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Dez anos depois ela voltou ali, e dessa vez foi além.

As coisas não estavam nada fáceis. Ela fazia alguns serviços de faxina por aí, mas a grana era curta. O velho emprego na lanchonete do Zé Bode havia ficado para trás.

Em 1980, com 25 anos, Catarina se matriculou no Mobral* e estudava de noite. Ela havia deixado os estudos aos 19 anos e precisava terminar pelo menos o ginásio*. Ela achava que suas chances seriam melxghores no mercado de trabalho se o fizesse.

Em 1988 ela conseguiu um emprego de faxineira para trabalhar em um hospital, mas a carga horária era absurda e o salário uma droga. Foi demitida alguns meses depois e empresa não pagou a recisão.

Podia-se dizer que Catarina era uma mulher desempregada em 1990, e foi justamente em 1990 que ela soube que o hotel Pride Outstretched estava contratando.

O hotel pra inaugurado em 1980, em 83 uma explosão quase colocou o prédio abaixo, matando mais de 200 pessoas numa terrível tragédia que ficou conhecida na mídia.

Em 1988 um homem chamado João Havler, o novo proprietário do hotel, apareceu na televisão local dizendo que tinha planos para reformar o hotel, que foi reinaugurado em 1990.

Catarina vou ali sua salvação. Era sua única opção. Ela soube que o salário era gordo, e naquela altura de sua vida, mesmo morando sozinha, e sem nenhuma perspectiva de arranjar um parceiro (homem algum se interessaria por uma mulher como ela), tudo o que importava era ganhar.

Ela entrou no Fusca que não estava em grandes condições na época. Colocou vinte cruzeiros de gasolina no posto que agora não era mais de Zé Bode e subiu as montanhas em direção ao Pride Outstretched. A viagem durou um pouco mais, o Fusca pediu segunda em algumas dúvidas, e uma ou duas vezes ela precisou engatar primeira.

Como fez a dez anos atrás ela parou no mirante, e lá estava ele, o hotel Resort Pride Outstretched.

Ele se sobressaia entre as montanhas. Ele parecia ser as próprias montanhas. Como da primeira vez, ela podia sentir alguma coisa emanando dele, algo que ela não podia entender e acabou achando que não era nada.

Catarina se aproximou da balaustrada do mirante. Ela estava tremendo um pouco. A sensação que tinha dali de cima era que estava voando, voando em direção ao Pride Outstretched.

Mas ela manteve o controle. Ela não acreditava em fantasmas e não cria nas histórias que há muito tempo eram contadas sobre aquele lugar. Aquele era apenas um hotel e nada mais, um hotel que chamava a atenção pelo tamanho (era gigantesco) mas ainda assim somente um hotel.

Catarina ouviu uma buzina e deu um salto, levando um susto. Um carro acabara de passar em direção à cidade e o motorista (ou o passageiro, ou os dois) buzinou e a chamou de gostosa.

Ela não teve reação alguma. Nunca tinha sido chamada de gostosa na vida.

Catarina entrou no Fusca e seguiu em direção ao Pride Outstretched. Ela passou pela portaria que possuía uma imensa placa que ficava acesa à noite. A placa estava escrita em português, inglês e espanhol.

HOTEL PRIDE OUTSTRETCHED. SEJA BEM VINDO.

HOTEL PRIDE OUTSTRETCHED.  WELCOME.

HOTEL PRIDE OUTSTRETCHED. SEA BIENVENIDO

Ela passou pela portaria quando o porteiro abriu a cancela para ela e seguiu por uma aleia que cortava um bosque de coníferas, que lembrava uma floresta americana, até parar no estacionamento do Pride Outstretched. E de perto, ela sentiu-se como um inseto. A sensação que tinha era que o hotel poderia esmaga-la a qualquer hora que quisesse.

A sensação não diminuiu quando ela entrou, pelo contrário, dentro do Pride Outstretched ela sentiu-se esmagada.

Primeiro ela ficou parada por segundos que pareceram uma eternidade, simplesmente admirando tudo o que seus olhos viam. Nem em sonho ela imaginou que um dia fosse ver tamanho luxo e beleza. 

Ela se obrigou a se locomover e caminhou até a recepção. Os saltos das botas que estava usando ecoando no piso de mármore impecavelmente branco.

Um recepcionista vestido com um impecável uniforme vermelho e preto a atendeu com um sorriso que ela achou meio forçado.

— Olá...

— Em que posso ajudá-la, senhora?

— Vim para a entrevista de emprego...

Ele pegou um pequeno bloco que tinha o logo do hotel. O logo era dois leões sentados e as iniciais PO douradas no meio.

— Qual o nome?

— Catarina Hernandes da Silva.

— Idade?

— Trinta e cinco anos.

Ele anotou e lhe deu uma senha. Era o número 60.

— É só sentar e aguardar senhora.

— Obrigada.

Catarina chegou ao Pride Outstretched as dez e meia da manhã e saiu de lá as 15 horas, mas saiu de lá com um emprego e uma folha com a relação dos documentos que deveria providenciar e o endereço do consultório para fazer o exame médico.

Ela começou no trabalho no dia 22 de fevereiro de 1990, uma semana depois, uma segunda feira.

Foi no intervalo do almoço que Kesia se aproximou dela e as duas se tornaram amigas.

— Olá.

— Oi.

— Posso me sentar com você?

— É claro que pode.

Ela sentou-se no mesmo banco que Catarina, no jardim do hotel. Catarina estava lendo um livro, mas por algum motivo não achou ruim em ser interrompida.

— Eu sou Kesia. - Ela estendeu a mão.

Catarina a pegou e disse:

— Catarina.

Ela tirou um maço de cigarros do bolso.

— Você fuma?

— Não. Obrigada.

— Se importa?

Catarina se importava.

— É claro que não.

Kesia acendeu um cigarro e olhou para o hotel.

— E então? O que está achando de trabalhar aqui?

Catarina suspirou e olhou para o hotel. E antes que pudesse responder a pergunta Kesia fé outra:

— O que acha de trabalhar um lugar assombrado?

Catarina ficou olhando para ela por alguns instantes e então perguntou:

— Não acredita nisso, acredita?

— Todo mundo diz isso.

— As pessoas dizem cada merda.

— É verdade. - Ela olhou para o hotel e precisou erguer a cabeça para olhar. - Mas um lugar tão grande assim deve ter pelo menos um fantasma. Todo grande hotel tem um escândalo, da mesmo forma que tem um fantasma.

Catarina a fitou e riu.

— De onde tirou isso?

— De um livro de Stephen King.

Catarina revirou os olhos.

— Só podia ser.

As duas riram e iniciaram ali uma amizade verdadeira. Foi com Kesia que Catarina se aventurou a sair pela primeira vez de casa. As duas riram ao um cinema Drive-in, o namorado dela foi junto. Catarina se sentiu um pouco estranha quando os viu se beijarem. Era uma coisa comum. Mas aos 35 anos ela nunca havia experimentado aquilo, e a coisa lhe causava sentimentos estranhos que guerreavam entre si. Catarina notou que o namorado de Kesia estava com uma ereção dos diabos ao abraçar a namorada e aquilo a deixou ainda mais sem jeito.

Ela chegou em casa chorando, sentindo uma vontade quase incontrolável de fazer sexo, de sentir um pênis entrando dentro dela. Ela se amaldiçoava quando pensava que o único pênis que ela tinha tido dentro de sua vagina tinha sido o pênis do próprio pai. Catarina entrou em uma especie de crise de choro e risos. Ela havia comprado uma garrafa de vinho e tomou tudo. Depois resolveu se masturbar usando a garrafa e pensando no pênis ereto do namorado de Kesia e se odiando por isso. Ela gozou e foi dormir. O resultado foi uma ressaca dos diabos no outro dia.

Kesia era sua amiga,  uma pessoa alegre e extrovertida, e esbanjava juventude e ela continuou assim até 1992 quando foi escalada para trocar as roupas de cama do apartamento 321 no terceiro andar.

Havia hóspede no apartamento, uma velha milionária de 65 anos. Quando o apartamento tinha hóspede a camareira era obrigada a bater e se anunciar. Mas Kesia não foi atendida e entrou.

Ela trocava as roupas de cama quando ouviu um ruído estranho. Kesia foi averiguar a coisa e quando entrou no banheiro encontrou a hospede, nua, na banheira, com o secador se cabelo enfiado na vagina e os olhos abertos numa eterna expressão de pânico.

Mas Catarina sabia que não tinha sido somente o fato de encontrar uma pessoa morta que enlouquecera aquela moça de 21 anos cheia de Juventude e vida. Ela vira alguma coisa lá, alguma coisa realmente terrível.

Catarina ainda se lembrava se como ela segura seu braço. Suas mãos estavam geladas, eram aos mãos de uma morta. Os olhos estavam arregalados e a impressão que dava era que aquela olhos iriam saltar da órbita.

— ELA ESTAVA LÁ CAT! ELA OLHOU PARA MIM! ELA QUERIA A MINHA ALMA!

E de certa forma, fosse lá o que fosse, aquela coisa levara o que queria: a alma de Kesia.

Mas Catarina não acreditava. Não naquela época.

Ela sentia como sentira em 1979 e acordou de uma espécie de transe em cima da balaustrada daquele mirante, mas achava que aquilo era apenas sua imaginação lidando com a imensidão do Pride Outstretched.

Mas em 1996, Catarina viu.

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