✿*:・Capítulo VIII
Lilith estava irritada.
— Ao menos finja se esforçar para escrever uma resposta adequada — Menas a repreendeu com um suspiro, novamente...
— Por que deveria? Esses sanguessugas estavam torcendo para que eu não assumisse o marquesado, então de repente, me mandam cartas de felicitações? — a garota bufou com indignação.
Já faziam algumas horas que Lilith estava sentada no carpete em frente a lareira do seu quarto, vestida em sua camisola, verificando e respondendo as cartas que haviam sido enviadas a ela nos últimos dias, e quão foi seu ódio ao notar que o sol já tinha se posto e ainda estava ali.
— Chegaram mais essas duas cartas essa tarde — Menas se abaixou ao seu lado, estendendo a bandeja, o rosto da marquesa se contorceu em uma careta de desgosto ao ver que teria ainda mais trabalho.
Porém assim que pegou os envelopes, seu corpo travou ao reconhecer o brasão verde de serpente em uma delas, pressionando os lábios com os dentes, uma interminável onda de frustração e ressentimento lhe inundou.
"Quando mais precisei, ignorou todos os meus clamores de ajuda, e então só agora me manda algo!?"
Sem sequer hesitar, rasgou o papel o arremessando na lareira.
As chamas refletindo em deus olhos apreciam queimar junto com seus próprios sentimentos, nem havia se dado conta do quão trêmula estava nesse momento.
Acostumada com os lapsos de ira repentinos da mais velha, Menas não se surpreendeu, nem se deu ao trabalho de questionar e acabar atiçando ainda mais aquele diabo marsupial, apenas mudou seu foco para que voltasse ao normal.
Ou o que Menas achava que dava para ser considerado normal, a garota não tinha certeza se sua mestra alguma vez esteve bem da cabeça.
— A outra carta é da Marquesa Cherlyn, um convite para uma festa do chá — entregou o papel já aberto para Lilith, que teve a atenção atraída pelo nome mencionado.
— Aquela vaca sínica? — Menas só sabia clamar a deusa nesses momentos para que ninguém ouvisse os absurdos que ela ouvia.
— Ela mesmo, se quer consolidar sua posição, não deveria recusar — a morena suspirou em um revirar de olhos — Também não desejo ficar desempregada tão cedo, então por favor, faça o seu melhor.
Lilith correspondeu com uma careta de desagrado ao ver o gesto hipócrita de Menas, erguendo um soquinho no ar como forma de encorajamento, enquanto sua própria expressão parecia dizer: "Você definitivamente vai fazer o seu pior."
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Assim que pisou os pés para fora da carruagem com seu vestido azul marinho, Lilith quis voltar para casa.
Ela tinha dado de cara com um rapaz de cabelos pretos acinzentados e olhos dourados, ele parecia estar prestes a sair, e estava tão surpreso quanto a mulher, apesar de não expressar nenhuma reação.
Os dois ficaram se encarando por alguns segundos, sem dizer nada.
— Faz... algum tempo, senhorita Colaines — ele estendeu a mão, tomando o dorso de Lilith em cumprimento, que rapidamente voltou a si, erguendo a barra do vestido se curvando.
— Presto meus cumprimentos em nome da casa Colaines, a vossa alteza, o pequeno sol do império.
"Maldição!"
Quem imaginaria que iria se encontrar justamente com o Príncipe Herdeiro? Isso significava que a futura Princesa Herdeira provavelmente estaria nesse chá, ela definitivamente não deveria ter dado ouvidos a Menas.
— Por favor, erga-se. Como tem estado? — Dominik sequer tentou forçar um sorriso, mantendo o rosto sério e sereno.
— Bem, e Vossa Alteza? — Lilith sim, colocou um sorriso no rosto, mesmo que ficasse visível o seu desgosto ao esticar os lábios. Tais formalidades... considerava isso algo tão inútil, sabia com certeza que se ambos não estivessem em um local que poderiam ter olhos observando, apenas ignorariam a existência um do outro.
— O suficiente. Não esperava vê-la na casa Cherlyn... Vim acompanhar minha prometida até a entrada, espero que aproveite sua companhia — Dominik hesitou um pouco.
O ideal nesses momentos, seria dizer que deixaria sua prometida aos cuidados da velha conhecida, porém o jovem rapaz sabia muito bem, que antes a garota se cuidasse sozinha, do que ter Lilith como cuidadora.
E a Marquesa pegou no ar essa ofensa indireta.
— Cuidarei adequadamente de sua prometida, Vossa Alteza, não é porque as damas da casa Cherlyn tem uma péssima reputação quando se trata de proteger a posição ao lado de seu irmão, que eu não saberei me portar — o sorriso de Lilith transmitia fúria.
Que audácia querer chamá-la de descontrolada!
— Estou de acordo que o problema são as damas Cherlyn, mas... a senhorita não fica atrás, ahem... — o Príncipe Herdeiro deu uma leve tossida na garganta, para indicar uma fuga imediata no assunto, antes que acabasse sendo puxado para uma cena desagradável, nada de bom vinha de encontrar aquela mulher — Recebeu adequadamente a carta de meu primo?
— Vossa Alteza tem um primo? Não me recordo de tal rapaz — Lilith fez questão de dizer pontuadamente cada palavra, deixando em destaque exatamente o que gostaria de transmitir.
— Entendo, lamento por ele neste caso — Dominik não queria se envolver mais afundo nas desavenças de dois loucos. O Príncipe quase comemorou ao ver sua carruagem se aproximando — Foi uma honra encontrá-la após tanto tempo, senhorita, mas temo que tenha chegado minha hora, que tenha uma boa guerra nas próximas horas.
— Digo o mesmo, agradeço pela boa sorte — Lilith se curvou em uma despedida, corrigindo sua postura apenas após a carruagem partir — Tsk, vou ter mau-agouro.
Os homens da família imperial sempre tiraram a Marquesa do sério, o Imperador era um sádico desgraçado, seu herdeiro era pacifista ao ponto de soar burro, o príncipe mais novo era a cópia do pai.
E o Duque de Wilton, era um louco.
Agora considerado uma das piores raças de traidor por Lilith por abandoná-la sem nenhuma justificativa.
— Lilith!? — Elizaveta, única filha do marquesado de Cherlyn, quase deixou as órbitas de seus olhos saltarem para o chão — D-digo, Ahem... Não esperava ter sua presença aqui hoje, senhorita Colaines, seja muito bem-vinda.
A jovem se levantou da cadeira em que estava sentada junto as outras damas no gazebo do jardim para cumprimentá-la, e Lilith sorriu satisfeita.
O Imperador tinha reconhecido seu título, não poderiam mais ignorar deu status, mesmo que isso os irritasse.
— Agradeço o convite, Lady Cherlyn — Lilith acenou para as outras damas em cumprimento, tomando o único local vazio de assento restava na mesa, ficando entre uma jovem de cabelos rosados e outra de cabelos loiros.
Não sabia quem seria a azarada a chegar tarde, mas isso a própria anfitriã da festa teria que lidar, não era da sua conta se tinha ou não acreditado que viria, se tinha enviado a resposta, isso era o suficiente para saber.
Mas se havia algo que Lilith tinha certeza, era que aquilo era insuportável.
— Oh, céus! Fiquei tão admirada quando vi o Príncipe Herdeiro acompanhando pessoalmente a Lady Payne, quão romântico — uma delas comentava para a rosada ao seu lado.
— Lady Baldric, está se sentindo desconfortável? Sua saúde tem estado bem esses dias? — outra fingiu preocupação para a loira do seu outro lado.
Cerca de doze mulheres divididas em três panelinhas, cada grupo com o objetivo de adular uma das três jovens ali reunidas, de sobrenome Cherlyn, a anfitriã, Baldric, a flor da sociedade e Payne, a futura Princesa Herdeira.
E Lilith teve o azar de ficar sentada entre as duas últimas.
— Me perdoem pelo atraso, jovens damas, tive alguns imprevistos para resolver — Evdokiya, a marquesa de Cherlyn se apresentou, seus cabelos castanhos escuros bem presos harmonizando com os olhos castanhos claros, uma senhora na casa dos quarenta, com a aparência muito similar a sua filha.
Ah, bem, essa era a azarada atrasada.
Evdokiya lançou um olhar repreensivo para Lilith, que não hesitou em devolver, a tensão palpável entre as duas matou o pouco clima agradável que tinha naquele lugar.
Para evitar que sua festa terminasse em frangalhos, Elizaveta se apressou em pedir para que um servente trouxesse outra cadeira para si mesma, cedendo o próprio lugar para a mãe.
— Princesa Liliya, sinto-me tão feliz de tê-la hoje conosco, ainda mais em companhia da minha preciosa Elizaveta — Evdokiya sorriu apoiando a xícara de chá, se juntando à equipe de adulação da garota de cabelos rosados.
— Por favor, Marquesa Cherlyn, sou apenas comprometida, não me chame de princesa — a garota respondeu com o desconforto visível, já estava acostumada a ser usada em conflitos de forma desnecessária, por mais que não gostasse, mas sentia que hoje seria um pouco pior.
— Não há necessidade de ser tão humilde, Liliya. Todas nós sabemos o rumo que isso tomará, seremos belas companheiras! Haha — Elizaveta animou ainda mais as outras ladys ao seu redor, com o objetivo de atingir alguém com suas palavras...
Porém Lilith só estava pensando no quão gostaria de voltar para casa, só que seu ego a mantinha ali após as palavras de Menas e Dominik que duvidaram que conseguisse se manter em uma festa sem causar confusões.
— Ah, bem... A Lady Eleanora Baldric também está comprometida, certo? Fiquei sabendo recentemente — Janeth tratou de mudar o assunto rapidamente.
— Oh, s-sim. Não o conheço ainda, por isso me sinto um pouco insegura — a jovem de pele sardenta e cabelos loiros pálidos que denotavam seu sangue mestiço, sorriu meio sem jeito por ter a atenção voltada para si.
Lilith não pôde deixar de notar o quão bonita era aquela tal Eleanora, os olhos esverdeados, personalidade adorável, e um peso adequado e saudável para uma dama, mesmo com o rosto redondo e rechonchudo, tudo acaba trazendo uma espécie de aura ainda mais delicada para si.
De forma inconsciente, a Marquesa olhou para suas mãos que estavam escondidas sob as luvas azuis do mesmo tom de seu vestido, dedos longos e finos que poderiam ser confundidos com ossos.
Tão magra quanto um cadáver, com cicatrizes incuráveis, tanto no corpo, quanto na mente.
Seus lábios foram mordidos com amargura, talvez fosse essa a razão de ter sido deixada sozinha por todos, nunca conseguiria estar aos pés da aclamada flor da sociedade, Eleonora.
S̶̕͢A̷̢͝L̸̡̛V̸̕͢Ę̶͝ Ą̴͝ T̶̢̛ULIPA̵҇͜
Uma pontada aguda de dor atravessou a cabeça de Lilith como uma flecha. Ah, ótimo, tudo o que precisava agora era das charadas do encosto que estava morando de aluguel em sua mente.
A voz das damas conversando foram aos poucos ficando cada vez mais distantes, sua visão entrando em colapso, enquanto apoiava a cabeça com a mão para suportar a dor intangível que continuava a invadir.
Sangue, de repente, todo o cenário à sua frente tinha se tornado uma enorme poça vermelha sob um altar de sacrifício, fios que não eram possíveis diferenciar sua cor por conta da gosma vermelha escorriam para perto de si, o cheiro de ferro fazia a respiração ficar quase impossível de realizar.
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— Senhorita...? Está se sentindo bem? — os fios de cabelo rosa se sobrepuseram na frente dos olhos de Lilith, fazendo com que o som agudo e a dor terrível que a tomavam sumissem sem aviso prévio.
Ainda estava na festa...?
— Parece que nossa presença a entedia, Lilith. Veio até aqui apenas para deixar isso claro? — Evdokya disse com escárnio, deixando que algumas risadas de outras damas acompanhassem seu comentário.
— Parece que a mente da Lady Colaines ainda não está normal, como pode está querendo competir com Elizaveta para ter a coroa? — outro riso debochado soou entre os rostos ainda turvos, mesmo que a dor tivesse sumido, sua cabeça ainda se sentia como se houvesse sido atingida com força na nuca, completamente zonza.
— A senhorita Colaines está pálida... — a sensação fria encostando em seu rosto fez com que voltasse um pouco a si, só então notando que Eleonora tinha molhado um lenço para lhe ajudar a enxugar o rosto.
— Eu... preciso voltar para casa, não estou me sentindo bem — foi tudo o que conseguiu pronunciar.
O rosto deformado que olhava para o fundo de sua alma com a aparência irreal e perturbadoda ainda ressoava em sua cabeça.
Não tinha notado o suor escorrendo por seu rosto, ou seus pelos oriçados, somente a mão trêmula que Liliya segurou antes de ajudá-la a se levantar.
Estava com medo.
— Desculpe, irei ajudar a Marquesa Colaines a ir até sua carruagem, com licença — Liliya enrroscou o braço no dela, saindo do gazebo antes que mais alguma das mulheres protestassem por sua saída.
Após se afastarem um pouco, chegando perto da área das carruagens, a rosada aguardou ao lado de Lilith até que o colcheiro fosse preparar para a saída.
— Senhorita, me perdoe... — Lilith piscou os olhos atordoada, um pouco sem entender como havia chegado até ali, só então olhou para o lado e viu a garota em prantos.
"Mas o que diabos...?"
— Lady Payne? Por que está chorando? — ela segurou as mãos da futura princesa sem saber o que fazer.
"Por que essa garota começou a chorar do nada!?"
— É m-minha culpa que a senhorita esteja com medo, se eu não tivesse vindo com Dominik, Elizaveta não teria lhe dito t-tantas coisas ruins — e voltou a se debulhar em lágrimas.
Lilith tinha passado metade do tempo pensando em voltar para casa e a outra metade sendo atormentada pelo sobrenatural, ela sequer tinha ouvido quais comentários tinham feito hoje.
— Com você ou sem você, aquelas vacas metidas a sucuris tentam me ofender em toda oportunidade, eu só tive um mal estar repentino, não tem porque chorar por isso, viu? Já estou melhor — Lilith apoiou a mão no peito, fazendo os olhos de Liliya focar em si.
— Realmente...?
— Para quê irei mentir para uma criança em prantos? Tenho mais o que fazer.
— S-senhorita, sou mais velha que você... — mesmo com a voz embargada, a garota deu um meio sorriso achando graça da situação.
— Mesmo? Com essa aparência, nem iria imaginar que atingiu a maioridade — Lilith falou em um tom de deboche, em uma tentativa deturpada de continuar acalmando a rosada.
E de certa funcionou, Liliya estava achando gracioso a personalidade excêntrica da Marquesa.
— Liliya...!? — as duas mulheres olharam em direção a voz, apenas para ver o Príncipe Herdeiro parado em frente a própria carruagem com uma expressão assombrada.
Lilith de braços cruzados, rosto debochado, em frente a Liliya em lágrimas.
— Eu mereço... — a Marquesa suspirou.
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🥀"A excessiva atenção que se presta ao perigo faz que muitas vezes nele se caia."🥀
– Jean de La Fontaine
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