Capítulo 61 - Uma noite memorável
n/a: Prontas para a after party da estréia de This Is Us? Podem colocar então Dark Horse no replay porque o cap. tá grande haha! Espero que gostem!
Cap. 61 – Uma noite memorável
Fechei os olhos temendo o barulho que a rolha do champanhe faria. Niall havia sacudido tanto que eu jurava que ela poderia até furar o teto. O barulho só não foi maior que a quantidade de espuma, que ele fez questão de jogar para todo o lado, até me molhando um pouco. Entretanto, foi Harry que ficou encharcado. Mas ninguém estava se importando, estávamos todos rindo porque aquela garrafa seria a primeira de muitas para comemorar aquela noite sem igual para os meninos. Um garçom trouxe taças em uma bandeja e cada um pegou uma, mesmo que não houvesse quase mais conteúdo nenhum na garrafa, Niall fez questão de distribuir um pouquinho em cada taça para fazer um brinde.
-Ao One Direction e a todos vocês que fazem isso ser uma experiência incrível! – todos sorriram com as palavras de Niall e as taças de todos que conseguiram pegar um pouco do champanhe e de outros copos de pessoas próximas se encostaram.
Senti mãos atravessarem minhas costas e ao olhar para o lado lá estava Louis.
-Quem diria que um idiota como eu estaria aqui agora, não é mesmo? – ele disse em meu ouvido me fazendo sorrir, pensando em tudo que ele conquistou nesses últimos anos.
-E isso que te faz ainda mais especial, continuar o idiota de sempre. – ele deu de ombros, mas em seguida abriu o sorriso incrível e me abraçou muito forte.
-É bom continuar tendo você por perto.
Dessa vez fui eu que não deixei-o me soltar, o abraçando ainda mais forte. “Sempre vai ser assim, Sir William Tomlinson, eu e você”. Nisso ele fez uma reverência, respondendo ao clima de “realeza” do seu nome que harmonizava muito bem com o ambiente onde a festa estava sendo. Havia um lustre enorme no centro do lugar, alguns candelabros nas paredes, que faziam a iluminação amena, o chão era de um carpete vermelho e as paredes estavam cobertas de um papel de parede de cor creme com alguns detalhes de cor vinho. Os móveis, digo, sofás e algumas poucas mesas cercadas de cadeiras, eram daqueles antigos com detalhes em madeira bem trabalhados. Em suma, mais um lugar incrível.
Meu champanhe acabou com um gole. Mostrei a taça vazia para Louis que simulou uma expressão triste e bebeu em um só gole todo o conteúdo de sua taça também. Nisso ele estendeu o braço para que eu enganchasse o meu. Fomos caminhando assim em direção a mesa quem que os meninos estavam em volta. Zayn conversava animado com Liam e Harry, logo ao lado, Eleanor falava com Perrie que surgiu não sei da onde, olhei para Louis e fiz de brincadeira cara de que ia vomitar, o fazendo rir.
-E depois você fala que eu sou o cruel.
-Cruel eu vou ser se ela se aproximar do meu homem. – eu brinquei.
-Wow, agora eu vi. – Louis disse fazendo aquele seu escândalo, fazendo com que os meninos parassem para olhar, me fazendo rir muito.
-Amor, meu champanhe acabou. – me aproximei de Zayn, me infiltrando na rodinha dos meninos. Fiz uma cara triste e ele me deu um beijo na bochecha, e me entrelaçou com seus braços.
-Me diz o que você quer que eu vou buscar pra você, minha linda. – ele disse carinhoso, me fazendo derreter por dentro.
-Quero você só pra mim. – me aproximei do seu ouvido, nisso vi ele abrir um sorriso malicioso e roubar um beijo dos meus lábios.
-Por enquanto é só isso que eu posso te dar, mas mais tarde eu sou todo seu.
Fiquei completamente sem palavras e senti uma sensação incrível tentando imaginar o que viria “mais tarde”.
-Sei que vocês estão se divertindo aqui na frente de todo mundo, mas eu posso conseguir um daqueles cômodos pra vocês dois. – Liam sacaneou, fazendo com que eu me desgrudasse rapidamente de Zayn.
-Eu vou aceitar. – soltei. Nisso ouvi um corinho de “wow“ vindo de Louis e Harry que agora riam junto comigo.
- O que você quer beber dona Jessica? – Louis perguntou vendo o garçom se aproximar. – Champanhe? Sexy on The Beach?
Senti um tom de debocha em sua voz, insinuando que eu quisesse beber algo de “menininha“.
-O que vocês rapazes estão bebendo? – disse olhando para o copo de Harry e Liam, nisso Harry disse que era uísque.
-Hoje vou beber como os “rapazes“. – debochei. – Pega um uísque pra mim.
-É pra já! – Louis disse se afastando do grupo. Vi um sorriso no canta da boca do Harry e uma cara de reprovação por parte do Liam que em poucos instantes se tornou eu uma risada discreta. Ao me virar dei de cara com um Zayn não muito contente e eu sabia muito bem o motivo.
-É só um copo, amor. – uni as mãos como se pedisse sua autorização.
-Você por acaso comeu alguma coisa hoje à tarde antes de sair de casa? – confirmei com a cabeça, mentindo, pois na verdade só estava com o almoço na barriga, mas a verdade é que eu não estava com nenhuma fome.
-E o senhor? Não comeu nada, não é mesmo? – rebati. – Você acha que eu não notei que você voltou mais magro?
Cruzei os braços e fiz um bico, mostrando aborrecimento, em resposta Zayn estalou um beijo em minha bochecha, me fazendo sorrir.
-Não tinha ninguém pra cuidar de mim, você sabe... – ele disse em seguida, balancei a cabeça em reprovação. Já ia começar um sermão daqueles quando Louis chegou com o meu copo de uísque. Ele também segurava um pra ele, ao me entregar o meu estendeu no seu para um brinde.
O gosto era um pouco amargo, podia sentir claramente o gosto do álcool, mas não era intragável, dava pra beber. Conversava com os meninos e bebia em golinhos o uísque. Depois de um bom tempo consegui finalizar o copo, larguei-o sobre a mesa e reconheci uma música animada na caixa de som. Convidei os meninos para irem dançar, Harry e Zayn fizeram uma careta, puxei então Louis pela mão já indo em direção a pista de dança. Perguntei qual era o nome dessa música, Louis disse que era “Applause“. Os passos de dança do Louis só não eram mais bizarros que os meus. Ríamos muito um do outro enquanto dançávamos. Sem saber da onde veio, Niall surgiu ao nosso lado, se juntando a nós dois. Dançamos não sei por quanto tempo, até que decidimos buscar algo para beber. Fomos os três em direção ao bar e Niall teve a ideia insana de cada um tomar um shot de tequila. Pensei que talvez não fosse me fazer bem, mas ai pensei que ainda estava sóbria e decidi aceitar.
Louis contou até três e víamos ao mesmo tempo todo o recipiente do copinho. A tequila desceu queimando, olhamos um para o outro e começamos a rir sem parar. Eu pedi uma água, para dar uma equilibrada, mas fui sacaneada pelos meninos, que nem me deram tempo de dizer qualquer coisa e colocaram um outro copo de uísque em minhas mãos. Sugeri aos meninos que voltássemos para a mesa onde os outros, teoricamente, estavam. Ao nos aproximarmos percebi que Harry havia sumido, Liam estava sendo no sofá beijando Sophia e Zayn conversava com Eleanor e Perrie.
-Pega leve, ok? Eles só estão conversando. – Louis disse em meu ouvido, pois deveria ter notado a minha cara ao me deparar com a cena. Perrie estava com as mãos apoiadas na cintura projetando o seu quadril um pouco para a frente, ela ria muito de alguma coisa e de vez em quando passava a mão sobre o braço do Zayn. Não precisava ler pensamentos pra saber que ela estava dando em cima do Zayn. E era só o que me faltava, a ex namorada havia decidido aparecer agora. Nós três nos aproximamos, mas não o suficiente para invadir a rodinha deles, apenas conversávamos ao lado. Do nada um cara loiro surgiu cumprimentando a todos e começou a conversar com a gente sobre música. Eu não sabia o que estava falando, mas estava quase teorizando sobre música clássica, até citei algumas sinfonias de Beethoven e os meninos ouviam super atentos. Quando vi o copo de uísque estava vazio, mostrei-o para Louis que sumiu e em alguns minutos voltou com uma bebida diferente. Ele me entregou e disse que aquela era a “mehor vodka do mundo”, dei de ombros, mas ao provar vi que essa era de fato boa, digo, melhor do que as que já tinha bebido antes.
Olhei para o lado e Eleonor não estava mais ao lado de Zayn e Perrie, estavam só os dois conversando animadamente. Eu diria animados de mais para o meu gosto. Aguentei alguns minutos até que achei que ela estava indo longe demais se apoiando no ombro dele, foi quando pedi licença aos meninos e praticamente invadi a conversa dos dois.
-Ei Perrie! – disse me apoiando sobre o ombro do Zayn e sorri simpática.
-Oi... – ela disse aparentemente sem graça.
-Tudo bem com vocês dois? – perguntei e os dois se entreolharam. Nisso Zayn perguntou em meu ouvido se estava tudo bem, coloquei toda a ironia que eu consegui em minha voz, esperando que ele percebesse, mas ele sorriu e beijou a minha bochecha. Pensei em arrastar o Zayn dali, mas já não estava com tanta paciência, ele ficaria ali se quisesse.
-Vou pedir licença pra vocês, preciso ir ao banheiro. Amor, você vigia o meu copo? – entreguei-o o copo e já ia quando ouvi a voz da Perrie.
-Eu vou com você, também preciso. – ela disse e acenou para o Zayn sorrindo. Revirei os olhos e me direcionei para o banheiro. No caminho senti meus passos em falso e minha cabeça um pouco aérea, sabia então que toda a bebida estava começando a fazer efeito. Sem me importar com a Perrie entrei na cabine do banheiro, entretanto ao sair ela estava me esperando encostada sobre a pia.
-Eu sempre soube que você era apaixonada por ele... – ela começou. A olhei questionando aquilo. – Não se faça de sonsa.
-Eu sonsa? – balancei a cabeça negando e segurei o riso. – Se o seu namorado, aliás, o meu namorado me prefere, a culpa não é mim.
Cuspi as palavras sem pensar muito. Vi ela ficar vermelha e seu maxilar tencionar, provavelmente, de raiva.
-Ah e não foi você que terminou com ele mesmo? – perguntei fingindo que não sabia. Ela ficou em silêncio. – Olha, eu não quero brigar por isso. Não me importo que você converse com ele nem nada...
-Você acha que é alguém só porque namora ele e anda com os meninos, não é mesmo? – senti desdém em sua voz. – Mas adivinha só? Você é uma ninguém, por isso mesmo não merece estar com o Zayn. Ele precisa alguém que entenda a vida dele, alguém como eu.
-Pena que o Zayn não pensa o mesmo, não é? – rebati. Eu não deixaria que ela “ganhasse”. – Com licença, Perrie, que eu tenho uma festa para aproveitar, não tenho tempo para ficar aqui ouvindo você me insultar.
Fingi um ar de superioridade e uma confiança que eu não tinha. Sai do banheiro com a cabeça levantada, fingindo que aquelas palavras não tinham acabado comigo ou com o meu ânimo. Senti uma dor subindo do meu peito para a minha garganta, sabia que essa dor se transformaria em lágrimas, mas as engoli e ao avistar o bar apresei o meu passo que já estava bem errante. Queria beber alguma coisa, olhei para todas aquelas bebidas nas prateleiras e me lembrei do Martini eu havia tomado uma vez em uma festa dos meninos. Pedi um pra mim e me sentei sobre o banquinho. Bebericava devagar a bebida enquanto as palavras da Perrie ecoavam em minha cabeça. Me sentia vazia por dentro enquanto tentava preencher esse vazio com o líquido cítrico e alcoólico do Martini. Não demorou para que o conteúdo da taça acabasse e eu comandasse outro sem hesitar. Minha cabeça dava voltas, pensamentos embaralhados, mas uma frase não desgrudava dos meus neurônios, eu estava tão bêbada, porque eu não podia simplesmente perder essa parte da memória? “Você é uma ninguém”. Quem eu era afinal? O que eu estava fazendo naquela festa? Perto de todas aquelas pessoas eu era só mais um rosto desconhecido, pouco importante. Virei sem pensar metade do conteúdo do copo e senti queimar em minha garganta. Me sentia uma idiota naquela lugar, vontade de ir embora. Mas ao invés de mover qualquer dedo para sair dali, pedi outro Martini. Senti meu estômago se revirar ao próximo gole, mas ignorei. Agradeci ao barmen e já estava me preparando para me afundar em pensamentos de novo quando uma mão pousou sobre meu ombro, olhei para o lado e encontrei o sorriso afável de Liam.
-Céus, o que você estava fazendo sozinha aqui nesse bar? – ele perguntou rindo um pouco.
-Ela disse que iria beber como “homem” hoje, não se lembra Payne? – ouvi a conhecida voz rouca do Harry se manifestar, olhei para o lado e o vi sem o blazer, com as mangas da camisa de corações, ridícula, por sinal, arregaçadas. Bem, pelo menos ele havia conseguido deixar aquele visual atraente.
Liam balançou a cabeça com um gesto de reprovação, mas em seguida riu. Riso frouxo: ele se entregou, estava bêbado também. Ri dos dois bobões rindo de nada, Liam tentou controlar o riso para pedir algo para o barman. Havia um lugar vago ao meu lado antes de ser subitamente ocupado por Harry. Dei de ombros, Liam questionou se ele iria querer algo, pelo visto eles estavam ali para pegar bebidas o que era estupidamente óbvio, lá era o bar. Depois de receber o que pediu, dois copos de algo, provavelmente alcoólico, Liam fez um gesto para Harry o chamando para ir.
-Acho que vou ficar aqui... – ele disse não parecendo muito certo do que estava dizendo. Liam me olhou como se requisitasse por minha permissão, ou algo do gênero. Como resposta, dei de ombros.
-Eu já superei, daddy. – brinquei o fazendo rir. Com a minha resposta Liam se afastou. Olhe para a cara de Harry e sorri.
-O que você está bebendo hein? – ele perguntou provavelmente para puxar assunto. Quase como uma birra, peguei a taça e bebi direto todo o conteúdo de uma vez só. Harry então me olhou assustado, mas na sequência começou a rir.
-Agora nada. – respondi.
-Então, o que você estava bebendo? – ele rebateu me olhando incisivo.
-Martini.
-Por favor, dois Martinis. Um para mim e outra para a madame. – ouvi-o pedir ao barman. Concentrei minha atenção na preparação do drink, meus olhos estavam pesados e o que eu conseguia ver era uma versão distorcida e um pouco lenta das coisas. Em alguns minutos as duas taças estavam já sobre o balcão, brindamos para que então pudéssemos dar o primeiro gole.
-E então, o que você me diz do filme? – ele perguntou só para puxar assunto.
-Muito, muito bom... – as palavras saíram arrastadas.
-Parte favorita? – ele arqueou as sobrancelhas esperando pela resposta.
-Quando vocês cantam Teenage Dirtbag e Over Again.... – respondi tentando me lembrar dos detalhes do filme quase havia assistido mais cedo. – É, acho que é isso.
Vi um sorriso se abrir e um “silêncio” se instalar. A música entrava pelos meus ouvidos fazendo com que eu movesse o meu tronco devagar, provavelmente, fora do ritmo.
-O que você está fazendo aqui sozinha? – ele teve que repetir duas vezes, a segunda bem próxima ao meu ouvido.
-Eu estou aqui sozinha. – disse não respondendo sua pergunta, também por não querer explicar tudo que aconteceu. Não consegui ouviu, mas li em seus lábios “ok”. Nisso ele deu mais um gole no seu Martini, que já estava quase na metade.
-Eu não sou ninguém, não é mesmo? – disse inconseqüente, enquanto encarava a taça. Senti a mão de Harry sobre a minha perna, sensação estranha, quase como um choque. Estremeci e me virei para olhá-lo, e ao encontrar o seu olhar ele retirou sua mão.
-O que você está falando? – ele questionou.
-Eu estou apresentando um fato...
-Quem foi o idiota que te disse isso? – senti certa raiva em sua voz.
-Eu mesma. – menti. Disse e em seguida dei a língua.
-Você está bem enganada...
-Sabe, não é como se eu fosse famosa por quem eu sou, as pessoas me conhecem, algumas, é claro, só porque eu namoro o Zayn... Isso é patético. – conclui.
-Porque isso importa tanto? Ser famosa ou não... – senti algum desdem em sua voz. – Você sabe, eu odeio essa palavra, famoso, não tem conteúdo nenhum...
-Eu não quero ser famosa, eu só quero ser alguém a altura de vocês. Alguém que mereça estar com vocês. – conclui triste. Eu não tinha exatamente controlo sobre o que estava falando, quando me dei conta do que revelei ao Harry soltei uma risada para descontrair.
-Como você pode dizer isso? Não te entendo... Porque, sabe, você é uma das pessoas mais incríveis que eu conheço...- arqueei a sobrancelha como se questionasse que aquilo era sério mesmo. Revirei os olhos e balancei a cabeça como se dissesse “até parece”.
-Sua palavra contra a de muitas fãs. – argumentei.
-Achei que minha palavra contasse mais pra você... – ele rebateu.
-Um dia ela contou... – soltei sem pensar por nenhum instante naquilo que estava dizendo e no que aquela fala poderia desencadear.
-O que você quer dizer? – ele perguntou, com certeza, se fazendo de sonso.
- O que eu poderia querer dizer? Você quebrou a minha confiança, há algum tempo já... – “Droga”, pensei. O que eu estava falando afinal.
-Você nunca me deu chance de me explicar... – ele ia dizendo quando o cortei.
-Não vamos começar, isso está superado... Tenho problemas maiores agora, como uma ex namorada escrota. – disse com o intuito de cortar o assunto, mas ao mesmo tempo acabei revelando o que não deveria.
-Isso não está superado. – ele disse ignorando tudo que eu havia dito. A determinação em sua voz e a palavra escolhida fez com que eu sentisse como se o meu coração houvesse parado de bater por um instante. Eu não poderia continuar me enganando? Porque ele tinha que querer conversar sobre isso agora?
-E nunca estará, então, Harry. Eu não posso fazer nada... - cuspi as palavras vendo seu olhar perdido vir ao meu encontro.
-Eu nunca menti pra você. – já ia me manifestar, pedindo para que ele parasse de falar quando ele fez sinal de silêncio, para que eu o ouvisse. – Eu não queria gostar de ninguém sabe, não era o meu plano... Só depois de te perder eu percebi...
-Harry, por favor, o que você está falando? – nesse momento bebi o resto do conteúdo que havia na taça e me levantei me afastando do balcão do bar, sem nem olhar para trás. Senti um frio na barriga e a sensação de que poderia desabar a qualquer momento. Andava sem rumo não conseguindo firmar meus passos e agradecia mentalmente por até agora não ter caído ao algo do gênero. Uma sensação horrível me atingiu, parei por um instante, respirei fundo e senti lágrimas quentes escorrerem sobre minhas bochechas. Olhei para os lados, ninguém me encarava, eu me sentia invisível no meio daquele monte de pessoas bêbadas como eu. Minha vontade era sentar ali no chão, mas respirei fundo mais uma vez, tentando conter as lágrimas sem sentido que teimavam em cair e continuei andando sem direção até sentir uma mão agarrar com força meu braço e em seguida puxá-lo, fazendo com que eu me virasse.
Olhos aflitos bem dentro dos meus. A vontade de chorar voltou, as lágrimas caiam mais uma vez. Sua boca se abria e fechava, mas eu não consegui ouvir uma palavra sequer, a música me ensurdecia. Senti meu estômago embrulhar, talvez eu estivesse suando frio. Por um instante não vi mais nada a minha frente, um branco tomou conta da minha visão. Fechei os olhos, mas uma mão firme me apoiou, entrelaçando seus braços às minhas costas. A tontura de mais cedo havia voltado. Sua voz rouca invídia meus ouvidos me chamando pelo nome, “eu estou bem”, tentei dizer e senti-o suspirar de alívio, talvez. Um beijo gelado foi implantado sobre a minha testa, fazendo com que o meu corpo se arrepiasse. Abri os olhos e me vi abraçada ao Harry.
-Porque você faz isso comigo? – questionei chorosa em seu ouvido. Senti que as lágrimas iriam voltar a cair logo, logo. Pensei que precisava recuperar as forças para me soltar do seu abraço, mas eu simplesmente não conseguia me firmar.
-Eu posso te fazer feliz, porque você nunca me deu uma chance? – ele afagava meu cabelo me dando uma paz, enquanto suas palavras me aterrorizavam.
-Me deixa em paz, por favor... – pedi sem forças. Pensei em como ele era capaz de vir me atormentar agora, logo agora quando eu estava finalmente feliz com o Zayn. – Eu estou feliz, você não entende?
Tentei colocar alguma firmeza em minha voz, enquanto um mal estar terrível me consumia. Tentei me soltar do Harry, mas ao abrir os olhos me deparei com o ambiente iluminado girando. Senti meu estômago embrulhar, então fechei os meus olhos de novo.
-Você não está feliz. Mas eu juro que posso te fazer feliz, só me deixa tentar... – sua voz era música naquele momento, mas só o som, porque as suas palavras me destruíam.
-O que você está querendo? Por favor, me deixa em paz... – chorei em seu ouvido. Eu estava implorando, devido a um desespero inigualável que estava me consumindo.
-Eu quero você. Porque você não quer entender? Eu não agüento mais ver você com o Zayn, não era assim que era pra ser... Não parece certo.
As lágrimas cessaram enquanto uma raiva subiu por todo o meu corpo, quem era ele pra dizer qualquer coisa sobre o meu namoro? Que direito ele acha que tem para dizer todas essas coisas depois de tanto tempo? Eu não tinha força para me firmar em pé, eu precisava que ele me segurasse, mas ao mesmo tempo tinha vontade de o empurrar para trás e sair correndo. Como não podia, deixei que minha voz fizesse o que o meu corpo não conseguia para mim.
-Não importa o que você acha, isso não é da sua conta... Por favor, me leve até o Zayn, agora. E me faça o favor de nunca mais me procurar, nunca.
Essas palavras cortavam o meu coração. Porque eu as havia dito então? Senti que finalmente estávamos saindo do lugar, ele firmava minhas costas enquanto eu tentava dar alguns passos. Depois de não sei quanto tempo consegui avistar Zayn a minha frente. Vi seu olhar preocupado e ele deixar uma roda de pessoas para trás para me pegar nos braços, ouvi ele perguntar algumas vezes o que foi que havia acontecido, mas eu não conseguia responder, eu parecia desligada.
-Meu amor, o que você fez hein? – senti o desespero em sua voz, e acho que consegui responder que estava bem.
-Me leva embora... – pedi em seu ouvido e em pouco tempo estava andando apoiada nele, pessoas passavam sobre nós, música alta, luzes que irritavam a minha vista. Quando vi já estávamos em algo que deveria ser um estacionamento. Tentei manter meus olhos aberto, dei um passo e senti meu estômago embrulhar mais uma vez. Quando vi já estava vomitando no chão do estacionamento enquanto Zayn segurava meu cabelo para trás e fazia carinho em minhas costas.
A situação era, no mínimo, patética. E não havia nada que eu pudesse fazer, porque eu não conseguia parar de vomitar. Toda aquela mistura inconseqüente de bebidas havia acabado comigo. Não me lembro de muita coisa depois do estacionamento, só de ser colocada debaixo de uma água fria em um chuveiro. Olhei para mim mesma e via meu vestido molhando, encarei meus pés agora descalços e olhando para trás vi Zayn me segurando. Não sei quanto tempo fiquei debaixo d´água, mas aqui de algum modo me fazia bem. Na sequência me recordo de estar deitada em uma cama, vestida apenas com uma camisa masculina. Meus olhos então se fecharam por alguns instantes, mas tornavam a se abrir várias e várias vezes, ao passo que eu mudava de posição na cama.
Meus olhos se abriram devagar. Aos poucos reconheci que estava na casa do Louis, em seu quarto de hóspedes. Estava deitada encolhida enquanto o corpo de Zayn me cercava, me mexi um pouco e senti na sequência uma movimentação vinda do Zayn. Seus olhos se abriram bem devagar e a primeira coisa que ele perguntou era se eu estava bem. Disse que sim, em seguida senti sua mão afagar meu cabelo e outras atravessar minha cintura. Alguns beijos foram implantados sobre o meu pescoço. Aos poucos as lembranças de horas atrás voltavam gradualmente, um frio tomou conta do meu corpo enquanto as lágrimas faziam o favor de se apoderar dos meus olhos. Respirei fundo, tentando afastar qualquer possibilidade de chorar agora.
-Eu fiquei preocupado com você meu amor... – ouvi sua voz em meu ouvido me causando um arrepio momentâneo.
-Desculpa, Zayn... – respondi sincera para ouvir que não havia problema, que ele só havia ficado preocupado comigo. Ele se virou de frente para mim e aproximou seus lábios do meu, selando um beijo rápido.
-Tem certeza que você está bem? – senti seus olhos me escanearem, como se quisessem ver o que havia dentro de mim.
-Eu estou bem, amor. Estou bem... - respondi, por fim, como se tivesse alguma certeza sobre isso. Fechei meus olhos, eles estavam pesados, esperava conseguir voltar a dormir para que pudesse descobrir que tudo aquilo não passava de um sonho ruim. Mas eu sabia, no fundo, eu sabia, que eu não estava bem.
n/a: Então???? O que acharam? A lição desse cap é: não exagerem na bebida, nunca hahaha Jess é a prova disso! O que vocês acham que deu no Harry hein? Será que ele também bebeu demais? haha E quem já odeia a Perrie? Preciso saber da opinião de vocês! Votem e comenteeem please! Queria agradecer por todos os votos e comentários no cap passado, fico imensamente feliz em saber que vocês não me abandonaram, apesar da minha enrolação pra postar! Obrigadaa! Beijos, boa noite!
Maria Clara
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