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Capítulo 7

Enquanto nos beijávamos, eu sentia como se a vida finalmente voltasse a ter sentido. Como se a terra tornasse a girar, entrando nos eixos e tudo valesse a pena. Todo o sofrimento que passei nessas últimas semanas, esperando Hinata me reconhecer.

— Eu te amo tanto, hime. - declarei colando minha testa à dela, assim que cessamos o contato.

Ela não respondeu, mas vi surgir um sorrisinho em seus lábios.

— Fiquei com ciúme da Sakura. - confessou e eu arregalei os olhos.

— Ciúmes? - indaguei, confuso.

— Sim, assim que soube que você tinha passado mal, eu vim correndo te ver. - explicou e uma sensação de calidez tomou conta do meu coração. - Mas, ao ver Sakura tão próxima de você, eu senti um aperto no coração... Quase fui embora, porém, não tive forças de voltar para o quarto. Até que ouvi sua voz. - concluiu e eu acariciei delicadamente seu rosto.

— Não há motivos para ter ciúmes de nenhuma outra, meu coração é só teu, amor. - assegurei e beijei a pontinha de seu nariz.

— Eu tive um sonho... - iniciou um pouco insegura, mudando de assunto. - Nesse sonho eu segurava uma criança muito linda nos braços, na real, era um menino gorducho e cabeludo. - engoli em seco e esperei que continuasse. - Eu senti que essa criança era muito importante pra mim, pois eu a ninava com todo carinho... Só que...

— O que foi, hime? - a encorajei.

— O bebê parecia com você.

Senti meu peito acelerar, a ponto de sair correndo pelo hospital.

— Comigo? - minhas pernas amoleceram e eu quase caí, não fosse a certeza de que não podia ser tão banana assim.

Hinata precisava de mim, eu não podia ser um frouxo. Puxei o ar com força e tomei coragem, eu precisava ser sincero com ela.

— Hina, preciso que saiba de uma coisa. Mas não sei se é melhor que Sakura diga. - informei, passando as mãos pelos meus cabelos nervosamente.

— Se for importante, prefiro que seja você a me contar. - objetou e seu olhar tornou-se mais afiado.

— Eu não sei como irá reagir, tenho medo de te afastar. - relatei pegando suas mãos entre as minhas. - Eu não aguentaria se me chutasse novamente, eu te amo muito, Hinata!

— Diga meu amor, prometo que não vou te chutar. - ela deu um sorriso zombeteiro e eu ri um pouco também, mas ainda absurdamente nervoso.

— Hina, você está grávida e eu sou o pai. - me ouvi dizer em um acesso de coragem.

— Grá-gravida? - gaguejou e suas mãos escaparam das minhas.

— Isso. - dei um passo em sua direção, temendo ter feito uma merda colossal.

— Grávida?

— Isso... - reafirmei. - Olha só... - eu já ia me explicar, implorar perdão, pedir que ela não me largasse, garantir que ficaria ao seu lado em todo o momento. Entretanto, não tive tempo.

— Eu estou grávida? - começou a chorar. - eu sonhei com um garotinho gorducho que lembrava muito você, além do mais, eu o ninava com tanto amor. Então, ele será o nosso filho?

— Acredito que sim. - concordei com lágrimas nos olhos.

Seria possível Hinata ter sonhado com nosso filho, sem ao menos saber de sua condição?

— O que vamos fazer, Naruto-kun? - perguntou um pouco trêmula.

Imediatamente a tomei em meus braços e passei a afagar seus cabelos escuros.

— Eu vou conversar com seu pai, pedirei sua mão em casamento, se você quiser é claro. - me corrigi, temendo assustá-la. Afinal, eu tinha acabado de transpassar uma barreira em direção ao seu coração.

— Ca-casamento? - seus olhos encontraram os meus.

— Só se você quiser! - especifiquei, gelando por dentro. - Se não quiser, não sei, podemos achar um jeito, eu vou cuidar de vocês dois, hime. Dou minha palavra, ttebayo!

— Casar... Com... Você? - insistiu, hesitante e fiz que sim com a cabeça.

— Isso, para nós dois cuidarmos dessa sementinha que está aí, dentro de você. - toquei sutilmente sua barriga, tentando não ser invasivo.

Todavia, Hinata não me afastou, pelo contrário, colocou a mão por cima da minha e eu sorri.

— E se eu nunca me lembrar complementa de você? - indagou e meus olhos encheram-se de água.

— Não me importo, ainda que não me ame como antes, eu jamais poderia viver sem você, hime. - garanti beijando suas mãos. - Eu vou te reconquistar a cada dia, pouco a pouco... Eu te farei feliz e te amarei com todas as minhas forças... Só peço que não desista de mim, me de uma chance de provar que o meu amor é real, que podemos ser felizes juntos. - implorei me ajoelhando em seguida. - Por favor, Hinata, aceite casar-se comigo, sei que sou um idiota, hiperativo e cabeça-oca, mas esse idiota te ama com todas as forças. Permita-me estar perto de você, te amar e cuidar por todos os dias das nossas vidas e... - fui interrompido por Hinata, que chorava copiosamente.

— Sim.

— Sim? - levantei meus olhos e encontrei suas duas luas a me olhar amorosamente.

Por um segundo, tive um vislumbre da imensidão do seu amor por mim de outrora.

— Sim, Naruto-kun. Eu aceito.

Comecei a chorar ainda mais e levantei do chão num impulso, sentindo minha cabeça girar. Contudo, não me importei. Só Hinata importava, somente o nosso amor e a promessa de felicidade ao lado da mulher da minha vida.

— Eu te amo! - gritei com todas as minhas forças.

Ciente de que Sakura ou Tsunade poderiam aparecer e me quebrar na porrada.

— Eu sou o homem mais feliz do mundo... - a peguei pela cintura e a girei no ar.

Quase caímos na cama, porque eu estava tonto ainda. Porém, antes na cama do que no chão.

— Cuidado, você não está bem. - Hinata me repreendeu sorrindo, em seguida me beijou nos lábios.

— Eu posso saber o que está acontecendo aqui? - vovó Tsunade apareceu e nos encarou um tanto surpresa.

— Hinata e eu vamos nos casar! - contei eufórico e ela sorriu, percebi que os olhos marejaram, mas vovó fingiu-se de forte e disfarçou.

— Oras, meus parabéns. Espero que cuide dessa menina, Naruto. Ou vai se ver comigo! - ameaçou e eu balancei freneticamente a cabeça em concordância. - Agora vá falar com Hiashi-sama, ele precisa saber o que está acontecendo.

— Certo. - concordei novamente.

— Hinata, antes de tudo, precisamos conversar. - vovó Tsunade hesitou, fechando a porta do quarto atrás de si.

— Eu sei, Tsunade-sama. - Hinata respondeu sorrindo.

— Sabe? - vovó franziu o cenho e olhou de Hinata para mim por duas vezes.

— Sim. - Hinata tornou a afirmar com lágrimas nos olhos e tocou a barriga, ainda sem nenhum sinal visível de vida ali.

— Ah que bom! - vovó correu e, deixando a cerimônia de lado, abraçou Hinata. - Estou tão feliz que tenha recebido bem a notícia, Sakura e eu temíamos contar a você e piorar seu estado.

— Está tudo bem. - Hinata assegurou correspondendo ao abraço. - Eu vou me casar com o Naruto-kun, tudo ficará bem.

Chorei de felicidade e amor, louco para sair gritando aos quatro ventos que seria pai e me casaria com uma mulher incrível. Que, por sinal, eu amava mais do que minha própria vida.

No entanto, as coisas não seriam tão simples como imaginávamos e eu só descobriria depois...

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