O Ódio Se Transforma em Amor
https://youtu.be/22hcfrj8xQU
No momento em que Clementine entrou naquele barco junto com Violet e A.J., ela já sabia que veria aquela garota ruiva. Aquela, que desde o primeiro momento, a fez paralisar por completo.
Quando Minerva bateu os olhos em Violet, não sentiu nada mas Clementine fazia seu coração arder de ódio.
— O que vocês estão fazendo aqui? — a ruiva pergunta, apontando a flecha para a garota a frente, que era Clementine.
— Minerva, nós precisamos de você! — Violet pedia, clamando a ajuda da garota.
— Sim, Violet. Pelo Tenn, pela Violet.
Mal sabia Clementine que Minerva nem ao menos ligava para Violet.
— Não, eu não vou trai-los! — Minerva reluta, ainda com a flecha de pé.
— Tenn disse que te perdoa. — Clementine revela o que o garoto pediu para que ela falasse para Minnie.
— E-eu... — o braço de Minerva estava trêmulo, e ela estava insegura.
— Ora, ora, ora... — Lilly os vê, chegando no cômodo que eles estavam. — Vamos, Minnie. Se lembra quando a Soph foi desleal?
— E-eu sei, Lilly. — a garota ainda estava confusa.
— E você se lembra o que você fez quando ela foi desleal. O que você fez, Minnie? — a mais velha provocava todos os sentimentos dentro de Minerva.
— Eu matei ela. — Minerva franze o cenho, tentando ser forte, enquanto sua cabeça era apenas um furacão.
— Minnie? Você teve coragem de matar a Sophie? — Violet perguntava, incrédula.
— Mas ela não era sua irmã, Minerva? — Lilly continuava sendo cruel com Minerva.
— Você é um monstro, Lilly! — Clementine grita, julgando a mulher, pois sabia que ela queria a torturar com isso.
Minerva gostava de Clementine defender ela, afinal, Minnie sentiu muita dor por ter que fazer aquilo. Mas ao lembrar que nada traria sua irmã de volta, ela tinha ódio de qualquer um que se opunha à seu grupo.
— Cala a boca, Clementine. Você não sabe de nada! — Minerva se coloca sobre si mesma.
— Minnie, você não pode ter se tornado esse monstro! — Violet culpava Minerva.
Minerva sentia ódio de qualquer um que a culpava pela morte de sua irmã, na sua cabeça, Sophie procurou a sua própria morte.
— I-isso não é culpa minha... — Minerva fala para si mesma.
— Minerva, você vai ter que fazer isso, de novo. Primeiro a irmã, agora você precisa atirar na sua namorada. — Lilly ditava as regras.
— Minnie, não! — Violet grita.
— Faça isso, Minerva! — Lilly ignora o grito da loira.
Minerva fecha os olhos, sentindo aquela sensação de novo. A sensação de uma vida em suas mãos. Mas, de repente, um forte barulho, Lilly não estava mais viva. Clementine a matou.
— Vamos, Minerva. Você não tem que fazer mais isso. — Clementine a olha, ao ver que seu tiro foi certeiro.
— V-você matou ela...? — As mãos de Minerva voltam a ser trêmulas
— Eu tive que fazer isso. Era ela ou a Violet. — Clementine tentava se explicar.
— Eu deveria cravar uma flecha na sua cabeça, agora. — ela a ameaça com a flecha, levantando-a.
— Deveria? — Clementine dá um passo a frente, a desafiando.
— Clem, não faça isso! Ela matou a própria irmã. Não vai lhe custar nada lhe matar também. — Violet grita, com medo de ver a garota morrer, ainda julgando Minerva.
— Ela não vai me matar, Vi. — ela continuava com sua confiança.
— Vai se foder, Clementine. — Ela volta a franzir o cenho, ainda com a arma na mão.
Clementine dá um sorriso cínico e tira a arma da mão de Minerva.
— Porque vocês não vão ver o Louis? — Clementine fala com Violet e A.J., mas continua encarando Minerva.
— O-okay... — a loira concorda, indo até as celas e deixando as garotas sozinhas.
Minerva tinha muita vontade de matar Clementine, por destruir seu grupo. Mas algo lhe impediu de matá-la, quando pôde.
— Eu te odeio, Clementine. — a garota vai para cima de Clementine.
Clementine jurou que Minerva lhe bateria e estava pronta para se defender, mas quando a garota sentiu os lábios de Minerva sobre os seus, a sensação foi outra... Diferente e única.
— M-Minerva? — Clementine se separa do beijo, confusa.
— Eu ainda te odeio. — A olha fixo.
— Eu tenho que ver o Louis. E... ver como A.J. está. — Clementine coça a nuca, envergonhada.
Minerva não a impede de ir. Quando Clementine se aproxima de seus amigos, ela só consegue ver a boca de Louis sangrando, quando o barco balança bruscamente, por conta da bomba.
— Saiam daqui, agora! — Minerva grita, deixando-os fugir.
— Minnie, eu não posso te deixar aqui. Você errou muito, mas... — Violet demonstra compaixão pela garota.
— Eu resolvo com ela, Violet. Por favor, saia desse barco. — Clementine segura o pulso de Violet, olhando em seus olhos.
— Estou contando com você, Clem. — Violet olha para baixo, triste por não poder ajudar em mais nada.
Violet corre, em direção à saída do barco. Clementine se vira para Minerva e a vê matando um membro de seu grupo.
— Obrigada, Minerva. Você não nos matou, poderia ter feito isso, mas não fez. Você precisa vir com a gente. — Clementine se aproxima da ruiva, com uma expressão de esperança.
— Nem todos vão sobreviver. Eu vou ficar aqui. A noite vai acabar logo. — Minerva se senta no chão, agarrando suas pernas.
— Minerva... — Clementine tenta se sentar do lado da garota no chão, mas Minerva aponta a arma com a flecha para ela.
— Eu te disse para sair daqui, não vou repetir, Clementine. — Seus braços eram fracos, e sua mente confusa, mas a maior arma de Minerva era a ameaça.
— Vem junto comigo, você é forte e vai conseguir. — Ela segura a arma de Minerva, mas ela não abaixava.
Minerva larga a arma e beija Clementine novamente. A morena tinha medo de ser uma despedida, e Minerva se recusar de ir com ela, mais uma vez. Quando o beijo acaba, Minerva olha nos olhos de Clementine, brava.
— Vamos embora dessa porra. — Minerva se levanta, com sua arma nas mãos.
Clementine sorri e ambas correm para o fim do barco. Quando elas estavam mais próximas da saída, o barco se vira. Clementine se segura numa barra de ferro e segura Minerva que estava prestes a cair na água.
— Eu te disse, Clementine. Você é a culpada disso. — Minerva grita.
— Nem adianta, eu não me sinto culpada. — Clementine segurava forte a mão da ruiva.
— Essa é a sua chance, me deixe cair e eu nunca mais vou matar ninguém. Por favor, eu nunca me perdoei de verdade por ter matado a Sophie e sempre coloquei a culpa nos outros. A noite está perto de terminar, Clementine. Me deixe no amanhecer, estou cansada dessa escuridão. — A garota sente as lágrimas brotarem em seus olhos.
— Você não pode desistir assim, Minerva. A Violet, o Tenn! — ela lhe dá razões para continuar.
— Eu não sinto mais nada pela Violet. — ela reluta. — Cuide do Tenn por mim, eu sei que ele deve gostar de você.
Minerva solta a mão de Clementine. A morena não aceita perder ela assim e solta a barra de ferro.
Clementine consegue nadar e pegar Minerva, que se afogava lentamente. Minerva reluta em sobreviver com Clementine, mas acaba se apoiando na garota.
— Idiota. — Minerva olha para Clementine, que nadava com persistência.
Clementine consegue chegar na margem e deixa Minerva a salvo.
— Você ainda me odeia? — Clementine pergunta ofegante.
— Mais do que você imagina... Por que fez isso? Eu apontei uma flecha na sua cara! — estava confusa por isso.
— Mas você não atirou... Por que não atirou? — Clementine responde com outra pergunta.
— E-eu não sei, Clementine. Algo me provoca em você. — Ela evita os olhos de Clementine.
— Por isso você me beijou? — A olha.
— Talvez, ainda não sei. — Minerva não parecia ter, realmente, uma resposta para isso.
— Bom, vamos voltar para o internato? — Clementine pergunta, já recuperada.
— O que? Não! Eu não vou voltar pra lá. — Minerva se levanta do chão e respira fundo.
— Mas...
— Se quiser ir, você pode voltar para os seus amigos. — Ela fica de costas para Clementine.
— Eles são seus amigos também. Você não sente saudade do seu irmão? — Clementine pergunta, porque sabia que Minerva amava seu irmão.
— Sinto, mas eu imagino como me julgarão. Nem todos são como você, Clem. — Ela se vira de volta para a morena.
— Então, qual seu plano? — Clementine pergunta, cruzando os braços.
— Eu sei me virar, Clementine. — A garota se prepara para correr.
Minerva vai embora, antes que ela possa responder, deixando a garota triste. Ela se pergunta como chegará até o internato, sozinha...
Ela ouve o barulho no mato, atrás dela, e se vira, pegando sua faça em seu bolso. Ela relaxa quando vê a face de Violet, acompanhada por Louis e A.J.
— Clem?! Que bom que você está bem! E... viva. — Violet abraça a morena, sorrindo.
— Louis, sua língua! A.J., você está bem? — a garota pergunta, ainda nos braços de Violet.
— Estou sim, Clem. — o garotinho responde, sorrindo.
— Clem, o que houve com a Minnie? — Violet não gostava de falar assim, mas tinha que ser realista.
— Ela... sobreviveu, não se preocupe. — Clementine era calma, pelo menos, tentava estar.
— Se ela sobreviveu, por que não está aqui? — A expressão de Violet era triste.
— Ela não quis vir, eu insisti, mas ela não quis. — Olha para baixo.
— Eu sabia. Droga, Minerva. — Violet encara o chão, franzindo o cenho.
— Ehr... onde estão os outros? — A morena coça a nuca.
— Já voltaram para o internato, Tenn iria amar ver Minnie... Mesmo que ela tenha matado Soph... — a garota estava triste ao dizer isso.
— Temos que voltar, os zumbis podem chegar! — A.J. se manifesta.
— Ele tem razão. Vamos, Clem. — A garota pega o pulso de Clementine, levando-a para o internato.
...
Naquela noite, Clementine teve pesadelos com Minerva, aquilo lhe atormentava. Mas depois de semanas, Clementine teve paz novamente, quando viu o rosto de Minerva, lhe acordando em seu quarto.
— Minerva? — A garota sentia estar sonhando.
— Como você me trouxe aqui, eu não sei. Mas preciso que venha comigo. — ela falava baixo, já que A.J. dormia na cama ao lado.
— O que? Eu não posso largar o A.J., meus amigos... — Clementine nega o convite de Minerva, muito confusa
— Eu não faria isso por ninguém, se eu voltei até aqui, é porque algo dentro de mim me trouxe. Você não pode negar isso assim.
— Minnie, eu não posso abandonar o A.J. assim! — Clementine lutava pela pessoa mais importante para ela.
— E-eu... preciso se você. Essas noites, eu só pensava em você, no seu beijo. Por favor, não me deixe voltar sozinha. — Minerva estava falando sério, e aquela voz era do seu interior.
— Eu prometi cuidar do A.J., eu gosto de você, mas jamais descumpriria minha promessa. — ela persiste.
— Nunca pensei que diria isso, mas se quer tanto assim esse garoto... Ele pode vir com a gente. — Minerva suspira.
— Okay, mas... você não quer levar o Tenn? — Ela se senta na cama.
— Eu conheço meu irmão, ele não vai abandonar seus amigos. — a garota parece triste por não poder levar seu irmão. — É hora de ir, Clem.
Clementine assente e vai até a cama de A.J., sacudindo-o devagar.
— A.J.? A.J., acorde... — a garota o chama.
— Clem? A noite já acabou? — o garoto pergunta, esfregando seus olhos.
Minerva sorri ao ouvir a frase de A.J., por algum motivo, que Clementine desconhecia, a ruiva gostava daquela frase.
— Vem comigo, bobalhão! — Ela pega a mão dele, sorrindo fraco.
Clementine coloca A.J. de pé, pronto para partir.
— Para onde vamos, Clem? — O garoto estranha a presença de Minerva, mas acha melhor não mencioná-la.
— Sem perguntas agora, A.J. — Pega a mão do garotinho.
Minerva abre a porta do quarto, sem tempo para enrolação. Mas quando eles podem ver o outro lado da porta, lá estava Violet.
— Minnie? — a garota estranha a presença da ruiva.
— Oh, merda. — Minerva fecha os olhos com força, sentindo-se mal. — Eu sinto muito, Vi.
Minerva desmaia Violet com um soco, dado em seu rosto.
— Clem, você vai deixar ela fazer isso com a Violet? — A.J. se intromete, raivoso.
— Desculpe, A.J. Mas não posso fazer mais nada, eu me comprometi com isso. — diz triste.
Clementine segura a mão de A.J., pronta para ir, enquanto Minerva sai do quarto. Mas quando Clementine passa por Violet desacordada, ela se sente culpada e se agacha ao lado dela.
— Vi, me desculpa por isso. Eu sempre vou me lembrar de todos os momentos com você. — Dá um sorriso triste.
— Tomara que você se dê bem, Clem. — Violet abre os olhos. — Eu gosto de você, boa sorte e cuide da Minnie... ela é legal quando quer. — A loira sorri.
— Obrigada, Vi. Cuida dos outros por mim, preciso alcançar a Minnie...
— Vai lá e, de novo, boa sorte, Clem. — Sorri novamente.
Clementine retribui o sorriso e se levanta, indo alcançar Minerva, junto à A.J. Assim que ela chega do lado de fora, Minerva lhe esperava, sorrindo.
— Está pronta, Clem? — ela pergunta sorrindo.
— Uh, pronta? — ela pergunta, sem entender.
— A noite já vai acabar, finalmente. — a mesma referência.
— Se isso é bom, fico feliz. — Clementine sorri, mesmo sem entender muito bem.
— Feliz? Eu estou feliz pra porra, Clementine. — A garota vira-se para Clementine, agarrando seu rosto e beijando-a.
A.J. estranha ver Clementine beijando alguém, isso lhe dava vontade vomitar. Logo, Minerva pega a mão de Clementine, correndo junto à ela, enquanto A.J corria atrás de ambas.
Clementine não sabe o que a fez deixar seu lar, seus amigos... Mas Minerva também não sabia o que a levou a buscá-la, então, a ideia era apenas seguir aquele instinto que as queria juntas.
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