n/a: antes que eu comece a falar sobre o tempo que eu demorei a postar (desculpem!!!) vamos ao capítulo. Depois conversamos! Ouçam a música que eu coloquei, Open da Rhye, acho que combina bastante! Vamos lá?

Cap. 64 - O verbo "amar"

A insistência com que Zayn me perguntava o motivo pelo qual eu estava daquele jeito não era irritante, pelo contrário, mostrava-se de um cuidado e carinho sem igual. Eu conseguia ver seus olhos aflitos enquanto eu balançava a cabeça dizendo que não era nada e secava o que ainda restava de lágrima. Eu não queria importuná-lo com problemas que estavam dentro da minha própria cabeça e que, consequentemente, eu era a única que poderia resolvê-los.

Não era justo dizer algo do tipo "você me deixou aqui sozinha enquanto o meu mundo desabava" pois ele simplesmente não tinha culpa, aquilo era o trabalho dele e eu não poderia pedir a ele que simplesmente não viajasse é como se ele me dissesse pra não ir à faculdade fazer uma prova ou faltar o estágio, o que sei que ele jamais faria.

-Tudo isso é saudade, então? - ele disse me abraçando forte. Nesse momento dei um murro leve em seu ombro soltando a palavra "convencido". Nisso ele se afastou e arqueou a sobrancelha como se estivesse me questionando algo, algo que eu não entendi. Então ele começou a se aproximar roubando um beijo de meus lábios.

-Você não vai admitir, não é mesmo? - ele disse entre beijos. - Que estava desesperada com a ausência do meu beijo.

Os beijos se direcionaram a minha nuca, me fazendo perder um pouco do ar.

-Você é terrível. - acabei abrindo um sorriso discreto. - Talvez um pouco.

Ao ouvir minhas duas últimas palavras ele interrompeu os beijos e passou a me encarar com um sorriso, se não me engano, malicioso. Vi-o olhar insistentemente para a minha boca, me deixando sem graça, desviei o olhar e acabei não vendo que ele agarrou com força minha cintura se aproximando ainda mais, de modo que ocupávamos praticamente o mesmo espaço no sofá. Suas mãos em mim me trouxeram de volta a sensação de ser sua mais uma vez. Coloquei minhas mãos sobre sua nuca enquanto encarava e me encantava com cada detalhe do seu rosto para no final ir ao encontro de sua boca e antes que me apossasse dela pude ver um sorriso se abrindo em seus lábios.

Ficamos algum tempo no sofá, a maioria dele entre beijos e poucas palavras.
Talvez a frustração voltasse, todos os sentimentos confusos e agonizantes, eles voltariam, mas por enquanto eu não queria mais nada que fosse diferente de estar deitada sobre ele, olhando para qualquer canto da sala enquanto sentia seu tórax subir e descer, o movimento de sua respiração, seus batimentos cardíacos.

Pensei que seria tão bom se sempre fosse como esse momento, se não houvesse nada mais no mundo além de nós dois. A sala da minha casa como nosso mundo.

Em algum momento senti que sua respiração havia ficado mais pesada, olhei para cima para ver seus olhos fechados e concluir que ele havia pegado no sono. Me aproximei de seu ouvido convidando-o para dormir na minha cama, inicialmente ele não se moveu, mas depois de alguns instantes abriu devagar os olhos e então repeti o convite para ouvir que ele só iria se eu fosse com ele, o que para mim, obviamente, não seria nenhum problema.

Me levantei do sofá e fui na frente para eliminar qualquer bagunça que pudesse atrapalhá-lo a deitar na cama, felizmente, havia penas algumas peças de roupa que coloquei sobre a cadeira. Vi sentá-lo sobre a cama e me chamar, me aproximei e parei na beirada da cama para encarar seus olhos um pouco, senti suas mãos por minha cintura me fazendo chegar mais perto, abaixei o rosto para beijá-lo e em seguida fui convidada a deitar com ele. Dormimos alguns minutos, na verdade, eu acordei e Zayn continuou dormindo, deixei-o por compreender que ele estava cansado da viagem e decidi tomar um banho e me arrumar pra onde quer que estava planejando ir.

Deixei a água quente cair sobre o meu corpo e de olhos fechados lembrava dos olhos de Zayn, e senti um alívio por poder vê-los de perto, tê-lo comigo.
Cheguei ao quarto de toalha e ele me surpreendeu por ja estar acordado, sentado sobre a cama. Seus olhos se arregalaram ao me ver, foi quando senti minhas bochechas esquentarem.
Tentei perguntar algo sobre o que faríamos em seguida mas acabei de embolando em minhas próprias palavras.

Vi ele se levantar e parar de frente pra mim e encarar meus olhos para chegar em minha boca e se apoderar dela. Fazia algum esforço pra segurar a toalha, mas por nenhum momento ele tentou tirá-la.

-Vou me trocar. -anunciei interrompendo o beijo. - Aonde vamos?

-Pensei que poderíamos dormir lá em casa, pedir alguma coisa pra comer, ver um filme...

Sorri e ele selou um beijo em minha bochecha. Escolhi uma roupa qualquer, short e camiseta e me dirigi ao banheiro pra me trocar. Chamamos um taxi e em algum tempo já estávamos na casa do Zayn. Pedimos comida chinesa e comemos enquanto assistíamos alguma das mil temporadas de friends.

Quando eram onze horas da noite ambos já estávamos cansados e fomos nos preparando pra dormir, ocupei o lado direito da cama do Zayn exatamente por saber que ele sempre dorme do outro lado. Poucos minutos depois Zayn se sentou ao meu lado e ficou algum tempo me encarando até dizer que era bom estar em casa, sorri ao saber que eu, de algum modo, fazia parte do que ele chamava de "casa". Ele me contou alguns detalhes da viagem e quanto contava que ele viajou com Louis enquanto Harry estava com Niall e Liam se lembrou que o novo CD, que se chamaria "Midnight Memories" seria na semana seguinte.

-Muitas noitadas, Zayn Malik?- brinquei,ele balançou a cabeça em sentido negativo.

-Só algumas com você, de preferência, aqui nessa cama. - revirei os olhos mas deixei escapar um sorriso, foi quando ele roubou um beijo rápido.

-Achei pesada a conotação sexual do nome do álbum. - observei esperando por sua reação à brincadeira.

- O álbum pode ter a conotação que você quiser, se quiser também minha noite tá livre pra novas "midnight memories", mas se quiser se arrumar vai ter que se apressar, já são 15 pra meia-noite.

-Quer dizer que você acha que não estou arrumada? - sentei de frente pra ele e arqueei as sobrancelhas.

-Hmmmm, podemos dar um jeito nisso rapidamente, algumas peças de roupa a menos e você estará perfeita.. - revirei os olhos mas acabei rindo da brincadeira besta.

-Sossega, menino. Amanhã cedo alguém aqui trabalha. Boa noite, tá? - disse e me deitei de novo, agora de costas pra ele e cobri meu rosto, logo depois de apagar as luzes. Nisso senti ele deitar com seu corpo colado ao meu.

-Eu prefiro com as luzes acesas, mas assim também tá bom. - ele disse próximo ao meu ouvido.

-Seu terrível. - disse o empurrando, nisso ele se aproximou e disso algo como "ah, é assim?" pra começar uma guerra, um fazendo cócegas no outro para terminar em dois seres ofegantes rindo no quarto de luzes apagadas. Senti uma movimentação na cama e o abajur se acendeu.

-Qual a graça de te ter ao meu lado se não posso te ver? - ele disse antes de tirar todo o meu fôlego com um beijo lento quase como infinito, um infinito bom. Infinito que levou a outros beijos, mãos e movimentações na cama. Até que em alguma hora fomos dormir, minha cabeça repousada sobre seu peito e suas mãos fazendo carinho em minhas costas. Um segundo o carinho cessou e o abajur foi apagado.

Ouvi quase em um sussurro "boa noite" e pude, então, pegar no sono.

Acordei com meu celular vibrando do lado do meu travesseiro, o relógio indicou, infelizmente, que já era hora de acordar. Olhei ao lado e sorri ao ver Zayn dormindo todo esparramado na cama. O deixaria dormir mais, decidi então tomar um banho e já ir me arrumando. Coisa de 20 minutos sai do banheiro praticamente pronta. Ao abrir a porta do banheiro me surpreendi por ver Zayn já acordado sentado sobre a cama mexendo no que eu acreditava ser seu telefone. Me aproximei alguns passos da cama mas ele não desgrudou da tela, não reparando em minha presença. Ao me aproximar notei que na verdade aquele era o meu celular, surpresa pigarreei para chamar sua atenção. Ele levantou os olhos até mim que o questionei. Entretanto ele me respondeu com outra pergunta.

- Quando você ai me falar sobre isso? - havia um tom de raiva misturado com preocupação.

-Do que você está falando? - questionei sem entender do que se tratada.

-Essas mensagens, isso é absurdo. - e eu continuava sem entender enquanto mil coisas se passavam por minha cabeça.

-Que mensagens? Você pega o meu telefone escondido pra ler as minhas mensagens? Parabéns, Malik, muito maduro da sua parte. - carreguei minha fala de ironia.

-Isso diz respeito a mim, essas meninas não podem falar essas coisas pra você, você vai deletar essa conta. - ele disse finalmente esclarecendo.

-Zayn, essas meninas são suas fãs, elas gostam de você, é só isso.

-Ninguém tem direito de dizer essas coisas pra ninguém. - ele disse claramente irritado. - Você vai deletar essa conta agora.

Nisso ele me estendeu o telefone.

- Eu já sou crescida, Zayn. Se eu quiser deletar, eu vou fazer isso. Pra que fique claro: você não manda em mim.

-Essa perseguição absurda só está acontecendo porque você é minha namorada, então eu tenho todo o direito de decidir sobre isso.

-Errado. A conta está em nome de quem? Por acaso ai está escrito que eu cedi o meu direito de escolha a você? Ah tá. - nesse momento peguei o telefone da mão dele. - Francamente, não esperava ouvir isso de você.

Comecei a recolher minhas coisas que estavam espalhadas pelo quarto. Eu não gostava mesmo das mensagens, mas não era por isso que ele tinha direito de escolher o destino da minha conta.

-Jessica, eu não quero mandar em você ou nada disso, só não quero que as pessoas falem coisas ruins sobre você. - senti sua mão sobre meu antebraço.

-O fato é que as pessoas vão continuar dizendo coisas ruins sobre mim independente da existência da minha conta, porque, aparentemente, ninguém é bom o suficiente pra namorar você. Tendo o twitter eu pelo menos sei o que estão dizendo.

-Um monte de merda, é isso que estão dizendo. Mentiras, coisas que você não é. - nisso ele puxou o meu braço fazendo com que eu me virasse para ele. - Você não acredita em nada disso, não é?

Nisso meu olhar desviou do seu. Medo de encarar sua determinação.

-Não é possível, Jessica...

-Dizem muitas coisas por ai... - soltei.

-Tenho certeza de que são mentiras.

-Uma mentira repetida mil vezes pode se tornar uma verdade, não é mesmo? - minha voz saiu fraca.

-Será que as coisas que eu te digo não valem mais?

-Eu não sei, Zayn. Sinceramente, não sei. Estou cansada de ouvir todos dizendo que não temos nada a ver, que você deveria voltar a namorar a Perrie. Talvez elas estejam certas, vocês tem a vida parecida, se entendem melhor.

-Eu não preciso de alguém com a vida parecida, preciso estar com alguém que me faça sentir bem, que coloque os meus pés no chão de vez em quando. - senti sua mão em minha nuca me trazendo pra perto. - Estamos juntos porque escolhemos isso, e o que um milhão de pessoas dizem, que seja, não altera o fato de que eu... amo você.

Não sabia o que estava sentindo por ouvir aquelas palavras. O quão frágil aquele sentimento agora parecia, como eu deixei que fosse assim, com eu havia deixado que uma centena de comentários me fizesse repensar o que passamos os últimos meses construindo. Não sabia o que estava acontecendo, mas eu não conseguia fazer que nenhuma palavra saísse da minha boca.

-É por isso que você estava daquele jeito ontem? - respirei fundo, talvez ele tenha entendi que isso era um sim e me abraçou. Permanecemos abraçados por mais algum tempo até que nos soltamos.

Ele me pediu desculpas de início e disse que eu não tinha que deletar a conta de eu não quisesse, mas que eu estava proibida de me importar com os comentários depreciativos. Pensei que era fácil falar, mas em seguida pensei que ele também passava por isso, e ele estava bem, eu poderia ficar bem também. Pedi desculpas por ficar nervosa, nos abraçamos mais uma vez e as coisas pareciam estar bem.

Enquanto Zayn foi ao banheiro em me direcionei a cozinha para arrumar mais ou menos um mesa de café da manhã. Já estava passando o café quando Zayn atravessou a porta da cozinha vestido apenas com uma calça de moletom. Seu primeiro reflexo foi reclamar do frio e aumentar a temperatura da calefação do cômodo, o inverno estava se aproximando de novo.

Ele se sentou sobre a bancada e agradeceu pelo café que servi. Sentei- me de frente pra ele e ele me perguntou sobre o meu dia, falei sobre o estágio e retornei a pergunta e ele respondeu que cantaria no The X-Factor hoje a noite o primeiro single do novo CD.

-Hmmm, vou assistir. - disse empolgada o fazendo rir.

-Hm, lembrei de uma coisa. Amanhã a noite Harry vai fazer um "open house" na casa nova que ele comprou e me pediu pra convidar você. - ele disse entre um gole de café e uma mordida na torrada.

-Vai ter aquele monte de gente famosa chata? - perguntei fazendo uma careta.

-Tipo eu assim?

-Exatamente. São as do pior tipo, você sabe. - brinquei o fazendo rir. - Vamos sim, vamos ver qual é a excentricidade que o Harry cometeu dessa vez. Depois dos 4 carros, não duvido mais de nada.

-Você não perdoa, não é mesmo? - balancei a cabeça confirmando.

-Sabe o que estava pensando? Podemos fazer uma nova versão daquele filme que tem racha de carros... como é o nome mesmo daquele filme, com o Vin Disel...

-Velozes e Furiosos?

-Isso! Poderíamos gravar o "Desafio Londres" só com os carros do Harry, o que você acha?

-Contanto que eu fique com a Ferrari, eu topo.

-Fechado. - estendi minhas mãos pra um aperto de mão e Zayn riu da minha brincadeira boba. - Eu estava mais interessada mesmo no Ford Capri.

Zayn riu mais uma vez, mas em seguida passou a me encarar de um jeito diferente e soltou "você é sensacional" de um jeito completamente deslocado na conversa. Sorri pensando que não era tão sensacional assim, mas que estava feliz que achasse isso.

Dei mais um gole no meu café e pensei o que seria dessa festa de inauguração da humilde residência do Styles e nada veio á minha mente, talvez fosse bom reencontrar os meninos. Quero dizer, obviamente seria bom.

Sorri ao perceber que Zayn estava sorrindo para mim sem nenhum motivo aparente e pensei que talvez isso fosse gostar de alguém, essa felicidade espontânea e despretensiosa. Um sorriso que não espera uma resposta, um beijo automaticamente correspondido. Talvez estivéssemos caminhando pra algo mais profundo, algo como olhares que se compreendiam. Eu deveria admitir, entretanto, que ainda havia muito mistério sobre os olhos do Zayn, sentimentos que eu não conseguia decifrar ou mesmo corresponder.

Isso me fez pensar no "eu te amo" de mais cedo. Olhei no fundo dos seus olhos enquanto ele falava sobre o tempo e talvez houvesse um brilho ai dentro, tive vontade de consultar um espelho pra ver se eu consegui refletir esse brilho ou mesmo se em algum momento minha voz conseguiria afirmar algo que tivesse o verbo "amar" em seu conteúdo.

n/a: antes de mais nada eu queria desejar a todas vocês um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo atrasado, um 2015 repleto de alegrias e realizações! Muito amor, saúde e paz pra todos nós. Tenho que agradecer por vocês preencherem o meu 2014 com seus comentários lindos que sempre colocavam um sorriso no meu rosto! Obrigada por terem me feito feliz desde que comecei a escrever A Melhor Amiga do Louis. Espero que vocês continuem alegrando o meu 2015. Em troca, espero conseguir me organizar melhor e postar capítulos melhores e com mais frequência pra vocês! Vocês são maravilhosas!

Agora mais especificamente, sobre a história, sei que estamos passando por uma marolinha e que as coisas não estão muito movimentadas mas o próximo capítulo vai dar uma sacudida nas coisas, pro bem ou pro mal. Quero a opinião de vocês, por favor. Ah e me desculpem por esse cap. mais ou menos depois de tanto tempo sem postar, é que logo que entrein de férias viajei e só voltei no fim de semana passado. Me desculpem mesmo!!! Mas espero que gostem nesmo assim!

Ahh, estava com uma ideia de fazer um resuminho do que aconteceu até agora na história, o que acham???

Boa noite e beijos!

Maria Clara