Harry Heart:

Quando terminamos de comer, Dominic beijou minha mão e sugeriu que ele fosse buscar Milo na escola, dizendo que eu poderia simplesmente ir para casa e relaxar.

— Você tem trabalhado bastante e ainda cuida dos meninos quando estamos na sua casa, então hoje, quando chegar do serviço, pode relaxar à vontade — disse Dominic com um sorriso gentil. — Já tem roupas do Milo no meu apartamento, e possivelmente ele vai querer dormir no quarto do Daniel.

Mordi o lábio, considerando a oferta. Fazia tempo que eu não tirava um dia só para mim. A ideia de ter uma tarde tranquila era tentadora, mas também sabia que Milo merecia mais tempo com o pai e os irmãos. Dominic sempre foi ótimo com as crianças, e o vínculo que ele tinha com elas era algo especial.

— Eu acho uma ótima ideia — respondi, sorrindo de volta. — Tenho certeza de que Milo vai adorar passar mais tempo com você e os meninos. E, para ser sincero, um pouco de descanso não me faria mal.

Dominic sorriu e me puxou para um abraço rápido, transmitindo seu carinho e apoio. — Então está decidido. Vá para casa, relaxe e não se preocupe com nada. Nós cuidaremos de tudo.

Aquele gesto simples de cuidado e atenção me fez sentir amado e valorizado. Dominic sempre soube como equilibrar minha vida ocupada com momentos de tranquilidade e afeto. Enquanto ele se preparava para buscar Milo, senti uma onda de gratidão por tê-lo ao meu lado, alguém que não apenas entendia minhas responsabilidades, mas que também sabia quando eu precisava de um momento para respirar e me recarregar.

— Obrigado por cuidar dele, e qualquer coisa, pode me ligar que eu vou correndo ajudar — falei, e ele assentiu. — Sei que ele é seu filho, que adora você como pai e os irmãos mais novos, mas se for um pouco difícil, pode me chamar.

Nos olhamos intensamente, nossos olhares se encontrando e descendo para os lábios um do outro. Dominic umedeceu os lábios e mordeu levemente, sua respiração acelerando. Nossas testas se tocaram suavemente.

— Eu te amo, obrigado por ser o grande amor da minha vida — ele sussurrou no meu ouvido, sua voz carregada de emoção.

Quando nossos lábios se encontraram, o mundo pareceu parar. A conexão entre nós se intensificou, e meu coração batia forte no peito enquanto meus joelhos ficavam fracos. Tudo o que eu podia sentir era a suavidade de seus lábios contra os meus, e o jeito como ele invadia todos os meus sentidos de forma viciante.

Nos separamos por um momento, ofegantes, e quando recuperei o fôlego, ele me puxou novamente, reivindicando minha boca com fome e intensidade. Meus joelhos cederam mais uma vez, e antes que percebesse, meus dedos já estavam deslizando sob sua camisa, sentindo a pele lisa e o calor que emanava dele.

Estávamos encostados em seu carro, colados um ao outro, como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido. Naquele momento, nada mais importava; era como se estivéssemos em uma bolha, onde só existíamos nós dois. Os lábios de Dominic roçaram os meus, provocando uma onda de calor que percorreu meu corpo inteiro. Meus dedos se entrelaçaram em seus cabelos, e nossos olhos se fixaram um no outro. Seu cheiro era hipnotizante, e o gosto dele fazia meus pensamentos se silenciarem, deixando apenas o desejo de tê-lo ainda mais.

Ele se afastou lentamente, dando alguns selinhos enquanto segurava meu rosto com as mãos. Era um toque firme, mas delicado, cheio de carinho.

Eu estava sorrindo como um bobo apaixonado, o coração ainda batendo descompassado.

— É melhor a gente voltar para os nossos afazeres — disse Dominic, sorrindo amplamente. — Tenha uma ótima tarde, meu grande amor.

Ele se afastou e entrou no carro, enquanto eu fiquei ali por alguns segundos, tocando meus lábios, ainda sentindo o calor do beijo. Por fim, me afastei e fui embora, levando comigo a lembrança daquele momento perfeito e a certeza do amor que compartilhávamos.

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Ao chegar na empresa, voltei para o meu escritório e, ao me aproximar da minha mesa, percebi que alguém esteve ali, mexendo em alguns papéis.

— Então o espião que coloquei aqui já está começando a ficar sem ter o que fazer ou como deve agir — murmurei, abrindo o computador e vendo que alguém tentou desbloquear a minha tela.

O primeiro passo finalmente foi dado. Sorri enquanto acessava as imagens da câmera de segurança e vi que Isabela havia entrado na sala, se aproximando do computador e verificando alguns papéis. Na gravação, ela recebeu uma ligação e, em segundos, ficou visivelmente ansiosa com o que ouviu do outro lado.

Se minhas suspeitas estiverem corretas, há uma grande chance de que ela esteja falando com advogados sobre o congelamento de todas as contas deles e a iminente investigação federal na empresa da família.

Quando Vini me contou que seus conhecidos eram capazes de realizar essas investigações, fiquei completamente em choque e um pouco cético. Mas, ironicamente, eles já estavam investigando as atividades de Benjamin por desvio de fundos e até mesmo corrupção.

Segundo o que Alice me contou em uma ligação, tudo seria vazado em breve. Só precisávamos de uma maneira de usar essa informação com mais força contra Benjamin. Eu apenas tive que provocar sua ira para que ele agisse impulsivamente, sem pensar nas consequências.

Enquanto refletia sobre tudo isso, minha mente estava a mil, considerando as próximas etapas. A situação estava se desenrolando de maneira explosiva, e era crucial que eu mantivesse o controle e a calma para navegar por essa tempestade. O que estava por vir poderia ser o ponto de virada para expor todas as manipulações e traições que Benjamin havia cometido, e eu precisava estar preparado para enfrentar as repercussões e proteger aqueles que dependiam de mim.

Desliguei o monitor das câmeras, observando como as coisas estavam desmoronando para o lado dele, lenta e inevitavelmente. A sensação de estar no controle, mesmo que apenas por um momento, trouxe um alívio inesperado. O plano estava funcionando, e cada peça estava se encaixando no lugar.

Enquanto refletia sobre os próximos passos, senti uma mistura de emoções. Havia uma certa satisfação em ver justiça sendo feita, mas também uma consciência do peso das ações que estavam sendo desencadeadas. Era um jogo perigoso, e eu precisava estar preparado para enfrentar qualquer reação que pudesse surgir.

Fechei os olhos por um instante, respirando fundo e recompondo meus pensamentos. Era essencial manter a calma e a clareza, especialmente agora que estávamos tão perto de expor toda a verdade. A queda de Benjamin não seria apenas uma questão de justiça; era também uma questão de proteger a empresa, minha família, e todos os que foram afetados por suas ações corruptas.

Com um último olhar para a sala, me virei para sair. O silêncio no corredor parecia amplificar a gravidade do momento. Caminhei em direção à próxima etapa do dia, ciente de que cada decisão contava, e que o desfecho dessa situação dependeria da nossa habilidade em lidar com os detalhes e imprevistos que poderiam surgir.

O que estava em jogo era maior do que eu ou qualquer outra pessoa envolvida; era sobre restaurar a integridade e a confiança que foram comprometidas. E, com isso em mente, segui em frente, determinado a ver isso até o fim, com Dominic e aqueles que amava ao meu lado.

Afastei os pensamentos perturbadores e me concentrei em concluir todas as minhas tarefas do dia. Quando chegou a hora de ir embora, despedi-me de Isabela com um sorriso, que ela retribuiu de forma um tanto forçada.

Agora, com tudo tão bem organizado e alinhado com o plano, me senti confiante de que poderia manter a distância necessária para resolver meus próprios assuntos. Considerando o que estava por vir, sabia que precisaria estar preparado para lidar com qualquer eventualidade.

Sentia um grande orgulho de mim mesmo, especialmente quando pensava no quanto tinha evoluído desde o passado tumultuado. O futuro ainda era incerto, mas estava determinado a enfrentar tudo o que viesse.

Ao chegar em casa, abri a porta e fui direto para o banho, deixando a água quente levar embora o cansaço do dia. Depois, tentei encontrar algo para fazer que me ajudasse a relaxar naquela tarde. Peguei a caixinha da aliança que comprei para Dominic e fiquei analisando o objeto em minhas mãos.

Será que eu deveria acelerar o pedido de casamento ou esperar até que tudo se acalmasse? Talvez fosse melhor aguardar uma ocasião mais apropriada. Afinal, queria que fosse um momento perfeito, sem as distrações dos problemas atuais.

Olhei para a televisão, onde passava uma comédia qualquer, e meu celular começou a tocar insistentemente. Era Jacob. Atendi a chamada, surpreso ao ver o rosto dele e de Virgílio completamente sujos de tinta.

— O que aconteceu com vocês dois? — perguntei, curioso.

— Ele fez a burrada de me atrapalhar enquanto eu terminava um quadro para uma amiga — explicou Virgílio. — Brigamos e acabamos assim. Você pode trazer uma roupa para ele no meu apartamento?

— Sinto muito, mas estou tirando um tempo para descansar agora. Peça para outra pessoa, hoje vou aproveitar para ter um dia só para mim — respondi, sorrindo e desligando a chamada.

Com o telefone silenciado e o pensamento no futuro, voltei minha atenção para o presente, decidido a aproveitar o tempo de descanso e reflexão. Afinal, momentos de paz como esse eram raros e valiosos, e eu queria aproveitá-los ao máximo antes que o próximo desafio surgisse.
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Gostaram?

Até a próxima 😘