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Capítulo 4

"Todos temos algum segredo gravado no avesso do peito. A minha pergunta é: o seu segredo dói também?"

Os dias foram se passando. Na escola, ficava com Igor durante as aulas, que me ajudava nas matérias e me fazia companhia.

Ele parecia ter facilidade em se dar bem com as pessoas e, apesar de minha dificuldade nessa exata coisa, sempre buscava me ajudar a conhecer meus colegas.

Nos intervalos, eu ficava junto com as meninas.

Passaram-se duas semanas e já fazia alguns dias que só Charlotte aparecia, embora eu também não visse a Renata e a Fernanda em nenhum outro lugar da escola, minha curiosidade me forçando a perguntar o que tinha acontecido com elas.

— Elas se transferiram pro turno da noite. — foi a resposta que Charlotte me deu, me pegando de surpresa.

— Sério? Elas não comentaram nada sobre isso.

Ela concordou, encarando as pessoas que passavam diante de nós.

— Eu fiquei sabendo um dia antes delas irem. Elas devem ter se esquecido de comentar com você.

Sua voz tentava entoar com casualidade, como se estivesse falando sobre qualquer coisa, algo que não a feria. Tal indiferença não chegava aos seus olhos. Eu reconhecia aquela sensação de estar longe dos amigos, mas não conhecia a de ser deixada para trás assim, com apenas um aviso.

Me senti triste por ela, porque sabia que as amizades que são feitas nas escolas, costumam acabar quando estar no mesmo ambiente todo dia deixa de ser o motivo para ficarem próximas.

— Vou sentir falta delas, mas acho que é melhor assim... elas, antes de você chegar, só falavam de meninos, tipo, o tempo todo. Estava ficando chato. Acho que, se elas tivessem continuado estudando no mesmo período que eu, acabaríamos nos afastando de todo jeito. — Disse, como se tivesse entendido o significado do meu silêncio.

— Entendo. Percebi que você não falava muito mesmo quando tocamos nesses assuntos.

— Sim. — Diz por fim, enquanto contorna os joelhos com os dedos, tentando concentrar sua atenção naquele ponto.

Sem que eu percebesse, as palavras escaparam dos meus lábios, a curiosidade as despejando do abrigo da minha mente.

Podia ouvi-la dizendo: "xô, xô. Vão lá trabalhar, trazer sustento para nossos pratos". Elas obedeceram.

— Sei que você não gosta de falar sobre esses assuntos, mas... você está com alguém? — Aquela conversa com o Igor não saía da minha cabeça.

Eu nem entendia mais o porquê ficava tão interessada nesse assunto, mas sabia que, se minha curiosidade tivesse forma física, estaria agora com os olhos arregalados e brilhantes, esfregando as mãos na tentativa de amenizar a ansiedade. Estaria chegando o rosto mais perto e dando pequenos passos para que assim pudesse ouvir melhor.

Charlotte parou o movimento dos dedos sobre os joelhos, espalmando as mãos no banco. A curiosidade ficou em um silêncio esplêndido, enquanto abraçava a ansiedade. Ambas paralisadas.

— Não. Não estou com ninguém. Por que a pergunta?

Respirei fundo. Sabia que ia dar mancada, mas já que comecei a falar merda...

— O Igor me contou sobre vocês. — Porque era isso que eu e minha boca grande fazíamos. Nos empanturramos de fofocas alheias e não conseguimos nos segurar até que a merda esteja toda feita e esparramada no chão.

Seus olhos se arregalaram por um segundo antes dela desviar o rosto. Ali estava uma expressão interessante.

A curiosidade bateu palmas e a repreendi. Ela simplesmente sorriu para mim e deu de ombros.

— O que ele te contou? — disse a menina diante de mim, o que me fez buscar na mente nossa conversa, com um pouco de receio de falar mais besteira do que já tinha falado.

— Só que vocês estavam em um relacionamento há um tempo. Que tiveram complicações e terminaram.

Ela riu amargo.

— Ele não te contou que "complicações" foram essas?

— Não. — Disse, um pouco, ou melhor, muito arrependida de ter tocado naquele assunto. O que deu na minha cabeça, meu Deus?! Por que deixei a curiosidade me manipular assim tão facilmente?! — Não, não contou. — Completei, por fim.

— Nem eu soube por um tempo, na verdade. Fiquei meses sem entender o motivo dele ter terminado comigo, porque ele simplesmente passou a me ignorar e me evitar. Num dia estávamos bem, no outro ele tinha me bloqueado e não me respondia mais. Nem mesmo chegou a conversar comigo e dizer que não estávamos juntos.

Sua voz já estava dançando os passos da mágoa, passos lentos, silenciosos e inseguros.

— Então, um dia, um colega dele me disse que gostava de mim e que o Igor tinha "autorizado" ele a namorar comigo, que não se importava. — A mágoa estava no ápice de seu show, passos leves, muito leves. Hesitando um pouco e finalmente saltando. — Eu me deixei levar pela mágoa e acabei aceitando. — A vergonha e o arrependimento deram as mãos nesse momento, se levantando, uma mão em uma cintura, braços circulando o pescoço alheio, olhos se desviando, com medo de não saberem reagir diante do olhar um do outro. — Discutimos muito depois que comecei a namorar esse cara, porque foi só aí que ele parou de me evitar e agora agia com ciúmes — respirou, como se essa situação ainda fosse frustrante para ela — Não entendi a atitude dele. Aquele ciúme que estava sentindo era tão irracional.

Confusão, desordem, medo e novamente confusão habitavam em seus olhos. Estes não dançavam. Observavam em silêncio os outros. Cada um perdido em seu próprio devaneio.

Os olhos dela abandonaram os meus, talvez por perceberem que não teria a resposta de suas divagações.

— Eu o odiei naquele tempo, mas aconteceram coisas pouco depois que não pude ignorar. — O afeto e a saudade sorriam no discreto sorriso que surgiu nos lábios de Charlotte. Todos os outros sentimentos já estavam cansados e abatidos. Percebendo agora, apenas estes dois últimos bailavam, em passos pomposos e floreados — Com o tempo, acabamos nos aproximando aos poucos, até que hoje nos tornamos algo próximo de amigos.

Sentimentos se curvando, aplausos. Sorrisos satisfeitos nos lábios de alguns, olhares esperançosos nos olhos daqueles que se sentiam compreendidos.

A corda já tá no meu pescoço mesmo...

— E se a reação dele significar que ele ainda sentia algo por você? Você ainda acha que podem ficar juntos de novo?

Ela me olhou nos olhos e nesse momento percebi que eles estavam nublados pelas lágrimas. Merda, "faz merda" deveria ser meu sobrenome. Nem todo mundo serve para ser cupido.

Ela meneou a cabeça.

— Não me sinto bem para pensar nisso agora. Quero tirar um tempo pra mim, quero poder me adaptar ao... com as coisas que andam acontecendo.

Pisquei, tentando entender o motivo dos seus olhos estarem tão vazios, do cansaço, da insegurança e todos os outros sentimentos terem voltado a dançar em seu olhar, seguindo a melodia tão singela que suas palavras cantavam em solo.

— Por que diz isso? O que está acontecendo? — Agora não é a curiosidade que me motiva a continuar minhas indagações, algo em suas palavras me assustou. Estou terrivelmente preocupada.

— Eu estou doente, tenho câncer de ovário.

Encarei seu olhar por um momento, sem saber o que dizer. Sabe aquela velha reação que nós não conseguimos deixar de ter em situações assim? Aquele pensamento de "tão jovem para passar por algo assim" que nos invade sem percebermos?

— O que disse?

Ela parece ter percebido minha reação e tentou sorrir, em uma tentativa falha de me acalmar.

— Ei, eu estou bem. Está nos primeiros estágios, então vou ficar bem logo.

Ela colocou a mão no meu joelho, como se pedisse para olhar em seus olhos. Ainda podia ver as lágrimas neles, mas seu sorriso tinha se tornado mais verdadeiro e via o brilho de esperança em seus olhos.

Coloquei uma das minhas mãos sobre a dela, apertando-a levemente.

Depois de algum tempo, a vi se afastar e trazer os joelhos para próximo ao tronco, abraçando-os e encostando o queixo no topo.

— E eu também quero um tempo para mim. O romance é bom, mas é complicado, ainda mais com alguém com quem já não deu certo uma vez. Prefiro focar meus pensamentos em outras coisas.

— Mas, o que você sente por ele? — Parecia errado continuar mexendo nessa ferida, mas algo me dizia que o futuro da nossa amizade dependia muito de como aquelas histórias cruzadas iriam se seguir.

— Resumidamente? Grata pelo cuidado que ele sempre teve por mim e frustrada por causa do mesmo cuidado. Seria mais fácil se eu simplesmente o odiasse.

— Sentimentos são coisas complicadas. — Comentei, com um suspiro.

Ela sorriu e concordou.

— A vida é. Não importa a idade que temos, nunca parecemos entender ela.

Ficamos em silêncio, o que foi contado pairando em nossas mentes, fazendo nosso peito pesar e tornar o respirar lento, difícil, como se cada suspiro precisasse percorrer um mundo inteiro dentro de nossos corações antes de acabar.

— Sinto muito ter tocado nesse assunto. — Foi tudo que pude dizer. Pedir desculpas por ter iniciado esse assunto.

— Não se preocupe. Na verdade, desde que descobri tudo isso, sinto que esse assunto está entalado em minha garganta. Ninguém além da minha família sabe. Não quero que isso se espalhe, mas é bom ter alguém para conversar.

Concordei, dizendo que não iria contar pra ninguém sobre aquilo. Agora sei o porquê dela não gostar de falar sobre meninos.

Eu finalmente compreendi o motivo dela agir assim. Câncer de ovário. Quão injusto era descobrir algo assim nessa idade? Como isso poderia mudar os sonhos de uma garota?

Ficamos em silêncio durante o resto do intervalo, cada uma mergulhada em seus próprios pensamentos. Até que o sinal bateu, dizendo que era hora de irmos para nossas salas.

Na aula, não tive coragem de conversar muito com o Igor, tinha medo de que, se voltasse a falar, diria mais besteira e minha cota diária de mancadas já tinha expirado a muito tempo.

Ele parece ter estranhado minha atitude, mas não fez nenhum comentário sobre isso durante a aula. Os últimos horários passaram e finalmente pude voltar para casa. Àquela manhã estava parecendo tão longa que corria o sério risco de se passar uma semana e ainda estar nela.

Eu tinha deixado meu celular carregando em casa e quando cheguei, notei que tinha três ligações perdidas de uma única pessoa nele.

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