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huit

Eu estava estática. O cara que possivelmente inspirou o Choderlos de Laclos a escrever As Relações Perigosas bateu na minha porta e me encarregou de criar o vestido que la Comtesse du Barry, a última maîtresse-en-titre de Louis XV, iria usar em sua apresentação formal em Versalhes. Nem nos meus sonhos mais selvagens uma coisa assim poderia acontecer - e, de uma maneira surreal e assustadora, estava acontecendo de verdade. Eu queria ficar chapada e criar o vestido mais absurdo e fascinante já feito, honrar o estágio na Guo Pei que eu jamais poderei experienciar e elevar minha arte a um nível totalmente novo. Mas, bem, nada poderia ser tão bom se a nobreza francesa está envolvida.

Eu decidi estudar moda Rococó depois de me formar na faculdade porque a opulência dos robes à la française sempre me fascinaram, os vestidos da realeza do final do século dezoito inspiraram meus designers preferidos incontáveis vezes. Mas a razão pela qual ternos feios de tweed são considerados o ápice da Alta Costura tradicional enquanto organza impressa em 3D é vista como algo exótico é porque os ricos e suas convenções ridículas estão sempre no caminho das coisas. Os robes à la française possuem um corpete destacável que precisa ser preso à mão com pelo menos dez alfinetes, tipo, toda vez que você coloca a merda do vestido. Eu consigo pensar em milhões de maneiras de fazer isso desnecessário, mesmo para vestidos mais chiques, eu aposto que centenas de modistas já pensaram nisso também... Mas as madames simplesmente não querem. As mulheres de Versalhes estavam dispostas a usar saias de cinco pés de largura, mas Deus nos livre de uma abotoação lateral. Enfim, eu estou presa em um século sem Twitter, eu preciso desabafar de algum jeito.

Para o vestido especial de Madame du Barry, eu mentalizei algo muito Christian Lacroix. Sem moodboards, sem imagens para me inspirar, todo o meu processo criativo precisou depender do meu pré-existente conhecimento de moda do século 21, o que foi difícil, mas interessante também. Eu pensei em Lacroix porque lembrei das noivas dele, o jeito em que ele harmonizava seda com renda e tule e suas claras inspirações Rococó. A condessa queria algo celestial e eu daria a ela algo assim. Richelieu me deu dinheiro - tipo, muito dinheiro - para cobrir todas as despesas com os materiais, mas o pagamento pelo meu trabalho seria apenas após a conclusão do vestido. Eu fiz absolutamente tudo sozinha, desde comprar os tecidos até costurar minúsculos brilhantes em volta de um vestido de cinco pés de largura. Eu estava realmente muito orgulhosa do resultado, mas minha opinião pouco importava - eu precisava impressionar Madame du Barry mais uma vez. Então, próxima parada: Versalhes.

Eu quase passei mal quando uma carruagem real enviada especialmente para mim veio buscar eu e o vestido que eu fiz para os últimos ajustes antes do baile. Eu estava indo para Versalhes. Não um museu, cheio de faixas de veludo e lojinhas com canecas personalizadas. Eu estava andando através do coração da opulência e decadência da realeza francesa, testemunhando a história de um jeito que nem o mais romântico dos acadêmicos poderia recriar com palavras. Eu me senti insanamente pequena, insignificante, mas ao mesmo tempo eu me senti como Deus... Porque eu não deveria estar ali. E mesmo assim lá estava eu, prestes a vestir uma mulher cuja cabeça estaria em uma cesta daqui duas décadas.

— Oh, não é a coisa mais esplêndida que você já viu? — Disse Madame du Barry, vestindo o vestido que eu fiz em cima de um palanque no quarto dela em Versalhes. Eu estava me esforçando muito para não perder o foco com aquela quantidade pornográfica de detalhes dourados e brilhantes em volta do quarto inteiro. Além de mim e da condessa, haviam três criadas e duas mulheres nobres no quarto: Madame d'Orleans e Madame de Béarn.

— Eu estou muito feliz que o vestido lhe agradou, madame. — Eu disse, sorrindo. — Há alguma coisa que não está ao seu gosto?

— Está perfeito, simplesmente perfeito, Joséphine! — Ela sorriu. — Eu não acredito que você fez tudo isso sozinha... Que talento!

— Obrigada, madame. Foi uma honra, eu realmente agradeço sua confiança no meu trabalho.

— Eu irei ficar tão ciumenta quando ver outras mulheres usando suas criações... Eu sei que Albertine e Adelaide estão ansiosas para encomendar algo com você. — Disse Madame du Barry. Ah tá, supera isso, garota, eu preciso de clientes. — Você gostaria de vir me ver, minha querida Joséphine?

— Ver você? Ver você como? — Eu perguntei.

— No baile! Você gostaria de vir?

— O baile... Aqui? Em Versalhes?

— Onde mais, bobinha? — Ela riu. — Albertine poderá acompanhar-te, o que acha?

— É uma honra, Madame la comtesse! — Eu respondi, tentando disfarçar meu entusiasmo. — É melhor eu providenciar um vestido.

Eu não sei exatamente como ou por que, mas eu fui formalmente convidada para um baile em Versalhes pela Madame du Barry. Os historiadores que ministraram o curso que eu fiz disseram que qualquer pessoa vestida bem o suficiente poderia entrar em Versalhes sem muitas perguntas, tipo as festas da Fashion Week. Eu, que não sou boba nem nada, já estava me preparando para ir a Versalhes há um bom tempo - com convite ou não.

As três semanas seguintes passaram em um piscar de olhos. Eu fui convocada em Versalhes duas vezes nesse meio tempo para executar ajustes que a condessa desejava em seu vestido. Enquanto isso, eu trabalhei no meu próprio vestido, cujo protótipo já estava pronto muito antes de Madame du Barry sugerir que eu fosse ao baile. Os designs da Sarah Burton para Alexander Mcqueen foram a minha grande inspiração e talvez ser forçada a lembrar dos modelos de memória tenha acendido algumas fagulhas de criatividade em mim. Depois que Monsieur Richelieu me pagou pelo meu trabalho eu pude finalizá-lo com as contas e pedrarias necessárias. E então era hora de fazer algo que eu não fazia há muito tempo: me arrumar para uma festa na casa de uma garota que eu mal conheço.

Albertine L'Angelle, la Duchesse d'Orleans: jovem, rica, bonita, solteira e uma dama extremamente cobiçada nos círculos sociais mais influentes de Paris. E isso tudo não era por acaso; Albertine era sobrinha do Rei Louis XV, portanto uma Princesse du Sang. Ela era organizadora de diversos salons de arte e literatura e uma matrona da Haute Couture antes de "alta costura" ser uma coisa de fato. Foi ela quem Madame du Barry encarregou de me acompanhar ao baile. Eu queria muito cair nas graças dela porque ela sim era uma cliente com muito potencial. Uma carruagem buscou eu e meu vestido desmontado em meu pequeno ateliê e me levou até a mansão de Mademoiselle d'Orleans. Eu não tinha empregados, não estava usando um vestido de tarde chique e certamente me faltava muita riqueza geracional para me encaixar apropriadamente naquele ambiente. Mas eu ia improvisar.

— Seu vestido é magnífico, Joséphine! — Comentou Madame d'Orleans. — Eu estou realmente arrependida de não ter encomendado o meu com você.

— Não lhe faltarão bailes, madame la princesse. — Eu disse, sorrindo. — Tenho certeza que ainda terei a oportunidade de criar uma peça deslumbrante para você.

— O seu cabelo está bonito, mas... — Ela disse, indo até sua enorme penteadeira. — Esse vestido merece uma peruca elegante. Gostaria de experimentar alguma minha?

Eu não posso dizer que eu amava aquelas perucas enormes, mas eu estava curiosa para saber como eu ficaria usando uma. Eu experimentei uma porção de perucas - uma, inclusive, com quase meio metro de altura - e decidi usar uma platinada de tamanho médio, com cachos enrolados em fios dourados. Parecia uma peruca muito cara, mas Madame D'Orleans insistiu que eu usasse porque combinava perfeitamente com o meu vestido. Ficou bonito, eu preciso admitir. A duquesa estava usando um lindo vestido lilás com aplicações prateadas e muitas joias, coroada com uma enorme peruca branca entalcada. Ela ficou muito tempo encarando o espelho e murmurando coisas com a empregada dela, mas eu é que não vou reclamar - eu tinha um bufê de pâtisserie inteiro ao meu lado enquanto eu esperava.

— Joséphine, eu preciso que você seja honesta comigo. — Disse Madame D'Orleans. Lá vamos nós. — Há algo estranho no meu visual?

— Absolutamente não, madame, você está deslumbrante. — Eu disse.

— Eu sei que está tudo muito bonito, mas você tem certeza que não há algo faltando... — Ela disse, voltando-se para o espelho. Isso é um teste ou algo do tipo? O que eu deveria responder? Eu não poderia arriscar chateá-la, ser expulsa da casa dela e arriscar que ela me colocasse na lista negra de modistas parisienses. Eu posso estar exagerando, eu sei. Ela realmente só parecia incomodada com algo no visual dela.

— Bem, eu acho que os diamantes são lindos, mas ficam um pouco apagados por conta da cor do vestido. — Eu disse. — Você tem esmeraldas? Verde pode harmonizar melhor com lilás nesse caso.

— Eu tenho... — Ela disse, um pouco pensativa. — Brigitte, aquele conjunto de esmeraldas, por favor. — Ela pediu à camareira. Eu ajudei Brigitte a substituir o colar, os brincos e as pulseiras de diamante de Madame D'Orleans por um lindíssimo conjunto de esmeraldas. Ficou realmente muito bonito. — Olhe isso... Está perfeito! — Ela disse. As joias realmente ficaram muito melhores. — Você tem um olho e tanto, Joséphine! Obrigada.

— De nada, madame. Você está magnífica!

— Você também. — Ela sorriu. — Brigitte, avise o Monsieur Durand que estamos prontas.

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