Evelyn Narrando
-O por do sol é tão lindo. -Falo para Felipe olhando o por do sol.
Já faz um tempo que estamos em um parque após termos saindo de minha casa. Felipe é ótimo para fazer companhia quando não me dá aulas de montaria a cavalo.
-Verdade. -Afirma ele olhando o por do sol.
-Tenho que voltar para casa. -Falo e o olho.
-Verdade, já está ficando tarde. -Fala ele.
Nos levantamos da grama.
Sigo de volta para casa e Felipe me acompanha.
-Isso é tão estranho. -Falo assim que piso na calçada.
-O que? -Pergunta Felipe e olho em seus olhos verdes únicos.
-Você é mais humano do que havia pensado, pensei que vampiros como David eram únicos. -Falo e ele sorri.
-Nem todos são amargurados como Tyler. -Felipe fala e quebro o contato visual.
-Você e ele se conhecem da onde? -Pergunto a Felipe curiosa. O olho esperando ele falar. Ele respira fundo parecendo se lembrar de algo.
-Você percebeu. -Fala ele e dá um sorriso amarelo e percebo que eu deveria ter ficado quieta.
-Se quiser não precisa contar, foi muita intromissão de minha parte. -Falo um pouco sem jeito.
-A gente se conheceu há uns 80 anos. -Começa ele a falar. Ele percebe minha cara de chocada.
-Quantos anos você tem? -Pergunto curiosa.
-105. -Conta ele. Nossa e ele não aparenta ter mais de 30. -Eu conheço Tyler e David há muito tempo. -Conta ele com um olhar distante. -Éramos amigos, mas nos apaixonamos pela mesma mulher. -Fala ele e fico em silêncio.
Nossa. Que estranho, David, Tyler e Felipe se conhecem há 80 anos e se apaixonaram pela mesma mulher.
Será que ela é vampira e está viva?
-Qual o nome dela? -Pergunto achando que ela ainda está viva e me preocupo que essa mulher possa interromper a felicidade de Eduarda.
-O nome dela era Elizabeth. -Conta ele.
-Era? -Pergunto confusa ignorando a coincidência de que minha avó materna se chamava Elizabeth.
-Ela já morreu. -Fala ele e percebo que ele ainda deve amá-la e me pergunto se David e Tyler também a ama ainda. -Mas antes de morrer ela se casou com um humano e teve filhos. -Fala ele e me olha. -Ela teve com um humano o que eu não poderia dar a ela. -Conta ele e dá um sorriso amarelo.
-Ela morreu do que? -Pergunto curiosa querendo saber mais, afinal de contas não é todo dia que Felipe se abre dessa forma.
-Melhor falarmos de outra coisa. -Fala ele e olha para frente. De longe vejo minha casa.
Uma curiosidade me domina e me pergunto de que forma ela morreu, mas decido não perguntar mais pois isso deve relembrar coisas que ele não quer.