Capítulo 3
Saí do banho, coloquei uma das lingeries que Chad Loens me comprou (preciso dizer que essa merda não cobre nada?) e saí.
- Onde vamos mesmo? - perguntei.
- Num restaurante. Comer.
- Ah, tá... E que roupa eu coloco? Não sou acostumada com a realeza. Sou da ralé mesmo, que pede uma pizza numa noite de sexta-feira.
- Você vai colocar isso. - Ele apontou pra uma caixa preta, que estava em cima da cama.
- É um vestido?
- Quer brincar de adivinhar ou vai abrir logo?
- Porra, chateada. - Tirei o vestido da caixa. Era vermelho. Colado. E tinha uma fenda enorme. - Até um tempo atrás você não gostava nem que eu usasse shorts, quanto mais esse tipo de vestido.
- É que agora não tem mais perigo de você escapar de mim. - Ele me abraçou por trás. - E eu quero ver a cara de inveja daqueles homens, quando eu entrar com você do meu lado. E também que esse vestido é mais fácil de eu tirar depois.
Dei um tapa nele e ele riu.
- Idiota.
Me arrumei muito sexy, linda, sensual e esperei Zack. Achei que eu demoraria mais, mas ok. Deixa ele. Nós saímos do quarto e entramos no elevador.
- Você está muito linda.
- Obrigada. - Ele deu um beijo no meu pescoço. - Zack, para.
- O que foi? - Ele fez de novo.
- Para, Zack, isso não vai dar certo.
- Por que colocou lentes verdes? Achei que ficaria sem.
- Azul e violeta não combinam com vermelho.
- Você que pensa.
Assim que saímos do hotel, eu vejo um conversível preto. Lindo. De quem é? Na hora em que ia perguntar pro Zack, ele tira uma chave do bolso.
- É seu?
- Por uma semana, sim.
Ele abriu a porta pra mim e eu agradeci. O ar daqui é... diferente, bom, sei lá. Chegamos no restaurante e eu penso "Que porra eu tô fazendo aqui?". É muito chique isso. Ele entregou a chave pro manobrista e nós fomos até o restaurante. Comidinha puta sem graça. São uns 30 pratos, do tamanho de uma formiga. Acho que um copo de água tem mais gosto que aquilo lá. Nós fomos embora. Claro que eu fingi que adorei a comida, né? E quando estávamos no elevador, voltando pro apartamento... Zack começa com a safadezas dele. Eu já deveria saber.
- Zack! Esse elevador pode abrir a qualquer momento!
- Não tem problema.
***
- Amor. Amor. Amooooooooooooor.
Acordei com alguém me cutucando.
- O que foi, Zack? Que saco, não posso nem dormir. Tô cansada.
- Cansada do quê? Você não faz porra nenhuma!
- Oi?!? Como é?
- Nada. É, você tem razão por estar muito cansada. Até porque... né... ontem... ufa.
- Tô com fome. - Ele chegou mais perto de mim. - Nossa, que bafo.
- Eu já escovei os dentes, querida. O bafo é seu.
- Noooossa. Como é que você me aguenta? Nem eu me aguento! Vou escovar os dentes logo. Chama o carinha do serviço de quarto e manda ele trazer comida.
- Não, amor, a gente vai comer num café. Comer um croissant...
- Ah, tá. Beleza. Vou ter que me arrumar, que merda.
Me levantei, enrolada no lençol. Eu vejo muito isso em filme, parece uma coisa sexy de se fazer, sei lá...
- Não entendi.
- O que?
- Já te vi pelada, querida. Várias vezes. Precisa se cobrir não.
Peguei o primeiro sapato que eu vi (o salto bege que eu usei ontem) e joguei nele.
- Para com isso - falei e ele riu.
Entrei no banheiro, fiz tudo o que tinha que fazer, tomei um banho rápido, coloquei uma lingerie-Chad-Loens e saí.
- Você não tinha essas... coisas. - Ele apontou pro meu corpo. - Comprou só pra mim?
- Adivinha quem comprou?
- Chad Loens, é claro. Me lembre de agradecê-lo.
- Eu vou jogar o outro sapato em você. Para.
Troquei de roupa e esperei Zack terminar seu banho. Enquanto o esperava, comecei a mexer no celular dele. Há poucas semanas, eu vi ele mexendo no meu; então, ao invés de reclamar, decidi que eu também tinha esse direito. Mas... epa epa epa... Quem é Sara? Comecei a ler a conversa dos dois.
"Zack, você precisa vir aqui urgente"
"Ok, Sara. Mas estou com a Ariel agora, daqui a pouco eu vou"
"Venha logo"
"Não posso largá-la com uma desculpa esfarrapada! Ela vai perceber! E você sabe que ela não pode saber sobre isso"
"Mas é claro que eu sei! Preciso de você. Aqui. É muito urgente"
"Ok"
Isso foi dia... Ah, foi no dia em que estávamos assistindo filme com a April e ele me largou lá sozinha dizendo que tinha que "resolver uns assuntos da empresa". Bom saber disso. Ótimo. Liguei pro serviço de quarto e pedi uma encomenda ótima. Não é comida, mas eu disse que pagaria a mais, então ele foi buscar.
Zack saiu do banheiro, me deu um sorriso e foi se trocar.
- Está tudo bem na empresa? - perguntei.
- Ah, é, está... por que a pergunta?
- Ah, é que você tem ido muito lá ultimamente. - Nessa hora, ele engasgou.
- Não... é, tá tudo bem sim. Tá sim. É só muito trabalho.
- Ah, legal... Veio uma camareira aqui, perguntar se queríamos que ela arrumasse o quarto. O nome dela era Sara. Legal, né? Sara. Sa. Ra.
- Deve ser porque ela sara as feridas - ele disse e riu, mas eu não ri. - O que foi? Você está bem?
- Não, Zack, eu não estou bem. Você estaria bem se na sua lua-de-mel você descobrisse que seu parceiro te trai com uma putinha chamada Sara? Não está tudo bem! Não está nada bem! Você pode até sonhar que eu aceitaria e que a gente faria um ménage, mas não! Eu já tô até imaginando como ela é. Loira, peituda, bem mais jovem que eu...
- Seria meio difícil eu me envolver com alguém bem mais jovem que você, né Ariel? Eu provavelmente seria pedófilo.
- Então defina a sua amada, a Sara. Ela não é tão mais jovem que eu... Então como ela é? Mais velha? Você está gostando de mulheres mais velhas, Zack? Tem desejo de transar com a minha mãe, por acaso?
- Amor, você entendeu tudo errado. A Sara é a minha secretária.
- Secretária? "Ah, Sara, não posso encontrar você agora, porque a a Ariel tá do meu lado E ELA NÃO PODE SABER NEM DESCONFIAR DE NADA!" Vai negar? Eu vi as mensagens!
- Você foi errada em mexer no meu celular! Eu preciso ter privacidade!
- Outro dia eu vi você mexendo no meu!
- É que você tinha ido tomar água, aí seu celular vibrou, aí eu fui ver o que era e era uma mensagem de um homem. Mas depois eu vi que era seu tio. Agora me diz porquê estava mexendo no meu celular!
- PORQUE VOCÊ MEXEU NO MEU! Mas foi bom eu ter mexido, pra descobrir sobre essa tal de Sara. Eu não sei se arrebento a sua cara primeiro ou se pego um avião e mato aquela vagabunda! Eu vou fazer os dois!
Comecei a estapeá-lo e ele tentava me parar. Bateram na porta e eu parei, me recompus, ajeitei o cabelo e fui atender.
- Oh, senhorita, desculpe incomodá-los. - A camareira olhou pra dentro do quarto, onde tinha um Zack só de cueca, vermelho por causa dos tapas e com o cabelo todo desgrenhado. - Eu só queria trazer essa encomenda pra senhorita Martin.
Era um buquê de flores. Muito bonito. O moço do serviço de quarto tem bom gosto, viu? Mas deve ser caro. Vou ter que pagar depois. Fingi que estava muito surpresa e feliz.
- Quem mandou?
- Anônimo.
- Ah, tá. Obrigada. - Fechei a porta. Peguei a cartinha e abri. Eu sei que estava vazia, mas comecei a inventar. - "O buquê mais lindo para a dama mais bonita de Paris. Nem todas as flores do mundo produzem um perfume tão... - Pensei em alguma palavra. -... doce e perfeito como o seu." Uh, ele me mandou beijinhos.
- Quem te mandou isso?
- A Sara é que não foi.
- Ariel, eu já disse que ela é a minha secretária!
- E daí? Vocês podem muito bem ter um caso! Ela vai com aquela sainha pequena e aqueles peitos pulando e fala "Ó, senhor" e senta em cima de você!
- Não! Ela é só a minha secretária! Nada mais!
- Então por que eu não podia saber da existência dela?
- Não é dela que você não podia saber, é... da situação da empresa. Ela me chamou nesse dia aí porque... bem... Estamos quase falidos.
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