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Capítulo 86 - Welcome to L.A.


Capítulo 86 -  Welcome to L.A.

Desci os degraus da entrada da casa tranquilamente — a típica varandinha de madeira pintada de branco — segurando minha xícara de café na mão, para conferir as correspondências e minha vista foi interceptada pelo sol do "inverno" californiano, se é que podemos chamar esse clima de inverno. Na verdade, a referência ao "sweater weather" era perfeita para definir as temperaturas amenas de Los Angeles, cidade onde estava morando após concluir com sucesso todas as matérias obrigatória do curso de Cinema em Stanford.

Agora, eu só precisava completar um semestre de estágio obrigatório em uma produtora ou estúdio para poder voltar para Londres feliz e formada. A Universidade de Stanford estava localizada em uma cidade de porte média chamada Palo Alto e, mesmo que agradável, não era grande o suficiente para oferecer a todos os alunos do curso de Cinema uma vaga de estágio. Ainda mais se, pegando a rodovia, em pouco tempo, você daria de cara com um dos maiores centros de produção cinematográfica do mundo: sim, Hollywood.

Por essa razão, a opção mais sensata foi me mudar para L.A., onde minhas chances de encontrar um estágio eram diretamente proporcionais a de achar uma lojinha de comida orgânica que vendia uma infinidade inimaginável de sucos verdes e coisas low carb (tudo para viagem, é claro) e com atendentes lindíssimos, vulgo, atrizes e atores só esperando pelo próximo casting.

Welcome to LA.

Antes mesmo de chegar aqui, um dos professores me indicou para uma vaga em um  estúdio de filmes "relativamente" conhecido, a SONY. Sim. Isso mesmo e tudo graças ao meu currículo como assistente de roteiro e planejamento na BBC. O que não impediu, contudo, que eu acabasse sendo escalada como "a menina do café", só que com um retoque especial "a menina do café britânica", devido ao meu sotaque "arrastado demais", como se eu tivesse culpa pelo meu sotaque. Para completar, eu fazia tudo isso de graça. Ou seja, estamos falando de estágio voluntário. Leia-se: não remunerado. Nenhum tostão no bolso da Jess. Motivo pelo qual eu sempre estava atrás de algum bico, seja de figurante ou como staff de seriados ou clipes musicais. Produções nada incomuns por aqui, como é de se imaginar.

A cidade era bem dinâmica, mas em nada se comparava com Londres. Do clima até a organização urbana. Para ter uma ideia, alugar um carro não foi uma escolha, mas uma necessidade já que os transportes públicos eram simplesmente incapazes de ligar as zonas residenciais aos centros e inviabilizavam que eu conseguisse chegar em qualquer compromisso a tempo. Nesse aspecto, Londres dava de dez a zero em Los Angeles, ainda que não fosse tão bem servida de praias e homens lindos de morrer, o que equilibrava tudo.

Placar final: dez Londres, dez L.A..

Eu já estava relativamente habituada e instalada em uma casinha agradável no subúrbio que dividia com uma colega da faculdade. Stephanie que, além de ser uma ótima pessoa, trabalhava como colunista de uma dessa revistas de fofocas. Justamente por isso, ela, felizmente, possuía vários contatos profissionais relevantes, além de todos os dias, nossa caixa de correio ser abastecida por uma nova edição de alguma versão genérica da People, Seventeen e qualquer outra revista de fofoca escrita em língua inglesa.

― Steph, deixei suas revistas aqui na mesinha da sala, ok? ― avisei a minha amiga que acabara de sair do quarto em direção ao banheiro.

Me senti no sofá tranquila, mas não demorou nem dois segundos para que eu quase cuspisse o meu café. "Zayn Malik deixa o One Direction e já fala sobre álbum solo", escrito no canto de uma das capas, acompanhada de uma foto do Zayn com o cabelo loiro. Essa era nova para mim. "Saída causa desconforto na banda.", estava escrito no canto da revista e eu já abri na página 16 que me daria "todos os detalhes" com direito a uma entrevista do Zayn e eu só conseguia pensar...

Meu deus, o Zayn meteu o pé.

Cogitei Ligar para o Niall, mas havia séculos que não tínhamos qualquer contato e Louis nem se fala. Eu nem sabia se ainda podíamos nos considerar "amigos", certamente, não mais. Li a entrevista e o Zayn comentava sobre como sua criatividade e expressão artística eram engessadas na banda e eu sabia disso, além da entrevista demonstrar, sem que ele precisasse dizer, um racha na amizade de Zayn e Harry que eu também já sabia. Nada ali era muito novo pra mim, afinal, namoramos por alguns meses e eu era uma das pessoas para quem ele conseguia se abrir sobre suas expectativas profissionais e, talvez fosse difícil para as fãs, mas o Zayn não queria cantar teen beat para o resto da vida.

Por outro lado, imaginava como não se sentiam os outros meninos, tendo o grupo desfalcado, uma turnê inacabada e versos sem um cantor. Sem contar com o abalo que isso não deve ter feito na amizade deles. Zayn e Liam era muito próximos e eu sabia o quanto a One Direction era absurdamente importante para o Liam.

― Não sabia que você era directioner, Jess. ― Steph comentou me vendo com a revista em mãos e eu me resumi a rir, rir de nervoso. Afinal, não éramos amigas há tanto tempo para que ela soubesse de tudo e eu, provavelmente, seria taxada de fã maluca que inventa namoro com ídolo. E como eu precisava, forçosamente, trabalhar com artistas e famosos, no geral, eu não podia assustá-la.

― Aliás, me mandaram umas listas com umas produções de music videos para as próximas semanas, vou te encaminhar e você vê se te interessa.

Agradeci e deixei a revista sobre a mesa e bebi o resto do café, vendo se a notícia descia e fui me arrumar para o estágio. O dia passou tão rápido que só consegui enviar meu currículo para as propostas que Steph havia me encaminhado pela manhã antes de dormir, momento que foi retardado bastante, pois eu perdi uns bons minutos olhando para a foto do contato do Harry, naquela já típica indecisão: mandar ou não mandar uma mensagem.

Acabei desistindo quando notei que já era madrugada na Inglaterra e eu não estava nada a fim de dormir ansiosa esperando por uma resposta ou, bem mais provável, por um vácuo que poderia durar horas ou mesmo dias.

Desde o nosso último encontro até hoje, eu passei a ver de outras formas o que conversamos sobre "não estarmos no mesmo fuso". E, mesmo que à época não passasse de uma metáfora para lidar de uma forma divertida com o fato de que mesmo que fosse muito bom estar com ele, aquilo não queria dizer de forma absoluta que deveríamos ficar juntos, hoje estávamos literalmente em fusos diferentes.

Já não nos falávamos há meses e eu finalmente poderia dizer que estava solteira e emocionalmente independente, sem precisar daquele contato fixo para ligar quando me sentisse sozinha e trocar as mãos pelos pés beijando bocas que não deveria.

Para quem me conhecia, deveria saber que isso era grande motivo de orgulho. Finalmente, eu me sentia livre.

(...)

Já havia algumas semanas que enviara meu currículo por e-mail, quando fui selecionada pela produtora para fazer parte do grupo de staffs em gravações de clipes pelo próximo mês. Além das cláusulas do contrato temporário de trabalho, não havia muitas informações sobre os clipes, só uma agenda com as datas de algumas gravações. Por essa razão, entrei sem muita expectativa no set de filmagens, torcendo para que, pelo menos, a música não fosse tão cansativa ou o roteiro tão enjoado como de alguns comerciais. 

Após distribuir os crachás, fui colocada em fila e me designaram para ficar responsável pelos figurinos, me entregando uma prancheta com uma lista de roupas, mas quase deixei-o cair quando virei a página e dei de cara com o título do roteiro:

"Pillowtalk - ZAYN"

O destino não seria tão sacana comigo, ou seria?

Eu descobri que sim, ele não só seria como estava sendo, quando Zayn entrou no set de mãos dadas com uma mulher loira alta que, pelo que havia lido no roteiro, eles se beijariam na página 3, 4 e 5. Era um clipe bem, como posso dizer, íntimo? Ainda que o título da música já dissesse bastante eu não imaginaria que o Zayn ousaria tanto no  seu clipe de estréia.

Respirei fundo e continuei a colocar as roupas da modelo no cabide quando entendi que namorada do Zayn, de quem eu organizava as roupas, era  a modelo Gigi Hadid. A situação era bem constrangedora, o que me consolava era que havia muitas pessoas no set e, por sorte, o Zayn estaria ocupado demais para notar a minha insignificante presença ali.

Pensei em algumas vezes em dar meia volta e inventar qualquer desculpa para fugir, mas precisava da grana e era só organizaria figurinos... Eu iria sobreviver, não ia?

O que eu sei é que estive todas as 8 horas de trabalho atenta e evitando, na medida do possível, olhar para as tomadas que, em grande parte, incluíam Zayn e a Gigi. Afinal, era muito esquisito ter que ver o seu ex beijando outra pessoa, mesmo que eles estivessem gravando cenas para o clipe, e mesmo que já fôssemos praticamente estranhos um para o outro.

Sinceramente, que mundo ridiculamente pequeno.

Ainda que fosse difícil relevar aquilo tudo e controlar os sentimentos esquisitos que sentia por estar ali, eu havia gostado bastante da música, a tal "pillowtalk", e consegui me sentir feliz por o Zayn estar produzindo uma música com que ele se identificava.

O tempo passou voando e quando me dei conta já eram quase nove da noite. Praticamente todas as caixas com figurinos já estavam fechadas e o set já estava bem vazio, com poucos sinais de que há algumas horas havia toda uma movimentação, câmeras por todos os lados, maquiadoras e staffs

― Ei, você. ― fui abordada por um homem de meia idade, "Josh", auxiliar de direção, dizia o crachá. Ele, por outro lado, não soube ler o meu. ― Preciso que você recolha o figurino no camarim 2.

Confirmei com a cabeça e me direcionei até a área dos trailers, onde ficaram os camarins. Bati na porta do Camarim 2 para me assegurar de que estava mesmo vazio e imagine o susto que não tomei quando o próprio abriu a porta.  Sua cara, diferente da minha, não era de espanto, era quase como se ele estivesse me esperando.

Zayn abriu a porta do trailer e me surpreendi por vê-lo sozinho, usando um moletom largo, com um cigarro entre os lábios, como se não fosse o mesmo que há pouco tempo estava todo produzido e beijando sua namorada, cercado por muitas câmeras.

Não foi preciso olhar muito atentamente para notar que não havia figurino nenhum para ser recolhido, mas mesmo assim eu insisti:

― Er... Oi, me pediram para recolher os figurinos do Camarim 2, eu devo ter errado o trailer... ― fiz o meu papel de idiota e vi o Zayn esboçar um sorriso sacana.

― Tem esse figurino que eu tô usando, quer levar? ― só ele riu da própria piada, pois eu estava ocupada demais querendo cavar um burado no pavimento ao lado do trailer para sumir. ― Entra aí, Jess.

Fechei a porta atrás de mim e continuei de pé, mesmo quando o Zayn se sentou no pequeno sofá no fundo do trailer. Eu, realmente, não sabia o que fazer.

― Você vai ficar aí, de pé? ― ele perguntou quebrando o silêncio.

― Zayn, eu preciso voltar pra lá, ainda tem coisa pra arrumar... ― disse seguindo com o meu papel de idiota, agindo como se fôssemos estranhos, desacostumada em ter as suas palavras direcionadas a mim. Se havia meses que eu não falava com outros membros do One Direction, podemos colocar aí mais de um ano que eu e Zayn não trocávamos uma palavra sequer. 

― Eles já estão arrumando, não esquenta com isso... ― disse tranquilo apagando o cigarro em um cinzeiro de vidro apoiado no braço do sofá. ― Eu queria conversar  com você... Senta aí... Quer beber algo? ― neguei com a cabeça, mas quando ele estendeu uma cerveja que estava dentro do frigobar eu não recusei. Certamente, seria melhor beber algo. Minha garganta estava seca.

― Sabe... ― ele continuou e estendeu a garrafinha em um brinde no ar. Fiz o mesmo de forma tímida antes de dar um gole generoso. ― Eu só te vi agora no final, quando já estávamos desmontando o cenário e me veio uma sensação estranha, me senti triste... Porque mesmo depois de tudo não somos capazes nem de nos cumprimentar. E, espera... ― ele interviu quando notou que eu diria algo e eu só dei de ombros, bebendo mais um pouco da cerveja, tentando rebater minha ansiedade. ― Eu sei que sou culpado em parte por isso, mas qual é Jess, você sumiu... Quando soube, você estava em alguma ilha do Pacífico, sem sinal de telefone... E tudo aquilo com o Harry, a turnê na América do Sul...2014 foi uma bagunça...

2014, de fato, foi uma bagunça.

― E você engatou um noivado, saiu do grupo, e agora já tá em outra... Eu, sinceramente, queria, me apaixonar como você, Zayn... ― me arrependi da alfinetada, afinal, ele parecia bem intencionado ao me chamar pra conversar, mas não podia negar que uma parte de mim ainda estava magoada com aquela fase, mesmo que tivéssemos conversado após o término e "resolvido" tudo. 

― Não, eu que queria me apaixonar como você... como você é ou era, sei lá... ― apertei os olhos em sua direção e eu me lembrava bem dessa sua entonação e sobre quem ele se referia dessa forma. ― Ei, eu não estou dizendo por mal... É só que agora eu sei como é esse sentimento intenso, forte mesmo... Eu estou completamente apaixonado pela Gigi... ― ele sorria de forma sincera e seus olhos quase brilharam quando ele falou o nome dela. O aperto no peito que eu sentia não era de ciúmes, mas por saber que falhamos, eu e Zayn, falhamos em tentar ser esse nós. ― Mas, eu não estou falando isso pra jogar algo na sua cara, não é isso... Até porque eu nunca te agradeci, por naquela época ter sido a única coisa real na minha vida...Todas as nossas conversas, você não sabe como me ajudaram...

Eu estava boquiaberta, afinal, não esperava que essa conversa chegasse a acontecer algum dia da minha vida e muito menos que ouviria essas palavras saindo da boca do Zayn.

― Zayn, eu não sei o que dizer... Na minha cabeça éramos, sei lá, uma coisa que deu errado... Pensando agora, é tão idiota isso... Não ter te avisado que estava aqui, te evitar... Me desculpa. ―  disse sincera e dei mais um gole na cerveja, quando notei que ele se levantava do sofá e vinha em minha direção.

―  Pois bem, vamos começar de novo. ―  ele abriu os braços e eu sorri discreta antes de, finalmente, abraçá-lo. ―  Jess, você por aqui!

―  É, mundo pequeno, né? ―  entrei na brincadeira, permitindo que eu me aconchegasse no seu abraço. ― Mas agora falando sério, ― nos separamos e ele se apoiou na pequena bancada que ficava encostada no espelho. ―  quando eu li no roteiro o seu nome, achei que fosse alguma pegadinha.

― Você não sabia? ―  neguei com a cabeça.

―  Então, eles só nos avisam que será uma produção de vídeo, o horário e o local. Nada mais... Eu acho que se eu soubesse, teria te mandado uma mensagem antes, né... Daí você até poderia ter me colocado num trabalho mais legal, porque organizar figurinos, sério? ― ele riu da minha indignação e voltou ao sofá atrás da minha cerveja, me puxando pela mão para que eu sentasse mais perto.

― E como foi... ― ele parecia um pouco constrangido, então podia imaginar do que ele se referia.

― Foi meio... sei lá, fiquei meio envergonhada, mas o que eu podia fazer?  ― confessei ocupando a outra ponta do sofá.

― Se você ficou envergonhada, imagine eu que tive que fazer na frente das câmeras... Isso foi ideia do meu produtor, ele é meio assim, encrenca com umas ideias... ― Zayn disse tímido, com aquele sorriso que fazia as ruguinhas aparecerem perto dos seus olhos bonitos.

― Eu acho que a ideia do clipe tem tudo a ver com a música... Que, aliás, eu adorei.― fitei-o sorrindo. ― Sério, eu gostei muito da música.

― Mesmo? Ah, queria que você ouvisse o álbum todo! Não vai demorar muito pra sair, estou meio ansioso... ― ele pegou outro cigarro do maço e tratou de acendê-lo.

― Eu imagino... mas tenho certeza que está muito bom, vou adorar ouvir. ― disse sincera e abri um espaço para que ele pudesse falar um pouco sobre a saída do grupo, já que eu sentia que, de certa forma, ele precisava falar com "alguém que esteve lá o tempo todo", palavras suas quando entramos no assunto, tema esse que se desdobrou em vários outros.

Fiquei feliz por ainda conseguirmos conversar com relativa naturalidade depois de tanto tempo, o que fizemos por mais alguns minutos no trailer e, em seguida, em um restaurante de comida japonesa em Santa Mônica, onde jantamos e ficamos por mais algumas horas.

Logo quando teve oportunidade, Zayn me explicou que Gigi havia voltado para Nova York, pois tinha uma sessão de fotos no dia seguinte e que, nos últimos meses, ele tem feito essa "ponte aérea" entre L.A. e N.Y. com muita frequência.

Quando já eram quase onze da noite, nos despedimos com um abraço apertado e confessei em bom e alto som como era bom poder falar com ele de novo.

Após o nosso reencontro, eu sentia como se tivesse tirado um peso das minhas costas, seguindo o meu caminho para fora da sala reservada do restaurante, quando ele me chamou:

― Jesse, ― me virei. ― Sobre aquilo de não termos dado certo. Eu não concordo com isso... Eu acho que fomos certos um para o outro enquanto durou. E deu sim certo. ― Zayn disse sereno, com as mãos nos bolsos do jeans e um sorriso discreto nos lábios.

― Obrigada, Zayn.

Obrigada por me mostrar que nem todas as coisas boas precisam durar para sempre e que certo ou errado são só pontos de vista diferentes para uma mesma história.

Então, sim, eu e Zayn demos certo.


n/a: hello!! obrigada por me esperarem pacientemente. Pra não pegar ninguém desavisado, AMDL terá, no máximo, 90 capítulos (meu deus como fui escrever um trem desse tamanho sos hahaha). Sim, agora é super oficial, estamos chegando ao fim. Obrigada por quem tem me acompanhado até agora! Se cuidem, ok?

Beijos da Maria ❤️

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