Capítulo 49
Desliguei meu celular e fui correndo (se lembrem de que eu não sei correr de salto, então eu estava parecendo uma pata) encontrá-lo.
- Ai, meu pituxinho. - O abracei e fiquei balançando-o. Apertei suas bochechas.
- Ariel, para, meus amigos estão olhando.
- O que você tá fazendo aqui?
- Eu vim pra festa da Juliet. Ela tá ficando com o meu amigo, então, às vezes, eu fico de vela enquanto eles estão se pegando. Aí ela virou minha amiga também e me convidou pra vir. Mas o que você tá fazendo aqui?
- Juliet é prima do Owen. Então eu conheço ela faz tempo. Vem, o Zack tá aqui. - Levei Colin até Zack, que estava ao lado de Owen. - Olha quem eu encontrei por aqui! - falei, colocando as mãos nos ombros de Colin.
- Oi, Colin - Owen disse. Colin apenas o olhou e se virou para Zack.
- E aí, cara? - Ele estendeu a mão para cumprimentar Zack.
- E aí, Colin.
- Parece que você ainda não gosta muito de mim, né? - Owen disse, coçando a nuca.
- E por que eu deveria? Você magoou a minha irmã. - Colin chutou a perna de Owen e foi embora.
- Ai meu Deus! Desculpa pelo meu irmão, é que ele tá naquela fase dos hormônios e tá um pouco difícil de controlar a raiva, então... Tá doendo? - perguntei. Não, Ariel, tá doendo não. Ele só levou um chutão na canela, só isso.
- Eu tô bem. O seu irmão definitivamente não gosta de mim.
- Que bom que ele gosta de mim - Zack murmurou.
- Mas ele gostava do Owen também. Ele passou a odiá-lo depois que eu descobri da aposta - falei.
- Então eu tô tranquilo, porque nunca farei isso com você. - Zack me abraçou de lado e me deu um beijo na bochecha.
- É, só a traiu com a Valerie, coisa básica - Owen disse.
- A gente já sabe que foi armação sua, cara. Aliás, eu ainda preciso te dar o troco, né? O Mike já tá com um olho roxo, você quer também? - Zack cerrou os punhos.
- Zack! Você bateu no Mike? Você sabe que a violência não leva a nada.
- Falou Ariel, a garota que jogou o Mike no chão e o espancou com uma almofada. E que, quando brigamos, jogou chinelo e areia em mim!
- A areia não conta, porque ela parou na metade do caminho.
- Ela foi no meu olho!
- Foi porra nenhuma. Se não eu já tinha escutado seus gritos másculos pra tirar aquilo, tipo aquela vez que ventou e entrou um pouco de poeira no seu olho. "Arieeeeel, tira isso de mim. Tá ardendo, Ariel. Para de enfiar o dedo no meu olho, Ariel! Eu quero a minha mãe, só ela sabe tirar sem doer. Você tem mão de homem".
- Eu não me lembro disso - ele disse. - Quero beber.
- Eu não vou procurar o Nemo com você dessa vez, Zack, tô te avisando! Eu te largo aqui bêbado e vou embora!
- Não vou beber coisa com álcool. Vou beber refrigerante. Você quer?
- Quero. - Ele saiu e eu percebi que Owen estava sentado, com a perna pra cima e uma cara de dor. - Tá doendo muito? - Me sentei ao seu lado.
- Não, só um pouco.
- Deixa eu ver - falei. Quando toquei no lugar onde Colin havia chutado:
- Ai, Ariel, para, para! Tá doendo, cacete! Para de apertar o machucado!
- Calma, eu preciso ver se tá inchado.
- Ai, eu vou desmaiar, minha pressão tá baixando... Eu tô vendo a luz. Deus, é você?
- Para de graça, Owen. Deixa eu ver essa merda! - Levantei sua perna.
- Ahai, ahai, aiiiii, tá doendo. Você tá me machucando. Eu tô vendo tudo embaçado, é um sinal. Meu Deus, que dor. Cadê a anestesia numa hora dessas? Tô precisando.
- Larga de ser frouxo, seja homem.
- Seu irmão me desmembrou - ele choramingou.
- Pior que criança você, hein? Para ou eu chamo o Colin pra ver sua perna!
- Não, pode ver, pode ver. Precisa chamar seu irmão não.
Levantei um pouco a calça dele e só tinha um roxinho de nada. O menino tá quase desmaiando por causa de um roxinho na perna! Ninguém merece! Zack voltou e me entregou um copo com coca, se sentando numa poltrona que tinha do lado do sofá.
- Obrigada, amor. - Tomei a coca em poucos goles. - Agora eu vou caçar meu irmão, pra ele te pedir desculpas, Owen.
- O que? Não precisa não, Ariel. Quê isso. Não tem necessidade.
- Tá com medo dele?
- Tô.
- Owen, ele tem doze anos!
- E eu tenho dezessete, e daí? Idade é só um número, Ariel.
- Era pra ele estar com medo de você, não você dele.
- Mas acontece que ele é meu futuro cunhado - Owen disse e Zack o olhou.
- Não, se o Colin é futuro cunhado de alguém aqui, é o meu. Tem nada de seu, não. - Agora Owen o olhou.
- Não se sabe o futuro da Ariel. Você é vidente agora? Cadê sua bola de cristal, Zack? Tá escrito nas estrelas?
- Justamente. Como é que você sabe que ele é o seu futuro cunhado?
- Porque eu sei. Eu tenho uma vantagem que você não tem: o pai da Ariel gosta de mim - Owen disse.
- Não gosta não - falei. - Aliás, se ele te ver na rua, você com certeza apanha. Eu vou procurar meu irmão, já volto.
Dei um selinho em Zack e comecei a procurar Colin. O encontrei com uns amigos, perto do banheiro masculino. Toquei seu ombro e ele se virou.
- Oi, Ariel! Que surpresa!
- Colin. Você não acha que deve desculpas a alguém?
- Não, não acho.
- Ao Owen.
- Por que eu vou pedir desculpas pra ele?
- Porque você chutou a canela dele. Aliás, por que não acertou o saco? Teria doído mais.
- Pois é, só fui pensar nisso depois. Tá bom, vou lá pedir desculpa. Mas daqui a pouco, porque agora eu tô conversando.
- Se você não for pedir desculpas pra ele, eu te puxo pelas orelhas, tá ouvindo?
- Ok. Daqui a pouco eu vou.
Ele voltou a conversar com os seus amigos e eu voltei para onde Zack estava. Ele e Owen estavam sentados no mesmo sofá.
- Sai, Owen.
- Por que?
- Porque eu quero ficar perto do Zack.
- Aff.
Ele saiu e se sentou na poltrona e eu me sentei no lugar dele. Zack passou o braço por meus ombros e me puxou pra mais perto.
- Vamos embora? - ele disse pra mim.
- Mas ainda nem foi a hora do bolo, amor. - Fiz biquinho e mexi em seus cabelos lotados de gel.
- Ariel - Owen chamou e eu o olhei. - O bolo foi minha mãe que fez. De chocolate.
- Eu amo o bolo de chocolate da sua mãe. Zack, nós vamos ficar.
- Não aguento mais comer bolo de chocolate! - Zack exclamou e eu o olhei com cara de cachorro indefeso. - Ah, amor, não faz essa cara. A gente fica, mas eu não vou comer bolo.
- Ok - falei e lhe dei um selinho. Colin apareceu e percebi que Owen se contorceu na poltrona. - Finalmente deu as caras, senhor Colin. Vai, pede desculpa.
- É... Desculpa aí, Owen, por eu ter chutado sua perna. - Colin parecia aquelas crianças arrependidas (só que não) pedindo desculpas pros pais.
- Ai, que coisa mais fofa! - Apertei suas bochechas.
- Cara, ela faz isso com você? - Colin perguntou pra Zack, que negou. - Sorte sua. Dói pra cacete.
- Com quem você aprendeu essa palavra feia, Colin?
- Com você, irmãzinha. Desde que eu era pequeno eu escuto você xingar. Caralho, cacete, puta que pariu, porr... - Eu tapei sua boca.
- Isso é men-ti-ra! Eu só falo quando realmente precisa.
- Gente, é a hora do parabéns! - a mãe de Juliet gritou.
- Caralho, é hora do bolo! - Levantei e fui correndo pra onde todos estavam.
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