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douze

Antes que alguém decida me julgar, eu não transava há muito, muito tempo. E, francamente? O que aquele homem tinha de educado ele tinha de charmoso, qualquer um renderia fácil. Sem contar o físico: um coroa em forma, de peitoral estufado, pique Vincent Cassel. Para a minha tristeza, ele não era exatamente muito bom de cama, mas era carinhoso e atencioso, o que já é melhor do que grande parte dos homens. Eu sentia muita falta disso, tanto do sexo quanto dessa sensação de ter intimidade com alguém, de estar próxima o bastante para se sentir vulnerável, porém segura ao mesmo tempo. Eu tentei pegar leve para não deixar transparecer a minha experiência sexual que nem as prostitutas do século XVIII tinham e permiti que ele assumisse o controle, o que resultou num sexo... Não tão bom quanto poderia ter sido. Mas ainda foi bom, eu estava com muito tesão. Me sentindo mais ou menos satisfeita, eu deitei no peito dele enquanto ele cochilava ao meu lado na cama, sendo embalada pelo doce movimento de sua respiração por mais de uma hora talvez. Acabei cochilando um pouquinho também. Ele já estava acordado quando eu despertei.

— Meus funcionários chegam bem cedo. — Eu disse, ainda deitada no peito de Monsieur Bascher. O sol estava nascendo. — Você deveria ir.

— Se por um acaso... — Ele disse após um longo suspiro. — Se por um acaso eu te pedisse para casar comigo de novo, o que você diria?

— Não. — Eu respondi. — Eu diria não.

— Por quê?

— Porque estou sóbria.

— Estou falando sério...

— Eu também. — Eu disse, bem séria, esticando o corpo para poder olhar nos olhos dele. — Por que você quer se casar comigo, de qualquer forma? Porque sou boa de cama?

— Isso também. — Ele riu. — Eu não sei, acho que poderíamos ser felizes. Há algo melhor para uma costureira do que se casar com um vendedor de tecidos?

— Você tem um excelente ponto. — Eu sorri.

— Eu não me importaria de me mudar para Paris, contanto que você não se importe com as minhas viagens... Eu poderia comprar uma casa maior para você ter espaço para o seu ateliê e nossos filhos.

— Filhos... — Eu murmurei, casualmente me lembrando do meu DIU anticoncepcional... O que, pela primeira vez, me fez parar para pensar que eu tenho uma peça de cobre instalada no meu útero que eu nunca vou poder tirar e isso pode acabar me matando. Ah, do que eu to falando? Estamos em 1770, até um resfriado pode me matar, eu vivo perigosamente agora. — Então, eu tenho um problema.

— Que problema?

— Eu não posso ter filhos.

— Oh... Eu sinto muito, eu não sabia. — Ele disse, soando genuinamente preocupado. — É permanente?

— É, os médicos disseram que sim. — Tecnicamente a validade do meu DIU é de cinco a dez anos, dos quais já se passaram três, mas como um creme facial bem caro comprado pela metade do preço na farmácia eu só penso: tomara que ainda funcione depois de vencido.

— É claro, eu... Eu me esqueci completamente o quão doente você estava antes de nos conhecermos. — Disse Monsieur Bascher, acariciando o meu rosto. Eu gostaria de dizer para ele que quem estava doente era uma vagabunda que se parecia muito comigo e eu salvei a vida dela ao mandá-la para o século XXI, ganhando uma expectativa de vida de menos de quarenta anos em troca. — Me desculpe, Joséphine.

— Eu aprendi a me conformar. — Eu disse. Não estava me referindo à infertilidade, mas ele não precisa saber disso. — De qualquer forma, não quero ouvir você dizer que não pode se casar comigo por causa de uma coisa dessas, então... Diga algo bonito.

— Você mesma disse que não quer se casar comigo.

— Exatamente, sou eu quem não quero. Mas já que você também não quer mais, vamos fingir que nós dois queremos. Me dê uma boa desculpa, uma bem bonita, vamos...

— Certo... — Ele suspirou, ajeitando-se na cama. — Joséphine, món amour, eu te amo. Te amo como há muito tempo não amava alguém e como, há muitos anos, achei que nunca mais fosse amar. Mas, contra a minha vontade, eu preciso ir.

— Não... — Eu suspirei.

— Você pertence a um mundo dourado, reluzente, de vestidos coloridos e bailes e vinhos e jóias. Não há lugar para um homem como eu no seu mundo.

— Oh, monsieur...

— Eu te entediaria. Sou um homem velho e cansado que cruzou muitos oceanos e percorreu muitas estradas e agora só deseja repousar nos braços de uma bela mulher pelo resto da vida. E por mais bela que você seja, minha cara, eu sei que o seu coração anseia por mais que isso. — Quando Bascher disse isso, uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto. Ele a limpou. — Não chore...

— Me perdoe... — Eu disse, chorosa, sem saber exatamente pelo que eu estava me desculpando. — Eu não pretendia chorar de novo, é que...

— Eu acho que entendo.

— Entende?

— Você está apaixonada. — Ele afirmou, muito seguro. — E você chora porque não é por mim.

Se eu estava chorando um pouco antes, Monsieur Bascher me deixou prestes a desabar. Ele simplesmente jogou na minha cara algo que eu estava custando para admitir desde o momento em que o levei para a minha cama. Numa tentativa boba de adoçar o sabor amargo da nossa despedida, eu pedi para que ele mentisse, mas não sei se em algum momento ele se deu conta de que havia começado a falar uma verdade atrás da outra - e a maior delas era que a carência que eu sentia, essa necessidade subjetiva de ser protegida, não era amor, e com toda certeza jamais seria paixão. Eu permaneci deitada na cama enquanto ele se vestia, tentando adivinhar o que se passava pela cabeça dele. Quando ele estava pronto, eu vesti um roupão e o acompanhei até a saída dos fundos, para que ele pudesse deixar a minha casa o mais discretamente o possível.

— Você vai voltar para Paris? — Eu perguntei, antes que ele fosse embora.

— Daqui alguns meses, talvez. Por quê?

— Se ainda não tiver encontrado a dama sortuda que há de ser sua futura esposa... Passe aqui para dizer oi.

— Eu irei, não se preocupe. — Ele sorriu. — Afinal... Talvez eu precise de um vestido de casamento.

— Ai, minha vida é uma tragédia mesmo. — Eu murmurei. — Adeus, Monsieur Bascher.

— Adeus. — Ele disse, beijando-me nos lábios.

— Espera! — Eu exclamei, segurando ele pelo casaco, antes que ele se virasse. — O que você disse antes, sobre eu estar apaixonada... De onde você tirou isso?

— Bem, eu queria evitar falar disso, mas já que você perguntou.... — Ele revirou os olhos. — Você gemeu um outro nome enquanto nós... Você sabe.

— Um nome!? — Eu quase gritei, de olhos arregalados, completamente estatelada. Puta que pariu, que vexame (não é a primeira vez que acontece).

— E não era o meu. — Ele acrescentou, por motivos obviamente sarcásticos. — Eu quis acreditar que você estava dizendo outra coisa, mas... Quando você chorou agora a pouco eu percebi que só poderia se tratar disso.

— Ah, meu deus, você deve estar pensando o pior de mim! — Eu exclamei, roxa de vergonha. — Eu sinto muito...

— Você é perigosamente imune à minha raiva. — Ele disse, sorrindo um pouco triste. — Talvez seja ingenuidade minha, mas, mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu não vejo maldade no seu olhar. Apenas uma garota perdida, errando na tentativa de acertar.

— Requer uma alma muito sensível e um coração muito gentil para pensar assim, para me ver assim... Obrigada. — Eu sorri. — Eu sei que não te mereço, mas estou começando a achar que mulher nenhuma merece.

— Talvez eu cruze mais alguns oceanos, percorra mais algumas estradas... Quem sabe eu não termino aqui de novo?

— Eu espero que não.

— Eu também. — Ele sorriu. — Adeus, Angelique.

— Adeus, monsieur. — Eu disse, dando um beijo na bochecha dele.

Não consegui nem ficar irritada por ele ter me chamado de Angelique, principalmente porque ele nem percebeu. Eu me joguei nos braços dele e o beijei novamente, temendo (ou esperando) que nunca mais pudesse beijá-lo de novo. Ele saiu pela porta, mas se virou antes que eu a fechasse:

— E eu espero que, quem quer que esse Armand seja, que ele saiba apreciar o quão maravilhoso é ser amado por uma mulher extraordinária como você.

Eu estava torcendo para que ele fosse embora sem ter revelado a desgraça do nome que eu gemi, assim eu poderia omitir esse pequeno detalhezinho de vocês. Mas, é, talvez eu tenha simplificado um pouco demais a minha história com o Monsieur de Valois - bom, eu não passei a chamá-lo de le démon a toa. Eu estava evitando tocar nesse assunto por questões sensíveis, porque pra falar dele eu vou precisar fazer algo que pode ser considerado meu pior pesadelo:

Voltar no tempo.

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