Capítulo 66
- Ué, ele me mandou uma mensagem, me expulsando de casa! Simples. Sou uma sem-teto, Zack.
- Eu já falei que você vai pra minha casa, Ariel. Você não é uma sem-teto - Chad disse.
- Claro que sou! Eu não tenho mais moradia fixa. E nas férias da faculdade? Feriados? Natal, Ação de Graças... Eu vou passar em um lar comunitário!
- Ariel, amor, você vai passar feriados na minha casa, porque a minha família te adora e a minha irmã já te ama. E as férias também. E tudo quanto é coisa também. E a gente até chama seu pai! Um cartãozinho de natal em forma de guirlanda vai parar na porta dele, dizendo: "Queremos que passe o natal conosco. Assinado: seu genro maravilhoso". Aí, embaixo, eu vou escrever: "Engravidei sua filha". - Eu ri.
- Eu vou viver na casa dos outros de favor. A que ponto eu cheguei? Acho que tá na hora do meu plano B. Eu vou largar a faculdade e vou trabalhar no McDonald's. E comer muito.
- Isso, amiga. Aí, as baleias vão ver seu facebook e falar "Olha gente, a nossa prima!" - Lucy disse.
- Você não vai viver de favor, Ariel. A gente vai rapidinho lá pra Las Vegas e se casa. Aí, aos olhos do Elvis-falso, você se tornará minha esposa, então eu vou te sustentar. Minha filha, você não tá entendendo o meu raciocínio - Zack disse.
- Você que não tá entendendo, Zack. É humilhante viver às custas dos outros.
- Tá - Chad disse. - Eu tô entendendo o seu ponto de vista. Faz assim: enquanto você viver na minha casa, você vai todas as manhãs limpar a tela do meu celular com um paninho. Aí, no final do mês eu te dou 100 purpurinas, que você vai usar pra pagar a estadia na minha casa. Entendeu, amiga?
- Eu vou pedir esmola mesmo. Vou vender minhas roupas, fazer um vestido de papelão... Vou ter que vender meu celular também. Quanto vocês acham que vale?
- Ariel, para! Relaxa e não pensa nisso agora. Só curte o momento - Josh disse.
- É. Aliás, Josh, sabe o que te ajuda a curtir o momento? Música. Tenho várias baixadas aqui nesse celular semi-novo. - Mostrei meu celular, como se fosse uma garota-propaganda. - Como você é meu amigo, faço por uma pechincha. Tá baratinho! Não quer comprar? Olha os aplicativos, que legais. Facebook e twitter já vêm instalados.
- Ariel, não vou comprar o seu celular.
- Tá. Andy, meu querido Andy. Eu tenho aqui, nas minhas mãos, um celular revolucionário e...
- Ariel, desiste.
- Lucy, você...
- Ariel!
- Sejam meus amigos, porra! Eu quero vender um celular, me ajudem!
Saí de lá, com raiva. Peguei minha roupa e voltei correndo pro resort. Me sentei em um banco que tinha perto da praia e comecei a chorar.
- ¿Por qué lloras? - Juanito se sentou do meu lado. Legal quando você está chorando e vem gente perguntar em todas as línguas possíveis "Por que está chorando?".
- Ah, hola Juanito.
- ¿Hablas español?
- Sí. Puede hablar mi idioma?
- No.
- Juanito? Cara, achei que você tinha ido embora! - Zack disse. - Juanito, dá um tiquito de tiempo pra mim e mi namoradita hablarmos? Só nós two?
- No entiendo, señor Zack.
- Juanito, quiero hablar con él a solas - falei.
- Bien, niña. - Ele saiu.
- Ariel, eu sei que está sendo difícil pra você. Mas não chora, não. Me dói o coração de te ver assim, amor.
- É só que... Eu sei que todos querem me ajudar, mas... Eu sinto que isso é tipo caridade. Eu sinto que tô sugando o seu dinheiro.
- Ariel, para de falar bobagem. Nós queremos te ajudar porque te amamos, não por caridade. E como assim "sugando o meu dinheiro"? Você não pede nada pra mim, nunca pediu. Eu sei que você me ama pelo que eu sou e não pelo dinheiro do meu pai, Ariel. - Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, em seguida acariciando minha bochecha.
- Eu te amo, Zack.
- Eu te amo mais. - Ele me deu um selinho. - Agora para de ficar pensando nisso. Pensa em outra coisa.
- Por que você e o Andy estavam brigando na água?
- Ele pegou na sua bunda pra te ajudar a levantar. Aí eu fiquei com raiva.
- Não pegou não. Foi na minha coxa, não na bunda.
- Ariel. Se um cara te tocar em uma área entre aqui - ele segurou meu tornozelo - e aqui - ele segurou minha cintura -, ele vai estar tocando na sua bunda. E se ele te tocar entre aqui - ele segurou de novo a minha cintura - e aqui - ele segurou meus ombros -, ele vai estar tocando seus peitos. Pra mim, é isso. Ele estava tocando na sua bunda. Aí eu quis afogar ele.
- Zack. O Andy é nosso amigo, ele não vai fazer nada comigo pensando em... malícia.
- A gente tá falando do mesmo Andy? Andy, o menino que já pegou mais da metade das garotas da escola? Andy, o menino que pegou na sua bunda?
- Sim. Andy, o namorado da Lucy.
- Eles não estão mais namorando.
- Estão "dando um tempo". Eu ainda torço para que isso acabe logo e eles percebam que se amam. Se não, tenho que arrumar o irmão do Chad pra Lucy.
- Ariel, por que você quer ir pra casa do Chad? Fica na minha. Nós vamos fazer aquela viagem de três semanas pra Suíça... Você vai junto comigo, não vai?
- Não tenho dinheiro pra fazer viagem nenhuma.
- Larga de ser cabeça dura, mulher. Meu pai já disse que vai pagar.
- Seu pai deve estar me achando uma interesseira. Além do mais, odeio frio.
- Há pouco tempo atrás, você me disse que amava frio.
- Mudei de ideia. E eu também odeio os chocolates de lá. Me engordam.
- Ariel, você é perfeita. Não sei porque vocês, mulheres, ficam tão encanadas com esse negócio de engordar e emagrecer. Você vai viajar.
- Zack, é uma viagem de família. Eu não quero atrapalhar. Prefiro esperar pra fazermos uma viagem pra Suíça só nós dois.
- Ariel...
- Zack...
- Mas são três semanas, amor. Eu não aguento ficar tanto tempo longe de você.
- Awn, você aguenta. A gente se vê pelo skype.
- Mas eu vou beijar o que? A tela do computador? Não é a mesma coisa. Lá é muito frio, meus lábios vão congelar. Eu preciso de alguma coisa pra aquecer eles. - Ele fez biquinho.
- Não adianta, Zack. Eu não vou nessa viagem.
- Mas a gente vai pra Memphis, né?
- Claro. Memphis eu não perco por nada nesse mundo, meu bem!
- Sabe de uma pessoa que está mais animada que você? A minha irmã. Porque ela vai pra Suíça, sabe? Éééé.
- Zack, nem tenta.
- Tá. - Ele bufou. - Poxa, nem te beijei direito hoje. - Ele me deu um selinho.
- Mas tem que me beijar todo dia?
- Tem. Todo dia, toda hora, todo minuto - falou, me dando vários beijos. - Sabia que as pessoas se beijam lá na Suíça?
- Zack! Não vou com a sua família pra Suíça, eu já disse.
- Tá bom, tá bom. - Ele suspirou e pegou minha mão, dando um beijo nela. - Mas você tem certeza?
- Tenho.
- Mas lá na Suíça vai ter neve. Você pode fazer o seu Olaf lá.
- Sabe o que você tá parecendo? Uma criança birrenta. Daquelas que ficam o tempo inteiro falando e falando e falando quando querem alguma coisa.
- Tá certo, parei.
Um tempo depois, o povo da nossa sala começou a voltar da cachoeira. Cada um foi para o seu quarto, tomar banho. É claro que eu corri que nem uma doida, porque queria chegar antes de Melody, Clarissa e Lucy. Só tinha um chuveiro naquela merda! Um só!
Escolhi minha roupa o mais rápido possível, peguei minha bolsinha com shampoo, condicionador, o patinho que eu roubei..., e me tranquei no banheiro. Eu tomei meu banho de boa, escutando as reclamações das outras três. Saí do banheiro, vendo-as bravas.
- Daqui a pouco já é hora do almoço, sua demente! - Melody disse e eu a encarei, maleficamente. - Vem, Clarissa, vamos tomar banho.
As duas se trancaram no banheiro e eu penteei o cabelo, em seguida tirando tudo da escova e jogando meus cabelos caídos na cama da Melody. Lucy riu.
- Bom, elas vão demorar pra tomar banho, então acho que seria legal se eu já começasse com a minha vingança. Quer me ajudar, Lucy?
- Vamos nessa, amiga.
***
Só pra deixar vocês um pouco curiosas: Melody X Ariel. O barraco vai rolar solto!
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