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Capítulo 21

Eu abri meus olhos porque a claridade estava incomodando e foi quando percebi que já havia amanhecido. Eu e Christopher estávamos despidos naquele colchão na caçamba de sua caminhonete, eu dormi abraçada a seu peito e nem percebi. Me mexi devagar para não acordá-lo, porque ver ele dormindo era uma cena fofa. Definitivamente quando que Dulce Maria acharia fofo ver outro homem dormir? É, nem me reconheço mais.
Chris...acorda - disse selando meus lábios nos dele - já amanheceu, precisamos ir - sussurrei
Acho que estou sonhando, tem um anjo em meus braços - ele disse ao abrir os olhos
Para de ser bobo - ri - alguém pode nos ver desse jeito - tentei levantar mas ele me segurou e me puxou me beijando

Eu não tive forças para recusar aquele beijo, então apenas o correspondi com todo meu desejo. Quando finalmente ele aceitou me soltar, nos levantamos e nos vestimos rapidamente, olhamos no relógio do celular e eram sete da manhã. Ele arrumou tudo, me ajudou a descer e colocou a lona por cima das coisas. Ele abriu a porta para mim e sorrimos um para o outro, antes de eu entrar na caminhonete e ele fazer o mesmo.
Quando cheguei na pousada, tia Victoria estava quase arrancando os cabelos preocupada e Any ria, dizendo que já sabia que eu estava com Chris, Maite se juntou as duas e começaram a chuva de perguntas...aquele seria um longo dia.

{...}

No final de semana seguinte, eu estava com uma mala pronta, eu havia decido ir mesmo a Los Angeles visitar os pais de Zoraida e falar pessoalmente o quanto eu sentia pela perda da filha deles e tenta amenizar a culpa que sinto. Tia Victoria e Any a princípio ficaram receosas com a viagem, mas quando contei que Christopher ia junto, ela amaram a ideia. Quem não estava muito feliz era Lucy, a menina queria ir junto com a gente, e apesar de eu não ser contra, o pai achou que não era uma boa ideia. Chris acredita que não estamos indo passear então não precisamos levar as garotas.
Confesso que cortou meu coração deixá-la chorando, mas Chris era o pai, então a palavra final era dele.
Quando chegamos na cidade, boa hospedamos no hotel que ele fez questão de reservar, bobo nem nada ele pegou uma suíte para nós dois. Fizemos o check-in as onze da manhã, entramos na suite e deixamos as malas e tomamos um banho junto, com algumas carícias é claro. Em seguida descemos para o restaurante do hotel para almoçar e apenas depois seguimos para o endereço dos pais de Zoraida, que eu consegui graças a ajuda de Ian. Esse último ficou confuso com meu pedido e até se ofereceu para vir comigo também, mas eu garanti que já tinha companhia e não respondi mais nada dele, até por que Chris não sabe sobre ele.

{...}

Eu estava muito nervosa e com tanto medo que não tinha forças para apertar a campainha, então foi Chris que fez isso. Após apertar a campainha, ele voltou para meu lado e passou o braço em minha cintura, para demonstrar que estava ao meu lado. Quando a porta se abriu, um senhor de aproximadamente uns sessenta anos apareceu, e com um sorriso gentil nós perguntou o que desejávamos.
Olá senhor Gomez. O Sr não meu conhece mais sou a Sargento Saviñón e fui uma grande amiga de sua filha e esse é meu...amigo Christopher - me limitei a dizer
Oh, Zoraida me falou sobre você. Entre, entrem - ele disse simpático e nos deu passagem - fiquem a vontade
Querido quem é… - a senhora da mesma idade desde as escadas
Uma amiga de nossa filha. Sargento Saviñón
Mas podem me chamar apenas de Dulce - eu sorri - desculpem aparecer assim sem avisar mas precisava muito falar com os senhores - meus olhos já estavam cheios de lágrimas
Oh querida - a senhora se aproximou e me abraçou fortemente - Zo me falou muito sobre você e sobre a linda amizade que tinham

Ouvir aquilo foi o bastante para eu não segurar mais as lágrimas e começar a chorar compulsivamente. O Sr Gomez foi até a cozinha e pegou um copo d'água enquanto a senhora me levou até o sofá e também disse a Chris que ficasse a vontade. Segurando a minha mão ela me acalmou e disse que estava feliz de finalmente me conhecer.
Faz muito tempo que eu queria vir mas tinha medo - confessei
Medo de quê querida? - Sr perguntou ao me entregar o copo d'água
Que vocês me culpassem, assim como eu me culpo - tomei a água - era meu dever manter todos a salvo. Zo era mais que uma colega de trabalho, ela era minha irmã de alma - disse olhando para eles - eu tenho pesadelos quase todas as noites com aquele dia, não consigo aceitar que ela se foi - deixei que as lágrimas voltassem a rolar por meu rosto
Ei querida - o pai de Zo sentou do meu outro lado - não se culpe por algo que você não tinha controle. Eu e ela - disse olhando para a esposa - acreditamos que ninguém parte desse plano sem ser a hora. E tanto nós como nossa filha sabia dos perigos da profissão que ela escolheu
Por isso minha querida quero que tire essa culpa de seu coração - ela abriu um sorriso doce que encheu meu coração de ternura

Eles ficaram me acalmando e me enchendo de carinho e eu nunca achei que merecia tanto, ainda mais por acreditar que eles me achavam culpada por tudo o que ouve. Eles me mostraram o quarto de Zoraida na casa, me mostraram fotos de sua infância e adolescência e era como se isso me deixasse mais próxima dela, me senti tão querida ali com eles, que poderia continuar horas e horas ali. Christopher apesar de na maioria das vezes estar quieto, apenas ouvindo ou respondendo algo que lhe foi perguntado, ele não saia do meu lado, estava sempre a minha vista, e pronto para um sorriso para me tranquilizar.
Quando fomos embora, já era quase sete horas da noite, e contra a vontade dos pais de Zo que queria que jantamos lá, mas eu precisava mesmo descansar e também queria ficar um pouco com Christopher, mas aceitamos almoçar lá no dia seguinte.

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