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II

      — O que faz aí? Vem pra fora!

      A menina de vestidinho azul me obedeceu. Eu estava tão puto que a segurei pela mão e a fiz andar pelo acostamento, para trás da carroceria.

      — Posso saber o que tu tava fazendo ali dentro? — perguntei.

      Ela me olhou, uns olhos limpos e tristes.

      — Escutei os moços dizerem que tu vai subir pra São Paulo.

      — E? — a desafiei.

      — Quero ir junto.

       — Tu é louca, criança? De onde tirou essa ideia, de subir comigo pra São Paulo? Não tem noção do que tu fez? Já estamos longe da divisa, e seus pais devem estar preocupados, atrás de ti.

      A menina abaixou a cabeça.

      — Não tenho mãe, moço. Sou sozinha no mundo.

      Engoli em seco. Senti pena da criança, que era alta para uma garotinha que aparentava ter dez anos. E magra.

      —  E teu pai?

      Ela não respondeu e continuou me fitando.O olhar dela parecia entrar na minha alma.

      — Está frio aqui fora — disse, abraçando o corpinho fino, se encolhendo.

      — O que tu quer fazer em São Paulo?

      Mas a pintadinha não me respondeu, e o silêncio dela me irritou. Como se algo que ela dissesse me convencesse a levá-la. Não tinha cabimento uma guria vagar sozinha pelo estacionamento de um posto, dizer que era sozinha no mundo e que queria ir ao estado de São Paulo.

      Decidi pelo óbvio.

      — Não posso me responsabilizar por ti. Fique quietinha aqui, e não se pendure nos degraus da carroceria.

      A menina se calou. Uma lágrima caiu de um dos olhos, que tinham contornos pretos. Ela entreabriu a boca. Mesmo os dentes sendo um pouco tortos, eram brancos.

      Passei por ela, subi na cabine, afivelei o cinto, dei a partida. A menina ia ficando menor no retrovisor à medida que a carreta corria pelo acostamento, até sumir. Ela não se mexeu, permanecendo encolhidinha, se abraçando, com frio. Ventava muito.

      A vida não era justa, pensei. Crianças precisam de alguém que as proteja, que lhes dê amor e carinho, de uma casa para morar.

      Me lembrei do rosto da minha menina, da carinha que fazia quando eu a visitava. Um instinto paternal me invadiu, fazendo eu sentir remorso por ter abandonado uma indefesa ao relento.

       A pobrezinha está com fome, frio e sozinha.

      Bati com os punhos fechados várias vezes na minha cabeça, gritei droga outras quantas e perguntei ao nada: por que eu? Por fim, parei o caminhão. Saltei pra fora, voltei correndo, e graças a Deus, a criança estava no mesmo lugar.

      — O que tu quer fazer em São Paulo? Tem parentes lá?

      Recebi um silêncio cortante como resposta.

      — Sabe que estás virando minha vida de cabeça pra baixo, não sabe? Eu posso me ferrar por sua causa. Mas não posso deixar uma criança num acostamento. Não vou conseguir encostar a cabeça num travesseiro e dormir, se eu te deixar aqui.

      Se a Polícia Rodoviária me parasse numa blitz e visse junto de mim uma menor... Se pedissem os documentos dela... Era meu fim, mesmo sendo um inocente nessa confusão toda.

      Tarde demais para voltar atrás, porém. Abri a porta do carona para ela subir, afivelei o cinto de três pontos no corpinho esguio dela, e    entrei pelo outro lado.

      — Eu me chamo Mateus — eu disse, estendendo minha mão direita. Ela a olhou, mas não a pegou, voltou a encarar a pista.

      — Como te chamas? — perguntei.

      A garota não respondeu.

      Com o progresso que eu estava fazendo para ganhar a confiança dela, dificilmente eu obteria alguma informação importante que me permitisse ter uma pista de sua origem.

Capítulo de 591 palavras

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