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Mande minhas lembranças

Amanda está distraída lendo algumas notícias no celular quando Cláudio a aborda de forma tão abrupta que ela se assusta.

- Oi, eu... eu queria te pedir uma coisa. - diz ele.

- Pode falar.

- Não conta pra ninguém... O que eu te disse ontem.

- Cláudio... - ela pensa em argumentar mas ele não permite.

- Não, por favor. Só não conte. Se realmente é minha amiga, faça isso por mim.

Amanda o olha bem, e concorda. O mínimo a fazer é guardar este segredo.

Uma aula de História está em andamento na classe de Iris, e ela repara em Alexandre e como ele parece distraído olhando pela janela a algumas fileiras na frente. O sinal soa e a movimentação dos alunos começa. No corredor, Paulo Garcia e Lídia estão aos amassos colados contra o armário de Alexandre.

O garoto os encara de longe e está prestes a ir embora com os materiais nos braços quando Iris chega até ele.

- Vem. - ela o puxa pelo braço.

- O que tá fazendo? - ele sussurra em pânico.

- Te ajudando a superar seus medos.

Alexandre tenta se libertar.

- Eu acho que aquele é Paulo Garcia, não meus medos. Eles são coisas completamente diferentes. Eu não quero enfrentar o Paulo Garcia.

- Cala a boca.

Eles param ao lado do casal beijoqueiro e são fitados dos pés a cabeça.

- O que querem, aberrações? - diz Paulo.

- Sai fora. - ordena Iris.

Os dois riem.

- Como é? - Lídia se finge de tola com sua voz extremamente aguda.

- Sai... fora!

A garota se aproxima tanto de Iris que ela pode sentir seu hálito de cheiro estranho.

- Ou o que, vadia?

- Iris, deixa quieto, por favor... - Alexandre murmura.

Paulo solta um riso alto que faz Iris se lembrar de seu irmão.

- Deixa quieto, por favor. - o valentão imita Alexandre com uma voz de choro falsa. - Você quer seu armário, aberração?

Ele caminha para mais perto do garoto e subitamente o joga pela camiseta violentamente contra o armário.

- Aqui está.

- O que está acontecendo aqui? - o diretor da escola aparece sem que os alunos saibam de onde ele surgiu. Talvez estivessem distraídos demais para vê-lo vir pelo corredor, ou talvez ele realmente seja o vampiro que alguns dizem que é, com sua aparência mórbida e sem graça.

Lívia e Paulo saem juntos aos risos.

O diretor leva os jovens ao seu escritório, mas somente Alexandre é intimado a entrar, o que ele faz sem pestanejar.

- O que está acontecendo, Alexandre? - pergunta o homem com sua voz morta.

- Nada, senhor.

- Você tem sofrido bullying? Você sabe que nossa escola quer proteger nossos alunos dessas coisas.

- Eu estou bem. Toda escola tem os babacas que merece.

- Perdão?

- Nada, estou bem. - Alexandre não pede permissão nem hesita em sair apressado da sala, e Iris o espera do outro lado.

- O que ele disse? - pergunta ela.

- Perguntou se eu sofro bullying.

- E você disse a verdade, né?

- É claro que não! É humilhante e a escola nunca faz nada de verdade sobre isso.

Eles caminham juntos até Iris ver o motorista da família esperando por ela.

- Acho que você precisa ir. Te vejo depois.

Iris o puxa pela mochila.

- Espera, me dá seu celular.

O garoto franze a testa mas obedece.

- Coloquei meu número. Me manda mensagem se quiser, ok?

- Ok. - ele sorri e Iris se encaminha para o carro. Eles dão um último aceno.

Quando prestes a atravessar a rua, Iris vê que há um homem do outro lado que a encara de uma forma que faz sua nuca arrepia. Ele é desleixado, usa roupas largas e surradas, tem uma barba volumosa e cabelos bagunçados. Ele acena, e ela corre até o carro.

Já no caminho de casa, ela está no banco de trás como sempre, com a janela aberta e aproveitando a brisa que o movimento traz e alivia um pouco do calor. O trânsito se move demoradamente.

Uma motocicleta que veio detrás em alta velocidade freia ao lado da janela e Iris se assusta. Ela não consegue ver o rosto do motorista devido ao capacete, mas ele acena para ela. Antes que ela possa fechar a janela, ele joga um papelzinho dentro do carro. Ela reprime um grito pelo susto e sobe o vidro. Quando o trânsito anda, a moto some de vista. Iris procura pelo papel no chão e quando o encontra sente-se ainda mais confusa e assustada, pois se trata de um bilhete escrito "mande lembranças ao doutorzinho".

O carro chega no prédio em que residem os Medeiros junto com outras famílias burguesas da Barra da Tijuca. Iris se fecha em seu quarto e lê o papel diversas vezes. Quem será aquele homem? O que esse bilhete significa? E seu maior medo, o que Ulisses fez?

Ela ouve a movimentação do irmão no quarto ao lado, e abre a porta quando ele faz o mesmo. Eles se olham e Ulisses dá um passo para seguir seu caminho mas a irmã não permite.

- Posso te perguntar uma coisa?

- "Oi, mano. Como foi a aula hoje? Como você está? Está se sentindo bem?..." - Ulisses afina a voz.

- Me explica como funciona os seus laboratórios. - ela interrompe.

- Não sei se entendi... - o rapaz franze o rosto.

- Você tem aula de Atendimento Prático, certo? No laboratório. Lá, você cuida de pacientes reais.

- Acho que sim. Aonde quer chegar com isso?

- Eu quero saber se você já destratou algum paciente.

- O que? É claro que não. - Iris percebe que a risada do irmão é engasgada e nem um pouco comum para ele.

- Tem certeza?

- Por que está me perguntando isso?

Iris joga o pequeno papel amassado em Ulisses que, com um reflexo veloz, não permite que ele caia depois de bater em seu peito. A irmã fecha a porta do quarto em sua cara e Ulisses desembola o papelzinho com curiosidade.

Ele lê o bilhete, e sente-se aturdido. A lembrança da moto o atinge de imediato. "Doutorzinho". Quem é essa pessoa e por que está o perseguindo?

Na madrugada do dia seguinte, Jefferson se deixa ceder pelo ódio, pelo desespero, pela necessidade de descobrir quem fizera tamanhas atrocidades com Allan e tempesteou para fora de casa mesmo com os protestos do namorado.

Jefferson é segurado por dois policiais na delegacia mas isso não o impede de esbravejar contra todos ali. Ele sente como se estivesse preso em um pesadelo, sem controle de suas ações e palavras.

- Onde ele está? Onde está o filho da puta? -berra.

O delegado Brandão do 15º Distrito de Jacarepaguá aparece para checar do que se trata aquela baderna.

- O que está acontecendo aqui? - diz o homem.

- Você sabia que tem um estuprador e psicopata dentro da força policial? - grita Jefferson.

Brandão se aproxima e apenas com um gesto ordena que soltem o rapaz.

- Qual o seu nome?

Jefferson ofega e toma um instante para responder.

- Jefferson. Oliveira.

- Pode ser mais específico sobre o que porra você está falando, Sr. Oliveira? - Brandão cruza os braços e aguarda.

- Um policial sequestrou meu... - ele engasga. - amigo. Ele torturou, estuprou e o queimou com ferro quente!

O delegado aperta os lábios e dá uma olhada ao redor.

- Venha. - ele orienta o nervoso rapaz até sua sala. Jefferson permanece de pé quando Brandão fecha a porta e senta-se confortavelmente.

- Seu amigo disse como era esse policial?

- Ele não viu o rosto dele claramente. Ele era barbudo e vestia uma boina da polícia, era um pouco gordo. Foi essa a descrição que o Allan me passou.

- E onde está o Allan?

- Está em casa, ele não quis vir.

- Posso saber quando isso aconteceu?

- Ele desapareceu há uma semana atrás. - Jefferson não consegue conter as imagens de Allan na entrada da casa lutando pela própria vida. - Ele foi jogado na porta da nossa casa há dois dias. Tinha uma grande cicatriz no peito e muitos hematomas.

- Ele sumiu por quase uma semana? - questiona Brandão e Jefferson engole em seco.

- Sim.

- E por que você não veio até a polícia?

- Eu não pensei que fosse grave.

- Certo, então ele foi jogado em casa, e depois?

- Ele estava muito machucado, não conseguia me contar o que houve, mas hoje ele contou.

Duas horas antes:

Jefferson morde o interior da boca com tanta força que pode sentir o gosto do sangue enquanto Allan relata aos prantos como tudo aconteceu.

- Eu fui até a favela procurar por drogas depois do trabalho. Eu estava nervoso. Mais do que o normal. - conta o garoto.

- Por que?

- Porque eu derrubei o lance no chão do trabalho. Se alguém encontrar...

- Você fez o que? - Jefferson se alarma.

- Por favor, não me julgue agora. Você me pediu para contar. Me deixe ao menos terminar e aí pode brigar comigo.

Jefferson faz o que Allan pede e aguarda pela continuação.

- Eu estava tremendo enquanto esperava pelo maluco no mesmo beco de sempre. Os caras são sempre diferentes e eu nunca sei seus verdadeiros nomes, e então eu ouvi uma sirene. Um carro da polícia passou pela rua na frente do beco, e eu travei. Resolvi dar uma espiada e vi que eles estavam fazendo ronda na região. Eu entrei em pânico. Quando o cara apareceu, eu corri. Ele gritou e chamou por mais uns quatro caras e vieram atrás de mim. Não se faz esse tipo de coisa quando vai comprar drogas. Eles podem pensar que você é um espião ou algo assim, e eles atiram primeiro e perguntam depois... para o seu cadáver podre.

- Pule para a parte onde te sequestraram. - interrompe Jefferson com angústia por toda aquela história.

- Eu ouvi os passos deles atrás de mim. Tinha pelo menos uns cinco caras, eu pensei que fosse morrer. Eu continuei correndo e ouvi um pneu derrapando, quando percebi eu havia conseguido despistá-los, não sei para onde foram. Talvez também se esconderam da polícia, sei lá. Quando me dei conta, estava em uma rua sem saída, e aí o policial apareceu. Ele disse que viu um dos traficantes que estava atrás de mim. Eu pensei que iria para a cadeia, mas ele queria as drogas. Deve ter pensado que eu consegui comprar. Então eu disse que não tinha e ele me bateu até eu desmaiar. A última coisa que eu sei é que estava naquele cativeiro, e ele me torturou e me queimou.

A respiração de Jefferson está acelerada e alta. Ele fita o chão com ódio.

- Como isso pôde acontecer? Não vai ficar assim. - ele se levanta.

- Pare! Eu sei o que vai fazer, mas não faça. Eu vou ter problemas.

- Você foi estuprado! O que pode ser pior do que isso?

- Ser preso! - grita Allan. Jefferson não pode acreditar que ele realmente pensa aquilo, e acredita que a mente do garoto deve estar mesmo debilitada e suas lembranças mascaradas pelo subconsciente.

Ele sabe que não adiantará argumentar ou discutir, então pega um casaco e sai depressa de casa.

Ulisses se debate na cama pois em seus sonhos, o motoqueiro está de volta e lhe mostra o dedo do meio enquanto ele ouve uma risada rouca e macabra. Ele senta na cama de súbito e procura pelo celular para fazer uma ligação.

- Olá, petit. - diz a namorada do outro lado.

- Venha até aqui, Lily.

- Você está bem, amor?

- Sim, só venha. - responde com grosseria.

- Sim, senhor. - diz com cinismo. - Estarei aí em dez minutos.

O tempo se arrasta para Ulisses, mas a moça finalmente chega em sua casa e ele a guia até o bar do apartamento, e a beija por um longo tempo para tentar distrair a própria mente. Mas não parece estar dando certo.

- Preciso de mais whisky. - fala quando se afasta dela.

- Nossa, você está bebendo bastante hoje. - Lillian observa o namorado atrás do balcão procurar por uma garrafa.

- Que seja.

- Você tá mal, cara. Bebidas nunca te deixaram tão chato.

- Pode ficar quieta por um minuto?

- Não posso. Vamos para um motel nos divertir... - ela tenta se insinuar mas não é correspondida.

- Hoje não.

- Por que me ligou, então?

- Porque eu estava me sentindo solitário. - Ulisses responde lentamente.

- Eu acho que vai ter que continuar sozinho. Tô fora. - diz Lillian com raiva e Ulisses apenas olha conforme ela vai embora.

Ele escuta a voz de uma mulher e se assusta. Caminha na direção da sala de televisão, da onde a voz vem e vê Iris sentada no sofá. Ele respira aliviado.

- O que faz acordada?

- Posso perguntar o mesmo. - responde sem olhar para o irmão, mas como Ulisses não responde, ela o olha. - Lillian foi embora bem brava.

Ele senta ao lado da garota.

- Tanto faz. - eles permanecem em silêncio apenas com o som da televisão por algum tempo.

- Posso te perguntar uma coisa? - Iris o quebra.

- De novo?

- Porque está com ela? - Ulisses apenas a encara. - Eu sei que você dorme com outras mulheres. Você não a ama.

- Ela é rica, eu sou rico, a gente combina.

- Rafaela Lopes também é rica.

- O que você sabe sobre Rafaela Lopes? - ele se torna agressivo.

- Só o que eu escutei o Dr. Cândido gritar no escritório do pai no outro dia.

Ulisses suspira.

- Eu não sei porque estou com ela, está bem?

Iris desliga a televisão e respira fundo.

- Você não é assim, sabe?

- Do que está falando? - diz com indiferença.

- Você não é tão arrogante. Isso é só uma máscara, uma casca.

- Uau, minha irmãzinha está me dando conselhos. Obrigado.

Iris ignora o sarcasmo e volta para o seu quarto, deixando o irmão sozinho mais uma vez.

De manhã na Universidade, Ulisses e Lillian andam juntos como se nada tivesse acontecido, e se entreolham quando veem o trio Amanda, Cláudio e Felipe conversando. O casal já sabe o que fazer.

- Você acredita que vamos nos formar? - diz Amanda.

- Eu estou meio surtado. - ri Felipe.

- Quais seus planos para depois da formatura, Cláudio?

- Meu sonho é praticar odontologia social. Eu quero abrir uma clínica onde eu possa tratar pessoas necessitadas.

- Ah, como ele é fofinho. - Ulisses se aproxima e Amanda expira com força e impaciência.

- Oi, Ulisses! - Felipe cumprimenta animado.

- Oi, Felipe. Como está? - Ulisses dá um tapinha no ombro do rapaz. - Deixe-me perguntar uma coisa, por que você anda com gente tão baixa?

O sorriso de Felipe se vai e ele fita o arrogante na sua frente.

- A pergunta também serve para você, Amanda. Cláudio, você teria que vender os rins para abrir sua própria clínica.

Lillian ri baixinho.

- Cala a boca. - Cláudio rebate.

- Uuh, eu vejo que passar um tempo com a Amandinha fez você virar homem. É isso mesmo?

- Vai embora, Ulisses. - pede Amanda.

- Quem sabe eu te mostre a minha clínica um dia, Cláudio. Eu aposto que você nunca viu um lugar tão maravilhoso. - ele abraça Lillian pela cintura e ambos se afastam com sorrisos maldosos.

- Desculpa, gente. - pede Felipe.

- Pelo quê? - questiona Amanda.

- É que... as vezes eu meio que o idolatro. Afinal, ele é Ulisses Medeiros. Seu pai é um deus da odontologia. - confessa com vergonha.

- Não se preocupe. Eu creio que os olhos azuis e sorriso brilhante podem ser persuasivos, mas ele não passa de um lobo em pele de cordeiro.

Felipe abaixa os olhos.

- Você tem razão.

No banheiro da faculdade, Lillian retoca o batom quando seu celular toca.

- Oi, bebê. - ela atende. - Eu sei, a vida anda uma loucura. Nós nem sempre temos tempo para os amantes.

Lillian sorri com malícia e guarda o batom em sua pequena bolsa cor de vinho.

- Ele me ligou as duas da manhã, disse que estava solitário. Eu dei o fora. Você está livre essa noite? Pensei que a gente podia se divertir. - ela sorri com a resposta do outro lado. - Claro, eu vou. Beijinhos.

Ulisses a espera fora do banheiro, e ela desfaz o sorriso quando o vê.

- Por que demorou tanto?

- Estava apenas retocando meu batom pra você, petit. Eu preciso ir, hoje veremos a neurologia por trás das epilepsias. - Lillian revira os olhos e o beija rápido.

Ulisses não pode negar a inveja que sente da inteligência da moça. Ele jamais diria em voz alta, mas não teria capacidade para estudar Medicina, muito menos na área de Psiquiatria, que é a especialização de Lillian. Ele mal se dá bem como dentista.

Quando chega na sua sala de aula, ele senta atrás de Cláudio.

- Eles vão anunciar as notas gerais agora, otário. Vamos ver quem é o melhor. - sussurra perto do pescoço do colega.

O coordenador do curso de Odontologia chega e todos ficam em silêncio.

- Bom dia. - diz o homem. Apenas alguns alunos o respondem, Amanda e Cláudio sendo dois deles. - Como sabem, a formatura se aproxima. Foram cinco anos muito duros mas tenho orgulho em dizer que não tivemos nenhuma repetição. Todos vocês começaram juntos e terminarão juntos. Foi uma jornada excitante e linda, e a Universidade agradece a todos vocês. Agora, eu vou anunciar os cinco melhores alunos dessa turma.

- Preparado, otário? - sussurra Ulisses.

- Na quinta posição, Ricardo Monteiro. - os alunos batem palmas sem empolgação. - Na quarta posição, Eveline Annenberg. - alguns garotos assobiam e gritam. - Na terceira posição, Amanda Campos. - Cláudio comemora e bate palmas. - Na segunda posição, Ulisses Medeiros.

- O que? - ele grita.

- E na primeira posição, Cláudio Rodrigues.

Felipe grita e todos os alunos fazem barulho e festa. Cláudio sorri com timidez e surpresa.

- Vejo vocês dentro de alguns dias na formatura.

Ulisses não esconde o quanto está aturdido e enciumado.  

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