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Dentro da caixa

Aquela parte da mansão era desconhecida para Melissa, mas pelo visto não era desconhecida para Camulus. Ah, naturalmente, ele estava sendo orientado pelos traidores... Nós descemos até o cofre, vedado por uma porta redonda tão grossa quanto um armário. O interior dele estava vazio, como deveria estar. Apenas as paredes de metal refletiam as figuras distorcidas das pessoas. Entrei devagar e me virei a tempo de ver uma mão rude ter a ousadia de empurrar minha mulher para dentro. Ela se desequilibrou e caiu dentro da sala vazia, batendo as palmas das mãos contra o metal frio.

Ao vê-la caída no chão, eu não pensei. Simplesmente rompi as algemas e arranquei a coleira do pescoço. Os Sopros da Morte só tiveram tempo de bater a porta e girar a alavanca para trancá-la. Eu talvez pudesse arrombá-la, mas levaria tempo... Bom, tempo não me faltava agora. Decidi começar. As batidas de meu ombro contra a porta estremeceram toda a construção. Os Sopros da Morte deviam estar supresos e apavorados, vendo aquela porta começar a entortar lentamente. Eu prossegui metódica e incansavelmente, enquanto Melissa tampava os ouvidos diante dos sons terríveis que o choque de pedra contra aço provocavam. De repente, uma voz soou de um autofalante embutido. Era Camulus.

-Se você continuar, vou ser obrigado a pulverizar o ar de vocês com veneno. Isso não lhe fará mal, Adriano, mas com certeza irá matar a sua preciosa humana.

Parei de me chocar contra a porta e encarei o ponto exato onde eu sabia existir uma câmera de observação. Estava ciente do que Camulus queria de mim. Por isso, afastei-me da porta e me encostei junto à parede. Olhei para a câmera e escorreguei até o chão.

-Bom menino – zombou Cam.

Arreganhei os dentes, diante do impulso incontrolável de arrancar a cabeça de meu inimigo. Se já não bastasse o cheiro de hospedeiro que vinha de Melissa, a atiçar-me os sentidos... Cobrando de minha natureza que eu matasse o seu portador... No caso, ela. Era um instinto que eu combatia todos os dias. Melissa não sabia disso. Pelo menos esta parte, Caridade e Stephen tiveram a descência de omitir. Minha esposa muitas vezes não compreendia o motivo da minha irritação, de ficar arredio e distante... Acho que se ela soubesse, ficaria horrorizada. Apavorada. O peso que eu carregava era enorme.

Dobrei os joelhos e deixei a cabeça pender entre os braços estendidos.

-Meu cheiro deve estar te incomodando muito, né? – ela perguntou, baixinho.

Levantei bruscamente a cabeça.

-Por que diz isso?

O amor da minha vida encolheu os ombros, sentando o mais longe o possível de mim.

-Porque eu já sei do cheiro do hospedeiro. Era assim que vocês os localizavam e caçavam, na antiguidade. O curso de iniciação, lembra?

Fiquei em silêncio.

-É verdade – confirmei, relutante. - Mas o seu cheiro é o sinal de que você está viva e isso é o que mais importa pra mim.

Ela sorriu sem jeito e eu estendi a mão para ela.

-Vem cá!

Ela engatinhou até mim e se encaixou junto ao meu peito. Não sei quanto tempo ficamos assim, abraçados. O ato de inspirar-expirar era algo mecânico para os imortais, mas até isto se tornou penoso para mim. Comecei a arquejar.

- O que está acontecendo? – perguntou Melissa, assustada.

-Eu estou sem me alimentar há vários dias... Corri por uma distância muito longa. Estava caçando minha esposa, lembra?

Melissa fez uma cara de culpa e eu imediatamente me arrependi do comentário. Ela sabia o que significava. Que eu estava sem sangue suficiente e iria começar a hibernar. Nos primeiros estágios, de maneira controlada, o imortal consegue voltar com sintomas de desorientação e falta de memória - que eventualmente pode retornar ou não.

Stephen e Caridade estão contando com isso para que eu me esqueça da existência de Melissa. Nunca hibernei. E depois da transformação, é essencial que o imortal faça pelo menos uma vez. Mas eu não fiz, por que não queria esquecer. Eu a procurei por milênios sabendo que era o único que podia detectar o aroma da sua alma. Para localizá-la, no entanto, eu precisava me lembrar do aroma.

Eu detectei... E a localizei em Porto do Sul.

Melissa obviamente estava confusa quanto a isso, não queria admitir que suas visões e previsões em parte trouxessem a tona memórias de sua outra vida. Ela não acreditava nisso e se sentia com raiva, confusa e com ciúmes.

-Não se afaste de mim – disse para ela, num apelo.

Ela me abraçou com mais força.

-Sei o que está pensando... – eu me aventurei em especular.

-Duvido – ela respondeu. -Então me diz.

-Você acha que eu não te amo de verdade.

Ela respirou fundo.

-E não ama, mesmo. Você ama uma ilusão que tem perseguido por muito, muito tempo.

-Está enganada! – eu rebati, com toda a eloquência do meu coração.

Ela deu de ombros e me encarou.

-Seja sincero... – Suspirou, desviando o olhar para o teto do cofre. - Se eu e Malva estivéssemos numa ponte de cordas prestes a arrebentar... Cada uma de nós numa extremidade e você bem no meio... E você só pudesse salvar uma de nós... A quem você salvaria?

Revirei os olhos.

-Sabe o quão injusta é a sua pergunta?

-Por quê? – ela empinou o nariz.

-Por que o Adriano que amou Malva não é o mesmo Adriano de hoje. E não posso ignorar que no passado, eu amei Malva. Vivi para a promessa que ela me fez. Eu sei que você não acredita, mas...

-Eu não sou ela – Melissa foi logo me cortando.

Eu a examinei detidamente. Ela não queria saber desse papo de aroma da alma, de reencarnação, etc. Meneei a cabeça. Certos assuntos eram demais para seres com tão pouco tempo de existência sobre a Terra. Nesse sentido, um abismo nos separava... Minha esperança era que a linguagem do amor superasse qualquer diferença.

-Eu me apaixonei duas vezes na vida, Melissa. O Adriano de hoje não amaria a Malva de ontem. Consegue me compreender?

Ela ficou em silêncio, pensando no que eu disse.

-Sim, acho que sim. Mas você não respondeu a minha pergunta.

--Eu salvaria você – disse sem hesitar.

Ela afundou o rosto no meu peito enrijecido pelo processo de petrificação. Estava no começo, mas eu podia sentir que não conseguia me mexer com a mesma agilidade de antes. Engoli a saliva, procurando me esquecer da ânsia por sangue.

-Só para registro: com os meus poderes, não seria impossível salvar as duas – ri quando ela me socou no peito.

-Cuidado, que estou me solidificando. Você vai machucar a mão.

Ela me olhou com preocupação. Uma preocupação tão pungente que só isso valeu todo o tormento dos dias anteriores. Eu perdoava tudo, porque eu a amava mais do que a própria vida... Segurei sua mão perto de onde deveria existir um coração (e de fato, um dia existiu).

Ficamos em silêncio... Ela cochilou por um tempinho. Quando acordou, o interior do cofre estava na penumbra. Pelo menos essa consideração eles tiveram (ou queriam contribuir para que eu apagasse de uma vez). Melissa virou o rosto para o meu; suas mãos me tocaram e ela constatou o quanto eu estava enrijecido. Meu braço pesou ao redor da cintura dela. Ela deve ter achado que eu estava dormindo, mas não era assim que funcionava. Não para mim. Eu estava sofrendo lapsos de consciência e lutando contra isso.

-Eu não posso hibernar...

-Talvez seja melhor deixar acontecer, meu amor – ela comentou. Em resposta, eu fiz um esforço enorme para apertá-la de leve. Melissa gemeu, porque estar encostada a mim era o mesmo que deitar sobre uma quase estátua de mármore.

-Eu nunca vou esquecer, não importa o quanto eles achem que a hibernação resolva. O problema é que assim que eu virar uma estátua, eles vão se livrar de você.

Ela não demonstrou reação, mostrando que já tinha pensado nisso, mas não queria me deixar mais preocupado do que eu já estava.

-E vão arrancar a minha cabeça – eu acrescentei, só para tirar dela alguma reação.

Só que a reação dela não foi a esperada. Melissa desenrolou a manga da blusa, esticou o braço diante dos meus olhos e disse:

-Morda.

Eu a encarei, horrorizado.

-Não.

-Por que não? Sangue de hospedeira por acaso tem gosto de xixi?

-Não é isso. – Minhas sobrancelhas arquearam. - Se bem que você passou perto... Se eu morder você, com a fome que estou... Tenho medo de perder o controle.

-Morde logo.

-Não.

Ela literalmente esfregou o braço no meu rosto e eu virei a cara para o outro lado. Vi pelo reflexo na parede do cofre que meus olhos estavam amarelos. Eu estava quase sem controle sobre mim mesmo.

-Eu tenho um plano – murmurei. Melissa teve que esticar o pescoço para ouvir. – Vamos deixar acontecer. Alguém abrirá o cofre para conferir se aconteceu...

-Se não vier? – ela sussurrou de volta, com medo de que tivesse microfones lá dentro.

-Daí, eu vou hibernar de verdade. Mas se você for uma boa atriz...

Ela fechou a cara.

-Por quanto tempo?

Se eu não estivesse endurecendo, teria deixado escapar uma risada. Tudo o que saiu foi um grunhido dos meus lábios.

-Acho que consigo aguentar mais algumas horas – consegui falar. - Preciso aguentar, para soar convincente.

-Certo.

-Pronta?

-Não, mas vamos lá.

Melissa me abraçou com o coração batendo acelerado contra o meu peito.

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