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Uma nova vida

🛠 Danilo 🧹

Dentro de um mês eu acho ou dois (às vezes eu me perco no tempo já que não tenho calendário e nem celular). Ismael chegou com a Açucena. Nunca pensei que precisava tanto ver ela, quando ela veio correndo me abraçar. O seu cheiro, sua voz e seu jeito.

-Estava cheia de saudade de ocê!- Confessou ela ao me soltar e eu não tinha palavras, seus cabelos castanhos cresceram um pouco, tem uma nova ruguinha na testa mas tão linda.

-Também estou.- Contei admirando ela e depois olhei para a minha filha que estava no carrinho, minha mãe estava na porta com o Ismael.

-Adivinha quem fez um aninho?- Questionou a minha mãe e eu não acreditei no que eu ouvi.

-Não acredito!- Berrei pegando a minha filha que estava tão linda, seus braços estavam cheios de dobrinhas e sua bochecha dava vontade de morder. -Você fez 1 aninho, minha filha... quanto tempo eu estou aqui? Já perdi a noção.-

-Tem três meses. Não conseguimos liberação para visitas de início, mas pela sua filha fazer um ano. Consegui nessa semana mas não temos muito tempo.- Avisou Ismael seriamente.

Olhei para minha filha, me sentia triste por perder o seu desenvolvimento... perderia sua primeira palavra, seus primeiros passos, os dentes nascendo e caindo. E segurei o choro, então senti uma mão me tocar. Me virei para a Açu.

-O bolo estava lindo antes daqueles brutamontes revirá-lo.- Informou ela colocando na mesa um bolo um pouco destruído.

-Você não enfrentou os carcereiros não né?- Perguntei ela que desviou o olhar.

-Dessa vez ela se comportou. Mas na hora de pedir sua liberação eu vi a Açucena desafiadora.- Afirmou a minha mãe e olhei seriamente a minha namorada... será que ainda somos? Se ela encontrou alguém nesses 3 meses? -Ela deveria ser policial.-

-Meus pais teriam um ataque, mas estou me controlando viu, senhor Danilo.- Garantiu ela piscando para mim.

Logo cantamos parabéns e tiramos fotos (o policial apreendeu temporariamente o celular da minha mãe). Depois me despedi da minha filha devidamente e por último a Açucena...

-Açucena...- Chamei segurando a suas mãos. -Muito obrigado pelo carinho com a minha família e vir me visitar mesmo sendo ocupada...-

-Nem termine, não é nenhum sacrifício e... se depender de mim te visitarei mais vezes.- Confessou já ficando vermelha.

-Mesmo?- Perguntei.

-Não duvide dos meus sentimentos por ocê.- Falou ela se aproximando e abracei fortemente. -Danilo, vai com calma.-

-Desculpa, a insegurança bateu forte.- Revelei soltando ela, que me repreendeu com o olhar. -Açucena, você é uma flor rara e tão linda, que me sinto indigno de sua paciência e cuidado.-

-Ocê tem sido transformado por Cristo, um ótimo pai e alguém que vale a pena amar.- Declarou ela pertinho secando minhas lágrimas, então a beijei, tentando não ir além, pois se dependesse da carne e da saudade, misericórdia. -Melhor eu ir... e você está lindo com essa barba grande.-

E voltei para cela, feliz da vida e levando alguns pedaços de bolo, após revistarem novamente.

-O que tem ai branquelo?- Perguntou Golias ao ver a sacolinha que a minha mãe fez de marmitinha.

-Bolo revistado. Hoje foi o aniversário da minha pequena. Nem me lembrava e ganhei um calendário.- Comemorei ao sentar na minha cama. Deixei o calendário perto da minha bíblia e a foto da minha família. -Querem?-

-Tá perguntando se macaco quer banana?- Brincou um dos caras e percebeu pela cara do Golias que foi bem preconceituoso esse comentário. -Desculpa cara, não foi intencional.-

Então comecei a entregar para eles e por último o mais velho. Que estranhou o meu ato.

-Por que está me oferecendo isso depois de tudo?- Questionou ele, provavelmente se referindo ao dia que ele me bateu por me ouvir chorando alguns dias atrás.

-Porque eu não desejo o seu mal mesmo por ter me batido naquele dia. E eu estou muito feliz por ver a minha família hoje.- Confessei e ele enfim pegou.

E o fim do meu dia foi conversando animadamente com eles e aproveitei para falar um pouco de Jesus para eles apesar de alguns não gostarem.

🛠🧹

Depois de 3 meses segundo o calendário, teve a visita da Açucena, que estava com o seu uniforme de diretora, parecia cansada mas sorriu ao me ver.

-Como está?- Perguntou ela ao me abraçar, seu cheiro continuava o mesmo, perfume e mingau.

-Estou bem, começaram a nos colocar para aprender oficinas. Estou aprendendo marcenaria... até que é interessante, mas ainda tenho deixado as coisas tortas, e o Golias está tentando me deixar maromba para você.- Respondi e ela riu da piada, mas o Golias poderia trabalhar na academia. -Mas e você? Tem descansado?-

-Bom... não sou fã de marombas mas está bonito com barba e cabelo grande.- Elogiou ela fazendo carinho na minha bochecha. -As vezes eu descanso, e estou treinando uma das minhas secretarias para ser a minha vice, além de apresentar ela para o Jeremias, o qual está bem interessado.- Contou ela rindo.

-Quer dizer que está aprendendo com a minha mãe?- Questionei e ela assentiu rindo travessa... essa mulher é demais.

-Sim porém eu sou mais sutil.- Corrigiu ela se sentado na cadeira e eu fiz o mesmo. -Mas não é sobre isso que eu vim aqui... a mãe da Aruna veio falar comigo.-

Assim que ela falou eu fechei a cara. E me contou que a Isabela veio procurar pela dona Glória que se segurou para não dar outro tapa nela pois o Mizael a segurou, e explicou que estava arrependida e que descobriu que estou preso. Perguntou como estava a filha e depois de um tempo veio falar pessoalmente com a Açucena. Para saber se podia conversar comigo.

-Eu não quero falar com ela.- Resmunguei me levantando bruscamente. -Quem ela acha que é? Abandonou a filha, não deu um nome e não queria nunca mais vê-la. E agora está arrependida, conta outra. E eu não quero ela perto da minha filha.- Determinei irritado e se ela aparecer aqui vai levar o chute que eu queria dar naquele dia.

-Está zoando com a minha cara, Danilo?- Indagou Açucena se levantando. -Só pode! O que eu fiz quando o Ismael me feriu? O que eu fiz com o que aconteceu no passado? O que você fez consigo mesmo? RESPONDA!- Ordenou ela irritada o que deixou o policial assustado e alerta. -Desculpa pela gritaria mas me responda Danilo.-

-Perdoou...- Murmurei desgostoso e olhei para ela que estava brava, com muita razão. -Mas isso não se resolve do dia para noite.-

-Não, não se resolve. Mas enquanto ficar alimentando esse ódio, ficará para sempre assim.- Repreendeu ela se aproximando e tocando em meu ombro. -Todos merecem uma segunda chance, se ela fazer besteira deixa que eu resolvo, mas não quero ver você sendo um homem amargo.-

-Okay.- Concordei respirando fundo e olhei para seu rosto que surgiu um sorriso. -Mas espere alguns meses para eu falar com ela e para você ver se ela está realmente arrependida. Obrigado por me ajudar e me dar bronca.- Agradeci beijando a sua mão.

-Apenas ensinando o que Deus me ensinou. Acho que o próximo a te visitar será o pastor Bruno.- Avisou ela se afastando um pouco pois o guarda fez uma tosse falsa.

-A Jéssica está grávida? Deve estar perto de nascer.- Questionei e ela negou.

-Quando ele vier te explicará.- Falou ela séria mas depois sorriu para não me deixar preocupado o que não adiantou.

-Está bem, e eu ia te beijar, mas o guarda não aguenta ficar de vela.- Brinquei e ela riu, então me aproximei de seu ouvido antes dela ir. - E sinceramente, te amo muito, mas esperarei até sair daqui. Minha flor.-

-Então pare de provocar, senhor Danilo.- Se afastou a Açucena mas me deu um selinho. -Até mais, cara de bobo alegre!-

🛠🧹

No mês seguinte o Pastor Bruno apareceu na prisão, me contou que eles haviam perdido o primeiro bebê, mas disse que o pior já passou e também veio desejo de adotar, no qual eles já estavam entrando em contato com alguns orfanatos para conhecer as crianças.

E eu achei uma atitude linda, se não fosse pelos pais adotivos da Açucena, talvez eu estaria todo ferrado ainda mais com a Aruna.

E por falar na minha filhota linda, 5 meses depois a mãe dela veio falar comigo, ouvi tudo, toda a sua explicação e até chorou na minha frente.

-E o que você quer com isso agora?- Perguntei estranhando e encarando seriamente. -Quer assumir sua filha?-

-Acho que sim.- Pensou ela me olhando. -Mas não sei como.-

-Na certidão ela não tem mãe, e só vou aceitar que mude isso, quando você agir como uma. Não é para você morar com a minha filha mas visitá-la, fazer ela se acostumar com você.- Recomendei tentando pensar, espero que isso não ferre o emocional da minha filha, mas pelo menos ela não vai achar que foi largada.

-Eu faço de tudo... mas como faço para ter você de volta?- Questionou ela se aproximando.

-Eu não te quero de volta.- Respondi me afastando dela e ela revirou os olhos.

-Já entendi, tem que fingir de bom moço para aquela caipira te ajudar na prisão.- Deduziu ela e o meu sangue ferveu para dar um soco nela. -Até porque o loirinho, não deixa de aproveitar as oportunidades.- Lembrou ela jogando charme.

-Agora é sua vez de escutar! Ela é uma mulher incrível. Me perdoou, me ama e tem a paciência de me esperar sair da prisão. É mais mãe da sua filha do que você mesma. Eu vou me casar com ela, pois esse virou o meu maior sonho e não vou estragá-lo por uma diversão sem graça como você.- Declarei irritado e percebi que não estava sendo cristão então respirei e continuei calmo. -Sinceramente Isabela, pare de se rebaixar desse modo, Deus não te criou para ser assim ou morreu por você por te amar, para que viva dessa forma. Eu te perdoo pela Aruna e a Açucena. Mas, não erre mais, viu.- Pedi já apontando a saída.

Cheguei na cela e respirei fundo ao me jogar na cama, só tinha eu e o mais velho, que se intitulava Capitão.

-O que houve branquelo? As suas visitas fazem com que volte sorridente.- Perguntou o Capitão me olhando de soslaio.

-A mãe da minha filha, aquela que abandonou. Veio me pedir perdão e uma nova chance comigo e com a minha filha.- Informei e ele pediu para eu continuar. -Eu perdoei, e permitir que ela aproximasse da minha filha, mas não quero nada com ela...-

-Pois ama a Açucena. A gente já decorou essa parte. Mas por quê perdoar alguém que fez mal a você e a sua filha?- Questionou Capitão se sentando, interessado nesse assunto.

-Sim é meu dever como cristão perdoar as pessoas, independente do que aconteceu , não estou dizendo que é fácil, me perdoar e perdoar a Isabela foi uma das coisas mais difíceis que fiz. Mas quero fazer a vontade de Deus e me sinto bem depois.- Expliquei simplesmente.

-Então me perdoa?- Questionou ele e eu afirmei, já tinha perdoado da última vez. -Não estou falando daqui da prisão. Me perdoa por ter sido um pai ausente e que te ensinou tudo errado, por roubar sua mãe, o que gerou você virar traficante. Me perdoa Danilo?-

Fiquei em choque, eu achava ele familiar, mas o cabelo grisalho, o rosto com algumas cicatrizes e a pele queimada do sol, fez com que ficasse diferente da imagem que eu tinha dele aos 10 anos.

Um misto de sentimento como: raiva, saudade, tristeza e um certo rancor que estava guardado há muito tempo. Então me lembrei da Açucena falando que devo perdoar, provavelmente o Espírito Santo me fazendo lembrar.

-Eu... eu ainda não sei, mas vou tentar. Como eu disse, não é fácil mas não impossível.- Comecei sem graça e segurando o choro.

-Tudo bem... eu não mereço ter você como filho. Olha o que você se tornou, priorizando a família, tendo ótimos valores e se entregou, coisa que eu nunca faria.- Pontuou ele, mas logo chegou os outros colegas de cela.

Ficamos adiando essa conversa, pois precisava de conselhos da Açucena e de Deus para perdoar. E em duas semanas a Açu apareceu aqui e me aconselhou como pode, chorei em seu colo e ouvi sobre como estava o comportamento da Isabela (acabei contando do que aconteceu quando ela veio aqui).

-E não sente nem atração por ela?- Questionou ela enquanto eu brincava com sua mão que era menor que a minha.

-Não, depois que ela abandonou a minha filha acabei ficando com ódio, tive a oportunidade de mandar matar ela.- Informei e ela me olhou assustada. -Calma, eu não queria ser culpado por isso, então nunca disse o nome dela quando estava na boca. Mas agora, nem sei direito o que eu sinto, talvez um tanto faz.-

-Hum... ela é bem bonita.- Começou Açucena e eu ri. -Não sei o que acha tão engraçado.-

-O seu ciúme. Açu, eu não te troco por nada. Eu te amo, não se esqueça disso.- Garanti acariciando seu rosto e logo a beijei. -Não vejo a hora de cumprir minha pena.-

-Eu também, mas Deus sabe o tempo certo para nós.- Suspirou ela sorrindo e eu concordei provavelmente estava com cara de bobão.

E com o tempo (alguns meses), eu passei a ter uma boa relação com o meu pai, eu contei o que aconteceu quando ele estava fora. Contei tudo à minha mãe (a qual não tinha mais mágoas mas não estava pronta para vê-lo tão cedo).

Seu Carlos me contou como foi preso, ele tinha mais uma família (um pouco mais endinheirada) e roubou assim como fez como a minha mãe, mas a sua outra mulher fez questão de prendê-lo após de ter cortado ele com uma faca no rosto e no braço. Aparentemente ele estava arrependido, mas ainda não confiava muito, mas eu quero um dia conhecer minha meia irmã.

Dois anos se passaram e Ismael conseguiu uma liminar para eu ter o dia dos pais fora da cadeia por um dia. Acabou que foi o casamento da minha mãe e Mizael (o qual pediu a mão da minha mãe, a qual dei com muito gosto). Foi algo lindo, assim como a Açucena e minha filha (já com 3 anos) que estava andando e dançando, e fala pra caramba (principalmente a palavra Papai). Mas estava amando aquele momento, vi o Michael (disfarçado) de longe, até porque tinha um policial tomando conta de mim. E enfim conversei com os meus futuros sogros de fato, confesso que fiquei muito nervoso mas deu tudo certo e torciam para o casamento ser logo.

Conheci a tal Ester (a qual me atendeu na creche) que o Jeremias estava formando um rio de baba. E o casal de crianças que Bruno e Jéssica adotaram. Foi um dia incrível, pena que eu tive que voltar perto do horário da janta, o qual eu e os meus colegas de cela não jantamos, pois a minha futura sogra e dona Glória me empanturram de marmitas. E os meus colegas de cela amaram, mesmo estando tudo revistado e furado. Ofereci para o carcereiro mas recusou, compreensível até.

🌼 Açucena 📚

Após o dia do casamento da Dona Glória, houve outros dias que conseguimos liberação para um tempo fora da cadeia (Aniversário da Aruna e o dele), o que era maravilhoso. Faltava pouco para conseguir com que o Danilo trabalhasse e ele estava super animado. Já estamos preparando para ele ter uma carteira de trabalho, se for assinada melhor ainda. E ele está bem atrasado para aposentadoria, já que está começando aos 31 anos.

-Açucena!- Chamou alguém enquanto estava distraída e percebo que um dos jovens que eu conversava.

Já tinha um ano que eu conversava com pais, pessoas da igreja e jovens da comunidade. A princípio queria promover uma semana de talentos e arrecadar dinheiro para esse evento. Tanto que os ingressos serão por 5 reais. Para ver se um conseguia uma organização na comunidade para investir na educação além da arte.

-O que se passa?- Questionei ao ver que os pais estavam entrando para pegar seus filhos. Sinto falta da Aruna, a qual está numa EDI aqui perto, mas sei que ela está crescendo.

-Tia, tu tem que parar de usar essas gírias antigas. Mas como eu tava dizendo. Consegui falar com um mano ai, e descolei caixas de som potentes e consegui marcar com uns caras que entendem de iluminação para ficar no esquema.- Informou ele falando muito rápido e demorei um pouco para entender.

Saulo foi um dos primeiros garotos que conversei e que está comigo para desenvolver esse trabalho, assim como 5 jovens que estão resolvendo outras questões como divulgação, escolha do espaço e a comida (as irmãs da igreja já querem montar um banquete).

-Beleza, ainda hoje a noite a gente se reúne para colocar tudo em ordem. Tenha calma, temos um mês para fazer tudo.- Aconselhei tocando em seu ombro e ele assentiu, mas logo saiu correndo na sua bicicleta. Eu tinha medo dessas bicicletas descendo as ladeiras cheia de falhas.

Deixei a Ester tomando conta das coisas durante a troca de turno. E fui ver o Michael para resolver certas coisas sobre esse evento. Os seus "seguranças" ao me notar já abriram espaço para eu entrar.

-Açucena, o que eu disse sobre vir aqui toda hora?- Reclamou ele com um monte de dinheiro na mesa.

-E o que eu disse sobre sair dessa vida?- Alfinetei me sentando e ele ficou que nem desesperado guardando as coisas.

-Eu não posso!- Resmungou ele exausto e irritado, ele queria sair disso. -Eu sou apenas um liderando o comando, existem vários outros maiores do que eu pelo brasil... se eu sair será o meu fim... okay. Do que você precisa?-

-Além do meu primo livre disso tudo. Eu queria pedir que liberasse todos os seus jovens da boca para o meu projeto. Para eles terem outras perspectivas, se quiserem convidar os filhos deles seria uma boa. Pensa comigo... que tal enfraquecer essa parte para poder sair uns caras?- Propus ele o qual ficou refletindo.

-Açucena, é um ótima ideia, mas também nem todos querem mudar de vida. E esse projeto vai precisar de segurança. Se entrar polícia e traficantes de outro comando aqui?- Questionou ele, o que é uma probabilidade.

-Que tal fazer na rua Miranga perto da entrada do morro? Não precisaria de tanto alarde.- Combinei e ele assentiu.

-Eu fecho a rua toda se quiser.- Jurou ele sorrindo.

-Semana que vem eu volto para falar contigo... com todo o mapeamento das coisas. Avisa se alguém dos seus subordinados quiser ajudar, pode falar comigo. Mas nesse dia será proibido a venda de droga.- Ordenei e ele assentiu.

-Praticamente é você que manda.- Provocou ele me dando um abraço. -Como vai meu cunhado primo?-

-Está bem, animado para trabalhar e virou o melhor carpinteiro na prisão. Conseguimos liberação para pegar as peças que ele faz... algumas vendemos e outras são da Aruna. E como vão os meus sobrinhos primos? Esses títulos são muito grandes.- Brinquei e rimos.

Assim como eu, agora ele tem uma medida de proteção para a sua namorada e para os gêmeos que provavelmente vão nascer no fim deste ano. Ao descobrir o Michael quase surtou e confessou o desejo de sair da boca antes deles nascerem.

-Chutando muito e estamos indecisos com os nomes.- Confessou ele sorrindo abobado. -Estamos entre Francis, Enzo, Henrique, Felipe e Elizeu.-

-Não coloque Enzo, já tem o bastante na minha creche.- Implorei e ele revirou os olhos rindo.

-Você está cheia de graça.- Respondeu ele e eu dei de ombros e saí daquele lugar.

🌼📚

O evento foi maravilhoso, tivemos apresentações de danças (com todo respeito), música e teatro. Feira de todo tipo de arte e artesanato, teve competição de comidas (a Dona Glória entrou no meio junto com a minha mãe, fui obrigada a dizer qual foi melhor cuscuz e eu escolhi outra senhora). Teve brinquedos como: pula-pula, futebol de sabão e outros (tudo em forma de doação). Aproveitei e convidei alguns profissionais de artes, dança e música para dar algumas aulas durante as oficinas. Teve gincana. Confesso que foi a melhor semana da minha vida.

E claro que tivemos que manter a higiene, e o Ismael (quem diria) conseguiu chamar repórteres para cobrir um dia dos eventos, foram muitas pessoas só no primeiro dia que tivemos que fechar mais uma rua para caber a demanda de visitantes e de pessoas que queriam fazer algo. E no último dia fizemos um culto ao ar livre e anunciamos todo o valor arrecadado, além de empresas e organizações querendo nos patrocinar (coisa que ia ver com calma e com a direção de Deus).

-Senhorita Açucena, você de novo?- Brincou o moço abrindo o portão para eu entrar.

-Fazer o que? Falta menos do que antes.- Respondi enquanto passava pelo detector de metal.

-Você ama ele realmente né?- Me perguntou enquanto eu entregava a minha bolsa para a policial revistar.

-Sim.- Respondi sorrindo e ele sorriu voltando para o seu posto.

Mais revistas e tomaram tudo que poderia se tornar uma arma e o meu celular. Depois de ser acompanhada para a sala de visitas. Lá encontrei Ismael conversando com o Danilo tranquilamente. O que antes era impossível na minha cabeça. Ao me ver o Danilo se levantou e veio até mim.

Muita coisa veio mudando nesses 5 anos, estamos mais velhos e o seu cheiro se tornou de madeira. Confesso que eu acho ele lindo mesmo com barba e o cabelo grande. Mas sei que sua fé em Deus faz com que ele permaneça lúcido na prisão. E está mais forte, o tal Golias cumpriu a sua meta.

-Oi Açu, você está linda.- Elogiou ele ao se afastar de mim e me observando atentamente o que me constrangia, e ele sabe disso.

-Tenham misericórdia de mim, eu sei que esses guardam tem a obrigação de ficar de vela mas eu não.- Implorou Ismael e nós sentamos nos devidos lugares. -Agora sim, com muita conversa e uma certa bajulação. Eu arrumei um emprego para você!-

Ao Ismael dizer isso nós comemoramos mas logo paramos pois os policiais se assustaram.

-Onde vai ser?- Perguntei antes do Danilo que me olhou mas logo sorriu.

-CEDAE, lá eles gostam de contratar ex presidiários ou presidiários. De dar segunda chance. Será de serviços gerais. Limpar, varrer e recolher lixo... e outras coisas.- Explicou ele mas continuou antes que perguntasse algo. -Vai receber um salário mínimo, não vai ter décimo terceiro, tem um hora de almoço, trabalha das 8 horas da manhã até as 16 horas da tarde. E vão te levar e te buscar. Provavelmente se verem que está trabalhando bem, podem te soltar mas fazendo um trabalho comunitário. Esse emprego é de carteira assinada mas é temporário.-

-O que eu ia perguntar, é que não tenho carteira de trabalho.- Lamentou Danilo sem graça e eu segurei a sua mão.

-Eu já sei disso, por isso eu pedi por uma.- Resolveu Ismael tirando de sua maleta uma carteira de trabalho e nos entregou para ver. -Peguei os documentos necessários com a sua mãe, fiz seu título de eleitor também. E já que eu tinha uma foto sua de bobo alegre, eu usei essa mesmo.-

E realmente o Danilo estava com cara de bobo alegre, foi no dia do casamento da Dona Glória onde a Aruna foi a daminha de honra. E Danilo chorava de felicidade e deu um abraço no Ismael que dessa vez retribuiu. E eu estava pulando de alegria mentalmente.

No dia seguinte, conseguimos visitá-lo para poder deixar tudo arrumado, o uniforme, a marmita e as demais coisas. E depois de um mês ele pode sair para comer fora da empresa, e assim fizemos, o buscamos na porta da empresa. Aruna correu para o colo do pai, ainda mais que não estava com algemas. E acabamos indo há um rodízio de pizza, com a nossa família, inclusive Jéssica e Bruno com os seus filhos. O Danilo estava animado com o trabalho, apesar de cuidar de dois andares.

-Ismael já que está aqui, você pode ajudar o Golias, ajudar no caso dele?- Questionou Danilo e o Ismael concordou. -Valeu mano.-

-Se aproveita não porque eu estou bonzinho.- Anunciou Ismael descontraído, e quem estava de olho nele era a Isabela.

-Já que está bonzinho bora dividir a conta.- Provocou Danilo e o pessoal riu, já nos acostumamos com a implicância dos dois.

-Sosseguem vocês dois, parecem crianças.- Ordenou Aruna com a mão na cintura.

-E você parece a sua avó.- Acusou Danilo dando um beijo na testa da Aruna. Mas a dona Glória deu um tapa na cabeça dele.

E se passou um ano, Jeremias e Ester se casaram, e Danilo e eu fizemos questão de comprar algo para os dois de presente. Foi uma cerimônia linda, Aruna foi daminha com o sobrinho da Ester. E não sei quem chorou mais, Mizael ou Danilo, que é quase um irmão. Além disso, eu passei a procurar pela tal meia irmã do Danilo, mas consegui teorias pois não podíamos mostrar as fotos para o pai do Danilo.

🌼📚

-Como você está?- Questionou Aruna, a qual tem 9 anos, e ela estava linda ao meu lado.

-Ansiosa e você Aruna?- Perguntei a ela que me olhou.

-Animada, o que mais peço a Deus desde pequena.- Confessou ela e eu olhei para pequena. -Eu sei que sou pequena, mas pedia por esse dia, meu painho solto.-

-Eu também Aruna.- Concordei me abaixando e abraçando ela.

Depois de alguns meses que o Danilo estava trabalhando, a mãe da Aruna tentou voltar com ele, eu vi tudo, e Danilo disse para ela sumir, a não ser que o objetivo seja a filha dela. E ela disse que não queria aquela menina linda que estou abraçando. Foi de partir o coração ver aquilo.

-Eu te amo Açucena, e se o painho não casar com você ele vai ficar careca.- Ameaçou ela e eu me assustei.

-Nada de ir a casa do tio Michael por um mês, que ameaça é essa.- Proibi e ela revirou os olhos. -Quer que sejam dois?- E ela negou.

O meu primo tomou jeito, decidiu sair, além de se mudar para a Argentina com a sua esposa e seus filhos de 2 aninhos, tempo o suficiente para a poeira baixar para voltar para o morro. E acabou que o morro se revoltou e não queria mais tráfico. O que foi algo que agora estou chocada. O morro não tem milícia e traficantes, parece um milagre. Alguns se entregaram ou capturados mas o Michael se recusa, percebi que ele é burro empacado, mas aos poucos anda.

Então os portões abriram, e saiu Ismael e Danilo. E Aruna saiu correndo para o colo do pai que quase caiu com o impacto. No caminho até o morro todos falaram as suas novidades, mas eu apenas troquei olhares com ele.

-E essa aqui é a nossa casa.- Anunciou Aruna puxando o pai pela ladeira, o qual estava desacostumado. -Bora painho.-

-Nossa, minha casa era assim não.- Falou Danilo surpreso ao reparar no casarão que estava agora, todo decorado e mobiliado com os móveis que ele fez durante a prisão.

-Eu e meu coroa damos um jeitinho.- Admitiu Jeremias rindo da cara de impressionado do Danilo.

-Jeitinho, isso parece uma mansão.- Elogiou ele olhando os cômodos.

-Mas quem decorou foi as mulheres, Ester, minha boadrasta e a Açucena.- Narrou Jeremias e a Aruna olhou feio para o tio. -A estressadinha da minha sobrinha chamada Aruna também deu o seu toque.-

-Valeu tio.- Agradeceu Aruna mostrando o seu quarto mas logo voltaram. -Vai matar a saudade da Açucena que eu e a minha vozinha vamos preparar o rango, vem tio?-

Eu e Danilo só obedecemos, nos sentamos na varanda, que estava cheia de plantas e uma mesa. E como sempre Danilo me encarando.

-Quer parar de me encarar!- Pedi olhando para ele seriamente.

-Me desculpa, é que você é tão linda.- Elogiou ele e eu revirei os olhos sorrindo.

-Você é lindo mas não fico te encarando.- Rebati ele pegou a minha mão se achando.

-Na verdade você faz isso às vezes mas eu disfarço e nem reclamo.- Acusou ele levantando uma das sobrancelhas. -Mas é sério, você é linda, perdoadora, me esperou esse tempo todo, se manteve firme, e me ajudou tanto e ainda mais na criação da Aruna... porcaria, eu estava preparando esse discurso desde que me falaram o dia que eu ia ser solto, e sumiu da minha mente... Açu, você aceita esse ex bully, ex traficante e ex presidiário. Que se tornou um homem de Deus e é lindo... okay eu estou fazendo graça demais. Açucena você aceita finalmente casar comigo e fazer parte dessa família?-

Fiquei muda por um tempo e olhei para trás e estava o pessoal todo aguardando, até os meus pais estavam no portão esperando a resposta (tudo planejado).

-Eu achava que já fazia parte dessa família e é claro que aceito enfim casar com ocê.- Brinquei e ele sorriu que nem um bobo.

-Eu sei que pedi faz um tempo, mas quero oficializar, pois isso que você merece e muito mais. E por isso que eu guardava metade do salário para comprar uma aliança para você.- Confessou ele colocando em meu dedo e logo nos beijamos, mas paramos com o som de aplausos e a Aruna que correu para nos abraçar comemorando que eu era a sua mãe.

🛠🌼🏍📚

Esse é o capítulo com um monte de informação, o período de prisão de Danilo e reencontrar o pai, Açucena com vários projetos e conciliando com a criação de Aruna, a qual já está mais velha... dois casamento foram realizados e mais um a seguir.

O qual vai ser no próximo capítulo para encerrar esse conto.

É isso, fiquem com Deus e bjs ❤

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