Charlote, mas depois da confissão a respeito das sucessoras ela enlouqueceu e se matou. -Safira conta e vejo lágrimas escaparem de seus olhos.
-Então ela não morreu por causa das complicações do parto? -Pergunto sem entender o do porque ela está me contando isso agora.
-Evelyn todas as outras sucessoras escolhidas morreram da mesma forma incluindo sua avó, Sam e Sebastian não tocaram em uma gota do sangue delas. -Safira fala e enxuga as lágrimas com sua mão esquerda. -Certeza que ainda quer encontrar o diário de Elizabeth? -Safira pergunta se recompondo e me olha seria.
Respiro fundo decidida que isso não vai mudar minha decisão.
-Sim, tenho certeza. -Afirmo e solto sua mão. -Talvez eu não enlouqueça pois sou a última escolhida. -Falo e Safira me olha assustada. -O que foi? -Pergunto sem entender a sua expressão de espanto.
-Evelyn não devemos falar isto aqui em tom alto desse jeito. -Safira fala e olha para a porta como se estivesse procurando algo. Ela se aproxima de meu rosto e coloca sua mão gélida em meu rosto. -Se o conselho descobri pode ser perigoso. -Safira conta e a olho sem entender.
-Mas... -Começo a falar, mas ela me interrompe.
-Se o conselho descobrir que você é a escolhida que pode quebrar a maldição de Sam e Sebastian e os liberta-los você pode correr mais perigo ainda. -Safira fala de um jeito preocupada próximo de meu rosto me olhando nos olhos. Quem nos visse agora certamente pensaria que iríamos nos beijar devido à tal proximidade. -Evelyn no jantar de noivado de Eduarda certamente o conselho irá porque o David é vampiro, apenas tome cuidado. -Safira me alerta e se afasta.
Respiro fundo tentando não surtar com mais coisas que me rodeiam.
-Todo lugar o perigo me ronda. -Digo de forma sincera um pouco triste para Safira. Safira me olha e se aproxima novamente.
-Evelyn eu vou te ajudar no que puder. -Safira afirma passando tranquilidade através de seus olhos vermelhos. Respiro fundo e lhe dou um sorriso amarelo. -Tenho que ir antes que Ellen me expulse daqui. -Safira fala e sorri. Sorrio para ela.
-Tudo bem, acho que amanhã já vou poder ir para casa e assim que der nós iremos a procura do diário. -Falo escondendo a ansiedade que estou para encontrar o diário. Safira se despede de mim com beijos na bochecha e se afasta rumo a porta. Antes de sair ela vira para me olhar. -Até breve. -Se despede ela e abre a porta. Ela sai do quarto me abandonando.
Respiro fundo tentando assimilar o que está acontecendo comigo.
Sinto uma dúvida me invadir e lembro dos filmes e seus vilões. Sam e Sebastian podem acabar com o conselho e as regras inúteis do conselho que separa vampiros de acordo com a classe deles, mas se o conselho for desfeito não irá haver paz entre humanos e vampiros. -Penso um pouco aflita.
Raios! Já está havendo uma "guerra" lá fora e o conselho finge que não vê. -Penso inconformada.
Sinto uma dor no abdômen onde fui atingida e levanto o edredom cinza para olhar minha barriga. Noto a blusa hospitalar branca que estou usando um pouco vermelha na região fui atingida. Levanto a blusa e vejo que o curativo está cheio de sangue e não está contendo o sangue.
Deve ter estourado algum ponto. -Penso o óbvio.
Batidas na porta me obriga a sair de meus devaneios. Abaixo a blusa e coloco o edredom do jeito que esteja sobre minha barriga.
-Entre. -Falo e olho a porta. A porta se abre e vejo Felipe. Ele sorri de um jeito que é inevitável a sorrir de volta. Sorrio para ele.
-Vim me despedir. -Fala ele se aproximando e esqueço o assunto de momentos antes. -Irei viajar durante um tempo. -Avisa ele e se aproxima mais. Ele se senta ao meu lado na cama e não me movo. Olhos em seus olhos azuis acizentados.
-Espero que esteja no jantar de noivado de Eduarda já que não me dará aulas de montaria. -Falo e sorrio para ele.
-Espero que quando eu voltar você esteja recuperada o suficiente para poder andar a cavalo. -Felipe fala e sorri. Respiro fundo lembrando que vou ter que tomar cuidado onde fui atingida na barriga e ficar sem andar a cavalo durante um bom tempo. -Evelyn. -Felipe fala ao percebe que me perdi em meus pensamentos. -Apenas não pense tanto no que está acontecendo com você. -Pede ele me olhando de um jeito estranho.
-Vou tentar. -Falo tentando soar confiante para Felipe. A expressão de Felipe muda rapidamente e em seus olhos vejo dor. Ele se levanta rapidamente e se afasta de mim como se lutasse contra algo dentro de si. -O que foi? -Pergunto sem entender sua mudança.
-Chame a enfermeira e pede para ela cuidar de seu ferimento. -Felipe pede e percebo que é o meu sangue que está fazendo isso com ele e por um momento sinto uma breve culpa. -Evelyn tenho que ir, não consigo mais sentir o cheiro de seu sangue e me controlar durante mais tempo. -Felipe fala de um jeito enlouquecido e não sinto medo dele pois algo diz que ele não irá me ferir.
-Tudo bem, depois nos falamos. -Falo tentando soar forte e em um piscar de olhos ele abre a porta e sai do quarto.
Respiro fundo e paço a mão em meu rosto.
Aperto o botão vermelho para chamar a enfermeira. Enquanto a espero olho as flores no quarto.
Talvez quando Eduarda se casar eu deva me afastar de todos para protegê-los de serem atingidos por causa do sangue que corre em minhas veias. -Penso.
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