Bônus - Natal
Olha quem voltou para mais um bônus: euuu!
Espero que gostem! Eu tinha planejado postar ontem, no dia de Natal, mas eu realmente esqueci.
Enfim, aproveitem e boas férias!
Obs: estou seriamente pensando em escrever uma fanfic sobre os filhos de Marina e Sirius.....
°•°
As chamas da lareira parecem dançar enquanto queimam a lenha. A fumaça sobe vagarosamente pela chaminé, como sendo uma respiração serena de alguém em seu leito de morte.
Estendo a mão em um intuito de tocar a dança quente, mas me retenho. Queimar a mão não adiantará de nada.
As veias, agora começando a ficar mais salientes em minhas mãos, pulsam um sangue que não reconheço mais. O que é ser um Potter, afinal? Nunca saberei responder essa pergunta.
A porta range e sei que Sirius chegou de sua procura. Ele queria encontrar o maior pinheiro existente, porque afirmava que assim as pessoas mortas também conseguiriam ver.
Ele queria que James, Lily e Régulus vissem.
Me levanto e arrumo o meu vestido vermelho longo. O meu cabelo está preso em um rabo de cavalo alto para não me atrapalhar enquanto cozinho.
[...]
P.o.v.: Johnny Black
Tenho medo de escuro. Sempre tive e nada vai mudar isso. Já escutei inúmeras vezes de que isso é apenas um medo infantil, um medo com base no sobrenatural. Mas isso não é tão simples para mim.
Eu não tenho nenhuma memória que me faça entender o porquê desse medo, eu apenas o tenho. Desde que me entendo por gente ele estava lá, me observando. Um medo que me faz ficar sem forças e sem conseguir respirar.
Mas quando eu contei para a minha mãe, ontem, ela me olhou como se já soubesse o motivo. Ela me encarou e me analisou por muito tempo, o que me fez ficar desconfortável. Depois, me abraçou e disse que tudo estava bem. Eu não entendi o motivo, mas talvez ela tenha passado por uma situação traumática por conta do escuro.
Decido afastar esses pensamentos quando Emily entra correndo em meu quarto. Ela está usando um dos suéteres que é tradição da família Weasley. Certamente foi Rony quem lhe deu: ele está definitivamente apaixonado por ela. Mas Emily ou é muito boa em disfarçar sentimentos ou realmente não gosta dele. Eu acredito que seja a segunda opção.
ㅡ Você ainda não vestiu a sua roupa de Natal, Johnny! ㅡ minha irmã fala assim que vê o meu suéter jogado em minha cama.
Esse negócio me dá uma coceira horrenda, por isso fico adiando usar ele enquanto posso.
Eu reviro os olhos para o comentário dela e finalmente o visto. Eu me sinto patético nessa roupa colorida, mas sei que meus pais gostam, então aguento.
Desço as escadas junto com Emily, que não para de falar o quanto está animada para ver Carlinhos Weasley, um dos irmãos do Rony. Ele trabalha com dragões, um dos vícios da minha irmã. Os dois ficam conversando sobre durante horas sem parar.
Assim que chegamos na sala de jantar, nos deparamos com uma mesa realmente grande, toda enfeitada com enfeites de Natal. Cada prato com uma imagem de uma estrela, bordada por minha mãe. Cada copo contendo uma substância que faz a bebida ficar mudando de cor. Cada talher com uma imagem do Papai Noel.
Tudo muito lindo, admito que fico arrepiado. Eu realmente amo o Natal.
O aroma de várias comidas diferentes está sobrevoando o ar, enquanto escuto risadas vindo da cozinha. Todos estão muito alegres.
No jardim, vejo os homens tentando enfeitar o pinheiro gigante que o meu pai conseguiu achar. Ele diz que não usou magia para aumentar o tamanho da árvore, mas eu tenho as minhas dúvidas.
Na sala estão os jovens conversando sobre Hogwarts, provavelmente.
Tudo está tão calmo.
Me lembro que minha mãe disse que Voldemort havia voltado. Ela sussurrou para Harry apenas, mas eu escutei. Só que isso já fazem três anos, e até agora nada. Não sei se ela teve um sonho ou uma visão.
Escuto a senhora Weasley chamar todos para a ceia. Rapidamente pego o meu lugar de sempre, o qual me dá uma boa visão de toda a comida. Quando todos estão sentados, começo a reparar no quanto eu não me encaixo aqui. É como se eu morasse em um universo alternativo, como se eu fosse apenas uma mancha ali. Eu converso com todos, mas não sinto a profundidade nisso.
São apenas palavras simpáticas.
Mas todos parecem entretidos. Todos parecem alegres.
Eu passo o olhar pela sala, mas congelo assim que vejo algo. No espelho velho que está pendurado na parede atrás de um vaso de flor está refletindo uma imagem. A imagem me faz ficar todo arrepiado e quase cuspo a bebida que tomei.
Então sinto como se tivesse levado uma pancada na cabeça. Todo gira, mas me mantenho no lugar. Eu finalmente lembro o motivo de ter tanto medo de escuro: Voldemort. Lembro quando eu era pequeno e ele aparecia em meus sonhos. Começou assim, mas então ficou pior. Ele aparecia constantemente para mim no dia a dia. Eu era pequeno, mas agora me lembro. Talvez eu tenha apagado da memória justamente porque me fazia sofrer. Não sei, mas agora me lembro.
Voldemort está no espelho, me olhando. Só que não é real, sei disso. Ele começa a rir, depois estende a mão. Eu apenas fico observando. Quando não me mexo, ele se irrita, mas continua ali, me encarando. É só uma alucinação, tenho certeza, mas isso me incomoda. Porque ele fica ali durante todo o tempo.
Quando a ceia está quase acabando, eu olho novamente para o espelho. Ele ainda continua ali. Então decido olhar para a minha mãe que, por incrível que pareça, também está olhando para o espelho. Seus olhos estão sem o brilho que acostumei a ver. Seus olhos parecem estar... mortos. Ela lentamente desvia o olhar, mas então olha para Sirius. Meu pai estava conversando com o senhor Weasley, mas quando repara no olhar de minha mãe, ele rapidamente para de falar e começa a sussurrar com a minha mãe. Ele aperta a sua mão por debaixo da mesa, mas eu consigo ver.
Por isso que ela me entendeu quando disse do meu medo: ela também consegue ver. É por isso que já a encontrei em situações estranhas, como quando a vi quase colocar a mão no fogo. Ela também está cansada disso.
Mas quando olho novamente para o espelho ele não esta lá. Voldemort, quero dizer. Quem eu encontro não é ele. Vejo duas pessoas jovens: um usando óculos redondo parecido com o de Harry, a outra tem uma cabelo ruivo que me chama a atenção. São os pais de Harry, sei disso porque já os vi em fotos.
Eles olham para mim e depois sorriem. Parecem me avisar de que está tudo bem.
Mas sei que é mentira. Sei que metade das pessoas presentes na mesa irão morrer. Sei disso porque, por mais que eu tente esconder, Voldemort me contou. Ele acha que irei para o lado dele na guerra, mas está enganado. Eu nunca, nunca, vou perder a minha mãe novamente. Nem que para isso eu tenha que dar a minha vida.
Porque, se eu perder as pessoas que amo, então prefiro perder a minha própria vida. Porque viver sem amor é a mesma coisa que não viver.
[...]
P.o.v.: Marina Black
Todos estão dormindo. A casa finalmente está em um silêncio profundo e confortável. Mas eu não consigo dormir.
Sei o que vi no espelho, por mais que Sirius tente negar. Sei que Johnny também viu, porque ele estava mais pálido do que o normal. Sei que Voldemort vai voltar e sinto vontade de vomitar.
Me levanto da cama e ando, em passos leves, até o jardim. Admito que primeiro pensei que Sirius não iria conseguir, mas ele realmente encontrou um pinheiro enorme.
Sorrio quando vejo os enfeites jogados na parte de cima, os homens realmente não conseguem fazer o mínimo.
Quando penso em voltar para o meu quarto, vejo algo que me faz perder os sentidos por alguns segundos. Eu não acredito no que vejo.
A princípio são duas fortes luzes, mas então elas ganham formas. A primeira luz se revela como duas pessoas se abraçando enquanto olham para a árvore. A segunda luz ganha forma de um um homem, também olhando para a árvore.
Eu não aguento e começo a chorar. Caio de joelhos no chão e aperto o meu vestido.
São eles. Eles realmente estão aqui.
James e Lily são os primeiros a me abraçar. Eles sorriem, mas não falam nada. Lily se abaixa mais e toca o meu rosto, ela parece limpar as minhas lágrimas. Eu consigo senti-la.
Depois eles dão as mãos e andam até o pinheiro, desaparecendo.
É então que sinto alguém pegar em meu braço, me levantando. Régulus me olha atentamente, depois me abraça. Ele parece estar chorando também, mesmo que não faça barulho. Ele continua me abraçando enquanto lentamente some.
É então que sou deixada sozinha, com apenas as minhas lágrimas.
Sinto tanta falta deles que chega a doer o meu corpo.
Olho para o céu e vejo uma única estrela brilhar. Então eu desejo, do fundo do meu coração, para eles irem ao paraíso. Qualquer que seja o paraíso, eu só quero que eles sejam felizes e fiquem em paz.
Quando a minha última lágrima cai, me lembro de Christian. Preciso escrever para ele, embora esteja em outro país e com uma grande família.
Sinto falta de quem eu era antes: sinto falta dos Marotos.
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