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Essa é basicamente a história de como eu tentei ajudar alguém e acabei em uma confusão de proporções inimagináveis. Quando eu digo inimagináveis eu digo inimagináveis mesmo, tipo viagem no tempo, feitiçaria, crimes, duelos e um cara francês que não some por seis meses e reaparece como se nada tivesse acontecido. Ok, talvez eu tenha exagerado na última parte. De qualquer forma, é inútil tentar resumir em poucas palavras os acontecimentos dos últimos meses - ou dos últimos trezentos anos, sinceramente eu nem sei mais.

Tudo começou quando eu voltei para Paris após uma breve viagem para Nova Iorque. Vinte e três anos, recém-saída da Faculdade de Moda e com uma pele brilhante que só os ares da Semana de Alta Costura e trezentos euros de french pharmacy podem proporcionar. Como uma jovem garota francesa-americana, eu cresci entre a aconchegante casa de praia da minha mãe em Los Angeles e o ateliê de arte do meu pai em Paris. É a típica história, a bela e jovem fotógrafa espírito-livre conhece um enigmático e culto pintor francês e eles têm um caso que deveria durar uma temporada, mas acabam com uma criança. Eu estaria mentindo se eu dissesse que foi uma vida ruim, sempre viajando, muitas histórias para contar, uma leve negligência disfarçada de liberdade e, é claro, muita arte. Ser criada dentro de galerias e estúdios poderia ter tido um efeito completamente contrário em mim e eu acabar virando uma dentista ou contadora, mas a verdade é que eu decidi seguir os passos da família e me formei em Design de Moda no Institut Français de la Mode. Mas eu não ia usar os contatos valiosos dos meus pais para acabar vendendo camisetas superfaturadas ou tênis customizados horríveis, não, eu queria algo mais. Eu queria criar espetáculos! Eu queria ousar como Elsa Schiaparelli, inovar como Iris Van Herpen e deslumbrar as pessoas como Guo Pei. E foi exatamente quando eu estava voltando para casa com a minha amiga Leanne depois de um dia inteiro trabalhando nos bastidores de Giambattista Valli que eu recebi a melhor notícia que eu poderia sonhar.

— Lee, eu consegui! — Eu gritei, correndo do meu quarto até a sala. Leanne estava deitada no sofá assistindo televisão com o meu gato, Raf, no colo. Ela se levantou assustada.

— Conseguiu o quê, mulher!? — Ela reagiu, irritada.

— O estágio! — Eu gritei, basicamente pulando. — Aquele estágio!

— O estágio... Não creio! Você está falando sério!? — Ela perguntou, boquiaberta. Eu assenti, muito eufórica. — Meu Deus, Joséphine, você conseguiu!

— Guo Pei, eu consegui! — Eu gritei. Leanne começou a gritar junto comigo. — Eu vou para a China!

— Você vai para a China! — Leanne gritou de novo. Nós escutamos a vizinha de cima bater com a vassoura três vezes no chão como ela sempre faz quando nós somos escandalosas demais.

Então era isso, trabalho dos sonhos e uma vida completamente nova diante de mim. É claro que eu ainda tinha seis meses para planejar essa mudança toda, encontrar um lugar para morar em Pequim, tirar o visto, terminar com o meu namorado e esse tipo de coisa trivial. Eu conheci Jean-Paul três anos atrás quando eu estava "trabalhando" no backstage da Dior Menswear - talvez eu tenha forjado algumas credenciais depois que eles não me ligaram de volta, mas isso é apenas especulação. Ele é um típico galã parisiense: alto, bonito, fumante, morador de Belleville e trabalha como modelo para evitar pedir dinheiro para os pais. Enfim, o cara perfeito. Provavelmente me traiu umas cinco vezes enquanto eu estava em Nova Iorque, mas tudo bem, eu me diverti com uns artistas de Soho também - nada sério, é claro, eu sou apenas metade francesa.

— O que são todas essas coisas? — Perguntou Jean-Paul andando pelo meu apartamento entulhado de tralhas, haviam caixas e sacolas por todo lado.

— Minha tia Vivienne me pediu para me livrar de algumas coisas já que eu já estou vendendo as minhas coisas para me mudar. — Eu respondi enquanto me arrumava. Nós íamos sair para jantar e eu estava planejando oficialmente terminar com ele no caminho de volta.

— Tem umas coisas bem legais aqui. — Ele riu, brincando com um relógio de bolso quebrado. — Essa é a tia que tem uma loja de antiguidades?

— Essa mesma. Eu estou quase pronta, só um minuto. — Eu disse, indo para o quarto checar meu visual no espelho uma última vez. Era um lindo espelho Ultrafragola do Ettore Sottsass, uma das minhas peças de decoração preferidas de todos os tempos (eu estava verdadeiramente de coração partido por precisar vendê-lo para pagar adiantado pelo meu aluguel em Pequim). Jean-Paul veio até mim e me abraçou por trás. Ele colocou o meu cabelo para o lado e abaixou a fina alça do meu vestido, dando um beijo no meu ombro e em seguida no meu pescoço.

— Você está adorável. — Ele sussurrou no meu ouvido. Eu derreti.

— Você acha? — Eu perguntei.

— Absolutamente. — Ele respondeu, fazendo eu me virar para ele e me beijando. Lá vou eu...

Isso pode soar clichê e previsível, mas é claro que nós jantamos, voltamos para o meu apartamento, transamos a noite inteira, trocamos juras de amor e eu simplesmente não consegui terminar com ele. Eu sei, patético. Mas eu realmente estou apaixonada, então o que eu posso fazer? Talvez seja melhor eu apenas me despedir, ir para Pequim sem definir o status do nosso relacionamento e voltar depois de dois anos como se nada tivesse acontecido e surtar completamente ao descobrir que ele arrumou uma esposa e um filho durante o tempo em que eu estive fora. Esse seria o jeito francês de se fazer, eu suponho.

Jean-Paul foi embora pela manhã e eu continuei arrumando as coisas durante o dia. Eu tinha uma lista de coisas para fazer ainda aquela semana: ligar para a minha mãe em Los Angeles, ligar para o meu pai em... Alguma cidadezinha no interior da Dinamarca com um nome gigantesco que ele vai quando ele precisa de inspiração para pintar, enviar os meus documentos para o meu senhorio chinês e terminar um post para o meu blog sobre o curso do Met Museum sobre moda Rococó que eu frequentei esse verão.

Eu estava na cama escrevendo quando escutei um barulho estranho. Parecia uma pessoa tossindo - isso não é estranho considerando que todos os meus vizinhos são fumantes, mas minha janela estava fechada e o barulho parecia realmente muito alto. Eu tentei ignorar, pensando que talvez fosse apenas coisa da minha cabeça, mas eu comecei a ter a apavorante sensação de estar sendo observada. A essas alturas eu estava completamente apavorada cogitando ligar para a polícia, mas como a polícia provavelmente mandaria eu me foder, eu mandei uma mensagem para Leanne, que provavelmente estava com um de seus namorados (ela provavelmente mandaria eu me foder também).

— Quem está aí? — Eu escutei uma voz feminina soando dentro do meu quarto.

Certo, esse momento é um típico "instantes antes da merda acontecer". A verdade é que eu deveria ter corrido pela minha vida no momento em que eu escutei essa voz misteriosa soar como se estivesse no meu quarto, mas eu decidi ser curiosa por alguma razão. Francamente, meu instinto de sobrevivência é uma piada.

— Quem disse isso? — Eu perguntei, olhando em volta, tentando descobrir de onde a voz estava vindo.

— Você está... No espelho? — Perguntou a voz. Espelho?

Contrariando meu coração acelerado e minha vontade de viver, eu saí da cama lentamente, verdadeiramente apavorada, e fui em direção ao meu caríssimo espelho. Quando eu fiquei de frente para ele, meu cérebro entrou em curto circuito. Era eu... Só que não era.

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