Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Um plano arriscado

🌼Açucena 📚

Segunda Feira, nunca fiquei animada pelo início de semana como hoje. Tanto que acordei às 5 horas da manhã e conversei com as professoras antes de liberar a portaria. Claro que por não conhecerem o local algumas crianças choram ou por ver a mãe indo embora. Depois de alguns barreiros coletivos tudo se acalmou. Acompanhei os grandinhos no refeitório para o Desjejum, algumas estavam famintas e conversei com algumas delas. Algumas não quiseram falar mas outras me explicaram (por não terem ou por dizerem que na escola ia dar). Anotei tudo com o meu bloquinho.

E logo depois disso tive que me reunir com as professoras da noite, expliquei um pouco dos nossos métodos, claro que cada professora podia adaptar do seu jeito, mas nos projetos e em sua grande parte é a metodologia Montessoriana. Conferi algumas coisas com algumas professoras.

-Meninas aqui estão os seus uniformes, segundo o número que me falaram.- Falei distribuindo e chamando por nome.

Cada camisa tinha a logo Creche Efraim na frente. E sua função na creche atrás.

-Essa ficou meio apertada.- Falou uma das moças mais novas.

-Pode me entregar. Meninas, isso tem que ficar folgadinho em vocês, pois é uma camisa fresca e caso sujem será mais fácil para secar. Se quiser trocar me fale agora para não dar problema depois.- Falei e fui observado uma por uma com as blusas.

Apenas duas queriam trocar por um número maior. E eu entreguei as blusas delas para as outras que coubessem. Depois eu ia distribuir a próxima remessa para que todas tenham 3 uniformes. Aproveitei e alertei que só era permitido usar calça ou bermuda até o joelho. Nada de saias, vestidos ou shorts. E caso me desobedecesse irão ser demitidas. Sou bem rigorosa, a creche pode ser pública mas eu quero dar o melhor para essas crianças.

E no horário de almoço fui a Delegacia da mulher que ficava próximo, se eu perdoei? Claro que sim, mas eu tinha meus direitos, e pelo que a Jessica me contou no domingo, ela conversou com algumas irmãs da igreja (até mesmo aquelas já saíram) que eu não fui a única. Então assim eu exigi os meus direitos, e com um advogado (também da igreja) e consegui uma medida de distanciamento.

Quando voltei para a creche decidi ficar na diretoria por um momento, ajustar alguns documentos. Quando alguém me ligou:

-Açucena, bom dia.- Falou do outro lado da linha... eu conhecia muito bem a voz.

-Bom dia irmã Evanilde. Em que posso te ajudar?- Perguntei já que nós conversamos poucas vezes e ela não podia ajudar no projeto da creche por conta da sua saúde.

-Poderia sim. Retirando a ordem judicial de distanciamento.- Falou ela e não sei se estava mais impressionada com a atitudes dela (claro que ela é mãe mas não se passa mão na cabeça nesses casos) ou pela rapidez do processo (Também é um dos advogados que me ajudaram com a prefeitura para creche).

-Desculpe mas não irei retirar. O que o seu filho fez foi assédio e tentativa de estupro, isso é crime, está contra os mandamentos de Deus. E ainda por cima houveram outros casos que ele provavelmente ameaçava elas para não contarem.- Falei calmamente, essa senhora que me acolheu tão bem não iria atrapalhar o meu dia e nem me ludibriar.

-Mas Jesus disse para perdoar.- Rebateu ela irritada.

-E eu perdoei. Mas independente de qualquer coisa ele precisa responder pelos seus erros. Até porque tudo que plantar, colherá. E é melhor passar por isso agora do que no inferno, pois o pecado leva a morte, e quando morre a senhora sabe se não se arrepender.- Falei respirando fundo diversas vezes.

-Você que se arrependerá.- Falou ela desligando na minha cara.

Respirei fundo. Onde fui me meter? Fico pensando se eu não esperasse o não de Deus e me entregasse. Como seria minha vida com esses dois? Ainda bem que me livrei.

À tarde resolvi visitar cada sala para conhecer o maternal, ver se as professoras precisavam de algo e me distrair dessa confusão chamada Ismael. E aproveitei para conhecer cada uma delas que estavam dormindo ou distraídas com algo.

🔫 Danilo 💵

Depois que fui levar a Aruna para a creche junto com a minha mãe. Que queria fazer questão de me apresentar a diretora. Mas ela estava ocupada falando com algumas mães, e ela estava de costas.

Mas logo recebi uma mensagem do Rei convocando todos a me despedir da minha mãe que ficou meio triste.

-Mãe menos. Não acha que está enchendo muito a bola dela não?- Questionei enquanto subíamos a ladeira.

-Se você a conhecesse, você vai dizer que eu estou certa. E eu vou dizer: Eu te avisei.- Falou ela rindo que nem uma doida.

-Mãe menos. Está me assustando. Parece que já tem o nosso casamento montado.- Falei assustado e ela concordou. -Mãe bem menos. Ainda nem falei com ela.-

-Exatamente, ainda.- Enfatizou ela e seguiu seu rumo.

Ignorei isso e fui para a boca. Onde os menores ficaram de guarda enquanto os demais estavam reunidos. Uns 40 caras no pequeno escritório do Michael. Eu ia sentar no chão mas o rei pediu para ficar do seu lado e eu obedeci.

-Chefe. Não vai me dizer que a tal diretora protegida exigiu mais uma coisa?- Perguntou Pequeno com desdém.

-Não Pequeno. Mas tem algum problema com isso?- Perguntou Michael o encarando friamente.

Estou quase adotando a teoria do Cara de cão sobre ele gostar dessa mulher. E eu não julgo.

-Chefe. Esqueci de te falar no domingo. Mas a tal protegida estava sendo levada à força por um cara à noite. Pelo o que eu ouvi ele queria obrigar ela a se casar, ou fazer algo bem pior pela cara dele.- Falou Cara de Cão e o Michel já estava furioso. -Eu ameacei atirar e mirei no chão. E ele a soltou, e começou a me xingar e dizia que ia alertar a polícia. Eu já ia dar cabo nele. Mas a guria entrou na frente da arma e ameaçou ele na justiça, e eu não feri o homem. E fiquei de patrulha na creche caso ele voltasse.-

Se o meu respeito por ela já era grande agora estava imenso. Como definir ela? Brava? Valente?

-Bom. Se ele morresse realmente daria problema, mesmo sendo um cretino a culpa ia cair em nós. Pois um monte de moradores e algumas pessoas da igreja vieram pra cá. E a mídia ia cair pra cima. Eu preciso ter uma conversa séria com ela sobre entrar na frente de uma arma.- Falou Michael nervoso.

-Fala mesmo porque ela é suicida. Ou quer que eu morra.- Resmungou Cara de Cão.

-O que ela é sua?- Perguntei sem perceber.

-Não lhe cabe o respeito mas vamos ao que eu chamei vocês. Vamos invadir o morro vizinho. Precisamos tomar tudo. E temos recursos que irão chegar semana que vem. Temos mais pessoas no nosso comando.- Falou Michael com autoridade e a primeira coisa que eu pensei foi na segurança da Aruna.

-Quando vai ser?- Questionou Bicho Papão que estava sentado no chão.

-Provavelmente mês que vem.- Falou o Rei alguns concordaram mas eu fiquei preocupado. E o Michel notou que todos berravam de coragem enquanto eu estava mudo ao seu lado. -Mas também a outra coisa a ser anunciada. Todos sabem que o Loirinho teve sua filha recentemente e a sua vida deve ser tratada como prioridade.-

Ao falar isso tudo virou uma confusão por estarem indignados e Michael atirou na mesa. E dei graças a Deus pela bala não ter ricocheteado.

-SE TÁ BRINCADEIRA REI!- Falou Pequeno irritado.

-QUEM TÁ BRINCANDO COM A VIDA É VOCÊ, ABAIXA ESSE TOM AGORA. ISSO AQUI NÃO É BADERNA NÃO.- Berrou Michael e todos se calaram.

-Eu tenho uma penca de filhos e nunca recebi uma proteção. E olha que vive tendo tentativas de invasão.- Falou Thor irritado no fundo da sala. -E esse mauricinho só vai receber proteção por que quer?-

-Eu não pedi porcaria nenhuma Thor. E por acaso você tem as mães de seus filhos para cuidarem deles. Eu só tenho a minha mãe e ela não tem tanta idade para isso.- Falei irritado.

-Se for assim também eu quero.- Falou Cara de Cão. -Só tem eu para cuidar da minha avó. E aliás eu só entrei pra cá para ter recursos para pagar o seu tratamento.-

Então todos começaram a murmurar pois tinham direito de ter proteção. E queriam reivindicar.

-Cara de Cão, todos entramos para essa vida pelo dinheiro fácil ou para ter poder de fazer algo. O que eu digo será feito. Cara de Cão eu já não te dei parte do meu lucro para ajudar com sua avó?- Perguntou Michael e o tal assentiu. -Então não murmura. Eu não quero ninguém aqui me contrariando ou vai receber bala. Se quiserem falar algo fale diretamente comigo. E por isso que eu quero acabar de vez com isso. Enfim, não tem que se preocupar com uma próxima invasão e quem proteger. Estamos juntos?-

Então um grande coro gritou que sim. E o Rei nos liberou. Mas decidi ficar para conversar com ele.

-Você tem minhoca na cabeça?- Questionei quando todos saíram. -Você acabou de colocar um alvo nas minhas costas perante todo o comando. A minha posição aqui já não era favorável.-

-Acho que quem pensa pequeno aqui é você. Não percebeu, eu te coloquei como alguém incapaz, alguém que precisa de proteção e não pode lutar. E sem lutar você não poderá pertencer ao comando. Estou te ajudando a sair sem que seja necessário você morrer ou ser preso.- Falou ele sorrindo da minha cara de surpreso. -Já pode agradecer Danilo.-

-Obrigado meu Rei.- Falei fazendo uma reverência a ele e rimos.

-Mas eu quero você junto comigo para esta invasão, será sua despedida, tenho menores informantes no morro vizinho que amanhã me darão as informações cruciais.- Falou Michael sério.

-Pode contar comigo.- Falei até porque era a última. -Mas fala sério, o que é essa diretora que você se importa tanto com ela?-

-Você já viu ela ou sabe o nome dela?- Questionou Michael e eu neguei.

-Eu ia falar com ela hoje junto com a minha mãe, a qual não me disse nada, mas ela estava ocupada.- Falei me sentando na cadeira. E ele pareceu aliviado.

-E porque você se preocupa tanto em conhecer ela?- Perguntou ele e eu não sabia o que responder.

Pra quê eu queria saber quem ela é? Por curiosidade? Para dar parabéns pela sua coragem? Para saber se ela é tudo o que a minha mãe disse? Saber porque o Michael se preocupa com ela? Saber quem cuida da minha filha? Saber quem é a mulher que tem praticamente todo meu respeito e admiração (abaixo da minha mãe, óbvio)?

-Eu não sei, é curiosidade misturada com respeito.- Falei sinceramente e ele estranhou.

-Você está gostando dela?- Questionou Michael franzindo as duas sobrancelhas.

-Claro que não, como eu vou gostar de alguém que nunca vi?- Falei me sentindo ofendido.

-Mas parece que sim. Vou te explicar uma coisa. Nem me torturando eu irei falar quem ela é para mim. É um trato meu com ela.- Falou ele seriamente e eu fiquei até preocupado.

-Okay.- Falei e me retirei.

🔫💵

Ao chegar em casa, combinei com uns pedreiros para fazer um puxado maneiro para fazer o quarto da Aruna. Claro que eu busquei os de confiança, se fizesse corpo mole iria dar ruim para eles.

Comprei os materiais e vi com os caras para montarem a planta do quarto. Tudo verificado por centímetros.

-Vocês dois são realmente bons.- Falei terminando e ofereci águas para eles.

Apenas dois ficaram, pois eu havia chamado seis, mas os outros quatros não me transmitiram confiança ou que entendia bem do assunto, e também se assustaram com a minha ameaça.

Mizael e Jeremias, pai e filho os quais tinham pele negra, cabelo meio Black curto castanho escuro.

-Agradeço mas que seja dada a honra a Deus. Os nossos projetos são abençoados por Ele. Assim como a creche.- Falou Mizael o mais velho, na idade da minha mãe eu acho.

-Realmente pai.- Falou Jeremias pegando o copo de água que eu ofereci.

-Não sabia que eram da igreja.- Falei oferecendo mais e eles negaram.

-Na verdade nós somos de Cristo, não adianta estar na igreja e não confiar ou crer verdadeiramente Nele.- Falou Mizael e eles me davam uma certa paz.

-Há pessoas que vivem de aparência e faz parecer que não vale a pena seguir a Cristo. Pelas suas atitudes erradas. Mas sim olhar diretamente para Deus.- Falou Jeremias que era mais alto que seu pai.

Então a minha mãe chegou na minha casa com bolsas de compras e fui imediatamente ajudá-la.

-Mizael?- Questionou minha mãe e eu estranhei. -Nossa quanto tempo.-

-Sim, faz uns 5 anos que eu sumi do morro. Fui viajar com a minha esposa, cumprindo o seu último pedido.- Falou Mizael com pesar e Jeremias também ficou triste.

-Meus pêsames.- Falou eu e a minha mãe ao mesmo tempo.

-Tudo bem, já faz um tempinho.- Falou Jeremias e depois voltou a sorrir. -Agora a missão do meu pai é arrumar alguém para mim.-

-Da minha mãe também. Cada coisa né?- Falei e minha mãe deu tapa no meu ombro. Sua mão ainda continuava pesada. -E eu tô mentindo, dona Glória?-

-Não, mas não precisa me expor.- Falou ela fingindo estar chateada.

-Quem é a pretendente que está te empurrando?- Questionou Jeremias rindo da nossa situação.

-A diretora da nova creche.- Falei e ele riu.

- A mesma pessoa. Meu pai fez o mesmo na inauguração. Muita vergonha alheia. E ela estava constrangida com as indiretas do meu pai.- Falou Jeremias e o pai dele teve a mesma reação da minha mãe.

-Eu estou tentando te desencalhar.- Falou Seu Mizael e geral riu.

-Suas palavras são comoventes. Mas estou esperando em Deus.- Falou Jeremias e eu com certeza fiz cara que não entendi nada. -Danilo, esperar em Deus, quer dizer que Deus tem um propósito para cada um de nós aqui na terra, Ele escreveu cada parte da nossa história, e os planos Dele são perfeitos e agradáveis. Mas cabe a nós querer seguir esse roteiro e no tempo certo. Então esperar em Deus para o casamento, é perguntar a Deus se aquela pessoa irá fazer parte da sua história para o resto da sua vida ou não. E aguardar pela resposta. Se for não, mesmo que a gente queira, as histórias dessas duas pessoas não irá se encaixar, pois prevalece a vontade de Deus.-

-Entendi.- Falei mas eu realmente entendi, só não sei se eu chegaria nesse ponto.

-Mas Jeremias e Mizael, meu filho não acredita que a diretora não seja bonita, pois segundo ele, eu puxo muita sardinha pra ela. Ela não é bonita?- Falou a minha mãe e eu revirei os olhos.

-Bonita a beça, ainda por cima temente a Deus. Aquele discurso dela deve ter chegado ao coração de cada um.- Falou Jeremias com uma certa admiração.

-Viu, e você reclamando de eu te dar um empurrãozinho para a bênção.- Falou Mizael e a gente riu novamente.

-A gente vai discutir isso em casa.- Falou Jeremias se levantando. -Agora vamos trabalhar meu velho.-

-Olha o respeito Jeremias.- Falou Mizael mas rindo da situação.

E eles foram para o quintal começando a preparar a massa e organizando os tijolos. Mas eu percebi que desde que Mizael e a minha mãe se reconheceram, tem trocado olhares. Tem coisa aí. Então vou ser sutil.

-Dona Glória que troca de olhares com o Seu Mizael hein?- Questionei sutilmente, para não dizer ao contrário.

-Que isso garoto.- Falou a minha mãe ficando vermelha. Isso mesmo, vermelha.

-Mãe, eu não sou cego e tô vendo claramente a senhora virando um pimentão.- Falei e ela revirou os olhos.

-Eu conheço o Mizael desde pequena, fomos vizinhos e amigos por muito tempo. Mas seu pai, na época namorados, era muito ciumento com a nossa amizade. E bom, nos afastamos. Cada um formou sua própria família.- Explicou ela e vi o sentimento de saudades passar para tristeza em seu olhar.

Meu pai estragou tudo. Estragou a amizade da minha mãe, estragou a vida da minha mãe e a minha. Mas agora já passou.

-Mas...- Incentivei ela a falar.

-Não tem muito o que dizer, é a primeira vez que eu falo com ele por anos.- Falou ela e eu a abracei.

-Mãe aproveita essa chance de recuperar essa amizade que te fazia tão bem. Quem sabe eu não ganho um padrasto e um irmão?- Falei e ela me deu um tapa. -A senhora está muito agressiva hoje.-

-E você querendo se vingar por te empurrar para diretora. Mas ainda não desisti.- Falou ela cruzando os braços.

-Nem eu.- Falei e ela jogou o pano de prato em mim mas eu corri para onde estava a construção.

Então nós três começamos a trabalhar enquanto a minha mãe dava um trato na minha casa. E foi assim por horas e pequenas pausas para descansar. Depois chamei o Jeremias para jogar Fifa e ele aceitou rapidamente.

-Tem quantos anos Jeremias?- Questionei enquanto o jogo carregava .

-Tenho 22 anos. E você?- Questionou ele observando os botões do controle.

-27, estou ficando velho.- Falei e rimos.

E percebemos que os nossos pais conversavam do lado de fora da casa. Estavam bastantes sérios.

-Ela já contou a história deles dois?- Questionou ele e eu assenti. -Meu pai vivia contando histórias de quando eles aprontaram. Minha mãe até chegou a conhecer a sua, parecia gostar dela.-

-Mas graças ao meu pai, que destruiu tudo.- Falei resmungando e apertei o start para começar.

-Danilo, eu não sei exatamente o que seu pai fez para ter tanta raiva dele. Mas isso não te faz bem. Nem para a sua mãe ou para sua filha. Cara, seu pai errou mas o que importa é o que você irá fazer agora. Você irá repetir os erros dele ou vai fazer a diferença como pai? Mas a primeira etapa para isso é perdoar ele. Isso já passou e não se deve corroer o passado. Não seja um depósito de velharia, que pesa e não serve de nada.- Falou ele e busquei guardar cada palavra.

-Você podia se tornar filósofo viu.- Falei e rimos bastante.

-Estou fazendo Letras, consegui passar pelo Enem. Mas faço obras quando posso para comprar materiais quando necessário.- Falou ele e eu fiquei feliz por ele. -Mas e você, eu sei que é traficante, porém não parece querer isso. Não pensa ser outra coisa?-

Nunca me perguntaram isso, tipo na escola quando eu era criança sempre nos questionam sobre o que queremos ser quando crescer, e eu todo retardado dizia que eu ia ser grande. Quando me vi escolhendo ir para a boca, a única coisa que eu pensava era no agora, que eu precisava ajudar minha mãe em casa. Não era algo que eu realmente gostasse. Eu nem sei do que eu gosto. Já tive sonho de ser jogador de futebol quando criança como todo menino diz. Mas eu com quase 30 anos perto da idade de me aposentar no futebol, eu não sou um craque. Mas não sei... eu quero sair desse meio... mas não sei para onde.

-Não sei.- Falei e Jeremias me encarou compreensivo. -Mas com certeza não é continuar sendo traficante, só não sei como.-

-Talvez Jesus possa te dar um rumo se você permitir.- Falou ele e eu o encarei.

-Acho que Deus está preocupado com outras coisas.- Falei olhando para o jogo na tv.

-Entre milhões de orações Ele pode sim te escutar se for sincero de coração.- Falou ele e eu assenti mesmo não concordando realmente.

Jogamos umas 4 partidas contra o outro. Ele ganhou umas 3 e eu uma. E quando enfim nossos pais voltaram, provavelmente tiveram muita conversa para repor.

-Filho vou começar a preparar as coisas para a janta... Aruna!- Gritou a minha mãe e eu me liguei.

-Aruna! Caraca são 18:30. Pera tenho que tomar banho.- Falei indo correndo para o banheiro.

Até porque eu estava sujo de areia, cimento e suor. Eu mal ouvi minha mãe reclamando comigo e com o Jeremias que sujamos o sofá que ela limpou hoje. Tentei tirar toda aquela sujeira rapidamente. Quando ia subir na moto.

-Você não é doido de ir nessa moto e nem trazer a Aruna nela.- Falou minha mãe e eu apontei para o capacete.

-Mas mãe... eu estou com pressa.- Falei e ela negou.

-Antes colocasse um despertador. Agora vai logo, antes que reclamem de nós no primeiro dia de aula.- Falou ela e eu desci da moto pê da vida.

Então desci o morro correndo. Só obedeci porque ela ia me atingir com seu chinelo, e olha que ele vence a velocidade da moto. Falo isso por experiência própria.

🌼 Açucena 📚

Chegou a hora do lanche para as crianças mas liberei as tias do Maternal 1 para descansarem um pouco, e ficou eu e a Ester.

E ouvi o barulho de pais procurando por seus filhos entre as salas, algumas crianças choraram por estarem indo embora ou alegres por ver a mãe de novo. Eu continuei na sala até porque eu estava conversando a respeito do sistema da CRÊ com ela. Pois ela estava se formando em coordenação pedagógica, sua especialização.

Então começaram a chegar os responsáveis, e tentei decorar os rostos e provavelmente eu ia me esquecer ou fazer muita força para me lembrar.

-Já vai dar 18:30 vou ter que sair, Açucena, segura as pontas aí?- Perguntou Ester pegando a mochila dela.

Ela ia pra faculdade próximo ao Pão de açúcar, ou seja era uma viagem daqui para lá. E suas aulas têm a tolerância de chegar às 19:30.

-Pode ir, só tem 3 crianças.- Falei enquanto observava o Enzo acordado, o Gabriel e Aruna dormiam no berço.

-Obrigado Açu!- Falou ela e depois me encarou preocupada. -Pode te chamar assim né?-

-Pode sim, mas não na frente de tantas pessoas. Tenho que manter minha pose de autoridade.- Falei rindo e ela riu.

Então ela se foi e deixei as bolsas das crianças prontas para partir. Verifiquei as fraldas. Mas estavam limpas, se mantiveram assim depois do banho.

Logo chegaram os responsáveis dos meninos. Deu 19 horas e nada do responsável da Aruna, dei a mamadeira para ela para alimentar. Já ia sair da sala para poder ligar quando entra um homem suado e correndo.

-Respira... calma. Não é o fim do mundo mas não repita isso okay?- Falei ao abrir a porta. E ele estava agachado recuperando o ar.

-Desculpa... eu me atrasei... ela... está bem?- Perguntou ele fazendo pausa para respirar e eu fui pegar a Aruna do berço.

-Está sim, ela é um amorzinho. Eu já ia ligar para o responsável. Aliás, qual é o seu nome?- Falei pegando a Aruna como maior cuidado para não acordá-la.

-Danilo.- Falou ele e eu fiquei meio extasiada, e parei no lugar que eu estava por algum tempo com a Aruna.- Tudo bem com você moça?-

-Tudo... só que.- Falei me virando para ver ele... não podia ser.

Olhos castanhos claros, branco que nem papel, cabelo estava desbotando o loiro e aparecendo a raiz negra pois estava meio grande. Só parece que esticou e ficou mais velho, ali estava o garoto que me atormentou por anos.

-Moça, pode me entregar minha filha.- Falou ele tirando ela dos meu braços e me encarou. -Você me lembra alguém.-

-Eu sou a diretora da creche.- Falei quase balbuciando... ele ficou bonito... AÇUCENA NÃO COMEÇA!!

-A famosa diretora. Geral fala de você e da sua coragem. Qual é o seu nome? Minha mãe recusou a falar mas vive falando que você é bonita.- Perguntou ele e eu fiquei na dúvida se falava ou não. E ele me encarava como se buscava lembrar de mim.

-E ela está certa?- Perguntei e ele assentiu sem graça. Eu quase sorri com isso, quase. -Eu me chamo Açucena, mas acho que você já me conhece.-

E ele empalideceu bruscamente e quase deixou a Aruna cair, mas eu consegui pegar ela. E ela começou a chorar com esse movimento brusco.

-Cuidado com ela. Ela tem a cabeça frágil ainda.- Falei segurando a Aruna e tentei acalmá-la. E ele continuou parado no mesmo lugar. -Virou estátua?-

-Não, desculpa... acho que deu pane na minha mente. Deixa que eu acalmo ela.- Falou ele pegando ela de mim e eu deixei. -Acho melhor ir embora, está tarde.-

-Está mesmo. Vou te acompanhar.- Falei lhe entregando a bolsa da Aruna.

-Não é necessário.- Falou ele rapidamente, parecia querer fugir de mim.

-De qualquer forma eu preciso trancar o portão principal. Pode ir na frente Danilo.- Falei seca, do nada subiu um sentimento estranho em mim. Um misto de ressentimento, com raiva, curiosidade e surpresa. Parecia uma gororoba.

E lado a lado seguimos até o portão em absoluto silêncio. Na verdade lado a lado, pois a Aruna enroscou sua mãozinha no meu cabelo quando ia me despedir dela.

-Açucena, sei que deve ter raiva de mim. Com toda razão. Mas preciso conversar com você sobre o que aconteceu.- Falou ele sem jeito.

-Tá.- Falei seca e me arrependi. -Podemos sim.-

Então ele simplesmente subiu a ladeira enquanto trancava o portão. Então a gororoba de sentimentos se tornou um choro compulsivo. Corri para dentro da creche. Não podia ficar assim no meio do pátio de recreação.

🌼🔫💵📚

Opaaa tivemos enfim o nosso reencontroooo...
Além do plano de Michael de tentar tirar Danilo da bandidagem entrar em ação, além de apresentar novos personagens (que balançou o coração de dona Glória)
E a ex sogra da Açucena? Será que termina essa perseguição por aí ou tem mais???

Gente, até o próximo capítulo que vai estar recheado de flashbacks e com a conversa mais séria dos dois? Como será que ambos vão reagir com a situação?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro