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VIII

      Foi o discurso mais longo que a garotinha fez desde que a conheci. Senti meus órgãos mudarem de lugar dentro de mim, e um arrepio no corpo. 

      Ela estava certa. Não são os médicos os donos da palavra final, mas Deus, que é autor da vida. Este é que é o médico dos médicos. Quando tudo caminha para o impossível, é aí que Ele age, porque Ele é o Deus do impossível.

      Nada é por acaso no mundo. Existe uma ordem cósmica e alguém que pôs ordem em tudo. É tudo preciso como um relógio. E se existe um relógio, existe o relojoeiro.

      As palavras da criança tiraram um pouco da minha aflição, me deram um pouco de alento. Minha alma ficou leve. Meu instinto de pai me impelia a dar nela o abraço de que estava sentindo falta. Há quanto tempo aquela menina órfã não era apertada contra o peito de alguém que a amava? Há quanto tempo um pai não a levava nos braços para a cama depois dela dormir no sofá, há quanto tempo ela não ouvia um “ eu te amo, filha?”

      Como ela devia estar machucada. Sozinha. 

      Por um momento, todos os meus problemas perderam a importância e aquele pequeno serzinho se tornou o motivo de eu querer ser uma pessoa melhor.

      De repente, senti o motor vibrar de uma forma estranha e todas as minhas preocupações se dirigiram para o cabeçote, biela e virabrequim, e bomba injetora do bruto. Tudo ao mesmo tempo.

      — M…! — tampei a boca para não dizer um palavrão, o que deixaria a criança estarrecida.

      — O que está acontecendo?

      — O motor perdeu força de repente — me esforcei para não mostrar irritação. — Vamos ter de encostar.

      Estávamos na altura de Curitiba.

      Assim que parei no acostamento, desci da cabine e não vi fumaça saindo ao erguer a tampa. O óleo de cárter estava dentro do nível, a água do radiador, normal.

      — É muito sério? — a menina inquiriu. 

      — Não sei. Mas não posso seguir viagem assim.

      — Seu Mateus. Posso ouvir música no caminhão?

      — Pode, sim. Vou chamar um mecânico, pode ser que o conserto demore.

      Ela girou nos calcanhares e deu a volta pela cabine saltitando. Quase bati a cabeça na tampa com o susto que levei, provocado pela pancada que ela deu na porta.

      Digitei “ Mecânicos de caminhões” no campo de pesquisa do Google e o primeiro nome que surgiu foi JPC Mecânica Diesel. Prontamente salvei o número do telefone e disquei, sendo atendido por um homem de voz grossa e rude.

      — João Paulo da Costa, bom dia — o sujeito disse do outro lado da linha.

      — Estou com um problema no motor do caminhão, tu poderia vir dar uma olhada?

      Informei a localização após ele responder que estava ali perto, guardei o celular no bolso e cruzei os braços. O jeito era esperar e torcer para que o problema não fosse grave. 

      Que droga! O caminhão era novo, não podia dar pane.

      A música que a garotinha ouvia era um rock, eu a vi batucando com os dedos no painel do caminhão. Escutou seis ou sete faixas, desligando o rádio. Subi no estribo, segurei no retrovisor e vi que ela adormecia.

      Uma Saveiro Cross com a logomarca da oficina parou no acostamento atrás da carreta, e desceram um homem forte e corpulento e um garoto, de talvez dez anos de idade ou um pouco mais. Pela semelhança dos traços, eram pai e filho.

      O mecânico me cumprimentou com um forte aperto de mão, se postou em frente ao motor com uma caixa de ferramentas.

      O piá olhou sem interesse algum e se afastou. Apoiou uma das mãos no pneu dianteiro, agachou e esticou uma das pernas lá em cima, igual ao que a garotinha fez no posto. 

      Que flexibilidade tem esse menino, pensei.

      Alternei meu olhar entre o trabalho do mecânico e os saltos e giros que o guri dava no acostamento. Os carros e caminhões passavam buzinando, algumas moedas eram jogadas pra ele.

      — Esse menino não consegue ficar parado um minuto, Meu Deus — João Paulo murmurou aborrecido.

      — O problema é grave? — perguntei temeroso.

      — Nada que duas chaves apropriadas não resolvam — a resposta dele me deixou aliviado. — Vítor Hugo, filho! Pare de dançar perto da pista, é perigoso.

      O menino fez de conta que não ouviu, atrevidamente deu outro salto e rodopiou.

      Abri a porta do caminhão calmamente para não acordar minha pequena passageira, peguei a jaqueta e vesti pra rebater a friagem. Puxei um cobertor de lá detrás e estendi sobre ela.

          Capítulo de 750 palavras

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