Capítulo 40 - Reação ao fim da eternidade
n/a: Dedico esse cap. à linda da @sthefany1d que está fazendo aniversário hoje :) (leia as notas finais pleaseeee). Bem, essa música é uma das músicas mais tristes que eu conheço, apesar de também ser linda: Asleep, The Smiths! Espero que gostem dela e do cap. que ela acompnaha!
Cap. 40 – Reação ao fim da eternidade
O vento batia em meu rosto, ainda molhado pelas lágrimas. A noite de Londres era completamente ignorada pelas projeções que minha mente se ocupava em reproduzir. Seu nome, sua voz, ele não saia da minha cabeça. Afundada no banco da frente do carro do Zayn, eu deveria estar indo pra casa, mas pouco me importava, o que eu queria mesmo era um buraco pra me afundar e algo pra me fazer dormir e esquecer as últimas horas da minha vida. Eu tinha aprendido a gostar de alguém que iria me destruir completamente. Como eu me odiava por isso, como eu o odiava.
Chegamos ao que me parecia ser a frente do meu prédio, mas continuava estática no banco do carro, sem reação, eu deveria ir para casa, não é? Então, Zayn saiu do carro e abriu a porta para mim, puxou um de meus braços me fazendo levantar. Ele ia me puxando pelo hall de entrada e eu o seguia involuntariamente, ao chegarmos a minha casa peguei a chave em minha bolsa, abri a porta e entre, acenei sem graça para Zayn, esperando que ele fosse embora, mas ele segurou a porta quando eu estava prestes a fechá-la.
-Eu não posso te deixar sozinha... – ele disse.
-Eu preciso ficar sozinha. – contra argumentei.
Apesar de meu pedido, ele me ignorou completamente, terminou de empurrar a porta e entrou. Tranquei então a porta, vi Zayn sentar no sofá e eu estava de pé sem saber o que eu faria. Bem, o que se faz depois de descobrir que os sentimentos acumulados por meses eram apenas uma reprodução falsa da sua mente? Que nada daquilo nunca foi correspondido? Pelo visto a resposta era desabar em lágrimas. Meus olhos, que já pareciam cansados de chorar, encheram de água novamente. Respirei fundo, passei a mão em meus olhos secando o que poderia ser o início de mais lágrimas. Eu estava em pé em minha sala, mas não era nada disso que eu via, me via em outro lugar, um lugar que ele estava, um lugar onde todas as nossas memórias estavam, eu odiava esse lugar. Me acordando desse lugar uma mão me puxava em direção ao que era o meu quarto.
-Onde estão os seus pijamas ou alguma roupa confortável? – Zayn perguntou ao adentrarmos em meu quarto. Sentei-me em minha cama.
-Quarta gaveta. – soltei ainda suspensa em pensamentos. Quando vi, ele havia escolhido um conjuntinho de short e blusa e colocado em meu colo. Vendo minha total falta de reação ele novamente me puxou pelo braço, agora me conduzia ao banheiro. Ele entrou primeiro, colocou o pijama sobre a pia e me empurrou para dentro do banheiro.
-Troca de roupa, lava esse rosto que eu vou pedir alguma coisa pra comer, ok? – ele disse com um sorriso tímido, provavelmente ele imaginava que eu não estava muito convidativa para sorrisos ou alegria.
-Eu não estou com fome... –eu disse mas, ele me ignorou e fechou a porta. Me olhei no espelho. Sim, eu estava horrorosa. Mas como eu deveria estar afinal? Acho que minha aparência estava extremamente adequada para como eu me sentia por dentro. Abri a tornei e passei aquela água gelada em meu rosto, o sequei e encarei o pijama que estava em cima da pia. "Tudo bem, eu posso trocar de roupa, não é nada tão difícil..." pensei pegando o pijama. Em alguns minutos estava na sala encarando Zayn, ele andava de uma lado para o outro enquanto falava no telefone.
-Pepperoni ou Magherita? – dei de ombros querendo dizer tanto faz e o ouvir dizer Margherita no telefone, ótimo, eu prefiro mesmo Margherita. Fui em direção ao sofá, acho que era melhor ficar sentada planando em pensamentos do que em pé no meio da sala. Senti Zayn se sentar ao meu lado, ele ficou em silêncio por alguns segundos até que disse:
-Você não quer falar sobre isso, não é? – ele parecia ter tomado muita coragem para dizer aquilo. Suspirei pensando em uma possível resposta.
-Falar sobre o que, Zayn? – disse encarando o chão. – Que todas as coisas que eu acreditei nos últimos meses não passavam de mentiras?
"Mas que frase mais clichê", pensei. Eu estava deixando o drama subir à minha cabeça. Estava tudo bem, não estava? Eu só continuava apaixonada por alguém que eu ao mesmo tempo odiava e que era um filho da puta, algum problema com isso? Oh, céus...
-Não foi isso, o Harry... – ele dizia quando eu o interrompi.
-Olha, vamos combinar uma coisa? Eu já não quero que um dos 5 da "gangue" esteja aqui, mas já que você insiste em ficar comigo, por favor, não cite esse nome, nem faça referência alguma a essa pessoa. – disse tentando manter o meu emocional o mais estável o possível. – Zayn, o que aconteceu, aconteceu pra me mostrar o que uma hora ia acabar acontecendo de algum jeito ou de outro, está tudo bem...
"Está tudo bem", quem eu queria enganar afinal? Ah sim, eu queria enganar o Zayn, correto. Será que eu estava conseguindo? Porque de bem ou bom eu não via nada. Eu queria quebrar alguma coisa grande, ou matar alguém. Ou ainda, preferia deitar na minha cama e só acordar quando Deus decidir me mandar morar em uma ilha deserta onde One Direction e aquele ser não existissem.
"não importa o quanto você fuja, os pensamentos estão na sua cabeça e não nas paredes da sua casa"
E essa linda quote do Liam surgiu na minha cabeça. Ele sempre esteve certo, eu não poderia fugir. Primeiro, eu nem tinha como fugir. E segundo, se eu o fizesse, o que adiantaria afinal?
O silêncio pairava novamente na sala. Zayn deveria não saber o que dizer, também não o culpo, a situação também não era a mais fácil do mundo de se lidar também. E eu não queria falar nada. Tal silêncio me permitiu viajar sobre minhas lembranças minhas e daquela pessoa o qual o nome era impronunciável. E o mais duro de tudo era saber que todas aquelas coisas que vivemos juntos foram, de certo modo, falsas. Porque, apesar de eu sentir algo verdadeiro, o sentimento que nos ligava, na verdade não nos ligava porque ele não sentia nada. Mas como ele poderia não sentir nada? Como ele foi capaz de dizer e fazer tantas coisas se não sentia nada de verdade?
-Sabe, o pior de tudo são as coisas que foram ditas... – soltei o que estava ocupando minha mente. – Saber que elas por nenhum momento foram reais.
-Talvez elas tenham sido verdadeiras quando foram ditas. – Zayn disse calmo.
-Por menor que fosse o sentimento, alguém com um pingo de consideração não faria uma coisa dessas... – conclui.
-Eu não vim aqui para advogar a favor de ninguém, mas só acho que tudo isso pode ser um mal entendido...
-Acho louvável você querer defender a honra do seu companheiro, mas eu já presenciei traições dele antes, e uma delas foi comigo, então nem começa. Eu que fui idiota por achar que seria diferente comigo, mas enfim...
Suspirei fazendo surgir uma dor no meu coração. Tudo doía, mentir pra mim mesma e para o Zayn sobre estar "tudo bem", lembrar dele, pensar nas coisas que aconteceram nos últimos meses, visualizar mentalmente aquelas fotos obscenas, para não dizer outra coisa, dele naquela boate e as com a Taylor Swift. Talvez por ele ser diferente pra mim, por sentir algo totalmente diferente por ele eu acabei me iludindo por acreditar que seria diferente comigo. É, difícil competir com a tal de Taylor, pop star da galera, não dá.
Não sei quanto tempo ficamos ali olhando para a TV em silêncio, só sei que em algum momento o interfone tocou, e pelo que Zayn disse era a pizza. Ao receber o entregador a porta ele pegou meu celular, que estava na minha bolsa.
-Está tocando... – ele comentou.
-Desliga, mesmo que seja a rainha eu não quero falar... – ele acatou meu pedido, desligou o telefone e o colocou de volta na bolsa. Tentei comer um pedaço de pizza, mas não diria exatamente que funcionou. Voltamos ao sofá e continuávamos a não ver a TV ligada a nossa frente. Já eram quase onze horas, Zayn sugeriu que eu fosse dormir, disse que iria tentar. Antes dele ir embora, estávamos de frente para a porta de entrada, ele me encarou de modo que parecia preocupado.
-Não sei se isso ajuda, mas ele não te merece. – ele disse se aproximando e abriu seus braços para um abraço. – Você é muito preciosa.
Ele me apertou forte, senti toda a dor das desilusões voltarem. O nó na garganta se torou insuportável.
-Eu não queria ser merecida, eu só queria ele. – admiti com a voz fraca. – Eu odeio isso...
O nó em minha garganta se transformou em soluços, e a água em meus olhos em lágrimas intermináveis molhando a camisa do Zayn, que parecia me abraçar mais forte a cada instante. Depois de não sei quantos minutos colocando tudo para fora em lágrimas eu respirei fundo e tentei secar as últimas.
-Me desculpa por isso... – disse sem graça quando ele me soltou. Ele balançou a cabeça e sorriu tímido, como se dissesse "tudo bem".
-Fica bem, tá... – ele disse acenando. O assisti se afastar e pegar o elevador. Fechei a porta, eu queria a minha cama, queria a minha mãe, queria dormir, queria esquecer. Peguei meu celular em minha bolsa, eu ia precisar do despertador, porque para a alegria geral amanhã ainda tinha que enfrentar uma manhã de aulas.
Me joguei na cama, luzes apagadas e tudo mais. Dormir? Talvez nos meus sonhos. Como se dorme depois de uma desilusão amorosa? Bem, acho que eu ia ter que aceitar, não é? Como, eu não sei. Essa cama me lembrava dele, o teto, tudo, que ódio! Até pensei em ir dormir no sofá, mas o sofá também me trazia lembranças . Prêmio Nobel ao amigo que descobrir um jeito de esquecer os babacas que partem o coração de pobres moças.
Música, deve ser uma boa idéia, não? Não, eu ia acabar afogando o meu travesseiro se pegasse o iPod, aquela coisa está cheia de coisas românticas. Ok, eu desisto de mim, eu desisto de esquecer, eu desisto de aceitar. Decidi fechar os olhos, repetir algum mantra do tipo "você vai dormir", mas as imagens nunca saiam da minha cabeça, e vinham acompanhadas do nó em minha garganta que levavam a lágrimas periódicas. Era duro saber que as coisas que eu desejei que fossem ser eternas haviam acabado de um jeito tão cruel. Estava sendo duro não conseguir dormir, seria duro ter que acordar amanhã e descobrir que aquele presente de grego não tinha sido só um pesadelo de mal gosto pra me atormentar bem no dia do meu aniversário. É, 20 anos em alto estilo, na fossa completa, no fundo do poço. Ok, amanhã eu resolveria como sair da fossa, ou não.
n/a: E ai, gostaram??? Me digam o que estão achando dessa reviravolta que aconteceu na história!
Infelizmente esse não é o cap. mais feliz e lindo do mundo, pois você, Sthefys, merece o presente de aniversário mais perfeito de todos! Mas mesmo assim espero que goste! Te desejo tudo de bom, hoje e sempre! Que você continue sendo essa paaaarty girl super divertida que você é! Muitas conquistas e sonhos realizados! Espero que esteja aproveitando muuito o seu dia! Um beijos e um abraço bem apertado!
Maria Clara
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