Capítulo 71
Depois de acordar Lucy e mandá-la para o quarto, eu comecei a comer cookies. Sei lá, tinha dado vontade.
- Ahm... Zack? - Me virei para Josh, com a boca cheia de cookies.
- Qfffe fffhhoi? - perguntei.
- Você achou esse saquinho de cookies em cima da cômoda?
- Fsssffffim.
- Ahm, é, como eu posso te falar...
- Eles estão bichados - Chad disse, saindo do banheiro. - Eu abri o saco ontem, mas acabei achando larvinhas aí. Paguei oito dólares nesta merda de saco de cookies e eles vêm bichados! - Cuspi tudo. - Ah, que nojo, Zack.
- Por que vocês deixaram em cima da cômoda então? Por que não jogaram no lixo? Ah, gente, vai tomar no cu. - Comecei a lavar a boca. Bem que eu tinha achado os cookies meio... diferentes.
- Vou contar isso pra Ariel.
- Não vai contar nada! Senão ela não me beija nunca mais! Fica quieto, Chad.
- Você não me conhece, Zack - ele disse antes de sair do quarto saltitando.
- Escuta, Josh, se o seu namoradinho me foder com a minha namoradinha, eu fodo vocês dois. Enfio esses cookies na sua goela, tá entendendo? Ótimo! - Saí do quarto.
Comecei a ir até o quarto da minha namorada e uma menina me para no caminho. De longe, vejo Chad, Lucy e Ariel começarem a olhar a cena. Ó Ariel, por que sempre tens que estar vendo tudo?
- O-oi, você é o Zack, né? Então, a minha amiga, ela te achou tipo um gato e quer ficar com você e...
- Não, valeu, já tenho namorada - a cortei e fui correndo pra perto da Ariel.
- Quem era a vadia, Zack? - Ariel estava com uma cara demoníaca.
- Ninguém, amor. - Tentei abraçá-la, mas ela não deixou.
- Quem. Era. A. Vadia. Zack?
- Ninguém. Senhorita. Ariel.
- Zack, responde... Quem era?
- Ela queria saber se eu queria ficar com a amiga dela. Coisa ridícula ficar pedindo pra amiga ir falar com o menino, né?
- Quem é essa amiga? Chad, prepara o babyliss e Lucy, pegue todos os sapatos de salto fino que você encontrar. Vamos acabar com essa tal amiga-roubadora-de-namorados. - A abracei. - Zack, eu tô com raiva. Me solta.
- Eu já disse que adoro quando você está com ciúme?
- Tá, tá, tá. Agora deixa eu ir matar sua tal admiradora filha duma égua, ok?
- Não. Agora a gente vai tomar café.
- Não. Agora a gente vai matar aquela garota.
- Ariel... Vamos, o restaurante é pra lá. Depois eu deixo você matar ela, mas primeiro vamos comer. - Comecei a levá-la.
Nós fomos até o restaurante, pegamos nossa comida e nos sentamos onde Andy e Josh estavam. Ariel comia aquela maçã com uma raiva... Coitada da maçã.
- Ahm... amor?
- Que. Foi?
- A maçã... - Ela me encarou com raiva. - Deixa quieto. - Tomei meu leite olhando para a janela.
Lá fora, no gramado, uma menina que eu nunca tinha visto na vida me olhou, sorriu e deu um aceno. Eu dei um sorriso sem graça e dei um aceninho rápido. Educação, né? Mas parece que a Ariel interpretou errado, pois começou a olhar a janela. Apareceu mais uma menina e... Ah, meu Deus, aquela é a garota que veio falar comigo... Ah, não.
- É ela. Ela é a vadia que te quer. Não é ela, Zack? É ela sim! Ah, mas essa garota vai ver! - Ela levantou da mesa e começou a sair do restaurante.
- Eu adoro barraco - Chad disse.
Eu, Chad, Andy, Josh e Lucy ficamos grudados na janela para ver o barraco. Eu sei que sou o namorado dela e que deveria acalmá-la, mas... A Ariel é muito engraçada brigando. Ela chegou até a menina e começou a falar algumas coisas, logo empurrando-a. A amiga que tinha uma cara de barraqueira começou a discutir com a Ariel e apontar o dedo na cara dela. Ariel deu uma rasteira na amiga, um tapa na menina e voltou. Ela apareceu no restaurante e se sentou de novo.
- Pronto, agora ela aprendeu a não mexer com o namorado dos outros. Ridícula, idiota, escrota...
Ela foi do restaurante até o quarto e do quarto até o ônibus dando adjetivos lindos para a menina. Nós entramos no ônibus e ela se sentou, colocando o fone de ouvido em seguida. Coloquei meu braço em seus ombros e dei um beijo no canto da boca dela. Só que as coisinhas entraram no ônibus e vieram até nós.
- Bom, só vim te dar um tchau, Zack. Aqui está o meu telefone. - A menina me entregou um papel e Ariel pegou rapidamente, rasgando-o.
- Ô coisa escrota, eu já não falei pra você sair de perto do meu namorado? Quer mais um tapa? Porque eu dou com o maior prazer!
- Queridinha, você não manda nele.
- Ele é meu namorado, queridinha. Meu. Ó, eu tenho um amigo, o Andy, ele sim vocês podem correr atrás, porque é solteiro. Tá bom? - Ela se levantou e começou a levar as meninas pra frente do ônibus. - Então desçam do ônibus porque vocês não estão na nossa sala! - Ela voltou pro lugar. - Da próxima vez, eu mato! As duas! E você também! - Ariel apontou pra mim.
- Mas o que eu fiz? - perguntei, indignado.
- Por que você tem que atrair as mulheres? Você não precisava ser tão bonito!
- Se ele não fosse bonito, você não pegaria ele - Lucy disse.
- Claro que eu pegaria! Eu namorei o Owen! O Owen não é muito bonito.
- Mas ele se veste bem, isso o torna bonito.
- Lucy, você tá dizendo que eu não me visto bem? - perguntei. Qual é, minhas roupas estão na moda!
- Não, Zack. Eu estou dizendo que você é bonito até virando Drag Queen. Mas o Owen não, pra ele só resta as roupas boas mesmo.
- Gente, é que assim... EU TÔ OUVINDO! - Owen gritou de algum lugar do ônibus.
- E EU ESTOU POUCO ME FODENDO PARA ISSO! - Lucy gritou de volta. - Por que você acha que a Ariel tá com o Zack? Porque ele é mais bonito do que você, óbvio!
- Não é só por isso! - Ariel disse. - O Zack é tudo mais do que o Owen. Mais bonito, mais legal, mais fofo, mais...
- Nossa, Ariel, muito obrigado! - ele disse, irônico. - Só que eu acho que ainda tem gente que prefere te ver comigo do que com esse aí.
- Ok. - Me levantei. - Eu sou o Zack, não o esse aí. Agora, todo mundo já subiu no ônibus, né? Vamos votar! Quem prefere a Ariel com o Owen? - Apenas o Owen e o Mike levantaram a mão. - Quem prefere ela comigo? - O resto levantou a mão. Ariel também levantou.
- Para de tentar estragar o amor deles, idiota! - Natalie, uma menina da nossa sala, disse e deu um tapa na cabeça do Owen.
Sentei com um sorriso no rosto e olhei pra Ariel, mas desfiz o sorriso ao perceber que ela não sorria junto.
- Hey, Ariel - Andy a chamou. - Vem cá.
- Por que?
- Só um minutinho. Quero te mostrar uma coisa.
Ela se levantou e foi se sentar ao lado dele. Ai, que raiva! Ele mostrou alguma coisa no celular e ela sorriu. O que? Mas ela não tava com cara de bosta há dois segundos atrás?
- Awwn, que fofo!
- Tipo, sei lá, eu conversava com essa garota há um tempo já, mas nem desconfiava que ela gostava de mim. Será que é verdade?
- Andy, se liga no tamanho do texto. É claro que é verdade.
- E o que você acha que eu devo fazer?
- Investir nela! Se a menina gosta de você, por que não dar uma chance?
- Porque... porque... Por que não? A menina que eu gosto nunca vai olhar pra mim mesmo, né? - Se ele estiver falando da mesma pessoa em que eu estou pensando... Ele apanha. De vassoura.
- Quem é? - Ariel perguntou, cutucando-o com o cotovelo.
Ele a olhou tipo "É sério que você tá me perguntando isso?". Ela o olhou tipo "Não sei quem é, fala logo, viado". Eu encarei os dois tipo "Andy vai morrer" e depois o encarei tipo "Cara, você vai morrer com uma vassoura enfiada nos olhos". Ele me olhou tipo "Relaxa, cara". Eu olhei para Ariel.
- Amor, vem sentar aqui comigo vem.
- Calma aí, Zack...
- Ariel. Vem. Aqui.
- Só um minutinho, Zack.
Esse "só um minutinho" foi a viagem inteira, pois Daniel entrou no ônibus e só acabou sobrando um lugar pra ele se sentar: do meu lado. Inferno. Ele se sentou e deu umas batidinhas na minha perna.
- Ué, garanhão, você e a Ariel não eram tãããão inseparáveis? Tãããão românticos, apaixonados...
- Cala a boca, idiota.
- Ué, tá nervoso? Deve ser porque a namorada te largou pra ir conversar com o Andy, né?
- Eu já não mandei você calar a boca?
- Porque ontem você não podia dormir sem ela e teve que infringir as regras...
- Cara, só... cala a boca. Tá? Você é insuportável, acha que todas as meninas da escola e do mundo te querem. Só está atrás da Ariel porque ela não foi pra sua cama. Como é que você me disse uma vez? Que figurinha repetida não completa álbum? A vida não é assim, meu amigo. Só vou te dizer uma coisa: você nunca arrumará uma mulher que chegue aos pés da Ariel.
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