Capitulo Quinze
Dominic Rosende:
Harry parou de repente, o olhar fixo em um ponto distante. Apertei sua mão com firmeza, tentando entender o que o estava incomodando.
— Está tudo bem? — perguntei, observando seu rosto em busca de respostas.
Ele tentou sorrir, mas o desconforto era evidente. — Sim, está tudo bem. Só estou um pouco distraído.
— De verdade, Harry — insisti, apertando suavemente sua mão. — Pode me dizer. Está sentindo que estamos sendo observados?
Harry suspirou, seu sorriso desaparecendo. — Sim, Dom. Ainda sinto isso. Mesmo aqui, em meio a tantas pessoas, parece que alguém está nos observando. Não queria te preocupar, mas não consigo ignorar essa sensação.
Olhei ao redor discretamente, tentando identificar qualquer coisa suspeita, mas tudo parecia normal. As crianças riam e brincavam, alheias à nossa preocupação.
— Vamos fazer o seguinte — sugeri, mantendo a voz calma para não alarmar as crianças. — Vamos aproveitar o dia aqui, mas ficaremos atentos. E mais tarde, podemos falar com a polícia sobre isso. Não quero que você se sinta assim, especialmente com Milo e as outras crianças ao redor.
Harry assentiu, aliviado por compartilhar sua preocupação. — Obrigado, Dom. Isso significa muito para mim.
Passei o resto do tempo no parque mantendo um olhar vigilante, sem deixar de desfrutar dos momentos com Harry e as crianças. Sabia que proteger nossa família era a prioridade, e faria o que fosse necessário para garantir a segurança de todos.
Quando voltamos para casa, decidi tomar algumas precauções extras. Liguei para a polícia e expliquei a situação, agendando uma visita para discutir as preocupações de Harry. Também falei com Jean e Gabi, pedindo que ficassem atentas a qualquer coisa fora do comum.
— Vamos resolver isso, Harry — prometi, abraçando-o. — Não deixarei que nada nem ninguém ameace nossa família.
Ele me abraçou de volta, sentindo-se mais seguro.
— Eu confio em você, Dom. E sei que juntos, podemos superar qualquer coisa.
Nos próximos dias, mantivemos uma rotina atenta e cuidadosa, enquanto as investigações continuavam. Apesar da tensão, nossa conexão se fortalecia, e a certeza de que estávamos construindo algo especial me dava forças para enfrentar qualquer desafio.
Juntos, enfrentamos o desconhecido, sabendo que, com amor e apoio mútuo, podíamos superar qualquer adversidade. E, acima de tudo, estávamos determinados a proteger e preservar a felicidade que havíamos encontrado.
— Eu acho que eu e o Milo precisamos voltar para casa — Harry disse, e olhei para ele com um pequeno sorriso.
— Pode ficar mais um dia aqui comigo, não dou muita importância — falei, tentando convencê-lo.
Antes que ele pudesse responder, seu celular começou a tocar com força. Ele o pegou e atendeu de imediato.
— Alô — disse Harry, com uma expressão confusa no rosto. — Sou eu mesmo, mas o que gostaria de conversar?
Ele fez uma pausa, ouvindo atentamente.
— Você está querendo dizer que é minha prima e que sua mãe quer me conhecer para saber sobre o meu pai?
Harry se levantou e seguiu para a cozinha, e eu o acompanhei, curioso e preocupado. Sabia muito bem como a relação entre Harry e o pai dele era caótica. Benjamin já foi um bom pai para Harry, mas depois da morte da mãe de Harry naquele acidente, ele se tornou amargo e sempre culpava o filho pela tragédia.
Harry parecia perturbado enquanto continuava a conversa ao telefone. Eu podia ver a tensão em seu rosto, e isso me preocupava ainda mais.
— Sim, entendo. Podemos nos encontrar para conversar — ele disse, tentando manter a calma. — Amanhã de manhã? Tudo bem, vejo você lá.
Ele desligou o telefone e soltou um suspiro profundo, passando a mão pelo cabelo. Aproximando-me, coloquei uma mão reconfortante em seu ombro.
— O que foi, Harry? Quem era? — perguntei, tentando entender a situação.
— Era uma prima que eu não conhecia — ele respondeu, a voz ainda cheia de incerteza. — Ela disse que a mãe dela, minha tia, quer me conhecer para falar sobre meu pai.
— Entendo. Você está bem com isso? — perguntei, preocupado com o impacto que essa conversa poderia ter sobre ele.
Harry balançou a cabeça, parecendo um pouco perdido. — Não sei, Dom. Minha relação com meu pai sempre foi complicada, e saber que alguém da família dele quer me encontrar me deixa nervoso. Mas acho que é algo que preciso enfrentar.
Aproximei-me mais, abraçando-o. — Estou aqui para você, Harry. Seja o que for, vamos enfrentar juntos.
Ele se aninhou em meus braços, buscando conforto. — Obrigado, Dom. Não sei o que faria sem você.
— Você não está sozinho — sussurrei, acariciando seu cabelo. — Vamos passar por isso juntos.
Decidimos que Harry e Milo ficariam mais uma noite comigo. Preparamos um jantar simples e passamos a noite juntos, tentando manter o ambiente leve para as crianças. Depois de colocá-las na cama, sentamos na sala, apenas aproveitando a companhia um do outro.
— Amanhã vamos enfrentar isso juntos — disse, segurando a mão de Harry. — Seja o que for, estaremos prontos.
Harry sorriu, um pouco mais tranquilo. — Sim, juntos.
Na manhã seguinte, depois de preparar o café da manhã, ajudei Harry a se preparar para o encontro com sua tia. Desejei-lhe sorte e prometi estar disponível caso ele precisasse de mim. Enquanto ele saía para a reunião, fiquei com as crianças, tentando manter a rotina normal e esperando pelo seu retorno.
Quando Harry voltou, pude ver que ele estava visivelmente abalado, mas também determinado a enfrentar o que viesse. Sabia que, juntos, podíamos superar qualquer coisa, e que, com amor e apoio mútuo, estávamos prontos para construir um futuro brilhante para nós e para nossa família.
Ele se sentiu no sofá da sala e aproveitei que os meninos estavam brincando no quintal e que ayla estava tirando sua soneca da tardezinha.
— Como foi o encontro com a sua possível tia e prima? — perguntei, tentando avaliar a expressão de Harry.
— Ela é realmente minha tia e prima — disse Harry, mostrando o celular com uma foto das duas mulheres. A senhora mais velha era quase uma versão feminina de Benjamin, e a mais nova tinha traços familiares. — Essa é a minha tia Frederica e a minha prima Isabela. Ela tem várias fotos dos meus avós paternos que, por incrível que pareça, estão vivos.
— O que elas queriam? De verdade, por que vieram agora? — perguntei, intrigado.
Harry suspirou, parecendo processar toda a informação.
— Minha tia disse que meu pai foi embora de casa muitos anos atrás, quando tinha vinte anos, e ela nunca mais teve notícias dele. Ela soube de mim pela televisão, com as fotos da festa de casamento da minha tia Sofia que vazaram na internet.
Ele coçou a nuca, um gesto que sempre fazia quando estava nervoso.
— Contei a ela sobre as coisas que aconteceram aqui, sobre como meu pai me tratou e o que fez aos meus tios. Ela ficou horrivelmente assustada com as coisas que meu pai fez.
Senti uma onda de compaixão por Harry e sua família. Era evidente que ele estava lidando com muitas emoções conflitantes.
— Isso deve ter sido difícil para você — disse, segurando sua mão. — Mas é bom que sua tia e prima estejam tentando se reconectar com você. Talvez isso possa trazer alguma clareza ou até mesmo ajudar a curar algumas feridas.
Harry assentiu, parecendo aliviado por compartilhar o fardo.
— Sim, foi difícil, mas elas parecem genuinamente interessadas em me conhecer e entender o que aconteceu. Minha tia até sugeriu que eu visitasse meus avós. Eles sempre quiseram saber sobre o filho que perderam e agora, sobre o neto que nem sabiam que tinham e vão adorar o bisneto.
Abracei Harry, sentindo sua tensão diminuir um pouco.
— Isso pode ser uma boa oportunidade para você, Harry. Mas faça tudo no seu tempo. Não precisa se apressar em nada.
Ele se aninhou em meus braços, buscando conforto. — Obrigado, Dom. Sua presença faz tudo parecer mais fácil de lidar.
— Estamos juntos nisso, não se esqueça — sussurrei, acariciando seu cabelo. — Vamos enfrentar tudo, um passo de cada vez.
Olhei para ele, tentando oferecer o máximo de apoio possível.
— Eu sei que é muito para processar, mas estou aqui para você. Sempre estarei — disse, apertando sua mão.
Harry sorriu, seus olhos brilhando com gratidão.
— Sei disso, Dom. E sou muito grato por ter você ao meu lado e isso que me deixa feliz por você estar aqui.
O futuro era incerto, mas com amor, apoio e determinação, sabíamos que podíamos enfrentar qualquer coisa juntos. A jornada de Harry para se reconectar com sua família paterna seria longa e complicada, mas ele não estava sozinho. Estávamos todos juntos nessa, prontos para enfrentar cada desafio com coragem e esperança.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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