éramos péssimos na cama.

Na cama, banheira, carro, esquinas e na terra vermelha das fazendas.

ficava me perguntando até onde iríamos com aquele entra e sai e não foi por falta de coragem ou diálogo. Era só...

eu não queria perder a graça de vê-lo suar à toa. Suas feições mudavam, conforme o ritmo: sedutor, sorrindo, cansado, esgotado, quase lá, feliz, morto.

molhado de suor.

tentava me virar de costas e eu gozava só de pensar em suas mãos na minha bunda. entre uma mordidinha ou outra, umas lambidas. rebolava devagar, quase parando, quase enfartando. Roçando os dedos em minha penugem preta, apertava o clitóris. A boca dele dizendo coisas em meu ouvido. Coisas embaralhadas e sem sentido. a respiração quente em minha nuca, escrevendo uma tatuagem de estrelas pelo caminho.

Não, não. Não suportaria perder as caretas perfeitas dele. Permaneci face a face, pernas bem, bem abertas (poderia gravar um tiktok de yoga ou pilates nua e faria sucesso). Todas as flores da primavera tinham se perdido pelas ruas e ainda estávamos nesta posição. Meses e meses frente a frente, no tradicional papai e mamãe, sem reclamar.

Queria ver até onde ele era capaz de aguentar.

Éramos péssimos e o nosso pornô jamais seria acessado no xvídeos. 

Contudo, quando as nossas bocas se tocavam

um instante que fosse

ah, eram plenos portais para outra dimensão.