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04 DE AGOSTO DE 2000.

Estava chovendo, e era uma chuva fina daquelas que podiam durar dias. Eduardo achava que era muito cedo para chover mas de qualquer forma a chuva era bem vinda.

Por volta das cinco da tarde ele parou o carro no estacionamento do boteco Caco " véio " que ele costumava frequentar, com menos frequência ultimamente, aquela era a primeira vez em quase dois meses. Ele queria apenas tomar uma cerveja gelada e relaxar um pouco. A tensão era grande, ele estava dando duro no trabalho, preparando a defesa de um caso complicado, um daqueles que ele achava que não dava para vencer. Além disso ele também estava dando duro em casa, se esforçando, dando o melhor de si para melhorar em tudo. Coisas complicadas de fazer.

Se tinha um cara que merecesse pelo menos uma cerveja gelada, esse cara era ele.

Ele entrou no bar que estava começando a ficar lotado e sentou-se ao balcão. Ele conhecia João Véio, o dono do boteco, e João nunca esquecia seus clientes.

— Seu Eduardo! Há quanto tempo! Que bom ver o senhor por aqui!

— E aí João? Tudo bem?

— Tudo bem, graças a Deus. E o senhor?

— As coisas estão melhorando.

— Do jeito que tem que ser.

— Uma cerveja, por favor.

— É pra já.

João abriu uma garrafa de cerveja gelada e a colocou sobre o balcão com uma caneca. No boteco de João ninguém tomava cerveja no copo, para ele cerveja era na caneca.

— Valeu João.

— Disponha.

Eduardo encheu a caneca e tomou um longo e reconfortante gole.

Olhou para a TV e viu que estava passando um jogo. Ele não era muito fã de futebol, mas aquele era um clássico entre Corinthians e Palmeiras. O placar era de 0X0, o cronômetro se aproximava dos 45 minutos do primeiro tempo.

Eduardo ficou um tempo com os olhos na TV vendo o jogo. Percebeu que alguém sentou-se ao seu lado. Ouviu uma voz pedir uma pinga.

O jogo acabou e ele olhou ao lado vendo um senhor de mais ou menos uns 70 anos.

O velho ergueu o copo de pinga e disse:

— Saúde.

E tomou a pinga em um único gole.

Ele nunca tinha visto alguém tomar aquela merda de uma vez, mas o velho devia estar acostumado, devia ser apenas mais um pinguço qualquer.

— Agora me serve uma gelada João.

João Véio sorriu e abriu uma garrafa de cerveja. O velho se serviu e tomou um longo gole, olhou para Eduardo limpando a boca com as costas da mão e disse:

— Sabe filho, a vida é dura, às veis é uma droga. Um homi tem que dá duro pá cume, mai si ele pudé tomá uma gelada no finar do dia esse homi pode se considerá um homi de sorte.

Eduardo sorriu.

— Talvez o senhor tenha razão.

— Gerarmente eu tenho. Não pruque eu sô a porra de um véio chato, mai é pruque eu já vi muita coisa nessa merda de vida.

Eduardo olhou para João e ele assentiu.

O velho continuou:

— É. Eu já vi muita coisa. Coisa até memo de gelá a arma.

— Do que está falando velho? - Pergunto João.

— U ceis acredita em assombração?

— Isso é papo furado.

Eduardo concordava com João. Ele achava que não existia aquele tipo de coisa, ao menos ele nunca tinha visto.

— Papo furado bosta nenhuma. Eu já vi, e digo mai: eu já tive num lugar assombrado.

João riu e passou um pano sobre o balcão.

— Lá vem as histórias do velho Chico. Se prepare seu Eduardo.

— Mai é verdade. Num tô tirano não. Foi em 1977. Naquela época eu trabalhava de pedrero e morava na cidade de Pindamonhangaba. Era um tempo ruim da porra pruque tava ruim arruma serviço. Mai em 77 eu arrumei um trampo na construção de um hotel.
" Eles tava começano a construi o hotel... Isqueci o nome. É um nome isquisito... Prédi arguma coisa..."

Eduardo olhou para o homem achando que uma coincidência estava acontecendo naquele momento.

— Por acaso o senhor está falando do Pride Outstretched?

— Isso memo, esse era o nome! O cê conhece o hotel?

— Ainda não, mas vou conhecer. Fiz uma reserva para a temporada lá. Eu e minha mulher vamos ficar lá alguns dias.

Alguma coisa aconteceu com o velho. Seu rosto de repente ganhou um ar sombrio. As rugas o faziam parecer uma múmia, ou um bruxo saído de algum conto de fadas. Ele olhou para Eduardo e este podia jurar que havia súplica em seu olhar.

— Por tudo o que é mai sagrado na vida seu moço, não leve sua muié praquele lugar!

— E por que não?

— Porque aquele hotel é assombrado!

Ouvir aquilo foi como levar um tapa. Eduardo ficou algum tempo olhando para a cara do velho tentando ver se havia algum traço de brincadeira em suas feições, mas não encontrou nada disso.

— Ora, corta essa seu Chico! - Disse João.

— Mais eu tô dizeno! Aquele lugar é assombrado. Eu tive lá e sei. Eu vi.

— E o que o senhor viu? - Perguntou Eduardo.

Seu Chico tomou mais uma cerveja, e isso fez Eduardo pedir mais uma a João.

O velho continuou:

— Eu entrei pá trabaiá lá em outubro, e trabaiei por apenas dois meis. O que eu vi lá me feis caí fora sem oiá pá trais.

— Mas que merda você viu lá, porra? - Quis saber João.

— Eu vi corpos de gente morta.

Eduardo e João se entreolharam.

— Corpos? - Repetiu Eduardo.

— É. Eu fiquei até mais tarde pá guardá uns saco de cimento e desci até a parte de baxo onde eles tava fazendo as coluna do hotel. Foi aí que vi os corpo. Eles tava grudado nas coluna do hotel. Isso memo. Arguém tava concretano gente morta nas coluna daquele hotel mardito.
" Eu oiei aquilo e de repente senti uma coisa."

Eduardo ouvia o velho atentamente. João perguntou:

— O que foi que você sentiu?

— Eu num sei direito. Era uma coisa muito ruim. Tava emanano da terra.

— Um cheiro? - Inquiriu Eduardo.

— Era como chero, mai num era isso. Era argo inexplicáver. Tava ergueno dos buraco das coluna.
" Eu num pensei duas veis, peguei meus trapo e dei o fora daquele lugar."

Ele tomou mais uma cerveja.

— É uma história e tanto.- Disse João.

— É a mai pura realidade. Juro por esses zóio que a terra há de cumê.

O velho olhou para Eduardo e este estremeceu. Havia um tom de urgência no que ele disse que Eduardo não gostou:

— Eu tô dizeno sinhor, si u sinhor ama sua muié e tem amor à vida, não vá naquele hotel. É o que eu digo. Quanto devo aí?

O homem pagou João com uma nota de dez e ele voltou o troco.

O velho se levantou da banqueta, cumprimentou Eduardo com um aceno e se retirou.

João meneou a cabeça e disse:

— Velho louco.

Eduardo não disse nada. Ele tinha prestado bastante atenção no que o velho tinha falado, notou todos os traços em seu rosto para ver se o homem estava falando mentira. Ele era bom naquilo, era necessário por conta de sua profissão, costumava avaliar os clientes para ver se falavam a verdade.

Não havia um único traço de mentira no rosto do velho.

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