Capítulo 74
*** Owen ***
Depois da revelação dos narguilé da vida, Ariel começou a contar sobre seu aniversário de 16 anos. Isso me fez lembrar que faltam apenas 23 dias para o aniversário de 18 anos dela. Eu vou comprar um presente bacana. Só não sei o que.
- Ariel - a chamei, fazendo-a parar de falar sobre os copos neon que tinham sido utilizados na festa de 16 anos. - Tipo, se fosse o seu aniversário hoje, o que você gostaria de ganhar?
- Um unicórnio. É.
- Uma coisa possível, Ariel.
- Por que você quer saber?
- Porque sim. Tô tentando puxar assunto.
- Tem uma coisa... Quando eu era pequena, eu tinha uma coleção de caixinhas de música e... tinha uma que era muito linda e especial pra mim. Mas eu me mudei de casa e minhas caixinhas de música acabaram se perdendo no meio da mudança. Acho que foram pro sótão, ou pro porão, ou pro lixo mesmo. Enfim: a caixinha era branca com várias decorações em dourado, e quando abria, saía uma bailarina com um vestido rosa. Era minha caixa favorita. Mas tipo, sei lá, o tiozinho da loja em que eu comprei disse que aquela caixa era única e blá blá blá... Saudades da Evangeline.
- Evangeline é a caixa? - Andy perguntou.
- Claro que não, idiota. É a bailarina.
Eu vou, eu vou, comprar a caixa da Ariel agora eu vou, parara tim bum... Nossa, que merda.
*** Zack ***
Eu e Josh estávamos conversando sobre como chamaríamos a verruga da véia, quando eu começo a sentir umas tonturas.
- Zack, cara, cê tá legal? - Josh perguntou.
- Tô. Tô. É. Só tô com um pouco de tontura e... Nada não. Já tô bem.
- And Iiiiiiaiaiaiaia will always love youuuuuuuuuu oooooooooooooh - Chad cantava, passeando com uma carriola pelo posto.
- Amor, para de gritar. O Zack tá tonto.
- Não estou gritando, Josh. Estou apenas me expressando. Tá?
Levanto, pronto para ir no banheiro, mas logo sinto uma tontura muito forte e perco o equilíbrio. Só consigo enxergar Josh e Chad correndo pra perto de mim, pouco antes de eu apagar.
*** Owen ***
- Então, porque a princesa Jujuba... - Ariel parou de falar, pois seu celular começou a tocar. - Alô?... Ah, oi Josh... Como assim?... O que?... Aonde vocês estão?... Calma, eu já chego aí. - Ela desligou o celular, aflita. - Ah, meu Deus, o Zack desmaiou e tá no hospital. - Ela saiu do quarto correndo e eu e Andy fomos atrás. Ela começou a conversar com a mulher da recepção. - Moça, eu preciso do seu carro emprestado.
- Pra que?
- Meunamoradodesmaioueagoratánohospitalnãoseidaondeeeuprecisoirláverele.
- Tá, agora fala mais devagar.
- Namorado. Desmaiou. Ambulância. Carro da senhora. Eu dirigindo até o hospital da cidade mais próxima. A senhora entendeu ou eu vou ter que desenhar?
- Você não vai sozinha com o meu carro.
- Então a senhora me leva.
- Não posso deixar o motel sozinho.
- O Andy e o Owen cuidam. Vamos logo, senhora. Eu tô desesperada!
Ela foi puxando a mulher até a saída do motel.
*** Ariel ***
O caminho até o hospital mais próximo foi silencioso. Quando chegamos, eu quase pulei do carro. Fui correndo até a recepcionista.
- Zack Martin. Preciso ver ele.
- Ele está em cirurgia e...
- O que? Como assim? Cirurgia? Por que? Mas como? Moça, responde.
- Sim. O senhor Larry Martins está operando a vesícula nesse exato momento.
- Moça, não é Larry Martins, é Zack Martin.
- Aaaaahh, entendi. Ele está no quarto 279. Mas não pode receber visitas agora e...
- Que se foda. - Comecei a correr.
- Mocinha, você não pode vê-lo.
- Eu tenho que vê-lo, minha senhora.
Depois de entrar em vários quarto errados, eu finalmente achei o certo. Tipo, a moça falou quarto 276, né? Ou 269? Ou seria 297? Só sei que eu o encontrei no 279. Ela não havia dito 279, eu tinha certeza disso.
- Zack! - Fui correndo até a cama e o abracei.
- Ariel? O que está fazendo aqui?
- Ué, o Josh me ligou. Você está bem?
- É. Foi só um desmaio, coisa boba.
- Como assim "Foi só um desmaio"? Ninguém desmaia do nada, Zack! Você está comendo direito? Está se hidratando? Você está tomando algum remédio? É alérgico a alguma coisa?
- Calma, amor, eu tô legal. Foi só queda de pressão, eu acho.
- Cadê o doutor? O que o doutor te disse, Zack? Cadê ele?
- Calma, Ariel. - Josh tentou me segurar.
- Não me manda ficar calma. Eu não tô calma! Como é que eu vou ficar calma enquanto meu namorado fica desmaiando por aí? Caindo de maduro? Ele não é uma fruta pra ficar caindo! Você não é uma maçã, Zack, você é uma pessoa. Segura esse equilíbrio, meu filho! Segura o forninho!
- Ariel, para de delirar.
- Josh, eu vou dar um soco na sua cara! Eu não tô delirando! Aonde você vai, Josh? Se algum enfermeiro aparecer aqui com uma agulha pra enfiar em mim, você morre. Josh! Josh! É, ele foi embora. Será que vão me dopar?
- É bem provável que sim - Zack disse, calmo.
- Eu estou com vontade de te bater agora.
- Por que?
- Porque o Josh me ligou e eu quase, quase, estrangulei a mulher do motel pra ela me trazer pra cá. Depois, eu corri da moça da recepção do hospital. Eu posso estar sendo procurada pela polícia nesse exato momento, Zack. Aí eu chego e vejo você deitado na cama com uma cara de paisagem. - Imitei a cara dele, olhando para a parede.
- Amor, para. Eu já falei que estou bem. Não precisa ficar preocupada desse jeito.
- Você está dizendo que eu sou muito louca pra ficar nesse quarto de hospital? Ok.
- Ariel...
- Então, já que você está bem, fica aí sozinho. Preciso de um café.
- Ariel!
Saí do quarto, mesmo com Zack gritando meu nome. Fiquei rodeando o hospital até encontrar... nada. Percebi que alguns médicos saíam de uma sala com um copinho de café ou com bafo de café. Entrei lá, mesmo que tivesse escrito "Apenas pessoas autorizadas" e peguei um copinho, colocando café nele. Alguns médicos que estavam ali me olharam estranho. Percebi que tinha uma faixa na parede escrito "Bem-vindo de volta, doutor Siggi".
- Olá, doutor Siggi. - Cumprimentei o homem gordo que estava na minha frente. No jaleco dele estava dr. West, mas ok. - Bem-vindo de volta, é um prazer tê-lo aqui de novo. Só vou pegar um donut aqui e um pouquinho de café, pois tenho que voltar ao trabalho. Estou operando o Larry Martins. Problema na vesícula. Tchau.
Saí de lá, comendo o maior donut que tinha naquela sala. É muito bom. Eu deveria ter pegado mais um. Entrei de novo no quarto do Zack, e dessa vez Chad estava lá.
- Aonde você encontrou essa comida? Eu perguntei pra tudo quanto é pessoa se aqui não tinha uma cantina, um restaurante, sei lá. Me disseram que não tinha! - Chad disse.
- Eu tava na festinha de boas-vindas do doutor Siggi. Ele é um bom homem.
Um doutor alto e magrelo (ele parecia um pau de selfie) apareceu no quarto.
- Bom, senhor Martin, eu sou o doutor Siggi. - Vish. - Foi apenas uma queda de pressão que provocou seu desmaio. Você poderá ser liberado na hora em que o soro acabar, ok?
- Tá certo, doutor. Diga aqui, para a minha namorada, se eu estou ou não bem.
- Sim, o senhor está bem. Só tem que começar a se alimentar melhor.
Depois que Zack foi liberado, eu obriguei a moça do motel a passar no McDonald's, para comprarmos comida. Mas a comida não seria para nós, apenas para Zack. Paramos no drive e a atendente perguntou o nosso pedido.
- Amor, qual lanche você mais gosta? - perguntei a Zack.
- McLancheFeliz. - Todos nós o encaramos e ele deu de ombros.
- Quero 10 McLancheFeliz, por favor.
Depois de pegarmos nossos 10 McLanches, nós voltamos pro motel. Entramos no quarto e Owen e Andy se animaram.
- Vocês trouxeram comida.
- Sim. Mas é tudo pro Zack - respondi.
- O que? Eu não aguento.
- Ah, aguenta.
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