Capítulo 9
Abro os olhos e instantaneamente fecho. Que tipo de dor é essa? Dormimos em uma torre, então é natural que as vezes o sol parece estar do lado da cama, mas dessa vez está tudo escuro. Será que acordei no meio da noite?
Sento-me na cama e vejo que todas as garotas estão dormindo ainda, retiro as cobertas grossas e saio do colchão. Ao lado da minha cama tem uma mesa de cabeceira, com duas gavetas. Me agacho para abrir a segunda gaveta e retiro de lá a minha varinha.
Gosto de manter a varinha guardada, talvez foi algo que eu adquiri do orfanato: sempre manter tudo guardado para não correr o risco de alguém roubar ou, pior, quebrar.
Escuto um barulho vindo da porta e rapidamente viro a minha cabeça para lá. Vejo uma sombra passar da porta e atravessar a fechadura. A sombra para e parece me encarar. Encolho o meu corpo quando a sombra se mexe novamente, mas dessa vez está saindo do quarto.
Me levanto e ando até a porta, devagar. Seguro a minha varinha mais forte enquanto me abaixo para ficar na altura da fechadura. Sinto o meu coração quase sair pela boca quando me aproximo devagar, coloco o meu olho direito na fechadura e sinto todo o meu corpo tremer e sinto frio e quero gritar.
Não tinha ninguém.
Respiro fundo quando vejo que ainda estou viva. Prendo a respiração e finalmente viro a maçaneta. Por um momento eu me arrependo profundamente de ter saído da cama.
Olho para a minha camisola e debato mentalmente se devo colocar o uniforme ou não. Respiro fundo e me troco rapidamente, não quero das de cara com um tarado qualquer no meio da sala comunal.
Saio do quarto tremendo de medo e fecho a porta devagar. Fico parada olhando a porta de madeira velha e descascada e me parece uma boa ideia voltar para debaixo das cobertas.
Meus pensamentos somem quando escuto algo caindo no Salão Comunal. Minha garganta fecha e acho que vou vomitar de medo, mas começo a andar em direção da sala.
Meu coração para por um momento e tenho certeza que estou morta. Três grandes sombras passam pela entrada e por um momento penso ser dementadores. Com as grandes capas, é possível que criem essa sombra. Me lembro de que, uma vez, eu li em algum livro que eles deixam tudo frio ao seu redor. E, bem, eu estou morrendo de frio.
É sério? Esse vai ser o meu fim? Atacada por três dementadores?
Começo a tremer quando eles se aproximam mais e penso em me ajoelhar e pedir perdão e chorar e implorar e...
ㅡ Marina? O que está fazendo aqui? ㅡ meu corpo todo se arrepia com a voz, mas ainda assim não consigo ver quem que falou comigo. Meus pés estão grudados no chão e minha mente vaga para algum feitiço capaz de derrotar quem quer que seja na minha frente.
ㅡ Marina? Você está bem? Parece que viu um fantasma... ㅡ uma das sombras se aproxima mais e toca a mão fria no meu ombro. A primeira ação que tenho é me encolher. Não consigo ver os seus rostos, e minha mente parece que não quer mais funcionar.
ㅡ Ela tá pálida ㅡ uma outra voz fala, a menor das três sombras. ㅡ será que não está petrificada?
A sombra que estava tocando no meu ombro desliza até ficar cara a cara comigo, ela se abaixa levemente e eu só consigo ver uma imensidão de castanho.
ㅡ Sirius? ㅡ sussurro com a esperança de ser ele.
ㅡ Sou eu ㅡ ele sussurra de volta. Uma parte de mim fica aliviada, a outra dá um salto tão grande que acho que o meu coração pode realmente sair pela boca.
Finalmente consigo voltar aos meus pensamentos normais, e percebo que eles não são nenhuma ameaça, muito menos dementadores. De repente consigo ver com clareza as sombras na minha frente: Sirius, Lupin e James.
Solto o ar que estava preso nos meus pulmões e nunca fiquei tão feliz em ver os três patetas.
Olho de volta para Sirius, que está menos de uma palma de distância de mim. Vejo que está um pouco ajoelhado, para ficar na mesma altura que eu, então aproveito que ele está em uma posição sem muito equilíbrio e o empurro.
ㅡ Quem você pensa que é para ficar assim perto? ㅡ falo e ele me olha assustado do chão.
ㅡ Desculpa aí se eu só queria ajudar. ㅡ Sirius diz e se levanta do chão.
ㅡ Não pedi a sua ajuda ㅡ me faço de birrenta e cruzo os braços.
Sim, eu gosto de provocar ele. Sim, eu gosto quando ele fica com essa cara de bravo. Sim, eu gosto quando ele me olha confuso e totalmente perdido, como se tentasse entender o que se passa na minha mente.
Gosto quando ele olha para os outros dois, buscando ajuda. Gosto quando James dá de ombros e Lupin desvia o olhar.
Não, não, não. Talvez eu esteja com muito sono. Isso, é sono. Não é como se eu gostasse dele, nem como se eu sentisse atração por ele. Patético isso.
ㅡ Tudo bem então, sua mimada.
ㅡ Mimada? Bem, não sou eu que sou rica.
ㅡ Ah, não? Você já viu a sua casa?
ㅡ Menor que a sua, aposto.
ㅡ Então vo-
ㅡ Chega, né? ㅡ Remo falou e por um momento eu lembrei que não estamos sozinhos aqui. E, bem, não sei o porquê, mas eu e Sirius nos aproximamos mais e estamos quase encostando os nossos narizes.
Nos afastamos rapidamente e sinto o meu rosto queimar. Idiota.
Olho para os três e, de repente, percebo que é tarde da noite e eles estavam zanzando pelo castelo. Ou fizeram alguma brincadeira com alguém, ou vão fazer.
ㅡ O que vocês fizeram? ㅡ pergunto olhando para eles.
ㅡ Nada ㅡ James responde rapidamente.
Estranho.
ㅡ Nada? Só deram um passeio de madrugada?
Os três se olham.
ㅡ Bem, sim. É. Ficamos com fome, sabe, aí fomos na cozinha comer. ㅡ Sirius fala rapidamente e desvia o olhar.
ㅡ Hm, onde está o Pedro?
ㅡ Ele estava se sentindo mal e decidiu ficar no dormitório. ㅡ Remo responde e dessa vez me parece verdade. Remo não é de mentir, além de que, ele falou olhando diretamente nos meus olhos.
Claro, um bom mentiroso consegue mentir olhando profundamente nos olhos, mas não Remo. Não, ele não tem maldade.
Quando vou responder, algo brilha de dentro da mocinha de Remo. Conforme ele se mexeu, mais o objeto brilhou.
ㅡ O que é isso? ㅡ ando até ele, que vai andando para trás ㅡ Remo? O que é isso na sua mochila?
ㅡ Marina, acho que você está com muito sono. Não tem nada aí ㅡ James fala exasperado e tenta me puxar para longe.
ㅡ Não sou doida, irmãozinho. O que tem aí?
Sirius olha para Remo e faz um sinal com a mão. É então que Remo finalmente tira a mochila do ombro e retira de lá o objeto dourado brilhante. Ele me entrega e eu pego com todo o cuidado do mundo.
É um cordão dourado com um círculo como pingente. Dentro do círculo dourado tem uma pequena ampulheta. É um lindo colar.
ㅡ O que é? ㅡ pergunto, ainda olhando atentamente o objeto.
ㅡ Um vira-tempo ㅡ responde Lupin ㅡ ele te leva para qualquer tempo que você queira ir. Mas precisa tomar cuidado, perigosas coisas já aconteceram com grandes bruxos.
ㅡ Qualquer tempo? Tipo uma viagem no tempo? ㅡ me lembro dos livros que havia na biblioteca do orfanato. Cerca de cinquenta eram sobre viagens no tempo.
ㅡ É, isso aí.
ㅡ Então isso é uma máquina do tempo? Uou, que incrível.
Fico concentrada olhando o cordão e milhares de perguntas passam pela a aminha cabeça.
ㅡ É só para uma pessoa? Quanto tempo dá para ficar no outro tempo? Tem um limite de ano? Dá para ir para o futuro também? O que acontece se a gente impedir o nosso nascimento? Dá para a gente conversar com a gente do passado? E do futuro? Dá para viver lá e abandonar essa vida aqui? A gente envelhece lá?
Remo, James e Sirius me olharam de olhos arregalados. Sirius abriu e fechou a boca diversas vezes, parecia um peixe respirando.
ㅡ O que fo...? ㅡ eu ia perguntar, mas aí todos nós escutamos um barulho alto vindo das escadas. Eu estava tão concentrada no cordão nas minhas mãos, que com o barulho eu acabei o derrubando.
Foi aí que tudo passou em câmera lenta. O vira-tempo caindo das minhas mãos, Remo arregalando os olhos, James berrando e correndo tentando pegar e Sirius se jogando para não deixar cair no chão.
Foi tudo totalmente inútil. O vira-tempo caiu no chão e quebrou. A areia da ampulheta se espalhou pelo chão e todos nós trancamos a respiração.
Ainda estamos na sala comunal da Grifinória. Bem, isso é bom.
ㅡ Remo, é possível ir para o futuro? ㅡ digo, olhando em volta. A sala comunal parece mais velha, com a tapeçaria na parede descolando levemente. Os sofás estão mais gastos, mas não muito velhos. Mas, com certeza, esse não é o Salão Comunal que conheço.
ㅡ Não, já que eles estão encantados com um Feitiço de Reversão de Hora.
ㅡ Isso definitivamente parece o futuro ㅡ disse James, andando pela sala.
ㅡ Bem, na verdade, existem dois vira-tempo que permitem viajar muito além do limite de segurança de cinco horas. Eles são os originais, podem ir para o passado ou futuro. Mas são considerados de posse ilegal, por causa do tremendo potencial de dano que podem infligir ao fluxo da realidade.
ㅡ Onde vocês acharam esse? ㅡ pergunto, tentando recolher o máximo de areia que consigo. Sirius se agacha ao meu lado e me ajuda.
ㅡ Na Floresta Proibida. Achamos essa noite e pensamos em levar ao Dumbledore amanhã cedo. ㅡ Remo respondeu, olhando a tapeçaria na parede.
ㅡ Vocês acharam na floresta? O que raios vocês estavam fazendo lá?
Ninguém responde, é claro. Não sabia que eles guardavam tantos segredos assim de mim.
ㅡ Ei, com licença, você poderia me dizer em que ano nós estamos? ㅡ perguntou Remo, ignorando totalmente a minha pergunta.
Tinha uma garota, deveria ter 11 anos, estava sentada no sofá velho com um enorme livro no seu colo. Ela levantou a cabeça e seus olhos marrons nos encararam.
ㅡ Ah, claro! Nós estamos no ano de 2019 ㅡ ela disse gentilmente.
ㅡ 2019? ㅡ exclamei incrédula, para ter a certeza de que não escutei errado.
ㅡ Sim ㅡ respondeu a garotinha.
Olhei feio para Remo, que se encolheu. Acabamos de quebrar um vira-tempo original considerado ilegal e estamos presos no futuro sendo que não fazemos ideia do que acontece aqui ou o que são essas pessoas.
ㅡ Muito obrigado ㅡ agradeceu Lupin. A garota sorriu e voltou a ler.
ㅡ O que vamos fazer? ㅡ perguntou James.
ㅡ Não sei, só sei que estamos muito ferrados. ㅡ Sirius finalmente disse algo, por um momento eu tinha esquecido que ele estava aqui.
ㅡ Dumbledore não vai fazer nada com a gente. ㅡ James fala com convicção.
ㅡ E eu tô falando do Dumbledore? Certeza que a Minerva vai nos matar, certeza cara. ㅡ Sirius fala e passa as mãos no seu cabelo.
Como pode o cabelo dele ser tão sedoso? Qual é, ele é um homem que não liga para isso, certeza que lava o cabelo com qualquer produto e fica assim hidratado. Que inveja.
Minha barriga decide fazer barulho e todos me olham.
ㅡ Bem, não sei vocês, mas eu tô morrendo de fome ㅡ digo rindo.
ㅡ Esfomeada! ㅡ Sirius rebate e eu reviro os olhos.
ㅡ Sou mesmo.
ㅡ Chega de discussão! Vamos todos para o Salão Principal ㅡ Remo fala e, como é o mais inteligente do grupo, decidimos seguir ele.
No caminho, alguns alunos olhavam para a gente com um misto de desconfiança e surpresa.
Parece que nunca viram pessoas bonitas.
O caminho pareceu mais longo e eu já estava ficando agoniada. Agradeço mentalmente por ter colocado o uniforme, mesmo ele parecendo extremamente velho agora.
Finalmente avisto a porta do Salão Principal e minha barriga dá um pulo. Combinamos, no caminho, que depois que comermos, vamos falar com Dumbledore e pedir ajuda. Encostamos na porta, ela abriu totalmente e eu sinto vontade de me jogar em um buraco. Não estava preparada para a porta abrir, estava brigando com Sirius.
ㅡ A culpa não é minha! ㅡ falei rispidamente.
ㅡ É sim! Se você não fosse tão curiosa nós não estaríamos aqui ㅡ ele resmunga e tenho vontade de pular no pescoço dele.
ㅡ Ei, depois vocês continuam isso. ㅡ disse Remo, mas não deu certo, porque eu não estava afim de parar a discussão, já que eu estava certa.
ㅡ Eu só estava olhando para ele, a culpa não é minha que vocês acharam na Floresta Proibida ㅡ argumentei.
ㅡ Não podíamos te mostrar, justamente por causa disso!
ㅡ Ah, então você não confia em mim para isso? Achei que tinha dignidade, Sirius Black, mas Lily estava certa. Você só pensa em si mesmo. Nem sequer presta atenção no seu próprio irmão! Você preferiu fugir a enfrentar a sua família, preferiu largar ele lá do que levar junto! Que tipo de pessoa faz isso, Black? ㅡ falei.
Ele me olhou nos olhos e pela primeira vez não vi nada. Seus olhos estavam apagados, vazios, frios.
Que merda que eu falei?
ㅡ Marina, deu. ㅡ James falou baixo. Eu realmente quis voltar no tempo, desejei com todas as minhas forças que eu acordasse agora mesmo, percebendo que foi um pesadelo.
Sirius ainda me olhava, mas parecia que ele não estava aqui. Sua mente vagava por outro tempo, talvez esteja lembrando da sua família e de seu irmão, que terá que lidar com tudo sozinho.
ㅡ Você... ㅡ ele fala e limpa a garganta ㅡ você acha isso de mim?
Não não não não, mil vezes não. Eu estava errada. Muito errada. Por que falei isso? Pela primeira vez, vi que ele ficou realmente machucado.
Não consigo formular uma frase, minha mente se torna um borrão e só consigo imaginar tudo o que ele passou. Se Régulos já reclamou, não imagino o quanto Sirius sofreu.
Eu ia me desculpar, realmente ia, mas a minha atenção se voltou para as cabeças viradas na nossa direção. Todos nos olhando.
Automaticamente olhei para a minha roupa, talvez eu tenha sonhado que tinha me vestido e na verdade estava pelada. Mas não, estou com o uniforme da Grifinória. Olho para James e Remo, que fazem um sinal com a cabeça para a professora Minerva.
Ando na frente deles, rapidamente chegamos na mesa dos professores. Por algum motivo, Minerva está ocupando o lugar de Dumbledore. Bem, talvez ele só está doente, isso já aconteceu antes.
ㅡ Com licença, professora Minerva, será que podemos falar com Dumbledore? ㅡ perguntei baixo, tentando não criar mais cena.
ㅡ E quem são vocês? ㅡ perguntou ela, olhando desconfiada para os garotos.
ㅡ Somos Remo Lupin, Sirius Black, James e Marina Potter ㅡ falei, apontando para cada um e apontando para mim.
ㅡ Posso saber o porquê de vocês estarem aqui? ㅡ a professora falou, olhando feio para James e Sirius. ㅡ E se eu lembro corretamente, está faltando um de vocês, não é?
ㅡ Longa história ㅡ James falou, passando a mão no rosto. Provavelmente lembrando que deixamos Pedro no passado, quer dizer, no presente.
ㅡ Hm, bem, é que... ㅡ estendi o vira-tempo quebrado e Minerva me olhou severamente.
ㅡ Como conseguiram isso?
ㅡ Pergunta para esses idiotas aqui ㅡ falei, apontando para os garotos, que exclamaram um "ei!".
ㅡ Acho que já entendi. Tudo bem, vocês podem ficar aqui até eu consertar o vira-tempo, mas como vocês já falaram o nome de Sirius, vou tem que falar para todos que vocês estão aqui ㅡela falou e os garotos me fuzilaram com os olhares ㅡ Muito bem, lembrem-se de não alterar nada aqui, não falem nada do passado, entenderam? ㅡ nós quatro concordamos e ela se levantou, apreensiva.
ㅡ Queridos alunos, tenho um comunicado a fezer: após um incidente com um vira-tempo, temos alguns convidados que vão ficar aqui até eu conseguir arrumar o vira-tempo. Todos são da Grifinória, então vão ficar em um dormitório dessa casa. Bom... os intrusos, digo, convidados, são: Sirius Black ㅡ ele fez um pequena reverência e eu senti meu coração apertar, não deveria ter falado aquilo ㅡ Marina Potter ㅡ foi a minha vez de acenar ㅡ Remo Lupin ㅡ ele deu um sorriso tímido, típico dele ㅡ e James Potter ㅡ ele fez uma reverência exagerada, idiota ㅡ É isso, podem voltar ao banquete. Eles foram proibidos de falar do passado, então, por favor, não perguntem. ㅡ Minerva terminou de falar e olhou para nós, depois apontou para a mesa da Grifinória.
Eu e Remo agradecemos, enquanto Sirius e James saíram correndo para comer.
Sentei-me na frente de uma menina ruiva com olhos marrom-esverdeados, James sentou ao meu lado direito, de frente a Sirius e em diagonal ao Remo, ao lado de um menino muito parecido com ele. Ao meu lado esquerdo tinha uma menina também ruiva com olhos azuis, de frente a ela tinha um menino pálido, com cabelos bagunçados loiros, quase brancos. Seu uniforme da Sonserina brilhou quando estendeu a mão ao pegar uma taça. Ao lado dele tinha um menino com cabelo preto meio ruivo com olhos verdes, também com as vestes da Sonserina.
Desde quando a Sonserina se senta na mesa da Grifinória?
É então que me lembro de Chris, ele nunca se ofereceu para sentar comigo, ao meu lado. Ele anda distante, é como se tivesse vergonha de mim.
ㅡ Oi, eu sou Marina Potter ㅡ decidi me apresentar. Se vamos passar um tempo aqui, é melhor fazer amizade.
ㅡ Prazer, sou Lily Luna Potter ㅡ disse a menina. James se engasgou com o suco e cuspiu tudo no rosto de Sirius, que jogou pudim no contra-ataque.
ㅡ Potter? ㅡ perguntou James, enquanto tentava limpar o seu rosto.
ㅡ Bem, sim. Igual a você ㅡ a garota apontou para o meu irmão ㅡ E a você. ㅡ apontou para mim.
Eu e James nos olhamos, espantados.
Que não seja minha parente, que não seja minha parente...
ㅡ Sou sua neta, James. ㅡ cerca de uma tonelada sumiu das minhas costas quando ela falou o nome de meu irmão.
ㅡ Uiui, o Pontas é avô ㅡ falou Sirius, rindo. Eu e Remo nos olhamos e começamos a rir também.
ㅡ E quem é a sua vó? ㅡ James perguntou, a esperança brilhando nos seus olhos.
ㅡ Lily Evans Potter ㅡ só o primeiro nome fez James ficar fora do ar. Ele arregalou os olhos e ficou olhando para o nada, talvez estivesse imaginando o seu casamento.
ㅡ E vocês são? ㅡ tentei mudar de assunto. Talvez fossem pessoas aleatórias.
ㅡ Essa é Rose Weasley ㅡ ela apontou para a menina ruiva de olhos azuis ao meu lado. Weasley? Bem, não conheço nenhum. ㅡ esse é Scorpius Malfoy ㅡ ela apontou para o garoto pálido com o uniforme da Sonserina. ㅡ e esse é Alvo Severo Potter.
ㅡ Severo? ㅡ cometi o erro de perguntar no momento em que Sirius também teve essa ideia.
Olhei para ele, que me encarou de volta. Seus olhos ainda estavam machucados e eu tive vontade de abraçar ele ali mesmo.
Mas, querendo ou não, eu estava certa. Ele deixou o irmão lá, como se fosse um objeto, um brinquedo. Me lembrei das garotas do orfanato, que viviam deixando as bonecas de lado quando os garotos apareciam, para fingir que elas já eram grandes.
Uma bobagem sem fim.
Mas Sirius fez a mesma coisa. Ele deixou Régulus lá, como uma boneca. Deixou de lado, abandonou.
Sirius pode ter passado por muita coisa, mas Régulus vai passar por coisas bem piores. O que não fizeram com o primeiro filho, vão fazer duas vezes com o segundo.
Levo esse pensamento tão fundo na minha mente, para não pensar sobre isso novamente.
ㅡ Sim ㅡ o garoto, supostamente Alvo, respondeu.
ㅡ Suponho que você seja meu neto? ㅡ a pergunta saiu automaticamente. Nunca, em um milhão de anos, um filho de James daria esse nome.
ㅡ Na verdade não, sou neto do James. ㅡ bem, posso ter errado feio. Não faço ideia do que aconteceu, mas com certeza foi algo inacreditável.
ㅡ Como assim? O que meu filho tinha na cabeça para colocar esse nome em você? ㅡ James finalmente sai da sua realidade de sonhos e fantasias. A voz séria e controlada, mas sei que a sua mente está criando várias perguntas agora mesmo.
ㅡ As vezes as pessoas não são quem aparentam ser ㅡ o garoto respondeu, sorrindo. Gostei desse cara.
James não fala nada, não tem o que falar. Sirius olha para Lupin, que dá de ombros. O tempo realmente pode mudar as pessoas.
Então o garoto que estava sentado ao lado de James limpou a garganta. Seu rosto me lembrou vagamente o de meu irmão, com vários traços diferentes. Mas o nariz, esse com certeza é o mesmo.
Meu Merlin, só tem neto desse traste?
ㅡ Eu sou James Sirius Potter ㅡ disse o garoto. Revirei os olhos e quase tive vontade de vomitar.
Quem quer que seja filho do meu irmão, com certeza é um baba ovo dele.
ㅡ Fiquei até emocionado com a menção do mey nome. ㅡ disse Sirius fingindo limpar uma lágrima, o que fez todos rirem. O brilho em seus olhos retornou e eu abri um verdadeiro sorriso.
ㅡ Tô vendo que aqui só tem gente da sua família, maninho. ㅡ comento, olhando para a comida. Uma torta de maçã me chamou a atenção, ela tem um cheiro muito bom. Com certeza tem canela também.
ㅡ Na verdade não ㅡ disse James, não o meu irmão, mas o do futuro ㅡ essa é a Eliza Black ㅡ apontou para uma menina com cabelo loiro e olhos azuis, surpreendentemente da mesma cor que os de Sirius ㅡ filha de Johnny Black e Emily Boot.
ㅡ Ok., ela é neta do Sirius. O que eu tenho a ver com isso? ㅡ pergunto, pegando um pedaço da torta.
ㅡ Bem, Johnny é um Potter também. É filho de vocês dois.
Olho para Sirius. Ele olha para mim. Seus olhos azuis me fitam com curiosidade e eu sinto meu coração errar uma batida. Ou melhor, quase sair pela boca.
Ele deu uma piscada e eu tive vontade de vomitar. Com certeza não foi isso. Sinto minha garganta fechar e, de repente, tudo se torna difícil de escutar. Alguém fala algo, mas só consigo olhar para Sirius. O que esse canalha fez para eu me apaixonar por ele?
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