Capítulo 52 - "Primeiro" encontro
n/a: sei que devo mil desculpas...Mas vamos ao cap. primeiro! ;) Ahh o vídeo ao lado, acho que ilustra bem o início do cap além de que eu também amo essa música: Why'd you only call me when you're high, Arctic Monkeys
Cap. 52 – "Primeiro" encontro
Acordei atordoada com o barulho do meu telefone vibrando em minha cabeceira. Meus olhos quase não se abriam até o momento que vi o nome do Harry no visor e em seguida as horas: 03:25. Uma onda de raiva teria se instalado em mim se eu não estivesse com tanto sono. Disse um "alô", com certeza sonolento.
-Jessy, onde você está? – sua voz rouca saiu extremamente animada pra alguém que estava me acordando às 3 da manhã.
-Na minha cama tentando dormir!- tentei colocar alguma força em minha voz, o que não deve ter dado certo de qualquer jeito. – Você não deveria estar dormindo?
-Claro que não! Ainda está cedo! – ele disse e soltou uma risada engraçada, em outra palavras, bêbada. – Te mandei mil mensagens, você não viu?
-Eu estava dormindo, quero continuar a dormir, se você não se importa...
Essa foi a última coisa que me lembro de ter dito no telefone. Acordei na manhã seguinte, uma sexta feira, pensando que aquilo tinha sido um sonho, até ver no meu telefone 7 mensagens na minha caixa de entrada e algumas outras chamadas perdidas.
"Hipstaaaa, qual é boa pra hoje?"
"To no The Crown, vem pra cá!"
"Você não vem mesmo?"
"Ei, Jessssssy, me responda, por favor! "
O intervalo de tempo entre as mensagens era de mais ou menos meia hora, a tela do meu telefone dizia que a última havia sido às 3:13 da madrugada. Esfreguei meus olhos e tentei levantar da cama, mas minhas cobertas me puxaram mais uma vez pra baixo delas. Lembrei da ligação da noite passada, quero dizer, dos flashes, do som de sua voz que mais me pareciam um sonho. Sua voz me levou a imagem de seus olhos e depois a de um sorriso bobo, que me fez abrir outro. Me espreguicei de novo e dessa vez consegui, finalmente, levantar. Olhei no relógio e estava já em cima da hora. Escolhi uma roupa bem agasalhada devido ao frio cortante que deveria estar lá fora, fiz um café, comi uma torrada, peguei meu sobretudo e fui quase correndo em direção ao metrô temendo me atrasar mais uma vez . E as aulas seguiam sua normalidade até uma mensagem chegar às 11:40 em meu telefone.
"Bom dia hipsta! Te perturbei muito ontem a noite?"
Um sorriso discreto se formou em meus lábios enquanto lia a mensagem do remetente já conhecido: Harry. Formulei uma resposta rápida e já ia guardando meu telefone quando ele vibrou novamente com outra mensagem.
"Pra compensar esse papelão, que tal um tour no novo apartamento de Harry Styles hoje?"
Meu coração acelerou só de pensar na possibilidade de ir ao seu novo apartamento. Minha mente, em resposta, me fez voltar a realidade e formular uma desculpa boa o suficiente para não ir hoje.
"Adoraria, mas hoje vou ficar até mais tarde no estágio..."
Eu sempre acabava ficando até mais tarde no estágio, o que fazia daquela desculpa ser metade verdade, mas isso não necessariamente me impedia de sair pra algum lugar depois. Ele não me respondeu depois, assim acreditei que ele havia se conformado com a resposta. Entretanto, eu era que não estava conformada e fiquei a última aula inteira como poderia ser esse "tour" pelo seu apartamento. 12:15, um pouco antes do horário previsto , o professor dispensou a turma. Peguei minhas coisas, me despedi de Giovanna e fui em direção ao portão principal do campus de artes visuais, iria para o metrô. Quando consegui pegar o trem para Nothing Hill me afundei em um daqueles assentos, respirei fundo como se tivesse me conseguido safar de algo que, no fundo, eu queria muito: sair com Harry de novo. Na verdade, eu tinha mais medo do que tudo da situação de estarmos no mesmo lugar sozinhos. Medo de encarar seus olhos, medo de não conseguir dizer nada, ou talvez medo de dizer mais do que deveria. Em coisa de vinte minutos já estava saindo do metrô, pronta pra encarar o vento gelado, coloquei minhas luvas e ajustei meu cachecol em meu pescoço. Ao chegar no prédio da BBC, coloquei minhas coisas sobre minha mesa e me dirigi ao refeitório para comer algo. Escolhi uma lasanha de legumes um suco de laranja, me sentei pra comer e conferia meu telefone de 3 em 3 segundos. Entretanto, não havia nenhuma mensagem nova, já estava aceitando que ele havia desistido de me convencer quando meu telefone vibrou sobre a mesa, quase engasguei com suco de laranja quando vi seu nome no visor.
-Então, estou no supermercado comprando algumas coisas pra hoje a noite, algum pedido em especial? – ele me perguntou naturalmente. Travei um pouco antes de responder.
-Er, eu não vou poder ir... – disse constrangida.
-Ahhh hipsta, fala sério!
-Seríssimo, estou toda enrolada aqui no estágio. – menti.
-Hm, eu posso te buscar ai se você quiser... – ele sugeriu.
-Mas eu ainda teria que passar em casa... – e eu estava tentando dissuadi-lo de qualquer modo.
-Bem, eu posso te levar em casa, você faz o que você tem que fazer depois a gente vem aqui pra casa...
-Não, Harry, você não é o meu motorista ou algo do tipo...
-Eu não me importo, você sabe... – o ouvi respirar fundo do outro lado da linha, apoiei minha cabeça sobre minha mão. Minhas desculpas haviam acabado. Um silêncio estranho tomou conta da ligação, foi ai que notei que ele sabia que eu estava "fugindo" dele. Me senti estranhamente mal por isso, e como sempre, repensei tudo que já estava certa sobre.
-Eu posso falar com meu chefe... Devo sair daqui umas 19 horas, você poderia me buscar as 20:30? – me rendi.
-Claro, 20:30 tá ótimo... – senti sua voz um pouco aliviada. – Nos vemos mais tarde, então?
Confirmei e desligamos, enfim, o telefone. A tarde se arrastou com minha cabeça aérea. Lembro-me de Robert me chamando a atenção algumas vezes sobre estar muito dispersa. Estava assustada comigo mesma por deixar uma simples "ida" a casa do Harry me abalar tanto. Do que eu estava com tanto medo afinal?
Robert me liberou quase sete horas, peguei o metrô de volta para casa com a cabeça ainda no mundo da lua, traduzindo: em Harry Styles. Cheguei em casa, larguei minhas coisas sobre a minha cama em seguida coloquei uma água pra esquentar, precisava de um chá, calmante de preferência. Abri meu armário procurando algo pra vestir... Sim, seria jeans e suéter. E pra dar uma variada, uma sapatilha. Desliguei a água e fiz um chá de camomila, sentei no sofá, cruzei as pernas e fiquei encarando a TV que estava desligada pensando que daqui a pouco Harry já estaria aqui. Me peguei encarando o chá, mas pensando no sorriso dele o que me fez derreter um pouco. Estava absorta em pensamentos quando meu celular me acordou com uma mensagem do Harry:
"pronta?"
Quase pulei do sofá vendo que faltavam só 15 minutos para o horário marcado, menti dizendo que estava quase pronta. Tomei uma ducha rápida, coloquei a roupa que havia separado, mas na última hora quando meu telefone já até avia vibrado novamente com uma mensagem do Harry, decidi trocar o suéter por uma blusa meia manga listrada , peguei meu casaco, bolsa e fui. No elevador mesmo passei batom, blush e rímel . Chequei o resultado no espelho e sai em direção a calçada, onde a pude ver a Range Rover do Harry estacionada. Me aproximei do carro e ele destravou a porta.
-Ei... – ele disse quando abri a porta e me deparei com ele. Respondi um "oi" tímido e me sentei no banco do carona. Eu olhava para a direção do carro enquanto Harry jogava perguntas triviais :"como foi seu dia?", "como está a faculdade?". Eu respondia e me limitava a rebater a perguntar, caso fosse possível, com outra pergunta. Eu não poderia dizer que a conversa estava fluindo naturalmente porque esse esquema "pergunta e resposta" falhou algumas vezes e um silêncio não muito agradável tomou conta do carro. Olhei para o painel e sugeri que ele colocasse uma música, passeie entre as estações até parar na Radio 1, que tocava uma música animada. Vi Harry balançar um pouco e batucar no volante ao pararmos em um semáforo, em seguida começou outra música, que eu também não conhecia de uma mulher com uma voz bem bonita, mas a música era bem "densa", eu diria.
-Gostei disso. – Harry comentou e eu assenti confirmando, em seguida ele aumentou o volume.
A música nos salvou do silêncio desagradável de antes. Não o culpo por não saber o que dizer porque eu também não sabia, não sabia porque o clima estava estranho ou porque ele parecia procurar tanto o meu olhar para desviar dele ao encontrá-lo. Talvez a nossa "história" fosse a culpada pela falta de jeito, por esse clima. Só queria entender o motivo de eu estar naquele carro com ele depois de ter tentado, por tanto tempo, detestá-lo. Harry parecia tenso, apertando o volante a cada sinal e sorrindo de modo não tão natural quanto normalmente.
Em coisa de 20 minutos a parada do carro parecia ter sido acompanhada de um suspiro coletivo, ele sorriu me convidando para conhecer o que era sua nova casa. Nos encontrávamos em uma rua calma ocupada complemente por aquelas casas conjugadas de dois andares. Ao sair do carro vi Harry ir em direção a uma dessas casas, especificamente uma de pintura branca sem jardim.
-Então, aqui ainda é provisório... – ele comentou antes de abrir a porta. – como tivemos que entregar o flat de South Kensington, foi o que eu consegui achar...
Ele disse como se estivesse se justificando, mas rebati:
-Gostei daqui, bem tranqüilo...
-É, isso é verdade... Bem afastado, acho que ainda não me encontraram... – ele brincou e acabei rindo discretamente.
Ele abriu a porta e ao entrar me deparei por um corredor extenso decorado com um tapete em tons de vermelho e marrom e na lateral uma escada em espiral. Fomos até o fim do corredor e encontramos a sala ocupada por um sofá, uma TV grande no centro, uma poltrona preta e uma mesa de centro redonda de vidro, ao lado uma mesa de jantar quadrada preta com quatro lugares e um arranjo de flores sobre ela. Paredes brancas decoradas com poucos quadros e um relógio de parede bem legal.
-Oficial: eu amei esse apartamento! – comentei ao achegarmos a sala. Ele riu sem graça e agradeceu.
-Minha mãe me ajudou a organizar as coisas, ela ficou aqui quase uma semana comigo. Eu gostei daqui, mas ainda não é o que eu estava procurando...
-Eu gostei mesmo daqui... Achei aconchegante, sabe...
Ele sorriu com o meu comentário. Deixei minha bolsa sobre o sofá e ele foi me mostrar o resto da casa. Haviam três portas no corredor: cozinha, banheiro social e um quarto que ele me explicou que deveria ser um escritório, mas que no momento era o "quartinho de bagunça". E no segundo andar ficavam dois quartos. Voltamos a sala e me sentei no sofá quando vi Harry entrar na cozinha e voltar com uma caixinha na mão.
-Vi isso no supermercado e me lembrei de você, aparece ser o tipo de coisa que você gosta de fazer. – ele disse meio sem graça e estendeu o que era uma massa para fazer brownies. – Pensei em fazer sozinho, mas achei que seria divertido fazermos juntos.
-Quer dizer que o senhor me chamou aqui pra fazer brownie pra você? Styles, seu aproveitador! – brinquei.
-Droga, descobriu meu plano! – ele disse e riu em seguida.
Dei uma olhada no passo a passo e vi que era uma receita bem simples.
-É bem fácil de fazer... Quer fazer agora? – perguntei já me levantando do sofá.
-Então, eu pensei que poderíamos tomar um vinho enquanto fazemos o brownie... Ai eu comprei uma pizza, podemos colocar ela pra assar agora, ver um filme, comer brownies depois... Na ordem que você preferir... – ele disse se embolando um pouco nos mil planos para essa noite.
-Eu fico com o vinho! – brinquei. –Bem, a ordem: assar a pizza, fazer os brownies, comer a pizza e assistir o filme é a que me parece mais sensata.
Disse devagar organizando minhas idéias. Fomos em direção a cozinha e me surpreendi por ver na bancada todos os ingredientes separados sobre a bancada.
- Que isso, heim! Assim vai ser fácil, já tá tudo separadinho! – comentei e vi um sorriso convencido se formar em seus lábios. Vi Harry arregaçar as mangas da blusa de frio que usava e em seguida ele parecia esperar alguma ordem minha. Prendi meu cabelo em um coque e peguei a caixa da massa pronta para olhar a receita.
-Você pode misturar os ovos com a massa... – sugeri e ele já o foi fazendo.
Enquanto isso fui ligar o forno. Observei o cuidado com que ele quebrava os ovos, achei uma graça. Depois de o fazê-lo ele me perguntou o que deveria fazer em seguida.
-Acho que já dá pra colocar a pizza pra assar...
Enquanto isso eu fui batendo a massa com uma colher de pau quando Harry me mostrou a batedeira sobre a bancada, em resposta balancei a cabeça dizendo que não precisava.
-Lá em casa não tem batedeira, acabei me acostumando... – expliquei.
-Minha mãe comprou mil coisas de casa pra mim, a maioria ainda está na caixa... Mães...
-Sei como é, minha mãe é do mesmo jeito... Mês passado ela veio me visitar, fomos na Oxford street e voltei com um conjunto de panelas novo, sendo que eu almoço quase todos os dias fora!
Ele riu do meu comentário e foi até o que parecia ser um mini freezer ao lado da geladeira e tirou uma garrafa de vinho.
-E eu que tenho uma mini adega agora? Meu pai me deu, disse que era uma coisa que todo homem deveria ter... – ele revirou os olhos.
-Que chique heim! Acho digno uma adega, uma coisa básica, necessária. – brinquei.
-Vinho chileno... – ele disse analisando o rótulo. – Meu pai que me deu, disse que era muito bom... Já tomou algum vinho chileno?
-Chile... América do Sul... – disse relacionando as informações. - Sei onde é, mas nunca tomei vinho de lá...
Ele colocou duas taças sobre a bancada e serviu até a metade. Larguei a tigela com a massa sobre a bancada para pegar a taça que ele me estendeu. Harry levantou sua taça para um brinde, levantei a minha e as encostamos sem pronunciar palavra alguma e demos um primeiro gole.
-Muito bom... – comentei e Harry concordou em seguida.
Largamos a taça sobre a bancada e fomos preparar os brownies, mas de tempo em tempo pegávamos as taças para mais um gole. Durante todo o tempo disputávamos o controle da receita e Harry se gabando sobre dotes culinários que ele certamente não possuía me fazendo rir. Estava sendo divertido, afinal. Acabamos fazendo alguma bagunça como derramar massa no chão, leite na bancada, mas nada desastroso. Antes de terminarmos, a pizza ficou pronta, Harry a tirou do forno enquanto eu despejei a massa em uma travessa para assar e coloquei no forno em seguida. Sugeri que comêssemos na cozinha mesmo para vigiar o brownie.
Conversávamos, agora, naturalmente. Era interessante como o papo estava fluindo mesmo sem que o vinho tivesse feito efeito algum. Em coisa de 30 minutos a pizza já havia acabado, entretanto não nos levantamos de nossos lugares e a conversa continuou na cozinha mesmo...
-Lembro que o meu sonho era ir pra faculdade, andar por aqueles campus maneiros, ir as festas... – Harry comentou.
-Sério mesmo? Qual curso?
-Então, eu estava inscrito pra entrevista em Oxford para Direitoe Sociologia quando fui me apresentar no The X Factor, eu não esperava mesmo que, você sabe...
-Pelo visto saiu bem melhor que a encomenda né... – sorri. – No caso Louis, você deve saber, ele sempre quis isso... Apesar de que sempre achávamos que estava muito distante, sabe... É difícil conseguir viver de música...
-Eu acho que tivemos sorte, de conseguir entrar no programa e sair com gravadora e tudo mais... Porque tem muita gente boa que tá ai ralando pra conseguir um contrato com a gravadora... Não que tenha sido fácil pra gente, mas poderia ter sido bem pior.
-Ah, sem dúvida...
-E aquele seu amigo... Alex, ele pretende seguir carreira?- ele questionou e me impressionei pela ausência de qualquer ironia ou desprezo em sua voz.
-Então, acho que não... Ele diz que isso não é pra ele, prefere ficar na engenharia mesmo... Na minha opinião ele tem medo de ter que ficar correndo atrás dessa chance e nunca conseguir...
-Ele é bom... – Harry admitiu.
-Também acho... – disse e dei mais um gole no vinho.
-Então, vocês dois... – ele disse como se me perguntasse.
-Não estamos juntos. – respondi como se estivesse na ponta da língua, apesar de ainda não ter conversado com o Alex.
-Ah sim...
Depois disso um silêncio não muito agradável se instalou e agradecia a Deus pela campainha do forno ter tocado avisando que o brownie estava pronto. Harry tirou do forno depois de conferir se já estava bom mesmo. Partimos em pedacinhos quadrados e esperamos esfriar um pouquinho até provarmos.
-Nossa, muito bom mesmo... – Harry comentou e eu concordei.
-Agora não vai mais morrer de fome, sabe fazer brownie, viu? – brinquei.
-Acho que deveríamos abrir um negócio, vender brownies! – ele disse empolgado.
-Claro! Você entra com o capital e eu com a boa vontade. – disse, o que o fez rir.
-Mas falando sério, eu investiria em você... Acho que você deveria abrir um restaurante ao algo do tipo. – ele disse sereno depois mordeu mais um pedaço do brownie que segurava.
-Eu não cozinho tão bem assim, acredite. – alertei. – Não acho que valha a pena investir em mim.
O meu tom foi de brincadeira, mas Harry balançou a cabeça negativamente como se dissesse que valia a pena sim, em seguida seus gestos se tornaram palavras:
-Você vale a pena... – não consegui identificar o tom de brincadeira na sua voz, mas preferi acreditar que ele continuava com a brincadeira da venda de brownies. Depois de ter dito aquilo ele balançou a cabeça e soltou uma gargalhada gostosa que não entendi muito bem, mas sua risada acabou me contagiando e quando fomos ver já estávamos rindo de nada, basicamente.
Conversamos mais um pouco quando olhei no relógio e vi que já eram mais de duas da manhã e conclui que já estava mais na hora de ir embora.
-Harry, tem como você chamar um taxi pra mim? – pedi.
-Ah, já vai embora! – ele disse desapontado.
-Tá tarde né...
-Mas ainda nem vimos o filme. – ele disse tentando me convencer e em seguida sugeriu:
Você pode dormir aqui se quiser e amanhã te levo em casa...
-Acho melhor não... – disse quase que como um reflexo. – Tenho que ir pra casa...
Depois da minha fala ele não questionou nem nada e pegou o telefone para atender o meu pedido. Ele chamou o taxi e voltamos a conversar sobre coisas aleatórias quando a campainha tocou anunciando sua chegada. Ele foi me conduzindo até a porta, antes de abrir a porta Harry parou virado de frente pra mim e me encarou por instantes.Um sorriso se brotou em seus lábios e ele disse baixo, quase em um sussurro:
-A noite foi legal...
Balancei a cabeça e sorri tímida concordando, pois de fato havia sido divertido. Achei que ele se aproximava para um abraço quando vi seu rosto a frente para o que parecia ser um beijo. Meu coração gelou e no mesmo instante virei o rosto fazendo com que sua boca fosse ao encontro de minhas bochecha. Um beijo rápido seguido de um abraço. Ao se afastar, percebi Harry sem graça. Ele girou a chave a na porta e encontramos o taxi estacionado ao lado do carro de Harry.
-Eu te levaria em casa... – ele começou mas o interrompi.
-Está tarde, nós bebemos... – disse em compreensão. – Está tudo bem, de verdade.
Sorri e em seguida ele sorri em resposta e comecei a me afastar em direção ao taxi. Acenei antes de entrar no taxi e ele o fez de volta, me observando da porta até que o taxi deu a partida.
-Boa noite. – disse ao taxista.
-Boa noite, pra onde vamos senhora? – ele perguntou cordial.
-Earls Court, número 230.
Com isso o taxi tomou velocidade e eu passei a encarar o céu nada estrelado da noite de hoje e pensar sobre essa noite. Meu coração certamente acelerado enquanto me lembrava de cada detalhe do Harry, de como ele estava apreensivo, inseguro. Mas porque? Éramos amigos que cozinhavam e bebiam vinho juntos, será? Sempre sonhei em um programa como esse com o meu namorado, não parecia uma coisa que amigos faziam e isso enchia meu coração de esperança de que estávamos voltando ao que éramos, ao mesmo tempo de receio porque poderia ser apenas coisa da minha cabeça, como saber se ele queria mesmo aquele beijo? Eu queria mas, no fundo, ainda tinha medo. Ainda haviam muitas lacunas a serem preenchidas, coisas não ditas, coisas a serem resolvidas entre nós dois. Pois quando eu achava que nunca mais voltaria a ser amiga ou mesmo falar com Harry, ele volta a se aproximar e mesmo com todas as promessas da minha cabeça sobre "nunca mais" eu estava ali, as três da manhã voltando da casa dele com o coração apertado, acelerado.
n/a: Meus amores, me perdoem! O último mês foi muito atribulado na faculdade e eu também passei por alguns problemas pessoais.... Por isso não estava conseguindo escrever de jeito nenhum! Me perdoem, por favor! Mas agora já está tudo bem e vou poder voltar a postar regularmente! GENTE, A MELHOR AMIGA DO LOUIS NÃO ACABOU hahaha não mesmo, ainda tem muita coisa pra rolar! Espero que gostem do cap. e do rumo que as coisas estão levando! Não me aboandonem pleaseeeeee :( Quero opiniões sobre a histórioa e sobre o capítulo, heeein! beeeijos,
Maria Clara
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