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Um banho no Diabo

 Cláudio e Amanda estão sentados lado a lado enquanto o professor passa um slide após o outro com diversas imagens e desenhos da musculatura de uma boca humana.

- Pera, pera, pera, pera.... - Amanda sussurra depressa. Ela se estica até o amigo e Cláudio a encara com uma expressão que diz "que droga você tá fazendo, doida?"

Amanda delicadamente toca alguns fios de cabelo dele, os quais ele sente serem puxados. Ela mostra o que estava preso no cabelo de Cláudio, e se tratava de um pequeno pedaço de papel branco. Ele sorri encantado por saber que Amanda é tão atenta aos detalhes que chega a perceber algo tão tolo como um minúsculo papelzinho perdido no meio de seus cabelos.

O relógio indica o final daquela aula e os alunos prontamente arrumam suas mochilas, bolsas e pastas para trocarem de turma. Amanda e Cláudio caminham juntos pelo corredor, como fazem todos os dias, e de repente o rapaz se curva e geme de dor.

- O que houve? - Amanda se alarma e deixa a bolsa cair. Ela toca as costas contraídas dele de olhos arregalados. Ele não consegue responder, e mal pode respirar. Pressiona a própria barriga com força e pânico, e a dor subitamente se vai, tão rápido como veio.

Cláudio respira fundo agora que consegue e solta uma risadinha. Ele tem dificuldades para erguer o próprio corpo.

- Nada, nada. Só dor de barriga. - finalmente responde e pode ver a preocupação se esvair do rosto de Amanda. O susto passara, mas a preocupação dele não, ainda que seja muito bom em escondê-la.

- Gases? - ela pergunta com um riso.

Os dois olham para além do corredor e veem que Ulisses Medeiros caminha na direção deles, com um sorriso cínico que pode ser desprezível mesmo de longe.

- Vê se não caga nas calças, otário. - diz Ulisses quando passa por eles, e sua matilha de amigos, tão podres quanto o próprio, solta gargalhadas exageradas. Cláudio apenas o encara com ódio.

- Não liga pra ele. - Amanda tenta acalmar o amigo, e o puxa para continuar caminhando, algo que ele ainda faz com certo esforço.

- Eu só não entendo como ele pode ser tão cruel. - diz Cláudio.

- Ele é Ulisses Medeiros, o que você esperava?

- Eu não sabia que nomes eram uma categoria para ser do mal. O demônio escolhe seus servos pelos nomes? - Cláudio brinca.

- No caso dele, eu acho que sim. O pai dele é Roberto Medeiros. Toda a família Medeiros deveria ser deixada em paz.

- Ele não tem uma irmã mais nova?

- Não é tão mais nova. Ela tem dezessete anos e aposto que é tão má quanto ele.

- Credo.

Iris Medeiros está levando seus livros para o armário da escola quando escuta algo que a chama atenção. Em outro armário, um garoto de cabelos negros e óculos redondos é intimado por um grupo de quatro jovens que parecem ameaçadores. Eles o pressionam contra o armário e todos os materiais caem de seus braços. Iris reconhece um dos valentões, Paulo Garcia. Os adolescentes chutam os livros e cadernos do garoto, e se afastam aos risos histéricos. Iris se apressa até lá para ajudar.

- Você está bem? - ela se agacha junto ao garoto para ajudá-lo a juntar os materiais.

- Estou bem, não se preocupe. - ele responde taciturno. Um pensamento veloz de perguntar ao garoto qual o seu nome atinge Iris, mas na mesma velocidade ele se levanta e caminha para longe com passos corridos.

Iris também se ergue e é encarada por um grupo de garotas que riem umas para as outras.

- Nerds ajudam nerds. - diz Lídia, uma das meninas quando passam por Iris. Ela apenas retorna irritada ao seu armário.

Allan e Jefferson terminam de tomar café da manhã sentados um de frente ao outro na pequena mesa quadricular na cozinha. Allan toma um último grande gole de café e dá uma olhada no relógio redondo de parede que emite um tic tac que ele acha muito relaxante.

- Preciso ir. Você vai para o bar da Julie antes de abrir a banca? - diz Allan.

- Eu acho que sim, só para ver como ela está.

- Está bem. - ele dá um beijo rápido nos lábios de Jefferson e sai de casa.

O sol do Rio de Janeiro já arde as 8 da manhã, e Allan prevê que a tarde o calor será insuportável. A caminhada até o petshop onde ele trabalha costuma levar dez minutos, um pouco mais se andar mais lentamente, um pouco menos se estiver com pressa. A grande região de Jacarépaguá nunca tem um cheiro muito agradável – na verdade, nenhuma região do Rio têm, a não ser as mais nobres – então Allan sempre mantém o passo rápido.

Quando chega, destranca a grande porta de metal e a ergue. Ele organiza algumas poucas coisas e senta atrás do balcão, no aguardo do primeiro cliente. Normalmente, às sextas-feiras, a dona do poodle que Allan nunca se lembra o nome o traz às nove horas, então ele teria uma hora para fazer nada. Puxa o celular do bolso, conecta no WiFi da loja e navega aleatoriamente por suas redes sociais e assiste alguns vídeos.

Ele é disperso pelo som do sininho da porta que indica que alguém entrou, e o cliente em questão é o poodle e sua dona. Olha para o relógio e vê que o tempo já passara sem que ele percebesse.

- Bom dia! - diz a mulher que já tem o rosto e o pescoço repleto de rugas e peles sobressalentes, ainda que seu corpo seja escultural e a calça legging esportiva que Allan já reconhece deixe suas pernas delineadas e atraentes.

- Bom dia. - responde ele, sem muito entusiasmos. Ele sabe que os clientes – ou os donos dos verdadeiros clientes – já estão acostumados com seu jeito quieto de ser.

A mulher entrega o poodle para Allan e logo se retira do estabelecimento. Como ela já é corriqueira, sempre deixa o cão sem perguntas e igualmente Allan sem nada a dizer.

Ele leva o cachorro para os fundos e o coloca dentro de uma gaiola que tem um pote da melhor ração e água, alguns brinquedos e até mesmo uma cobertinha enquanto o rapaz que banha e tosa os animais ainda não chegou.

Allan retorna para a recepção e volta a mexer sem rumo no celular. Alguns minutos se passam e o tédio começa a enlouquecê-lo. Ele olha ao redor, para o petshop vazio, e se ajoelha atrás do balcão. Ele procura por algo no fundo de sua mochila. Quando seus dedos sentem uma parte com tecido em excesso, ele agarra a ponta e, mesmo se olhar, puxa o velcro de um minúsculo espaço de fundo falso na mochila. Já é algo tão comum para ele que conseguiria encontrá-lo de olhos fechados.

De dentro do fundo falso, ele tira um saquinho de plástico que esconde no punho fechado quando ergue a cabeça para se certificar de que realmente não há ninguém na loja. Quando vê que está seguro, se levanta e deposita uma porção do pó branco de dentro do saco em cima do balcão. Há uma pilha de cartões com informações do petshop a sua frente, ele pega o primeiro do topo e forma apenas uma carreirinha perfeita com o pó.

Allan aproxima o nariz do balcão e inala com força e prazer. A sensação é imediata. O êxtase é ensurdecedor. Seus olhos ficam turvos e um sorriso involuntário se abre em seu rosto. É impossível viver sem isso, sem esse sentimento, e tudo agora parece melhor, mais bonito e mais fácil.

O sininho da porta de entrada o faz saltar de susto e ele puxa o resto do pó que pretendia devolver ao saquinho para o chão no momento de desespero. Ele olha o seu tesouro desperdiçado aos seus pés com uma tristeza e raiva que poderiam matá-lo.

Um homem de cabelos volumosos e desgrenhados se aproxima da recepção com um imenso Rottweiller. Ele veste roupas surradas de aparência suja e sua barba é tão espessa que quase esconde seu rosto.

- Posso ajudar? - Allan pergunta tentando não entrar em colapso pela droga caída no chão.

- Diabo precisa de um banho. - o homem diz com a voz rouca e baixa demais.

Allan olha para o cachorro e sente o coração descompassar em seu peito. O animal rosna para ele e baba escorre pelos cantos de sua boca e por entre os dentes.

Roberto Medeiros está sentado em seu escritório inacreditavelmente chique, de móveis caríssimos e aparência intocável. Na estante ao lado de sua mesa, há uma placa dourada que diz "Roberto Medeiros, Presidente do Conselho Nacional."

Ele anota algo em uma agenda preta de capa de couro puro com uma caneta dourada e marrom, mas seu celular toca e muda sua atenção.

- Sim? - diz ele quando atende.

Sua expressão se modifica subitamente, ele parece nervoso e assustado.

- Como você conseguiu esse número? Não! Eu não estou interessado nesse assunto!

Ele derruba a caneta com violência na escrivaninha.

- Eu não admito que vocês liguem para meu número pessoal! Eu não tenho nada a ver com isso. Me deixe em paz!

Roberto desliga e joga o telefone longe na mesa com a respiração pesada e olhos arregalados.

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