Capítulo 8
Cheguei ao clã dos Hyuugas com o coração aos pulos, temia a reação de Hiashi-sama, quando soubesse do estado de Hinata e do nosso plano de nos casarmos. Todavia, eu não podia fraquejar e nem voltar atrás com minha palavra. Precisava enfrentá-lo, se eu quisesse viver um amor verdadeiro com Hinata e reconquistá-la.
Era necessário fazer tudo certinho, da forma que deveria ter sido desde o início.
Pedi para falar com o líder do clã e aguardei, Hinata estava com Hanabi e logo viria me encontrar. Contrariando o que eu imaginava, não demorou muito e Ko-san informou que eu poderia entrar, me guiando até onde Hiashi-sama estava.
E, precisava confessar, minhas pernas tremiam feito vara verde. Nem na guerra eu tive tanto receio, principalmente por Hinata estar grávida. Eu sabia que Hiashi era rígido na educação das filhas e, sobretudo, sobre as tradições e leis do clã Hyuuga. Por isso mesmo, temia ter estragado tudo, enfiando o carro na frente dos bois, se é que me entendem. Todavia, a atitude do pai de Hinata, sem dúvidas foi exatamente a que eu esperava.
— Você engravidou minha filha em uma missão? Que tipo de canalha é você? Aliás, como pretende casar com ela, se Hinata sequer lembra que você existe? - Hiashi esbravejou como um trovão, assim que relatei todo o ocorrido e minha pretensão de me casar com Hinata o mais rápido possível.
Com o Byakugan ativo, ele já vinha para cima de mim. Que consegui me esquivar, ficando na defensiva, não queria lutar. Somente expor meus sentimentos e meu plano de me casar.
— Ela está começando a se lembrar! - argumentei, apelando para o bom senso de Hiashi.
— Não me diga? - retrucou um tanto irônico.
— Sim, por isso estou aqui, eu pretendo reparar meu erro. - coloquei um dos joelhos no chão e abaixei a cabeça, em sinal de respeito.
Os demais guardas do clã já surgiam, devido ao tom de voz acalorado de seu líder.
— Eu não vou aceitar um bastardo como neto... - vociferou e veio em minha direção. - Jamais, você desonrou minha filha, não é digno de respeito.
— Papai! - Hinata entrava aos prantos na pequena sala.
Olhei de relance para o amor da minha vida e notei que carregava o mesmo cachecol vermelho. Não só isso, ela chorava agarrada a ele.
— Eu amo o Naruto-kun. - declarou parando em frente ao pai. - Sempre amei, por toda a minha vida, eu que o seduzi, Naruto não queria avançar o sinal. - explicou e Hanabi se prostrou ao lado da irmã. - Eu lembro de tudo agora...
Meu coração quase parou. Ela se lembrava?
— Lembra? - Hiashi titubeou e desativou o Byakugan.
— Lembro. - concluiu, abraçando o cachecol ainda mais forte. Na sequência, ela veio até mim, me pegando pela mão. - É pra você. - e me entregou o cachecol, que já estava molhado de suas lágrimas.
— Pra mim? - indaguei emocionado.
— Sim, Naruto-kun. - afirmou sorrindo em meio às lágrimas. - Eu fiz esse cachecol para demonstrar meu amor, até levei comigo durante a última missão que fizemos, mas jamais tive coragem de te entregar...
Sem nem perceber, também já estava chorando.
— Obrigado, hime. - toquei seu rosto gentilmente. - Eu vou guardá-lo com todo meu amor.
Ela se jogou em meus braços.
— Naruto-kun... Eu te amo.
Eu sorri e beijei o topo de sua cabeça, por cima dos fios escuros.
— Você se lembra mesmo, de tudo? - indaguei comovido, até esquecendo que todos observavam a cena, inclusive o pai de Hinata.
— Lembro... - Hinata desatou a chorar ainda mais. - Eu me lembrei graças ao cachecol, enquanto conversava com Hanabi sobre a gente, as lembranças vieram à minha mente uma a uma. Tudo o que vivemos... - a frase ficou incompleta e ela corou.
— Por favor, Hiashi-sama. - implorei, tornando a me ajoelhar, mas sem soltar a mão de Hinata. - Eu faço qualquer coisa para ser merecedor da sua filha, eu a amo com todas as minhas forças. Só quero poder cuidar do meu filho e da minha esposa pelo resto da minha vida.
Hanabi e até os guardas jaziam com os olhos marejados, inclusive aquele que sempre andava com Hinata pela vila. Me causando um ciúmes desconfortável. Será que me equivoquei?
Entretanto, o longo suspiro de Hiashi me trouxe de volta ao que importava no momento.
— Se é assim... Não serei eu quem causará a infelicidade de uma filha.
— Obrigada, papai! - Hinata correu até ele e abraçou sua cintura.
Hiashi apenas tocou a cabeça de Hinata, parecendo completamente resignado. Então era isso? Eu finalmente poderia me casar com a mulher da minha vida?
— Parabéns, maninha! - Hanabi abraçou Hinata por trás. - E você, seu tapado, vê se cuida da minha irmã!
Afirmei categoricamente que sim e ela sorriu.
Eu não perderia tempo, agilizaria tudo o mais breve possível. Antes que Hinata mudasse de ideia sobre o seu amor por mim e assim o fiz.
(...)
— Amor, você vai se atrasar! - Hinata exclamou do andar de baixo.
— Já vou, já vou. - gritei de volta.
Droga, seria o dia da minha nomeação como Hokage da vila da folha e eu simplesmente perdi a hora. Por que eu tinha que ser daquele jeito? Lembro que Hinata tentou me acordar várias vezes, por fim, não conseguiu e apelou para Himawari, que, com seu jeitinho doce finalmente conseguiu me tirar da cama.
— Papai? - ouvi a voz do Boruto, enquanto procurava os sapatos.
— Oi, filho. - respondi todo enrolado.
— Vou chamar a mamãe, ela acabou de buscar sua roupa de hokage e pediu para ver se você precisava de ajuda. - explicou, encostado no batente da porta.
— Preciso. - objetei desesperado. Eu não achava nada naquele quarto, Hinata sabia onde cada coisa estava, diferente de mim.
Parecia que o que eu precisava desaparecia como que por mágica do meu campo de visão.
— Tá bom. - respondeu e sumiu pelo corredor.
Alguns segundos depois, o anjo mais lindo do mundo surgiu no quarto.
— Oi, amor. - sua voz doce me acalmou imediatamente.
Abri um sorriso involuntário.
— Estou uma pilha de nervos e não acho nada. - confessei exasperado.
Hinata só rodeou minha cintura e respondeu:
— Acalme-se, tudo o que precisa está na prateleira direita do armário e seus sapatos na parte de baixo.
— Nossa, e eu não vi? - resmunguei, envergonhado.
— O que seria de você sem mim? - brincou e eu beijei suavemente seus lábios, esquecendo completamente meu atraso.
— Não seria nada, sem dúvidas. - garanti, abraçando-a contra mim.
— Eu adiantei o relógio, você tem uma hora e meia, use com sabedoria. - sussurrou próximo ao meu ouvido.
— O que? - minha voz subiu uma oitava pela surpresa.
— Você estava tão nervoso ontem, quando fomos dormir, que não conseguia pegar no sono. - observou e eu assenti. - Como eu precisava buscar sua capa de Hokage bem cedo, decidi deixar Himawari como um plano b, acaso eu não conseguisse te acordar antes de sair.
— Parece que funcionou. - cocei a nuca sem graça.
— Também adiantei o relógio, pois sabia que iria se atrasar.
— Eu te amo, já disse isso hoje? - perguntei baixinho e mordi o lábio inferior de Hinata.
— Hoje não, que tal me dizer, hokage-sama? - ela respondeu e entonou uma voz sexy e atrevida.
— Me chama de hokage-sama de novo mais tarde e eu não respondo por mim. - já a minha soou incrivelmente rouca.
Hinata tinha um efeito enlouquecedor sobre mim.
— Seu pedido é uma ordem. - devolveu e apertou minha bunda.
— Ah, sua danada! - a peguei pela cintura novamente e Hinata riu, tentando se desvencilhar dos meus braços.
— Papai não estava atrasado? - Himawari apontou na porta, juntamente com o Boruto, que tinha as bochechas vermelhas e fitava o teto do quarto.
— Ei, não vimos vocês aí. - fui até os dois e dei um beijo na testa de cada um.
Himawari logo se jogou em meus braços, mas Boruto fez um bico e se esquivou. Ele estava na fase de se considerar um adulto e não gostar de demonstrações de afeto.
— O papai precisa terminar de se trocar agora, vamos deixá-lo em paz. - Hinata me deu uma piscadela travessa e arrastou os filhos para fora do quarto.
Nesse instante, uma brisa gelada soprou pela janela aberta e estremeci, por estar apenas com uma camiseta fina. O inverno já sussurrava e a vila costumava ser bem gelada nessa época.
Mas, não importava qual fosse a estação, com Hinata ao meu lado era sempre primavera. Pois, somente ela tinha o dom de fazer o meu coração florescer.
Fim.
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