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Prestação de contas

Atravessei a passos largos o corredor principal da mansão, mas não parei diante da sala de reuniões, onde Adriano costumava nos receber para despachos urgentes. Ele nem estava nos recebendo, ultimamente... Quer dizer, não estava me recebendo. O que fazia toda a diferença.

Para a minha humilhação, todos estavam sabendo. Como é que se diz por aí? Caí em desgraça. Deixei de ser o homem de confiança do rei. Restava-me a patrulha dos perímetros, a execução de eventuais limpezas, como a do milharal, e a vigilância 24 horas da garota humana. Esta última era a tarefa que eu menos gostava. Ironicamente, era a única coisa importante para o cahill, e que ainda justificava a minha permanência no grupo de elite.

Todos os protetores já sabiam que o cahill não mais confiava a mim os assuntos políticos da sociedade imortal. Justus assumiu esta parte. E era com ele que eu tinha que me entender quando desejava chegar até Adriano. Minha humilhação se tornava mais e mais completa à medida que a notícia se espalhava pelos redutos e segmentos imortais ao redor do mundo. Não era à toa que até os caçadores, como Alanis, já soubessem da minha triste situação.

Tentei afastar esses pensamentos, que só serviam para me deixar mais irritado. Tarefa difícil, já que a minha patrulha de hoje resultou num tremendo fiasco... Os corpos no milharal acarretariam em danos colaterais que poderiam se tornar graves, se não fossem contidos a tempo. Maldição!

Acelerei o passo, querendo me desembaraçar da inevitável tarefa. Justus estava a minha espera. Informou logo à entrada, que Adriano encontrava-se na ala oeste. Ou melhor, na nova ala oeste, que foi completamente reformada para abrigar o casal de pombinhos... Adriano não queria mais que Melissa ficasse na pensão McPherson, longe dos seus olhos... (apesar da minha vigilância 24 horas).

Isso significava, aos olhos dos outros imortais, que Adriano não confiava mais no meu trabalho. Um golpe terrível para a reputação que adquiri ao longo dos séculos como guarda-costas meticuloso. Não eram os castelos e fortalezas que se tornavam ou não inexpugnáveis – e sim, a minha vigilância. O protocolo que eu desenvolvi era indefensável, incorruptível, e inviolável.

Meu único consolo era que por causa da fuga de Melissa no ano passado, e sua possível contaminação, Adriano parecia não confiar em mais ninguém. Só que eu fui severamente punido pelo que aconteceu no clube, na noite em que recebemos as delegações estrangeiras. O fato de Ásia ter conseguido introduzir os humanos no clube, de ter roubado e depois, entregue o líquido de camuflagem à Melissa – além de tê-la insuflado a fugir, foi uma mancada só minha.

Não importava que Ásia tivesse a senha de Christopher Shaw. Não importava que tivesse livre acesso às demais instalações, inclusive, aos laboratórios Cahill. Não importava que tivesse sido o próprio Adriano quem lhe deu status para que assim pensasse e procedesse. Afinal, ele estava ciente do ódio de Ásia por Melissa. Em última instância, tudo aconteceu por sua própria atitude.

Ah, mas daí resultava uma questão que com freqüência vinha a minha mente quando pensava no assunto. Adriano não fazia nada por fazer. Ele sempre tinha um propósito. E invariavelmente o alcançava, no final. A única vez que eu o vi impotente, sem controle dos acontecimentos (em detrimento de todos os seus esforços), foi no caso de Malva. De lá para cá, ele se tornou implacável quando o assunto era controle.

Eu o conhecia muito bem. Sei que dificilmente algo acontece sem que ele esteja ciente. A não ser que Melissa Bacci tenha trazido à tona aquele Adriano imprudente que morreu com Malva, em Roma; se for o caso, ele não teve olhos para ver o que estava bem na sua frente: que manter a humana na Muralha era uma tragédia anunciada. Barringer o alertou. Cici o alertou. Eu o alertei. De nada adiantou.

Às vezes, eu me pergunto se ele não esperava que tudo acontecesse exatamente como aconteceu. Quase tudo, ao menos... Ele não haveria de querer que sua preciosa Melissa saísse contaminada...

Cici alegava que ainda não tinha certeza de nada, quanto à contaminação da garota. Reconhecia, porém, que era uma questão de chances iguais. Os exames ainda não foram completados, e ainda havia dois níveis a serem verificados da lista complicada que ela me mostrou. Níveis cruciais, ainda em fase de teste. Afinal, o parasita poderia se manifestar imediatamente – assim como poderia levar dias, semanas, meses e até anos para se desenvolver. Semelhante a nossa hibernação.

Cici mentiu ao Conselho, durante o julgamento de Melissa. Primeiro, ao dizer que o reagente já tinha sido completamente testado. Segundo, ao alegar que o padrão de maturação do parasita correlacionado a sua exposição ao reagente, por amostragem, fora concluído com sucesso. Depois, começou a inventar uma série de desculpas a fim de não entregar o resultado final aos magnates.

Estava colocando o seu pescoço em risco e poderia responder por isso. Mas por Adriano, ela seria capaz de ir cantando para a sua execução.

Bem, bem, ela deve saber o que está fazendo. Afinal, é a bioquímica da casa. Ao contrário dela, eu preferia confiar nos meus instintos – eles me diziam que a garota estava contaminada; e que, mais cedo ou mais tarde, teríamos de eliminá-la. Mas para poder eliminá-la, eu teria que neutralizar Adriano. Uma escolha difícil. Alta-traição versus fidelidade cega e irrestrita. Será que chegamos a este ponto? Eu teria que sacrificar a lealdade ao meu irmão, em nome de um bem maior? Entretanto, nada disso alterava o fato de que Adriano nos trocou – a própria família – pelo que acreditava ser o seu destino: uma fantasia que agora estava mais para delírio. A obsessão pela humana contaminada tornou-se o seu "ponto de partida e chegada". Começo e fim. O destino nos pregou uma peça com a chegada daquela garota... Quando ele finalmente tinha alcançado algum equilíbrio e um pouco de paz, vimos Adriano caminhar voluntariamente para a própria destruição e de tudo o que ele construiu ao longo dos milênios.

Enquanto fazia isso, ele nos arrastava para o caos.

Cici tentava enrolar o Conselho, ganhando tempo para realmente concluir os testes; evitando, assim, um confronto sem precedentes entre a guarda do Conselho e a guarda de Adriano. Oh, não há dúvidas de que Adriano faria uma guerra por causa daquela humana. Mesmo que tivesse certeza de que está contaminada. Cici estava apavorada com as implicações desta possibilidade, por isso optou por monitorar Melissa de perto, com exames de sangue regulares, enquanto tentava avançar da fase 9 para a fase 10 do reagente em teste. A cada fase, Cici precisava de no mínimo 10 cobaias contaminadas... O que não era uma proeza fácil de conseguir.

Os corpos no milharal seriam ideais para isso. O time de limpeza já deve ter levado parte dos cadáveres para o laboratório dela. Precisávamos invadir o necrotério e pegar os outros para encinerá-los.

Quanto aos sobreviventes... Disseram-me que foram quatro. Fiz uma careta... Era justamente sobre eles que eu teria que conversar com o cahill.

Respirando fundo, eu me dirigi à temível ala oeste.

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Eu me deparei com a porta strong room e sacudi a cabeça, inconformado. Todo um protocolo planejado meticulosamente teve que ser reformulado para receber a humana na ala oeste da mansão.

Digitei a senha, pressionei "enter" e esperei. Na tela, surgiu uma mensagem. Eu coloquei meu olho diante do leitor ótico, que começou a piscar de forma intermitente; pressionei meus dedos sobre a tela do display ao lado. Um som tipo bip indicou que o sistema havia processado as informações. A porta blindada abriu-se com um baque seco; trancando-se automaticamente, em exatos cinco segundos após a minha passagem.

Para sair, a senha seria outra... E havia uma sequência delas que mudavam a ordem das combinações de entrada e saída, a cada dia. Com um suspiro, atravessei o corredor – meus passos no piso de mármore imaculado soaram pesados para os meus próprios ouvidos... Era de propósito, para serem ouvidos por qualquer imortal nos arredores. Uma forma simples de segurança. Assim, Adriano já sabia da minha presença...

Bufei.

Se quisesse, ele também me veria pelas câmeras que se mexiam como que acompanhando a minha passagem. Olhei para elas de relance, sentindo-me incomodado. Adriano tinha criado uma fortaleza dentro da fortaleza – com uma estrutura arquitetônica, a qual nenhum de nós conhecia totalmente. Eu estava certo de que deveria haver entradas e saídas ocultas por toda a parte.

Apenas Adam Barringer possuía livre acesso ao local. Sem senhas, digitais, ou reconhecimento ocular - apenas vocal.

Palhaçada.

Eu já fui o segundo em comando. Deveria ter sido consultado ou pelo menos informado sobre tudo aquilo. Descobri a respeito dos privilégios do bom doutor ao flagrar sua entrada através dos monitores da mansão. Eu havia colocado algumas câmeras posicionadas de modo a observar quem ia para a ala oeste – já que Adriano estava me deixando no escuro.

Ao me aproximar do arco de entrada da sala de ginástica, escutei sons abafados e vozes. Adriano deveria estar se exercitando nos aparelhos. Ele obviamente sabia que eu estava próximo, mas não interrompeu os exercícios. Melissa estava com ele. Pude sentir o cheiro do suor humano. Ela soava um pouco ofegante, sugerindo que também estava se exercitando.

Respirei fundo e tratei de recompor a expressão habitual – neutra e bem treinada, pois Adriano andava me vigiando de perto. Eu não gostava nada disso. Não depois de dois mil anos de lealdade. Eu merecia mais consideração...

Apesar da minha postura controlada, ondas de ressentimento contra ele, e de hostilidade contra ela, devem ter chegado até o cahill antes mesmo que eu me anunciasse. Quando atravessei a porta em arco, deparei-me com ele olhando diretamente para mim. Seus olhos ficaram amarelos e faiscantes. Estava sentado em um aparelho de levantamento de pesos, sem camisa, com uma toalha ao redor do pescoço. Vestia uma calça de ginástica, com listas laterais e tênis de cano alto com cadarços.

A humana usava um collant de ginástica. Estava meio de lado, sorrindo, como se tivesse acabado de ouvir uma coisa muito engraçada. De repente, ela percebeu os olhos amarelos do amante e seu sorriso morreu.

Adriano baixou vagarosamente os pesos que, para ele, pesavam menos do que plumas. Ele voltou o rosto controlado para ela, agora com um meio sorriso nos lábios. Como quem diz: "Está tudo bem". O sorriso dele foi morrendo à medida que ele virava a cabeça para me encarar. Eu me controlei para que os meus próprios olhos não se tornassem amarelos, em sinal de desafio. Era enervante como Adriano parecia ler minha mente.

O sorriso dele voltou, mas não alcançou os olhos. Era um sorriso frio.

-Como vai, irmão?

Eu balancei a cabeça. Notei o constrangimento súbito de Melissa, que fez menção de se afastar. Ela murmurou algo sobre alguns desenhos nos quais queria trabalhar. Adriano esticou o braço sem desviar os olhos dos meus, fazendo uma leve carícia no ombro dela, antes de tornar levantar os pesos. Com a outra mão, fixou a barra sobre o suporte.

Sentou-se devagar. E tão logo ouviu a porta se fechar, perguntou, num tom baixo:

-O que tem a me dizer?

Eu entendi que não estava se referindo apenas aos eventos do dia. Mas, como eu decidi evitar um confronto direto, por enquanto... Ignorei deliberadamente a insinuação no tom de sua voz. Limpei a garganta antes de começar a informá-lo dos problemas imediatos que requeriam a sua atenção.

À medida que Adriano ouvia sobre o episódio do milharal, seus olhos tornaram-se tão negros quanto tempestuosos. Quando revelei a identidade do invasor, ele apanhou a camiseta pendurada sobre o suporte. Virou-se em direção ao mesmo corredor por onde eu cheguei. Passou por mim devagar, porém com passadas largas e decididas.

-Siga-me – exigiu.

E, claro, eu obedeci.

***

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