5 - 7
Havler fez o que fazia todas as semanas: ele parou em um supermercado e comprou uma caixa de bombons Ferrero Rocher, que eram os preferidos de Carol, abasteceu a Mercedez e aproveitou para comprar cigarros. Depois dirigiu 45 quilômetros até o hospital onde Carol estava internada há 16 anos.
Carol estava na área onde os pacientes podiam caminhar, sentada na mesma cadeira de sempre.
Ela não esboçou nenhuma reação quando Havler a beijou, permanecia simplesmente parada olhando o nada.
— Veja Carol. Trouxe seus bombons preferidos.
Havler colocou os bombons no colo dela e Carol não fez absolutamente nada.
Ele puxou uma cadeira e sentou-se na frente dela, colocou a mão na testa e suspirou. Custava-lhe muito vê-la daquela maneira. E a culpa por ela estar daquele jeito era toda dela. Era mais uma culpa que ele carregava e carregaria sempre. Saber que ele a havia traído com Scalet a deixara louca a ponto de querer matar Jennifer. Tudo culpa dele.
Havler segurou a mão de Carol.
— Tenho novidades Carol. Em breve vou tirar você daqui. Vamos para o Rio de Janeiro.
Então pela primeira vez Havler viu, ou pensou ter visto, uma reação. Carol mexeu os olhos.
— Isso mesmo Carol. Vou fechar o hotel, depois da temporada o Pride Outstretched não receberá nenhum hóspede. Nunca mais. E nós vamos nos mudar para o Rio, você, eu e a Jennifer. O que me diz Carol?
Carol segurou a caixa de bombons e Havler sorriu.
Ele se levantou e lhe deu um beijo na testa.
— Venho buscar você Carol. É uma promessa.
Havler lhe deu mais um beijo e saiu.
*****
Carol olhou pelo olho mágico e viu a caixa de bombons no chão, em frente à porta.
O corredor estava vazio, mas ela sabia que a coisa ainda estava lá, à espreita, esperando o momento de distração dela.
Bem lentamente e sem fazer barulho, Carol destrancou a porta e a abriu.
Ficou parada no limiar da porta por alguns instantes vendo a caixa de bombons que parecia estar muito longe.
Então ela respirou fundo e saiu correndo até a caixa. A pegou e imediatamente começou a correr de volta.
Então ela viu a coisa lá atrás.
— Estou vendo você Carol. Se junte a nós aqui embaixo!
A coisa começou a se mover na sua direção, e se movia com uma agilidade descomunal.
A porta parecia estar a quilômetros de distância. Carol almentou a velocidade e quase que podia sentir a coisa atrás de si.
Ela finalmente entrou no quarto e bateu a porta a trancando.
Carol respirou fundo, afinal tinha conseguido.
******
Carol abriu a caixa de bombons e começou a comê-los.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro