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Os Pedidos

Evelyn Narrando
Acordo assustada devido à um pesadelo.
Me sento na cama e ligo o abajur em cima do criado mudo ao lado de minha cama. O relógio digital em cima de minha escrivaninha diz que são 3:30 da madrugada.
Respiro fundo tentando me acalmar mais e me lembro do sonho estanho que tive.
Eu sonhei que estava em uma mansão abandonada com pouca iluminação e eu fugia de algo, mas não tinha uma saída para eu sair da velha mansão e eu sabia que algo iria me pegar cedo ou tarde.
Decido tentar afastar lembranças do pesadelo pois fora apenas um pesadelo.
  Melhor eu levantar e ir beber um copo d'agua, talvez ajude.
  Levanto da cama e coloco meu chinelo. Sigo até a porta para sair do quarto pouco me importando por estar de pijama.
Saio do quarto e ando pelo corredor até a escada. Provavelmente não tem ninguém acordado nesse horário.
Desço as escadas e sigo rumo à cozinha. Percebo a falar de iluminação na cozinha e procuro o interruptor.
Acendo a luz e me viro.
Quase grito de susto vendo Eduarda sentada num banco debruçada sobre a ilha da enorme cozinha
Corro até ela preocupada. Nunca a vi assim.
-Eduarda tudo bem? -Pergunto preocupada e a mesma me fita com seus olhos vermelhos e inchados deixando evidente que ela andou chorando. Ela limpa algumas lágrimas que insistem em cair e me olha.
Sem sua permissão a abraço sabendo que é o que ela precisa no momento.
Ela responde o abraço e acaba chorando mais um pouco em meu ombro.
-Evelyn. -Eduarda começa a falar e me solta. Me sento no banco a sua frente e pego em suas mãos numa espécie de conforto para que ela me conte o que aconteceu. -Mamãe disse que papai vai falar com o pai de Tyler, pois Tyler disse que queria minha mão logo após o jantar para o papai enquanto eu e David estávamos conversando. -Eduarda fala com a voz embargada pelo choro e fico em silêncio apenas a escutando, mas preocupada com a felicidade de minha irmã. -Mas depois David foi desesperado pedir minha mão e agora não sei o que papai vai fazer. -Termina ela de falar e começa a chorar novamente.
Como eu odeio isso de sempre escolherem por nós.
A puxo para mim e a abraço forte.
Me sinto péssima em vê-la mau dessa forma.
Eu amo Eduarda, faria tudo por ela e detesto vê-la assim.
-Eduarda se houver algo que eu possa fazer. -Digo preocupada e passo em mão em seus cabelos enquanto ela está com a cabeça em meu ombro.
Ela para de chorar e se afasta o suficiente e me fita com seus olhos verdes.
-Eu não sei se tem algo que possa fazer Evelyn. -Eduarda fala num sussurro triste.
-Você já dormiu? -Pergunto preocupada e a mesma diz que não com a cabeça. Me levanto e estendo minha mão para ela. -Vamos dormir um pouco pelo menos e quando acordarmos pensaremos em uma solução para isso. -Digo tentando convence-lá a dormir e ela pensa um pouco.
Após ela pensar um pouco ela se levanta e pego sua mão.
-Posso dormir com você? -Pergunta Eduarda enquanto seguimos para nossos quartos. 
Me lembro de quando éramos pequenas e quando chovia forte e tinha trovões e Eduarda sempre entrava no meu quarto no meio da noite e me acordava perguntando se podia dormir comigo. Eu sempre falava claro e deixava um espaço na cama para ela deitar. Algumas vezes quando era uma tempestade que não passava e não conseguíamos dormir nós duas saíamos de meu quarto e seguíamos até o quarto de Tobias.
  Saio de meus devaneios devido às boas lembranças e olho para ela.
-Claro. -Digo e dou um sorriso amarelo para ela.
Esqueço de meu pesadelo e d'água que vim beber. Nesse momento minha única preocupação é Eduarda.

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