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ADRIANO: No rastro...

O som cadenciado das turbinas convidava à distração. Ao descanso. Eu esperava sinceramente que Melissa decansasse um pouco durante o vôo. Estava com uma aparência extremamente debilitada... Seu estado me preocupava. Melissa estava sem as injeções há muito tempo... E eu me consumindo em culpa por ter perdido o controle. Por tê-la tratado tão mal quando a encontrei. Deveria estar grato por ter evitado...

Eu nem queria pensar no que quase aconteceu.

Estava grato a Deus ou a qualquer força que governasse o universo por ela estar viva e respirando ao meu lado. Poderia lidar com qualquer coisa, desde que Melissa estivesse bem e segura.

Só que a segurança dela era relativa agora. Por isso, eu precisava agir o quanto antes. Mas com cautela... Não aqui. Não com ela tão perto para sofrer as consequências de uma batalha entre imortais. Os humanos eram frágeis e qualquer dano colateral poderia ser letal.

Ela exalou um suspiro baixo e eu não resisti à tentação de estender minhas mãos algemadas para segurar a dela, independente dos olhares dos Sopros da Morte ao nosso redor - que me vigiavam como águias de rapina. Melissa levantou os olhos esperançosos para mim e eu tentei lhe transmitir conforto com o meu olhar. Eu não podia falar, não podia agir, não podia correr o risco de que ela fosse colhida no meio da batalha e eles a matassem num piscar de olhos... Diante dos meus olhos.

Eu enlouqueceria.

Procurei focar meus pensamentos no que teria de ser feito... No entanto, me peguei recordando o que aconteceu naquela noite em que voltei para Melissa e não a encontrei... Quando o pesadelo de sua fuga começou. Mais uma fuga! Droga, eu não podia culpá-la... Dei margem para que Stephen e Caridade a manipulassem. Não lhe contei a verdade e merecia punição. Só não esse tipo de punição em que ela é quem se sacrifica por todos nós. Privar-me da sua existência era uma punição severa demais para que eu pudesse suportar.

Eu já estava arrependido de não ter lhe contado a verdade muito antes de tudo isso... Mas que jeito de falar sobre Malva sem que ela achasse que meus sentimentos não são sinceros? Como fazer Melissa acreditar que eu a amo com todas as minhas forças, com tudo o que eu sou e com tudo o que tenho?

A possibilidade de perdê-la foi um golpe duro demais para assimilar... Uma dor maior que tudo. Entretanto, não vou fingir que a traição de Stephen e de Caridade tenha sido um ato tolerável. Na verdade, o golpe me atingiu como uma punhalada. Por dentro eu estava abalado. O que eles fizeram comigo... Conosco... Não tinha nome. E jamais teria o meu perdão.

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Durante a minha caçada ao damphir, tive uma súbita compreensão do que designa a lealdade e o que designa a traição.

Para a minha surpresa, Kjell também estava no rastro de Gregório Capella. Afinal, o damphir maluco havia quase lhe decepado a cabeça, em Stavanger. Um drauger de honra precisava responder a altura. Um drauger líder precisava eliminar a ameaça, como eu próprio precisava fazer. Mas um drauger que defende sua fêmea humana, não era movido por razões lógicas tanto quanto eu não era.

Isso criou uma conexão entre nós dois. Uma conexão involuntária. Eu entendia os motivos de Kjell. Ponto.

O rastro do cheiro de Capella se perdeu na altura da Patagônia. Ele atravessou o lago, numa patética tentativa de confundir nossos olfatos. Mas o meu era o mais preciso e apurado... Kjell me seguiu quando tomei a dianteira, repartindo as águas como um míssil... Encontramos muitos pontos de correspondência, ele e eu, enquanto caçávamos o caçador. Particularmente quando Kjell me contou que a gangue não fazia ideia de que ele amava uma humana, e de que frequentava o pub por causa dela. Para protegê-la sem que os outros soubessem. Eu já vi esse filme, como costumava dizer a minha esposa.

Passei pelo mesmo dilema.

Kjell queria matar Gregório tanto quanto eu. Nós o perseguimos pelos telhados brancos de Punta Del Este, onde ele pretendia embarcar em uma lancha disponibilizada para que pudesse desaparecer... (Disponibilizada por Camulus ou por seu misterioso patrocinador). Quem sabe, ele achasse ser possível retornar ao seu covil, em Castellaneta. Ele sabia que eu levaria mais tempo para ir atrás dele, em virtude das ameaças que pairavam sobre a Muralha. Mas, daí, eu me lembrei do relato de minha esposa quando se deparou com os órgãos empilhados numa espécie de altar; como suvenires - partes de um relicário odioso e doentio. Só por causa disso, eu soube que não poderia deixá-lo escapar de jeito nenhum.

Acelerei, deixando o norueguês para trás. Ele sabia que não conseguiria acompanhar o meu ritmo. Nenhum imortal poderia, a não ser Camulus.

Eu saltei um último telhado e fiz um giro no ar que me deu mais velocidade. Quando Capella estava quase chegando ao atracadouro, ergueu a cabeça e seus olhos só tiveram tempo de se arregalar quando eu desabei sobre ele.

Eu não queria que o pobre diabo sofresse. Não era culpa dele ser como é. Os primeiros anos, os anos selvagens, acabaram por enlouquecê-lo. Ele realmente acreditava em tudo aquilo que pregava. Em tudo aquilo que os humanos o convenceram. Ele nos odiava e pensava estar a serviço de Deus e dos Santos. Mas eu não podia mais permitir que continuasse a representar um perigo aos meus. O sequestro de Melissa foi a gota dágua.

Num único movimento de mãos, eu lhe separei a cabeça do corpo. Kjell ficaria furioso. Estava louco por uma revanche. Por outro lado, eu era o aplicador da regra. Ele teria que entender... Além do mais, ele tinha uma dívida de vida comigo. Ou pelo menos achava que tinha.

O drauger se aproximou e seus olhos se estreitaram diante da cena. Alguns segundos se passaram. Eu me levantei e fiquei de frente para ele. Kjell levou a mão à cicatriz enorme que lhe rodeava quase todo o pescoço. Um lembrete de algo que quase foi... Um lembrete que ficaria ali, gravado em seu corpo, para sempre.

Joguei a cabeça de Gregorio Capella para ele e disse:

-Entregue a sua gangue.

Ele agarrou a cabeça no ar sem dizer nada.

-Mostre que a ameaça foi eliminada. Que você retornou mais forte.

-Não vou dizer que fiz algo que não fiz - ele respondeu, por fim.

-Eu não disse para você tomar o feito para si. - Ondulei os ombros, com um sorriso letal. - E só pelo fato de você não dizer, mostra muito sobre o seu caráter, drauger. Há lugar para homens valorosos, na minha guarda.

Kjell quase arregalou os olhos. Quase. Não era dado a demonstrações de espanto.

-Mas eu... Ia matar a sua mulher - ele disse "sua mulher" num tom tão reverente, que entendi que a notícia de nosso casamento já era conhecida pelos quatro cantos. - No seu lugar, eu jamais perdoaria.

Meu sorriso se ampliou.

-Eu ofereci um lugar na minha guarda, como Jörg na Europa, não na minha casa. Não pense por um segundo que eu me esqueci, drauger. Eu nunca esqueço.

Kjell voltou ao modo debochado que lhe era comum e apontou o dedo em riste, rindo do meu comentário. De repente, voltou a ficar sério. Suas sobrancelhas se uniram.

- Deve entender que eu me arrependi daquela noite.

-Entendo - balancei a cabeça. - E você deve entender que foi Justus quem salvou a sua vida, não eu. Que eu teria deixado você morrer nas mãos deste infeliz. E que se você tentar qualquer coisa como aquela novamente, eu o caçarei até o fim dos tempos.

Ele assentiu em silêncio.

-Não esperaria outra coisa do nosso cahill.

Aquela foi a primeira vez que o líder dos draugers me reconhecia como líder de todos. Não foi um comentário irrelevante.

Ficamos em silêncio, observando as ondas calmas do mar. Do Uruguai, nós tomaríamos caminhos diferentes. Kjell pretendia se reunir aos seus e colocar ordem na casa. Ingrior e Soren estavam esperando por ele.

-E quanto à humana? - não resisti à curiosidade.

-Ela estará melhor sem mim por perto.

Concordei com um movimento de cabeça. No entanto, não me via capaz de renunciar a Melissa. Olhei para os barcos ancorados no trapiche.

-O que fez com que a escolhesse - perguntei, num impulso.

Ele entendeu perfeitamente e me encarou com suas íris acinzentadas.

-O cheiro de sua alma.

Dissimulei minhas emoções, mas senti uma espécie de euforia. Eu não fora o único a encontrar alguém pelo qual me liguei irremediavelmente através da alma.

-Por quê?

-Porque só existe ela - foi a resposta simples, complexa... Sintetizava tudo.

Será que ele conseguiria se manter longe dela? Eu não consegui.

-Você tem uma guerra para lutar, cahill - Kjell balançou a cabeça, antes de se voltar na direção das montanhas. - Eu não queria estar no seu lugar.

-Curioso... - eu me virei na direção contrária. - Não há outro lugar em que eu quisesse estar.

Empurrei o corpo petrificado de Gregório para dentro das águas ondulantes e escuras. Mais uma oferenda aos deuses do mar. Pelo menos era o que os humanos pensariam caso, um dia, encontrassem a estátua sem cabeça.

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Voltei direto para os braços de uma esposa desaparecida. Esposa, esta, que agora estava sentada a minha frente, esperando a aeronave pousar. Mil sentimentos passaram pelo rosto dela. Apertei a sua mão novamente. O barulho das correntes despertou-a de seus devaneios. Ela me encarou, depois baixou os olhos para as minhas correntes. Inclinou-se num impulso e segurou os meus dedos à mostra por sob os grossos braceletes.

Mal sabia ela o que nos aguardava.

Eu precisava agir, o quanto antes.

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A cada vez que ela olhava para as minhas correntes, seus olhos se enchiam de lágrimas. E eu rilhava os dentes por trás da mordaça.

Se eu conhecia bem os métodos de Camulus, a esta altura, os imortais da Muralha já foram convocados para ver a chegada de seu rei acorrentado. A notícia deve ter se espalhado por toda a parte.

Mas Camulus não iria comemorar. Claro que não.

Quando descemos do jato, ele estava lá para conferir com os próprios olhos. Em todo o caso, sabia que eu só estava acorrentado porque me permiti acorrentar. No instante em que tocassem em Melissa, eu me livraria das correntes e cometeria o maior estrago entre os seus dissidentes. E Camulus não podia se dar ao luxo de perder soldados. Ele tinha menos Sopros da Morte do que eu tinha protetores.

Stephen apareceu do nada e se postou ao lado de Camulus, como que a lembrá-lo de que estava lá para fiscalizar a transição. Camulus quase sorriu. O meu ex-chefe dos protetores estava convencido de que não teve escolha. De que, com a ameaça dos hospedeiros cercando a cidade, num ataque em conjunto com os Sopros da Morte, ele não conseguiria salvar a população local de uma carnificina. Suas intenções seriam louváveis, se ele não tivesse ido longe demais. Colocar Melissa no plano, como isca, era algo que eu jamais perdoaria.

Por causa dos hospedeiros, Cam se sentia confiante... Bem, ele só se sentiria confiante pra valer quando me trancafiasse em uma das caixas de hibernação feitas especialmente para os Primeiros - uma espécie de cofre reforçado para nos conter. Ele deve ter sido informado por Ásia "Maldita" Chadwick que eu nunca a utilizei. Depois da hibernação, eu provavelmente acordaria sem memória. Eles poderiam moldar minhas lembranças conforme os interesses em jogo.

Stephen queria que eu me esquecesse de Melissa. Camulus queria que eu me tornasse leal e submisso a ele. Se não fosse possível, trataria de me matar. O que não era nada fácil. Bem, ele não estava botando fé no plano de Stephen, tenho certeza. Estava mais interessado em aproveitar o momento de solidificação para arrancar a minha cabeça fora. Melhor eliminar a ameaça enquanto podia.

Cam chamou Ásia e ordenou-lhe que supervisionasse o nosso aprisionamento e condução de volta à Muralha. Ela teve um sobressalto quando me viu acorrentado e amordaçado, com uma coleira de pantera no pescoço. Quando Ásia se aproximou de Melissa, meus olhos se tornaram alaranjados. Ela recuou e olhou para Cam.

Melhor não chegar perto da minha mulher.

O comboio seguiu do aeroporto de Paulo Santo até a mansão, na Muralha. Foi uma viagem curta, porém, tensa de todos os lados. Os Sopros da Morte não viam a hora de me aprisionar. Sabiam que só o que me continha era a presença de Melissa. Por isso, decidiram colocá-la junto comigo, na caixa. Ótimo. Pelo menos eu podia me assegurar que não lhe fariam mal.

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