Capítulo 2
Por fim, resolvi cochilar um pouquinho, eu estava desacostumada à missões, por ficar tanto tempo sem fazer nada. Tanto que, quando dei por mim, já estava adormecida dentro da barraca. Contudo, em dado momento, o barulho da chuva que caía tornou-se tão forte, que acordei assustada com o som de um raio. Dei um gritinho assustado e Naruto botou a cara dentro da barraca, todo ensopado.
— O que houve, Hinata-chan? - perguntou com a água pingando de seus cabelos.
— Naruto-kun! - exclamei preocupada. - O que está fazendo? Entra aqui, deve estar frio aí fora. - argumentei aflita.
— Não precisa se preocupar. - respondeu tranquilo. - O chakra da Kurama me aquece.
— Assim você vai ficar doente. - insisti indo em sua direção.
— Não se preocupe comigo, estou bem. - rebateu e eu fiz uma careta.
— Pode deixar de ser teimoso e entrar aqui? - ordenei mais incisiva. - Você não é imortal!
Naruto suspirou e entrou, molhando quase tudo no processo.
— Molhei toda a barraca, desculpe. - pediu se encolhendo.
— Por que não foi para a tua barraca? - questionei sem entender.
— Não te deixaria sozinha aqui, com essa chuva. Vai que o maniaco aparecesse?
— Eu saberia me defender. - devolvi sentindo-me ofendida.
— Desculpe, não quis dizer que não saberia. - respondeu fitando meus olhos. - É só que, eu não posso nem imaginar algo acontecendo com você.
— Por quê? - questionei, sentindo meu coração disparar.
Se ele falar que é por sermos amigos, eu o chuto para fora dessa barraca!
— Porque você é muito importante pra mim, Hinata-chan.
Certo, isso foi melhor que somos amigos.
— Eu sou importante pra você, Naruto-kun? - eu queria ouvi-lo me dizer outra vez.
— Muito. - afirmou me encarando de um jeito diferente.
— Como? - nesse momento eu já me tremia toda, tal como uma garotinha apaixonada, que eu era, diga-se de passagem.
— Eu... - Naruto hesitou por um breve instante e desviou os olhos para um ponto fixo da barraca. - Descobri algumas coisas que estavam escondidas dentro de mim há bastante tempo. - assenti, em um encorajamento mudo para que ele continuasse.
— O que descobriu? - tornei a perguntar, vendo que Naruto estava com dificuldades de concluir o raciocínio.
— Tenho medo de dizer.
— Não tenha.
— Hinata, eu amo você.
Silêncio.
— Desculpe. - emendou na sequência, fazendo menção de sair da barraca.
— Não vá. - pedi segurando a manga de sua blusa molhada.
Naruto olhou-me de canto e engoliu em seco, mas retornou para a mesma posição.
— Por que, Hinata? - questionou, olhando-me fixa e intensamente, antes de desviar o olhar para a minha boca por um instante.
— Porque eu também te amo, sempre te amei, desde menina. - confessei com lágrimas nos olhos. - Eu achei que nunca fosse retribuir... - não conseguia mais conter às lagrimas que escorriam livremente pelo meu rosto.
— Ei, não chora. - Naruto tocou minha bochecha de forma bem sutil e senti meu corpo todo esquentar em resposta. - Não quero que chore por minha causa, ttebayo!
Achei graça e sorri.
— Estou chorando de alegria. - aleguei e minhas lágrimas se misturaram ao riso.
— Atchim.
— Você vai ficar doente assim! - reclamei e Naruto sorriu torto.
— Kurama me cura. - afirmou faceiro. - Cura sim. - reafirmou na sequência, como se falasse com outra pessoa e fiquei confusa. - Desculpe, Hina, essa raposa safada alegou que não vai me curar por besteira e por negligência minha. - fez um bico.
— Vem, eu cuido de você. - respondi e me aproximei. - Suas roupas estão ensopadas. - constatei e ele fez cara de anjo. - Não seria melhor, hã, você retirar pelo menos a camiseta? Trouxe outra?
Naruto corou feito um tomate e negou com a cabeça.
— Eu aguento. - garantiu se fazendo de forte. - Atchim!
— Tira a camiseta. - ordenei.
Naruto olhou-me com os olhos arregalados, no entanto, obedeceu sem se queixar.
Porém, notei que tremia levemente. Ué, ele não disse que o chakra da Kurama o aquecia? E, como se lesse meus pensamentos, proferiu:
— Kurama não quer me aquecer.
— Por quê? - indaguei confusa.
Naruto ficou ainda mais vermelho, a ponto de explodir.
— Essa raposa falou que você pode fazer isso.
Foi minha vez de ficar parecendo um pimentão.
— Então eu o farei. - afirmei, tomando coragem. - Chega mais perto.
Naruto obedeceu sem pestanejar, eu abri minha mochila e peguei a toalha que usaria para enxugar meu rosto na manhã seguinte, quando o lavasse no rio que cortava a floresta. Comecei a enxugá-lo como podia, enquanto Naruto fechava os olhos, para eu cuidá-lo. Esfreguei levemente seus cabelos loiros, que agora estavam bem curtinhos e ele sorriu.
— Isso é gostoso.
— O que? - me fingi de boba.
— Seu cuidado comigo.
— Você estava falando sério quando disse que me amava? - insisti no assunto, eu precisava dessa certeza.
Não aguentava mais sofrer por Naruto.
— Nunca falei tão sério na vida. - Naruto confirmou olhando em meus olhos. - Eu... Eu só tinha medo de te dizer, por isso guardei para mim.
— Por que tinha medo? - minha voz soou mais como um sussurro.
— Hina-chan, olha pra você. É toda perfeita, herdeira de um dos clãs mais poderosos de Konoha e eu? - respirou fundo antes de prosseguir. - Apesar de ser um pouco diferente agora, ao final da guerra e da minha luta contra Pain, eu sempre serei o Jinchūriki da nove caldas.
— Ei, não me importo com isso, jamais me importei! - retruquei aflita, observando que seus olhos denotavam receio, incerteza.
Não gostei daquilo.
— Você nunca se importou. - sorriu de canto. - Agora eu sei que sempre esteve ao meu lado, me apoiando e torcendo por mim. Mesmo quando eu se quer percebia. Perdoe-me por não reconhecer antes. É só que... Eu jamais imaginei que você poderia se apaixonar por mim.
— Nem depois que me declarei na sua batalha contra Pain? - questionei incrédula.
Eu disse que estava disposta a morrer por ele, porque o amava! Quer prova maior de amor?
— Hina, depois que eu fui consumido pela raposa e quase abri o selo. Esqueci muitas coisas, as lembranças ficaram embaralhadas em minha mente. - confessou pesaroso. - Eu até recordava que você tinha lutado contra Pain, mas não sabia o real motivo. Ficou tudo nublado em minha mente. Me desculpe. - concluiu tristonho.
— Quando se lembrou e reconheceu meu amor? - perguntei agoniada.
— Kurama, depois que nos entendemos ao final da guerra, a raposa começou a me lembrar do que eu tinha esquecido. - explicou bem próximo de mim, conseguia ouvir até sua respiração chocando-se contra meu rosto. - Foi aí que eu soube, ou melhor, tive certeza do seu amor. Pelo menos na época.
— Por que não me procurou?
— Hinata, eu era inseguro, sou ainda. - respondeu baixando os olhos. - Você ficou arisca comigo, séria e mal nos falávamos. Pensei que tivesse me esquecido, afinal, quem esperaria um idiota como eu para sempre? - nesse momento nossos olhares se encontraram e eu acariciei sua bochecha delicadamente. - Além disso, imaginei que seu pai não ficaria feliz se você se envolvesse comigo.
— Não me importo com o que ele possa dizer. - confirmei passando confiança referente aos meus sentimentos a Naruto. - Achei que já estivesse claro para você, principalmente durante a guerra, quando ficamos de mãos dadas e ainda mais depois de Neji te falar sobre você ter duas vidas em tuas mãos.
Naruto suspirou.
— Eu fiz tudo errado. - reconheceu e soltou um muxoxo. - Me arrependo tanto, perdi muito tempo correndo atrás de quem não devia e ainda falei coisas sem sentido ao meu pai, quando nos vimos durante a guerra. - contou-me com a voz carregada de pesar e eu soube do que se tratava. Sakura, Naruto alegou que ela era sua namorada para o pai. - Eu não mereço você, Hinata-chan!
— Pare de dizer isso, é no passado que o passado deve ficar! - exclamei cansada de ver Sakura entre mim e Naruto. - Ainda podemos construir nossa história de amor, Naruto-kun. - acrescentei docemente com um sorriso.
Não que ela tivesse culpa, apesar de ter se declarado para ele em prol de quebrar aquela promessa idiota que Naruto fez. Enfim, eu estava farta daquilo tudo. Só queria que acabasse e que Naruto fosse finalmente e inteiramente meu.
— Tem certeza disso? Hina, eu sei que no seu clã é tradição se casar com alguém da mesma linhagem e eu sou apenas um Jinchūriki. - constatou o óbvio.
— Eu faço o meu destino, Naruto-kun. - argumentei já não aguentando aquele assunto e seu receio idiota.
Eu o queria para mim e queria agora mesmo. Meu corpo todo queimava por ele. Pelo homem da minha vida.
— Eu não quero te prejudicar por causa do meu amor por você. - resmungou e desviou os olhos, como se fosse doloroso olhar para mim.
— Eu te amo, ninguém pode mudar isso. - respondi convicta. - Se você me quer de verdade, chegou a hora de provar, Naruto-kun. - emendei com um tom levemente provocativo, para ver se ele acordava para a vida. - Pare de ficar se diminuindo, por favor. Você é o homem mais maravilhoso e bondoso que eu conheci. Não vejo porque não podemos ficar juntos.
Naruto olhou-me com um misto de urgência e certeza. Como se tivesse tomado uma grande decisão e sorriu, mordendo o lábio inferior no processo.
— Eu não estou me aguentando mais, Hinata-chan. - segredou e vislumbrei seu peito nu subir e descer com o ritmo da respiração acelerada.
— Põe para fora, Naruto-kun. - pedi sentindo minhas bochechas esquentarem, mas não só as bochechas.
— Vem cá. - e puxou-me para si, no instante seguinte, sua boca encontrou a minha.
O beijo de início parecia sôfrego e angustiado. Receoso, eu diria. Por fim, quando enrosquei uma das mãos em sua nuca e o puxei para mais perto de mim, as coisas começaram a mudar de figura.
Naruto soltou um ofêgo baixo e mordeu meu lábio inferior, enquanto suas mãos passeavam por mim livremente. Eu também não diz objeção, sempre quis aquele tipo de contato, não seria agora que o brecaria.
— Naruto-kun... - falei baixinho quando separamos minimamente nossas bocas.
— Diz meu nome de novo. - pediu com a voz arrastada e incrivelmente rouca.
— Naruto-kun. - tornei a recitar seu nome, agora com um tom mais libidinoso.
Da mesma forma que aquelas meninas faziam, sempre que o encontravam.
Naruto deu um sorriso curto e rouco, o sorriso mais sexy do mundo, por sinal.
— Assim eu não aguento. - resmungou fechando os olhos e achei graça.
— Não precisa aguentar. - protestei e minha voz soou baixíssima, tamanho o desejo que eu sentia. - Torne-me sua, Naruto-kun.
Ele engoliu em seco e afastou-se de mim abruptamente com as pupilas completamente dilatadas.
— Não posso, não aqui, você merece mais, Hinata-chan. - retrucou tentando manter o autocontrole.
— Não me importo, se for com você tenho certeza de que será especial. - reafirmei e o puxei para mim novamente colando nossos corpos.
O de Naruto, por sua vez, estava quente demais. Porém, ainda tremia levemente.
— Está com frio? - questionei preocupada de que ficasse doente.
— Não é por causa do frio que estou tremendo. - afirmou e seu tom soou muito grave, quase um rosnado. - Eu... Eu não sei se consigo resistir.
Foi aí que compreendi, Naruto também me desejava.
— Não resista. - o provoquei outra vez.
— Hinata-chan, isso não é correto. - tornou a afastar-se de mim. - Quero fazer tudo certo com você, pedir sua mão ao seu pai e te fazer minha após dizermos sim um ao outro!
— Eu não aguentarei esperar tudo isso, Naruto-kun. - informei com lágrimas nos olhos por ouvi-lo declarar tal coisa.
Naruto realmente estava disposto a se casar comigo? Era um sonho? Um genjutsu?
— Kai! - falei baixinho tentando me libertar.
— O que está fazendo? - perguntou confuso.
— Eu estou em um genjutsu? Tipo o Tsukuyomi infinito?
Naruto fez uma carinha triste e respondeu:
— Perdoe-me por não retribuir seus sentimentos antes e ser tão idiota, a ponto de você pensar que está presa em genjutsu, quando finalmente eu me declaro a você.
— Então é de verdade, você realmente deseja se casar comigo? - indaguei toda feliz, enquanto as lágrimas que eu tentava represar escorria livremente por meu rosto.
— Ei, não chora, hime. Por favor! Eu quero te fazer feliz, não chora mais por mim, dattebayo!
— Não chorarei mais de tristeza. - afirmei sorrindo. - Entretanto, de alegria não prometo.
Naruto riu.
— Eu te amo tanto, quando soube dessa missão agradeci aos céus. - segredou aproximando-se novamente de mim. - Entendi que era minha chance de fazer a coisa certa.
— Então faça, por favor. - implorei. - Não aguento mais esperar, Naruto-kun.
Como se uma chavinha fosse ligada em seu interior ele sorriu de canto, beijando-me novamente. Dessa vez sem controlar a urgência e o desejo.
E, naquela noite, atendendo ao meu pedido, Naruto tornou-me sua.
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