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Doze anos depois... Anjo da guarda

Se eu não tivesse a certeza de que estava morrendo, certamente entraria em pânico.

O barulho ao meu redor era de uma luta desigual. Vinha de toda a parte. Os gritos de horror foram abafados pelos sons animalescos de um predador em pleno ato de caçar e matar. Cridder devia saber que não havia a menor chance de escapar... Mas, logo seu desespero foi suplantado por um rugido aterrador, que de certo pôs fim à agonia. Então, tudo mergulhou no mais absoluto silêncio, exceto quando o vento "dedilhou" as folhas das árvores com extrema suavidade.

Eu já não tinha mais forças... Só queria que as dores cessassem, que as luzes explodindo em meu cérebro apagassem e eu morresse de uma vez. Como isso ainda não aconteceu, eu aguardei com resignação que o predador - ou o que quer que ele fosse - se voltasse para mim.

Surpreendentemente, um perfume agradável me envolveu; era como hálito frio e suave soprando em minha testa. Fui erguida do chão úmido por braços fortes e seguros... Eu estava salva? O pesadelo tinha acabado?

Não consegui abrir os olhos, de tão fraca... sentia tanto frio, que me aconcheguei junto ao peito que me amparava. No mesmo instante, a respiração que eu sentia bafejar a minha testa, cessou. Escutei, então, um murmúrio grave junto ao meu ouvido. Não entendi o que foi dito, mas o tom daquela voz me deu esperanças... Eu tinha um anjo da guarda, afinal.

E eu que cheguei a pensar que lá em cima, ninguém se importava comigo.

A seguir, minha mente perdeu qualquer fio de lucidez ao qual pudesse se agarrar. Quando voltei à mim, o cenário havia mudado. Ao invés da floresta escura, eu estava cercada por paredes muito brancas. Embora minha cama estivesse mergulhada na penumbra, um facho de luz me alcançou pelas divisórias semiabertas. Elas deixavam entrever um corredor movimentado. Só então, reparei que um cobertor grosso me protegia do frio que costumava castigar a terra do fogo, no inverno.

Minha respiração ficou opressa. Havia mais alguém no quarto. Estreitei os olhos para focalizar a figura na penumbra. Era um homem de jaleco. As sombras projetadas pelas venezianas não me permitiam ver o rosto com clareza. Ele examinava uma prancha, enquanto se apoiava displicentemente à grade da cama. Do lado oposto, um monitor emitia um bip constante e monótono.

Estiquei o pescoço para observar melhor o homem e senti o corpo todo dolorido. Meus braços dormentes protestaram quando tentei mexê-los. Alguns repuxos me alertaram para o "grampo" conectado ao dedo indicador. Havia, também, uma agulha enfiada no pulso, através da qual o soro pendurado no suporte de ferro descia gradualmente para a minha veia.

Atraído pelo meu movimento, o homem levantou a cabeça e se aproximou lentamente da cabeceira - sendo iluminado em cheio pela luz que vinha do corredor. Foi aí que realmente pude vê-lo. Ele era jovem. E muito bonito! Os cabelos negros e rebeldes emolduravam um rosto de tirar o fôlego. Apesar de estar de jaleco, por um momento duvidei que fosse médico. Mais parecia um jovem guerreiro.

Ele usava óculos de hastes pretas e largas. A armação elegante combinava à perfeição com aquele rosto. As lentes pareciam fotocromáticas.

Mas, mesmo com os olhos parcialmente ocultos, percebi com clareza o seu brilho. Eram olhos perspicazes, experientes. Olhos de quem tinha autoridade. Frios. Mas que pareciam estranhamente ternos enquanto me fitavam.

Tive a vaga sensação de já conhecê-lo. Embora, de fato, nunca o tivesse visto em toda a minha vida. Ele tinha uma fisionomia marcante demais para ser esquecida.

-Quem é você? - minhas palavras saíram sussurradas, arranhando a garganta ressequida.

Ele se afastou por um momento, sem dizer nada.

Nossa! Apesar de esguio, ele possuía uma compleição atlética - com ombros largos e quadris estreitos. Era bastante alto também. Como eu estava deitada, meu ângulo não era muito bom para arriscar um palpite. Mas cheguei à conclusão de que ele deveria ter pra lá de um metro e noventa.

Ele alcançou a jarra de água e encheu um dos copos. Parecia completamente alheio à minha "inspeção". Quando voltou, porém, sua expressão divertida me deu a entender que tinha percebido.

Eu engasgei, morta de vergonha. Droga! Eu podia apostar que tinha ficado vermelha até os dedos do pé. Com certeza, ele sabia o efeito que provocava em mim. Quem não perceberia? Uma caipira - cuja única experiência concreta em relação ao sexo oposto se limitou a beijinhos trocados atrás da quadra de esportes. E acho que mesmo essa experiência não vale, porque o garoto que beijei era tão boboca quanto eu.

E usava aparelho nos dentes.

A despeito de a televisão ter se encarregado de grande parte da minha educação, eu sabia perfeitamente que nenhum filme poderia ser parâmetro de comparação com a realidade que eu estava experimentando agora. A força que irradiava dele - o impacto do seu olhar - me intimidava e atraía ao mesmo tempo. Eu estava confusa. Sentia uma necessidade irracional de ser abraçada e confortada por aquele estranho, como se só ele tivesse o poder de me acalmar. Mas ao mesmo tempo, eu queria sair correndo!

Para minha surpresa e horror, ele passou o braço por trás da minha cabeça sem a menor cerimônia. Depois de me acomodar com cuidado, posicionou o copo sugestivamente diante dos meus lábios. Ah... por um instante de desvario, imaginei que ele soubesse o que se passava na minha cabeça.

Sua expressão era levemente divertida, enquanto esperava. Hmmm... Talvez ele soubesse.

Só agora eu tinha notado o quanto estava com sede. Por isso, mesmo desconcertada com a proximidade daquelas mãos fortes, eu agarrei o copo e bebi toda água.

-Devagar - a voz dele soou grave, ligeiramente rouca, e me deixou toda arrepiada.

Quase engasguei de novo.

-Você não respondeu a minha pergunta... - depois de aliviar a sede, minha voz saiu com mais firmeza.

Ele sorriu. Um sorriso estonteante. Capaz de paralisar uma manada de rinocerontes em disparada. (Nesse instante, eu me sentia a própria rinoceronte). Só depois de devolver o copo ao criado-mudo, foi que ele finalmente falou:

-Não respondi, não é mesmo? Eu sou Adriano, plantonista desta semana. Estou aqui para cuidar de você, Melissa.

Seu comentário despertou a necessidade de esclarecer minha situação.

-Onde estou? Como cheguei aqui? O que aconteceu?

Adriano ajeitou o travesseiro com cuidado, e afastou-se para observar o soro do suporte.

-Tenha calma - disse, enquanto mexia na pequena roldana que regulava a passagem de líquido para a minha veia. Só então, reparei que ele estava usando luvas cirúrgicas. - Não lhe fará bem ficar nervosa. Você não se lembra do que houve? - o tom pareceu-me ligeiramente especulativo.

Senti uma fraqueza insidiosa me dominando; a cabeça começou a girar.

-Eu... não consigo me lembrar de nada, desde que deixei o orfanato.

-Orfanato? - Ele pareceu surpreso e interessado, mas dissimulou rapidamente. - Bem, haverá tempo de sobra para se lembrar quando estiver plenamente recuperada. Você teve princípio de pneumonia, duas costelas quebradas, e sofreu uma concussão... Além de algumas escoriações no rosto e no corpo, mas que vão desaparecer logo.

Automaticamente, levei a mão livre à testa e percebi que havia uma pequena bandagem cobrindo parte da minha sobrancelha.

Eu abri e fechei a boca, ansiando por mais informações. Contudo, a tontura ficou mais forte e me senti arrastada novamente para a inconsciência. O que tinham colocado naquele soro? Eu estava ciente de que precisava confrontá-lo, mas meus pensamentos tornaram-se caóticos.

-Como sabe o meu nome? - balbuciei.

Ele riu baixinho. Uma risada gutural, sexy... que parecia dizer muito sem esclarecer absolutamente nada! Estremeci, como se o som tivesse perpassado cada nervo da minha coluna. Era possível se sentir acariciada por uma voz?

-Você estava com os seus documentos quando foi encontrada, Melissa Bacci. Agora, descanse.

-Eu não tenho dinheiro - resmunguei, o rosto já tombado de lado no travesseiro. Pensava vagamente na conta do hospital. Hmm... eu estava dopada mesmo.

-Nós vamos cuidar de tudo. Não se preocupe com bobagens.

O que ele era? Meu anjo da guarda? Suspirei, cada vez mais confusa. Contudo, o seu tom de voz tão cheio de autoridade me fez sentir segura.

-Tá.

E apaguei de novo.

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