Borboletas
Evelyn Narrando
-Espero que tenha dormido bem. -Uma voz familiar fala me assustando enquanto estava sentada na cama me perguntando como raios vim parar neste quarto em tons vermelho.
Levanto da cama num pulo assustada e fito Tyler irritada tendo a prova de minhas suspeitas que era ele que podia estar por trás disso tudo. O olho, ele está ao lado da porta entre aberta e como sempre está lindo.
Por um momento sinto a angústia com certo nervosismo percorrer meu corpo pelo simples fato de a ultima coisa que eu lembro é de beber a bendita taça de champanhe que Tyler me ofereceu.
Eu deveria ter escutando Sam. -Penso irritada me sentindo uma tola por tê-lo ignorado.
-Você me sequestrou! -Afirmo irritada um tanto preocupada em suspeitar que ele está aprontando algo.
Tyler me fita sério com um olhar frio sem demonstrar algo o que faz com que eu tenha que respirar fundo me controlando para não fazer nenhuma bobagem pois afinal de contas ele ainda é um vampiro e eu apenas uma humana.
-Não lembro de te-lá sequestrada, na verdade você veio por vontade própria. -Diz ele em um tom cínico e o fito irritada sabendo que ele me drogou.
Tento assimilar as coisas e me pergunto o que havia naquela taça. Demoro alguns segundos para chegar a conclusão de que ele me drogou com seu sangue.
-Como você pode fazer isso comigo Tyler? -Pergunto alto deixando evidente o tanto que estou furiosa com ele.
Ele revira os olhos e depois me fita como se não tivesse feito nada.
-Evelyn não lembro de você reclamar de nada, você não se lembra? -Pergunta ele deixando a pergunta pairando no ar como se tivéssemos feito algo. Tyler se aproxima me olhando de forma estranha e para a um metro a minha frente.
-Tyler não ouse se aproximar mais! -O alerto brava na esperança de eu não cometer nenhuma loucura e dou uns passos para trás pensando em algo que eu possa usar para me defender.
-Está com medo de nós estarmos em um quartos sozinhos ou está com medo de saber o que fizemos noite passada? -Pergunta Tyler e sorri de lado satisfeito em me deixar aflita pensando na possibilidade de eu ter feito alguma bobagem.
-Tyler eu quero ir embora. -Falo um tanto desesperada me recusando a acreditar que fiz algo com ele.
-Você não é minha prisioneira e pode ir embora a hora que desejar. -Afirma Tyler e se afasta rumo a porta.
Lembro que não sei onde estou e nem como irei embora.
Bufo de raiva e sigo até onde está meu vestido e meu salto. Os pego rapidamente e os seguro com firmeza decidida a sair daqui logo.
-Aonde pensa que vai? -Tyler pergunta e se vira para me olhar.
-Vou embora. -Respondo sua pergunta ainda o olhando com fúria.
-E aonde pensa que vai com minhas roupas? -Pergunta ele se divertindo com a situação e olho para meu corpo lembrando que estou usando uma camisa e calça que provavelmente são dele.
-Depois as devolvo, não posso pegar um táxi usando esse vestido desses pois seria... -Não termino a frase pois Tyler me interrompe.
-Você não vai pegar nenhum táxi. -Fala ele sério de forma grossa e me pergunto qual é o problema dele.
-Não posso voltar a pé, caso tenha esquecido não sou vampira. -O retruco deixando evidente que ele não manda em mim. Noto que ele respira fundo.
-Eu a levo. -Conclui ele como se eu tivesse pedido algo.
-Não pedi que me levasse. -Falo seria recusando sua ajuda ou algo do tipo.
-Venha. -Pede ele como se eu fosse uma criança e permaneço parada no mesmo lugar. Ele bufa de raiva e se aproxima rapidamente.
Tento fugir dele, mas logo ele me segura pelos braços e me joga sobre seu ombro fazendo eu soltar meu vestido e salto.
-Tyler me solta! -Grito furiosa indignada não acreditando que no que ele está fazendo e tento sair de seu ombro.
Em um piscar de olhos ele sai do quarto e segue até onde deduzo que seja a garagem não deixando eu observar direito o caminho que ele segue devido a velocidade sobrenatural fazendo eu ver apenas borrões. Ele para ao lado de um carro e me coloca no chão.
Paro a sua frente e o fito furiosa esquecendo toda a educação que tenho.
-Quem você pensa que é? -Pergunto furiosa. Tyler me ignora e abre a porta do passageiro para eu entrar. -Já disse que vou de táxi! -Esbravejo irritada.
-Entra no carro Evelyn! -Grita Tyler e me fita de um jeito que faz com que calafrios percorram meu corpo.
Respiro fundo me controlando e mesmo que eu não queira entro no carro no lado do passageiro. Tyler fecha a porta e da a volta no carro rapidamente para entrar no lado do motorista. Ele entra no lado do motorista e logo em seguida liga o carro enquanto espera o portão da garagem se abrir. Olho pela janela do carro e vejo vários carros.
-Depois mando entregar seu vestido. -Assopra eles as palavras e sai em disparada sem dizer mais nada. O olho brava. Seus cabelos louros claros estão sobre os ombros e seus olhos azuis fita tudo de forma séria. Ele esta usando uma camisa de manga cumprida verde com gola V é uma calça jeans preta.
Respiro fundo e olho para o outro lado não acreditando que Tyler me drogou e depois me trouxe para sua casa. Certamente ele está tramando algo. -Penso o que está evidente.
Após um tempo noto que saímos da propriedade que fica a mansão de Tyler que é incrível inclusive.
Enquanto Tyler dirige com a atenção focada na estrada sinto meu estômago embrulhar. Quando penso que vou vomitar coloco a mão na boca para não vomitar no carro de Tyler.
-Tyler! -Falo alto assim que tiro a mão da boca sabendo que preciso sair deste bendito carro agora. Ele me olha curioso, porem ainda serio. -Para o carro agora! -Peço assim que sinto que não vou conseguir segurar mais nada em meu estômago. Rapidamente ele freia sem mais delongas. Assim que o carro para no acostamento abro a porta e saio rapidamente.
Sem segurar o que tanto luta para sair de meu estômago meu organismo o expulsa. Começo a vomitar e faço outra anotação mental que sou fraca para bebidas.
-Merda Evelyn! -Tyler fala parando ao meu lado fazendo menção de me ajuda, mas ergo a mão recusando sua ajuda. Me recomponho e respiro fundo, paço a mão na boca tentando me recompor ao notar que meu organismo apenas estava expulsando o que estava me fazendo mau. Respiro fundo sentindo que minhas energias estão voltando ao normal.
-Tenho que te levar para o medico. -Fala Tyler sério deixando uma pitada de preocupação transparecer através de seus olhos azuis.
-Apenas me leve para minha casa, já estou bem. -Falo séria fingindo não ter notado sua certa preocupação e entro de volta no seu carro, fecho a porta curiosa para saber se vomitei por causa da bebida ou por Tyler ter me drogado. Após um tempo Tyler da a volta no carro e entra no lado do motorista, ele liga o carro e continua o caminho. Olho a vista da janela o resto do caminho sem coragem de olha-lo.
Logo que noto que chegamos na propriedade de papai, percebo que com tudo o que houve faz um tempo que não pinto algo e nem mesmo leio um livro.
Tyler segue até a entrada logo que o porteiro permite nossa passagem. Ele para o carro na entrada principal e respiro fundo irritada com Tyler me preparando para lidar com mamãe e suas prováveis insinuações.
Abro a porta do carro rapidamente e sem me importar com o fato de eu estar descalça sigo até a entrada ignorando o vento gélido atingir meu corpo em cheio e fingindo que o chão não está tão gelado, e supondo que Tyler me segue não paro de andar. Ainda irritada com Tyler abro a porta sem vontade de esperar por algum funcionário abri-la e entro no hall de recepção rumo as escadas para subir para meu quarto.
-Evelyn espere. -Tyler pede de um jeito que parece mais uma ordem devido ao seu tom autoritário. Paro de andar, mas não por causa de Tyler, e sim por causa de mamãe descendo os degraus da enorme escada.
Mamãe me olha séria e prevejo que terei que aguentar alguns de seus dramas. Ela esta usando um vestido cinza de manga cumprida com alguns detalhes com um salto alto preto, seus cabelos louros estão soltos sobre os ombros e noto que apesar de estar arrumada ela não esta usando muitas joias. Vejo que ela segura em sua mão direita uma revista e deduzo que ela estava fazendo suas futilidades matinais quando acorda cedo.
-Ellen bom dia. -A voz de Tyler soa atrás de mim e quando percebo sinto sua mão gélida em meu braço esquerdo fazendo eu sentir varias coisas estranhas que nunca havia sentido.
Olho para Tyler ao meu lado contendo a vontade de gritar com ele e pergunta o que raios ele pensa que está fazendo agora.
-Havia pedido para você me trazer até em casa, mas não lembro de ter pedido para que ficasse. -Falo séria num sussurro na esperança dele enfim me deixar em paz um momento para saber e ter certo domínio sobre o que ele está fazendo comigo no momento. Nossos olhares se encontram e sinto algo estranho percorrer meu corpo e algo em mim o deseja.
Me repreendo mentalmente e me afasto apenas o suficiente de Tyler sabendo que ele apenas quer meu sangue e que não posso me permitir a nutrir tais desejos ou sentimentos por ele.
Olho para mamãe que está próxima do final da escada.
-Espero que haja uma explicação para vocês terem sumido ontem e uma boa explicação para que você tenha chegado esse horário em casa. -Mamãe fala para mim e me fita séria de cima a baixo provavelmente se controlando na frente de Tyler. Ela fita Tyler. -Meu marido o espera no escritório, suponho que já saiba o que seja. -Mamãe fala para Tyler em um tom de voz sério tentando soar calma e elegante.
-Tenho assuntos a tratar com Jonhson, se me derem licença. -Tyler fala se afastando e segue até onde o escritório de papai fica.
Sem vontade de falar algo para mamãe ou tentar explicar que não tive culpa de nada sigo até a escada e subo os degraus passando por ela rumo ao meu quarto. Quando eu chego ao corredor sigo até meu quarto e o barulho do salto de mamãe deixa evidente que ela me segue. Abro a porta e entro em meu quarto, logo percebo que ele está como antes.
-Me diz que você não dormiu com Tyler! -Mamãe fala irritada e a olho incrédula me perguntando se ela está bem para pensar tais coisas sobre mim. Penso em quais palavras usar.
-Eu não dormi. -Minto sem saber o que aconteceu de fato, porem tentando soar verdadeira olho mamãe nos olhos enquanto tento me convencer que não fiz nada com Tyler.
Raios! Eu nem sequer consigo lembrar de nada. -Penso angustiada tentando não demonstrar nada para mamãe que me analisa de um jeito um tanto assustador.
Mamãe respira fundo e coloca a mão na cabeça e a revista em sua mão me chama a atenção.
-Evelyn você deveria ter ficado distante de Tyler, eu já falei com você a respeito disso, o que Paulo irá pensar quando ver isto. -Mamãe fala e me estica a revista que segura porém não olho a capa devido ao fato dela insistir de eu ter algo com Paulo.
-Mamãe eu não pretendo ter nada com Paulo. -Retruco um tanto incomodada por mamãe novamente mencionar Paulo.
-Depois disso talvez ele que não vai querer mais nada com você mesmo. -Mamãe fala se referindo a revista e a olho sem entender.
Olho para a capa da revista e levo um susto ao ver uma foto que fora tirada na qual estou tão próxima de Tyler que parece que vamos nos beijar.
-O que é isso? -Pergunto boquiaberta surpresa e pego rapidamente a revista de sua mão para ver de perto. Vejo uma foto minha e de Tyler e que nós somos a manchete principal de uma das revistas mais famosas de Londres.
Leio a manchete em pensamento: "Evelyn Green, herdeira do império Green e Tyler Wells podem estar planejando outro casamento entre famílias. Eduarda Green e David Wells já estão de casamento marcado e Evelyn e Tyler certamente serão os próximos a marcarem a data do casamento. -Paro de ler um tanto chocada e abro rapidamente nas paginas que estão falando de mim e de Tyler. Vejo algumas fotos nossas, desde nós saindo de casa e entrando no carro de Tyler, depois vejo fotos de eu entrando na casa de Tyler entre outras fotos.
Fora o Tyler! Como ele pode fazer! -Penso o óbvio furiosa com ele e sem entender o que ele quer com isso.
O que será que ele pretende com tudo isso? -Me pergunto um tanto receosa sabendo que ninguém vai acreditar que eu estava sob o efeito do sangue de um vampiro e que eu não era eu naquele momento.
Fecho a revista rapidamente e sigo até a poltrona próxima da lareira. Sento na poltrona e coloco a revista sobre a mesinha ao lado. Passo a mão nos cabelos me sentindo tola por ter aceitado a bendita taça de champanhe de Tyler.
Respiro fundo e fito mamãe um tanto envergonhada sem saber o que falar. Não irá adiantar eu negar falando que não tinha domínio sobre minhas atitudes noite passada pois certamente ela irá me culpar por não ter bebido com cuidado ou algo do género.
-O estrago está feito e a mídia ainda está falando disso. -Mamãe fala tentando soar calma e noto que ela está pensando em algo como se tivesse preocupada. -Eduarda esperava ser a manchete principal, e quando ela acordar e pedir para alguma empregada arrumar uma revista para ela certamente ficará desapontada com você. -Mamãe fala sua opinião sem se preocupar de fato comigo. Respiro fundo sabendo que é verdade e que para Eduarda sempre fora importante ser o centro das atenções.
Lembro que isto era importante para Eduarda, porém não fora minha intenção ser a manchete principal junto de Tyler.
-Mamãe eu... -Começo a falar sem jeito e me levanto. Dessa vez ela me olha decepcionada.
-Eu não deveria ter deixado você sozinha com Tyler, mas não esperava isso de você. -Mamãe fala me interrompendo em tom rancoroso. Ela se recompõe. -Tome um banho pelo menos e vista algo apropriado. -Diz ela dando o assunto por encerrado e segue até a porta.
Mamãe sai do meu quarto e fecha a porta logo em seguida me deixando a sós com meus pensamentos.
Continuo olhando a porta do meu quarto pensando no que fazer ou no que falar para Eduarda quando ela perceber que não foi a manchete principal da revista que ela tanto gosta.
[...]
( CAVALOS: Impossível não amar. )
Trovão
Evelyn Narrando
-Tobias! -Chamo por Tobias assim que o vejo caminhando até o hall de recepção. Ele para de andar e se vira para me olha. Desço os degraus da escada rapidamente e sigo até ele.
Fiquei no meu quarto tempo o suficiente depois que tomei um banho após saber da atual notícia que anda circulando Londres. Eduarda desde que acordara não me procurou para conversar e suponho que ela esta irritada ou magoada comigo, não sei ao certo pois ela está me evitando de fato. Como eu poderia falar algo em minha defesa? Eu que fui idiota ao não tomar cuidado com Tyler e não sei o que falar para ela.
Tenho certeza que se eu ir andar a cavalo irei ter alguma ideia do que fazer.
Só de pensar em cavalgar e sentir o vento sobre meu rosto esqueço de tudo que me ronda.
Assim que me aproximo de Tobias vejo que ele não está bem, talvez esteja escondendo algo de mim e pode ser que ele não esteja decepcionado comigo ou algo do género. -Penso aflito sabendo que ele também pensa que eu e Tyler provavelmente temos algo.
-Evelyn agora não. -Tobias fala de mau humor e percebo que não é nada haver comigo e sim com ele e Safira. Me aproximo mais dele e fico a sua frente.
-Você e Safira estão bem? -Pergunto curiosa me sentindo mau por eu ter apenas se preocupado com meus problemas sendo que Tobias também tem seus problemas.
O olho enquanto aguardo sua resposta. Ele respira fundo e passa a mão em seus cabelos louros deixando evidente que está pensando no que falar.
-Acho que nunca vou entendê-la, ontem estávamos bem até eu propor um compromisso sério. -Tobias começa a desabafar sem mais delongas e o olho surpresa suspeitando que meu irmão fora abduzido por um Et por estar falando em compromisso. Penso no que falar.
-Tobias talvez ela precise de um tempo para assimilar pois afinal de contas ambos são diferentes em todos os sentidos, ela já viveu séculos e você é humano e talvez ela tenha medo de você a deixar uma hora por não querer se transformar e ela ficar sozinha. -Dou minha opinião e Tobias me olha atento apesar das minhas palavras firmes e sinceras. O silêncio predomina e percebo que deveria ter dito outra coisa ao invés de ter dado minha opinião de fato.
-Obrigada Evelyn. -Tobias fala e me puxa para um abraço me surpreendendo e sinto um alívio em saber que ele não se irritou com o que eu disse. O abraço de volta sabendo que era algo que ele precisava ouvir, Tobias sempre foi um ótimo irmão e sempre esperou ouvir a verdade minha e vice versa, com ele posso falar minha opinião sobre as coisas que sei que ele vai tentar entender. Ele me solta e me afasto apenas o suficiente.
-Você poderia me levar na onde tenho aula de montaria? -Pergunto torcendo para que ele me leve pois afinal de contas faz um bom tempo que não vejo Trovão e preciso falar com Felipe para tentar entender o porque que Tyler tem assuntos com ele.
Talvez se eu me ocupar eu não fico tão aflita tentando lembrar de algo que eu possa ter feito noite passada e quando eu voltar tem grandes chances de Eduarda querer me ver.
-Sim. -Responde Tobias com seu humor um pouco melhor e sorrio para ele sabendo que somente o fato dele não me julgar já está bom. -Vamos? -Pergunta ele e quando dois seguranças se aproximam Tobias os olha sério. -O que significa isto? -Pergunta Tobias um pouco irritado com a aproximação dos seguranças por mencionarmos em sair.
-Senhor temos ordens de acompanhar a senhorita Evelyn ao sair para a segurança dela. -Fala um dos seguranças e o olho com uma sobrancelha arqueada contendo minha vontade de falar alguma bobagem.
-Ela vai comigo e voltará comigo, eu sei cuidar de minha irmã. -Tobias fala sério incomodado pela intromissão dos seguranças e pega minha mão. -Agora vamos. -Fala Tobias satisfeito como uma típica criança mimada e seguimos até a porta. Um empregado abre a porta e saímos rumo ao seu carro e sinto uma certa liberdade percorrer meu corpo em sair sem segurança.
Tobias solta minha mão e abre a porta do carro para eu entrar. Entro rapidamente e vejo que o carro de Tyler está no mesmo lugar de antes, ou seja ele ainda está falando com papai e apenas torço para que eu não seja o foco desta conversa.
Tentando não pensar tanto em Tyler olho para Tobias que da a volta no carro e entra no lado do motorista.
-Não gosto do fato de papai ter contratado tanto segurança. -Fala Tobias e começa a dirigir rumo ao portão. -Especialmente pelo fato de alguns deles terem sido sugeridos por Tyler. -Continua Tobias e o olho surpresa.
-Tyler ajudou papai a escolher novos seguranças? -Pergunto sabendo que isso deve fazer parte dos planos de Tyler e ainda olho para Tobias enquanto passamos pelo portão.
-Sim, pensei que soubesse. -Fala Tobias e me olha rapidamente, logo em seguida volta a atenção para a estrada. -Você não deveria ficar longe do trovão por enquanto? -Pergunta Tobias preocupado mudando o foco da conversa e demoro para lembrar que ele ainda pensa que meu ferimento deve estar cicatrizando.
-Não, já estou melhor e caso tenha esquecido sempre fui boa em cicatrizarão. -Minto me odiando por dentro por não conseguir falar a verdade para Tobias. Noto que o convenci e olho a vista da janela do carro tentando apenas pensar na saudade que estou de ver Trovão, por alguma razão senti uma vontade inexplicável de ver Trovão, talvez eu esteja ficando louca, mas algo em mim precisa vê-lo.
A maior parte do caminho é feita em silêncio.
-Havia esquecido que aqui era longe. -Tobias fala quando estamos próximos da onde faço aula de montaria.
Olho para a cavalariça e sinto a ansiedade me dominar em saber que enfim vou poder andar a cavalo.
Assim que entramos na propriedade que é de Felipe vejo uma viatura e um carro de veterinário.
-O que será que houve? -Pergunta Tobias enquanto estaciona. Olho curiosa para a cavalariça querendo saber o que houve.
Assim que o Tobias para o carro abro a porta e saio rapidamente rumo a cavalariça por pensar na probabilidade de ter sido algo com Trovão.
-Evelyn espere! -Pede Tobias preocupado e sinto um aperto no coração em pensar que pode ter acontecido algo com Trovão.
Sou interrompida de entrar na cavalariça quando Felipe surge do nada a minha frente.
-Evelyn pare. -Pede Felipe e o olho, seus cabelos ruivos estão como sempre e mesmo com a barba a fazer ele continua lindo. Em seus olhos acizentados vejo um olhar aflito com misto de pena e suspeitas de algo ter acontecido com Trovão preenche minha mente.
-Felipe o que houve? -Pergunto com a voz trêmula e Felipe respira fundo em silêncio. Desvio dele e tento continuar meu caminho, mas Felipe segura meu braço.
-Melhor você não entrar aí. -Fala Felipe tentando não demonstrar que está triste e minhas suspeitas de algo ter acontecido com Trovão são confirmadas.
-Eu tenho que vê-lo! -Falo alto criando forças da onde numa pensei que tinha.
Olho para Tobias que se aproxima e deduzo que ele já falou com um dos policiais. Vejo tristeza em seu olhar e fito Felipe irritada por ele ainda estar me impedindo de ir ver Trovão. Relutante Felipe solta meu braço e sem pensar duas vezes corro para dentro da cavalariça desviando de um policial rumo aonde Trovão sempre fica.
Paro de andar assim que paro na frente onde Trovão fica. Com a mão trêmula abro a cerca de madeira e sinto que meu coração vai sair pela boca de tamanha dor ao ver Trovão deitado no chão com os olhos entreabertos.
-Trovão não. -Falo com a voz embargada pelo choro e lágrimas saem de meus olhos enquanto não consigo fingir que está tudo bem.
Aproximo de Trovão e me abaixo para olhá-lo de perto com cuidado sem movimentos bruscos. Pouso minha mão sobre sua barriga e sinto que ele respira com dificuldade e as batidas de coração estão fracas.
-Quem fez isso com você? -Pergunto chorando e paço a mão em sua crina preta como se ele pudesse me responder. Ele me olha com os olhos lagrimejados. -Você foi o melhor cavalo que eu já tive a honra de me aproximar. -Falo com a voz ainda embargada pelo choro e sorrio ao lembrar de quando o vi pela primeira vez. -Desde que o vi pela primeira vez eu soube que era especial, ninguém tinha coragem de montar em você pois você fazia questão de não permitir, mas comigo fora diferente e eu diria que fora você quem me escolheu. -Digo emocionada ainda passando a mão em sua crina.
-Evelyn eu sinto muito. -Tobias fala se aproximando e não tiro os olhos de Trovão. Tobias se ajoelha ao meu lado e pousa a mão sobre minha costa.
-Descobriu algo? -Pergunto sabendo que Trovão não poderia ficar doente do nada pois ele sempre fora forte e saudável. Sinto que Tobias hesita em falar e não preciso olhá-lo para saber que alguém fez isto com Trovão.
-Ele foi envenenado, os veterinários não dão mais de alguns minutos de vida para ele. -Tobias responde minha pergunta e sinto como se um pedaço meu fosse arrancado a cada palavra sua. -Na verdade eles não sabem como que ele ainda está vivo. -Diz Tobias e sinto que Trovão queria se despedir de mim e a vontade de vê-lo do nada era a previsão de que eu precisava vir aqui hoje.
Respiro fundo tentando não surtar suspeitando de quem fez isso queria me atingir e conseguiu.
A única pessoa que poderia querer me atingir de fato seria Celeste, mas se ela soubesse que eu sou a sucessora de Sofia já teria me matado, então porque ela fez isso? Será que fora por causa de Tyler? -Me pergunto entre as lágrimas culpando de fato Celeste.
Entre o choro e soluço decido no momento focar apenas em Trovão que fora meu cavalo nos últimos 3 anos, o abraço e pouso minha cabeça com cuidado sobre sua crina macia e passo a mão em sua orelha. Sinto sua respiração pesada como se ele respirasse com dificuldade e opto por ficar ao seu lado até seu último suspiro.
Tobias respeitando minha dor não fala nada e apenas fica nos olhando talvez sem saber o que falar ao certo.
Como se Trovão soubesse que vai morrer a qualquer instante ele me olha novamente e em seu olhar vejo uma dolorosa despedida.
[...]
Entro em casa acompanhada por Tobias e Felipe, mamãe caminha vindo em nossa direção rapidamente.
Limpo algumas lágrimas que caem de meus olhos.
-Por que saiu sem os seguranças, esqueceu o perigo que está Londres. -Mamãe me repreende, mas ao notar meu semblante me olha preocupada e percebo que ela já sabe da morte de Trovão.
Vejo Tyler vindo em nossa direção, porem fito mamãe.
-Mamãe agora não. -Tobias pede num sussurro para mamãe.
-Tudo isso por causa de apenas um cavalo? -Mamãe pergunta incrédula sem se importa de fato com suas palavras. -Seu pai pode comprar mais dez cavalos da mesma raça Mustang e da mesma cor Evelyn. -Continua mamãe a falar como se Trovão fosse apenas um objeto e que possa ser substituído facilmente.
Continuo em silêncio na esperança que mamãe me deixe em paz e me contendo para não falar nada respiro fundo me controlando.
-Felipe já pode ir, eu vou ficar bem. -Falo e olho para Felipe que fita Tyler um tanto irritado e como estou abalada pela morte de Trovão não perco tempo para me preocupar com suas suspeitas de eu ter algo com Tyler.
-Irei mantê-la informada sobre as investigações. -Felipe fala se despedindo com um olhar frio e segue até a saída.
-Preciso ficar sozinha. -Falo num sussurro para Tobias e ele deposita um beijo em minha testa respeitando minha decisão.
Sem olhar para mamãe ou Tyler sigo até minha sala de pintura pois sei que terei paz lá.
-O que foi? -Escuto mamãe pergunta a Tobias como se não tivesse falado nada de mais.
-Mamãe você ainda tem coragem de perguntar o que foi? -Pergunta Tobias irritado com mamãe e sem me preocupar se eles vão brigar ou não continuo meu caminho até minha sala de pintura.
Paro na porta da minha sala de pintura, e a abro. Entro nela e antes de fechar a porta Tyler surge me impedindo de fechar a porta.
-Tyler agora não por favor. -Peço cansada sem forças para brigar com ele. Sem se importa com o que pedi ele entra sem meu convite na sala de pintura e me afasto dele rumo ao sofá branco em um canto da parede. Ele fecha a porta e se aproxima.
Paro e olho um dos meus quadros prediletos em que pintei um retrato de Trovão e fiz questão de deixá-lo pendurado na parede.
Sinto novamente uma vontade imensa de chorar.
-Já tive um grande amigo também, ele era um puro sangue inglês chamado eclipse. -Tyler fala parando ao meu lado. Não o olho, apenas seguro o choro estranhando o fato de Tyler estar ao meu lado falando de um cavalo justo agora. -Isto foi à tantos anos, pena que cavalos não podem ser imortais também. -Tyler continua em um tom de voz distante e o olho. -Ele era o cavalo mais veloz que já tive, e mais leal do que ele impossível. -Afirma e sorri fraco. -Certamente existe um lugar para os cavalos, onde eles podem correr livremente de maneira selvagem sem se preocupar com a demora do dono voltar. -Diz ele e sorri novamente. Quando noto um sorriso surge em minha boca. Tyler me olha e respiro fundo não acreditando que apesar de tão poucas palavras foram capazes de me consolar. Uma lágrima sai sem minha permissão e Tyler pousa sua mão sobre meu rosto. O olho nos olhos.
Não me movo para afastar sua mão gélida de meu rosto. Ele me olha nos olhos sem expressar qualquer sentimento e me perco no azul solitário de seus olhos que sempre me deixou estranha por esquecer tudo ao redor.
-Tyler é melhor você ir. -Falo num sussurro tentando me recompor e ele limpa a lágrima que sairá de meu olho.
Tyler se aproxima e acho que sinto as benditas famosas borboletas no estômago. Não me movo, mesmo que uma parte minha grite para eu me afastar dele enquanto ainda tenho chance de não me apaixonar.
Sinto sua respiração próxima de meu rosto e meu coração acelera. Não me movo, deixando evidente que espero o seu beijo de forma ansiosa.
Talvez ainda drogada por seu sangue permito que ele se aproxime mais e deixo que ele cole seus lábios aos meus.
O beijo e sinto meu coração bater mais rápido. Sinto suas mãos em minha cintura e pouso minhas mãos sobre seu ombro. Enquanto o beijo sinto que se nada mais importasse e uma estranha sensação me invade como se já o tivesse beijado.
Paro o beijo rapidamente, porém não me afasto dele e nem faço menção para que ele me solte.
-Nós já nos beijamos antes? -Pergunto em duvida com a voz um tanto abafada e olho nos seus olhos. Vejo surpresa no olhar de Tyler como se ele não esperasse por isso.
-Não é possível que você tenha se lembrado. -Fala Tyler com um olhar confuso e lembro de que ele me drogou.
Saio de seus braços rapidamente e o fito irritada me sentindo estranha e o culpando por tal beijo e do fato dele ter me drogado.
-Evelyn agora você está consciente e não a beijei a força. -Afirma Tyler se aproximando. -Você quis me beijar o tanto quanto eu quis beija-la, não negue. -Pede Tyler e em seus olhos azuis vejo que ele está confuso enquanto luta contra algo dentro de si mesmo.
Respiro fundo sabendo que não posso culpa-lo por eu também ter o beijado.
Raios! Meu primeiro beijo fora com Tyler, porém nem sequer consigo lembrar. -Penso irritada um tanto confusa querendo entender o que Tyler está fazendo com minha mente.
-Tyler você ainda vai me deixar louca. -Falo irritada e me afasto quando ele faz menção de se aproximar de mim novamente.
-Evelyn você sente algo por mim, não adianta negar. -Fala Tyler satisfeito consigo mesmo como se tivesse ganhado o mundo.
-Isso foi um erro, estou abalada e você se aproveitou da situação, não se repetirá. -Falo tentando soar seria enquanto luto para ficar longe dele. Fecho os olhos e respiro fundo. Após alguns segundos abro os olhos e vejo que Tyler ainda não fora embora e olha alguns de meus quadros.
-Já fez o retrato de uma pessoa? -Pergunta Tyler puxando assunto e olho para a pintura de Trovão. Sabendo que Tyler não vai deixar em paz opto por não expulsa-lo da minha sala de pintura.
-Não, acho que apenas fiz o retrato de Trovão. -Respondo sua pergunta surpresa comigo mesma por ainda estar falando com Tyler depois do que acabara de acontecer.
Tyler me olha e se aproxima. Desta vez não me movo devido a vários pensamentos confusos. Ele para a minha frente.
-Eu sinto muito pelo o que houve com Trovão e prometo que vou descobrir quem fez isto com ele. -Fala Tyler decidido e o olho supresa não acreditando por completo em sua palavra.
-Tyler tenho certeza que a polícia está fazendo o possível para achar o culpado. -Falo recusando sua ajuda e não falo que já tenho minhas suspeitas de quem fez isso.
-Não estou pedindo sua autorização. -Fala Tyler em um tom frio e se afasta. -Descance, você deve estar cansada. -Sugere Tyler e me pergunto se ele realmente esta sendo verdadeiro ou se está apenas fingindo.
Continuo parada no mesmo lugar e vejo Tyler sair da minha sala de pintura. Passo a mão no rosto cansada e confusa sem saber o que fazer.
Tyler não é confiável, mas algo em mim o quer e não há como negar. -Penso frustada sabendo que este beijo apenas piorou minha situação.
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