Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Você não tem vergonha?

 Julie bate à porta da casa de Jefferson e aguarda junto de Amanda. Elas se impacientam pela demora de alguém vir atender e começam a pensar que talvez eles não estejam. Finalmente, Allan abre a porta e franze a testa ao vê-las.

- Oi... - começa Julie.

- Precisamos conversar. - Amanda se prontifica e interrompe a amiga.

- Deus -Julie sussurra.

- Você deu o endereço da Julie para o Ulisses? - a moça não hesita.

- Você também? - Allan bufa. - Eu não conheço a senhora. Eu fui à sua festa porque Jefferson me obrigou.

- Senhora? - Amanda faz uma careta.

- Ele só está sendo educado. - Julie defende o rapaz, e Jefferson aparece atrás dele.

- O que está havendo? - ele ainda não percebeu as garotas. - Oi, gente! O que estão fazendo...

- Seu namorado deu o endereço de Julie para o Ulisses! - Amanda eleva a voz.

- Eu sei... - Jefferson respira fundo e lança um olhar para Allan. - Podemos entrar para conversarmos melhor?

As meninas passam por eles e adentram a casa.

- Alguém pode me explicar qual o problema com esse cara? - questiona Allan com genuína curiosidade.

- Ele é lunático, maníaco! - Amanda não demora a dizer. - Ele machucas as pessoas, não só física, mas psicologicamente também. É racista, homofóbico, é um ser humano terrível!

- Nossa... - Allan exclama baixinho.

- Eu não o quero perto de Julie. - diz Amanda.

- Eu também não! - concorda Jefferson.

- Tá bom, gente. Me desculpe. Eu não sabia, eu sinto muito mesmo. - pede Allan.

- Vocês acreditam que ele me ligou hoje? - conta Amanda.

- O que ele disse? - Julie tenta esconder a empolgação.

- Primeiro, ofendeu Allan e Jefferson por serem gays. Ele disse que te procurou no bar e ficou me perguntando sobre como eu te conheço aqui de Jacarepaguá. - relata Amanda.

- Ele não sabe que você morava aqui? - pergunta Julie, um pouco confusa.

- Quase ninguém sabe.

- Você morava aqui? - quer saber Jefferson. - Como foi parar naquele palácio na Barra?

- Quando eu tinha vinte e seis anos, uma tia-avó minha morreu e sua herança passou para mim, então eu me dediquei aos estudos e comprei aquela casa. - conta Amanda.

- Que vida triste... - comenta Allan com ironia mas sem intenção de ser maldoso.

- Foi mesmo, antes de vir o dinheiro. Meus sonhos eram apenas sonhos.

Julie olha para Amanda com muito carinho, mas a moça nem sequer percebe.

- Não se preocupe, Amanda. - diz Jefferson. - Nós vamos cuidar da Julie se o Ulisses aparecer.

- Obrigada, desculpe por surtar.

- Está tudo bem. - Jefferson a tranquiliza.

- Vem, vamos indo. - pede Julie para a amiga. Os quatro se despedem e as moças deixam a casa, Julie com um incômodo que ela não sabe de onde vem, e Amanda muito mais leve. - Eu tenho um jogo hoje. Quer ir?

- Sim! - Amanda concorda com felicidade. - Faz tempo que não te vejo jogar.

- Vamos até lá em casa para eu pegar minhas coisas e já podemos ir para a praça. - Julie diz com um sorriso.

Mais tarde, Amanda está na arquibancada da quadra e os Squares estão em formação. Thiago apita e o jogo começa. A amiga ovaciona e torce muito, apesar de seus gritos serem solitários pela pouca torcida presente. Ela vê sentada no banco de reservas uma garota de cabelos vermelhos, shorts muito curtos e cropped que deixa a barriga seca à mostra. Amanda reconhece a garota que havia feito uma cena no Karaokê, gritando que amava Agatha e que ela pagaria junto com todos os seus amigos dentistas. O que ela faz ali? Amanda franze a testa.

Ao final do jogo, ela corre até a quadra para comemorar a vitória com Julie.

- Vai, vai Squares! - ela festeja e abraça a amiga. - Nossa, você está suada. - Amanda se afasta rindo e com uma expressão um pouco desgostosa.

- Então, o que achou? Ainda estou em forma? - pergunta Julie, também rindo.

- Com certeza! Mas me diz uma coisa: quem é aquela garota? - ela aponta para Clara.

- A namorada do nosso treinador.

- É mesmo? - Amanda não consegue tirar os olhos da garota.

- Acho que sim. O cara é esquisito. Ela pode ser uma prostituta.

Clara não parece ter notado a presença de Amanda, e ela se aproveita disso para fitar a garota e pensar sobre como o mundo é pequeno, ou se é aquilo é mais do que uma coincidência.

Cláudio assiste televisão em casa e recebe uma ligação de Felipe o convidando para ir ao Karaokê. Dentro de poucos minutos, eles se encontram em uma mesa.

- Amanda não vem? - pergunta Cláudio.

- Acho que não. - Felipe parece muito mais sério do que o normal. O rapaz é sempre o mais risonho do grupo de amigos.

- Sério? - Cláudio franze a testa e não pode afastar a preocupação. Algo não parece certo. Ele senta-se em frente ao outro.

- Na verdade, é sobre isso que quero falar. - começa Felipe. - Eu te vi dar uma rosa para ela na festa.

- Ah, aquilo não foi nada...

- Qual é, somos dois caras aqui. Eu sei o que você quer. - ele abaixa o tom de voz. - Mas sério, cara, acho que você consegue algo melhor.

- Como assim? - o rumo daquela conversa deixa Cláudio muito desconfortável.

- Ela é muito velha para você, não acha? Quer dizer, eu não ficaria com uma mulher mais velha.

Cláudio fita Felipe por um longo tempo sem acreditar que o amigo dissera aquelas palavras. Ele se levanta sem nada a responder.

- Onde você vai? - pergunta Felipe.

Cláudio repara que Agatha está um pouco distante perto de outras mesas, mas presta atenção na conversa dos dois. Ele pensa que se ela ouviu a estupidez que Felipe dissera, talvez a partir de hoje, a comida do rapaz venha com presentinhos infelizes.

- Me liga quando você mudar esse pensamento idiota. - ele resolve ir até a moça que os observa. - Ei, eu não te vi na festa da Amanda, nem na formatura.

- Eu não curto festas, Amanda sabe disso. - ela sorri. - Ela só me convidou para ser gentil.

- E ela é.

- Eu não pude deixar de ouvir o que seu amigo disse. - a teoria de Cláudio estava correta, mas ela parece mais ferida do que com raiva.

- Babaca.

- Você gosta mesmo dela?

- Eu... eu não sei.

- Devia descobrir. Se ela gostar de você também, você ganha. Se não, você pode seguir em frente.

Ele acha estranho receber conselhos de uma simples conhecida, mas aquilo martela o fundo de sua mente, então ele sorri.

- Obrigado. - quando Cláudio sai pela porta do Karaokê, Lillian, a namorada de Ulisses passa por ele, o que o faz franzir o rosto muito confuso sobre a razão de ela estar ali, sozinha. Mas acha melhor não ficar para descobrir, e seguir o conselho de Agatha ao invés disso.

A paz de Ulisses é perturbada quando seu pai, sem sua permissão, pausa o filme que ele assiste no cinema em seu apartamento. O homem senta ao lado do filho.

- Eu contratei uma recepcionista para você. - diz Roberto.

- Ah, é? - Ulisses não olha para o pai.

- É, sim. Você vai amá-la.

- Ela é gostosa? Qual seu nome?

- Rúbia... alguma coisa. É muito gostosa, dos fios de cabelo às unhas do pé.

Ulisses lança um olhar suspeito. Roberto apenas sorri e desaparece na escuridão, mas não antes de dar play no filme novamente.

No dia seguinte, o rapaz chega na clínica para seu primeiro dia de trabalho. Ele solta um riso indignado quando se depara com a tal recepcionista gostosa que seu pai contratara. É uma mulher grande, de corpo rechonchudo e cabelos pintados de vermelho.

- Pai, seu filho da... - ele emite.

- O que é, senhor? - diz Rúbia. Ela tem a voz muito rouca que arde aos ouvidos.

- Nada, nada. - Ulisses desconversa. - Tenho clientes hoje, Rúbia?

- Agenda cheia, Dr. Medeiros. - ela dá um breve olhar para um senhora que aguarda em uma das cadeiras da recepção. - Aquela é a dona Rosa.

Antes de começar seus afazeres, Ulisses abre o bloco de notas de seu celular, e anota um número de telefone que está nele em um papel que ele entrega para Rúbia.

- Ligue para esse número e veja se tem alguma Julie. Não diga quem está perguntando, invente alguma coisa. - ordena Ulisses, e em seguida convida Rosa, sua primeira paciente oficial, para entrar no consultório.

Rúbia obedece as ordens do chefe e realiza a ligação. Uma mulher de voz fina e terrível dicção a atende e é difícil entender muito bem o que ela diz.

No bar, Rita desliga o telefone e vai até Julie.

- Ligaram procurando por você. - conta velozmente.

- Quem era, Rita? - Julie sente-se ansiosa. Ela sabe o quanto é errado o seu desejo desesperado.

- Uma mulher, ela não disse o nome.

- É claro. - ela não consegue conter a tristeza que a toma. - Eu me odeio. - fala baixinho.

- A festa foi muito boa, posso ver. Você está diferente! - diz Rita.

- Eu estou como sempre. - Julie responde com a voz alta e nervosa, e se afasta. Ela vai para a rua pela porta da cozinha, que leva a um beco atrás do bar. - Que droga, sai da minha cabeça! Você é problema.

A voz de Amanda reafirmando como Ulisses é um ser humano terrível toma conta das lembranças de Julie. Ela sacode a cabeça para afastar tudo aquilo e retorna para dentro.

Depois de ser atendida com muito cuidado e zelo, Rosa se levanta com feição contente.

- Meu querido, você é muito especial. - diz ela com sua voz tremida e gentil.

- Imagina, dona Rosa. Só estou fazendo meu trabalho. - Ulisses sorri por baixo da máscara.

- Não, é mais do que isso. Você se importa. Tem um lindo coração. - ela envolve a mão do rapaz com as suas que são quentes e enrugadas. Ulisses sente-se um pouco sem reação e apenas a guia de volta para a recepção.

- Havia uma Julie, Dr. Medeiros. - diz Rúbia depois que a paciente se retira.

- Ótimo. - Ulisses não se importa com seus horários, ou os próximos pacientes que chegarão. Ele pega as chaves do carro e sai depressa.

Ele se lembra do caminho como se tivesse sido gravado numa prensa em sua mente. Ele se olha no espelho retrovisor.

- Isso vai ser fácil. - fala sozinho. - Será que vou aguentar como a Amanda?

Ulisses solta uma risada alta e seca que colide nas janelas fechadas e abafadas do carro. Uma grande motocicleta acelera de algum lugar atrás dele e o ultrapassa. Aquilo o irrita muito e ele também pisa fundo no acelerador. Ele abaixa a janela do banco do passageiro e reconhece o capacete, a moto, a forma daquele corpo. Mais uma vez, o motoqueiro o ultrapassa e Ulisses percebe aquele olhar por baixo do capacete pelo espelho retrovisor da moto. A pessoa mostra o dedo do meio, e Ulisses apenas vira na primeira rua que consegue, muito irritado. Algum tempo se passa e depois de muitas voltas para despistar o motoqueiro que Ulisses ainda temia que o seguisse, ele aparece novamente com uma mulher na garupa. Ulisses não sabe como ele pode tê-lo encontrado pois nem ele próprio sabe direito aonde está, mas a motocicleta apenas para ao lado de seu carro por um segundo, e logo acelera com um grande estouro e o som do motor rugindo.

Julie está na companhia de Jefferson lavando a calçada em frente ao bar quando a BMW de Ulisses estaciona do outro lado da rua. Ulisses ainda está nervoso e suado pela adrenalina dos eventos anteriores, e Jefferson repara nisso.

- Diga que eu não estou! - Julie se assombra quando o vê sair do carro e some para o fundo da cozinha.

- Oi, cara. Você conhece alguma Julie? - Ulisses aborda Jefferson.

- Sim, o que você quer com ela? - o rapaz é sério e impassível.

- Conhecê-la melhor.

- Ela não está, desculpe.

Julie observa tudo escondida pela porta da cozinha quando Clarice aparece atrás dela.

- O que está fazendo?

Julie dá um pulo de susto.

- Deus, mãe, você me assustou.

Clarice aperta os olhos para onde Julie tanto olha e vê Jefferson conversando com Ulisses.

- Quem é aquele? - a mãe questiona.

- Só um cara.

- Ei, ele voltou! - Rita exclama e corre para a cozinha por entre Julie e Clarice. Julie fecha os olhos com uma careta.

- Você não se lembra de mim, da festa? - pergunta Ulisses.

- Na verdade, me lembro. - diz Jefferson.

- Então! Não pode só me dizer o número de telefone dela, ou o endereço da casa?

Jefferson solta um riso sarcástico e inacreditável.

- Você o conheceu na festa? - Clarice, que presta atenção na conversa, questiona.

- Shh! - exclama Julie.

- Na Barra da Tijuca? Ele é rico! Vá lá, vá lá agora! - Clarice a puxa pelo braço e Julie se debate para tentar escapar. - Olá, querido. Desculpe, ela não te viu aí. - ela solta Julie em frente a Ulisses e retorna depressa para dentro do bar. Jefferson observa de olhos muito arregalados.

- Oi, garota! Lembra de mim? Da festa? - Ulisses se ilumina ao ver Julie, mesmo que ela esteja com vestimentas surradas, com manchas por todos os lados, um avental úmido e os cabelos bagunçados e suados.

- Claro, doutor. O que você quer? - Julie sente a voz tremer.

- Eu quero te fazer um convite. - Ulisses tem a voz maliciosa e insinuosa.

- Você tem namorada. Não tem vergonha?

Jefferson consegue apenas prestar atenção.

- Qual o problema?

Julie lança um olhar um tanto desesperado a Jefferson.

- Que convite é esse? - pergunta ela.

- Vamos dar uma volta de carro.

- Eu... não sei.

- Eu te busco hoje às oito e meia. Não aceito um não como resposta.

- Humm... - Julie parece pensar em algum argumento mas Ulisses é mais rápido.

- Você é amiga da Amanda, e eu sou bem popular. Você fingiu bem não me conhecer na festa.

Julie abre a boca para falar algo, mas desiste no meio do caminho simplesmente por não saber o que dizer. Ulisses estica seu aparelho celular para a garota.

- Digita seu endereço. - ele ordena. As mãos de Julie tremem conforme ela faz o que ele mandou e ela devolve o celular. - Te vejo hoje à noite?

A moça apenas concorda com a cabeça e Ulisses torna para Jefferson.

- Valeu pela ajuda, cara. - diz com sarcasmo. Ele dá um tapinha no ombro de Jefferson e abre um sorriso para Julie.

- Nem pense nisso! Você não vai sair com ele! - diz Jefferson quando Ulisses se vai.

- Ah, ótimo. - Julie suspira. - "Eu prometo, Amanda. Eu vou cuidar da Julie se o Ulisses aparecer." Cuidou muito mesmo, Jeff. - ela vai para dentro do bar.

- O que eu poderia fazer? - ele briga. - Eu tentei impedi-lo de te ver mas sua mãe...

- Você podia ter dito alguma coisa! - Julie grita e chama atenção dos clientes.

- Amanda disse que o cara é lunático. Eu não queria que ele me espancasse.

- Tá certo, maricas. Esqueci que você é viado. - ela cruza os braços e sibila.

- Vai pro inferno. - Jefferson fala alto o bastante apenas para que Julie o ouvisse, e se retira sem saber se algum dia dirigirá mais uma palavra à garota.

Somente alguns passos são necessários para que ele chegue até a banquinha, e ele derruba alguns chocolates quando vai para trás do balcão possesso pela raiva.

- Tudo bem? - pergunta Cláudio.

- Você não vai acreditar no que aconteceu... - Jefferson começa como se pudesse confidenciar qualquer coisa ao outro. - Seu colega, aquele Ulisses. Ele convidou Julie para sair.

- Quê? - Cláudio quase grita. - Ela não vai, né?

- Acho que sim... - Jefferson sacode a cabeça e não sabe se sente-se magoado, preocupado, ou se permite que o ódio pelo que Julie dissera o domine e faça com que ele não se importe mais.   

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro