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IV

      — Ô guria, espere só um pouquinho aqui dentro — pedi à criança.

      Em que atoleiro eu tinha afundado! Levar comigo uma desconhecida, que parecia nem escutar as perguntas que eu fazia. 

      O motivo que me levou a pedir que ela não descesse da cabine foi respirar um pouco e gerenciar a situação. Cogitei deixar a criança aos cuidados da polícia, mas descartei a ideia assim que ela me veio.

      Fui a loja de conveniência, voltei com duas sacolas, abri a porta do lado em que a guria estava. Esta me olhou com uns olhos tão limpos e brilhantes, de uma doçura e tristeza, que meu peito apertou.

      — Pegue isso — mandei. — Calce esse chinelo. Tem algumas roupas e também toalha de banho, pasta e escova de dentes, e desodorante roll-on. 

      Ela aceitou a oferta com receio e desceu com minha ajuda. A levei até a entrada do banheiro feminino, mas não deixei que nenhuma das mulheres visse que eu era acompanhante, pra não chamar atenção. Vivemos num mundo tão sem amor e com gente desconfiada, que um gesto de proteção à uma criança pode ser interpretado das formas mais erradas possíveis.

      Esperei uns quantos de minutos, andando de um lado para o outro, olhando para o relógio seiko de pulso.

      A menina voltou e era outro ser. Blusa de moletom cinza, calça de agasalho azul escura, um tênis qualquer, mas confortável e quente. Depois do banho, a pele dela parecia mais branca ainda. E tinha cheiro de gente, em vez de fedor.

      — Vamos encher o paiol?

      — O que é encher paiol, seu Mateus?

      — Comer. Jantar. Mandar comida pro bucho.

      A ideia a agradou.

      Peguei uma bandeja de plástico, talheres e coloquei no prato tudo o que ela pediu. Dispensou molhos, maionese farofa, o prato dela era mais arroz, feijão preto e carne de tudo quanto é tipo: picanha, alcatra, maminha e linguiça. Ela pegou uma lata de Coca cola, pôs na bandeja e pesei, para registrar .

      — Sente-se aqui, agora vou pegar um prato pra mim.

      Fiquei a frente de dois motoristas de ônibus de viação interestadual, pelo jeito, amigos. As conversas dos dois eram aleatórias. Ouvi coisas como greve de caminhoneiros, professores, e um sequestro de uma menina doente. Enchi meu prato, me sentando com a guria.

      A pobrezinha devia estar com tanta fome, que menos da metade do prato tinha comida. Quando terminou, cruzou os talheres em cima do prato e fez em agradecimento um sinal da cruz de um jeito estranho, do ombro direito para o esquerdo. E as pontas dos três primeiros dedos estavam unidas, as outras duas encostadas na palma da mão.

      — Estava bom? — perguntei.

      Ela assentiu, sorrindo. E vendo aquele sorriso de dentinhos desalinhados, tortinhos, mas branquíssimos, me conclui que fiz uma coisa certa.

      — Seu Mateus…

      — Sim?

      — Obrigada.

      Que criança educada. E encantadora como um anjo. Mas estava na cara que tinha um pouco de estudo e fino nos gestos.

       Percebi pela postura dela na mesa, e pela maneira com que segurou o garfo e a faca. Nenhum grão de arroz e feijão caiu de seu prato, e esse cuidado é incomum em crianças de família pobre.

Capítulo de 522 palavras

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