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2-3

A tragédia foi noticiada nos principais jornais do país e foi alvo de investigações por quase um ano. Eles queriam saber o que havia causado a explosão que causou a morte de 222 pessoas naquela noite em 83.


As investigações haviam sido inconclusivas. Não restou muita coisa dos geradores e do tanque, e depois aquilo ficou esquecido.


Naquele ano Havler levou Jennifer para a casa, e Carol cuidou dela por um tempo mesmo sabendo que ela era o fruto de uma traição.


Havler não sabia se aquilo tinha sido a razão da insanidade de Carol, mas fato é que em uma sexta-feira chuvosa de março de 1984, ele chegou em casa e a encontrou com uma faca de cozinha, pronta para fincá-la no peito de Jennifer.


Ele se lembrava que naquele dia tinha pensado em passar no mercadinho que ficava no pé da montanha mas acabara se esquecendo, e isso fora a salvação de Jennifer.


Havler a segurou e acabou com um corte no braço. Carol estava histérica e gritava a plenos pulmões que precisava matar a coisa antes que fosse tarde, antes que ela completasse o ciclo. Havler se lembrava perfeitamente dessas palavras.


Depois daquilo Carol mergulhou num estado catatônico no qual se encontrava ainda hoje, e aquilo somente agravava o sentimento de culpa que ele levava no coração. Um sentimento que ele achava que nunca seria capaz de se livrar.


Havler usou o dinheiro que Thomas Reat havia lhe deixado para pagar a internação da mulher.


Um dia um advogado bateu na porta da cabana e disse que ele precisava assinar os papéis para tomar posse da herança que Reat havia lhe deixado ou tudo seria doado para a caridade.


Havler achava que estava na hora de mudar de ares e assinou os papéis.


Ele se mudou para a mansão de Reat na cidade no dia 22 de outubro de 1985.


Reat tinha diversos empregados, e por algum motivo eles não quiseram trabalhar para o novo proprietário da mansão, mas isso não foi problema, havia muita gente querendo trabalhar na cidade e com o fechamento do hotel qualquer emprego era bem vindo.


Havler contratou duas empregadas domésticas, uma babá e dois jardineiros que cuidavam do jardim da mansão.


Agora ele era um homem rico, e tinha uma filha. Sua mulher estava internada em um hospício, e Vitória Scalet estava morta, e ele precisava pensar o que iria fazer da vida.


Então ele se lembrou da promessa que fizera a Thomas Reat na noite fatídica de 1983.


(Prometa que vai reabrir o hotel).


E ele prometera. E era a única coisa que ele podia fazer. Agora ele tinha uma filha que precisava criar. Jennifer era sua responsabilidade e mais ninguém, assim como Carol era a sua responsabilidade. Não podia abandoná-la somente porque ela adoecera.


Naquela noite, sentado na cadeira que tinha sido de Thomas Reat, dentro de seu escritório, ele pensou em Carol e chorou. Afinal o pai dela tinha razão, ele não era o homem certo para Carol.


Mas ele não a abandonaria. Iria cuidar dela até o fim, assim como cuidaria de Jennifer. Eram a sua responsabilidade, e o hotel também.


Havler iniciou as reformas no Pride Outstretched em finais de 1986 e ela só acabou no início de 1990.


Já naquela época ele começou a se tornar uma espécie de celebridade. As pessoas sabiam quem ele era. Funcionários que trabalhavam no hotel começaram a comentar, e Havler se tornou notícia.


Os jornais locais começaram a publicar manchetes:


SORTUDO GANHA UMA BOLADA DE HERANÇA.


DE GARÇOM A EMPRESÁRIO.


NOVO DONO DE RESORT DIZ QUE VAI REABRIR HOTEL.


E foi o que ele fez. Ele reabriu o hotel, ele cumpriu sua promessa, e de certa forma aquilo foi sua ruína.


Não houve nenhum pomposo baile de reinauguração. Ele simplesmente reabriu as portas e começou a receber hóspedes, pessoas ricas que vinham de toda parte.


Mas Havler era um homem atormentado pelo que sabia, pelo que vira naquela noite em 1983 quando entrara no 480 e tirara Jennifer dos braços


(da coisa)


(...uma doença, é o que ela é)


de Vitória Scalet.


"Eu não vi nada."


" Não tente fugir Havler. Você é o que é. "


E a culpa era dele. Todas aquelas mortes e tudo que ele fizera foi fugir salvando apenas Jennifer e Carol. E ele vivia tentando fugir daquela culpa. Seu pai dizia: um homem pode tentar fugir de suas responsabilidades, Havler, mas nunca de si mesmo. E Havler sabia que de uma maneira ou de outra o que estava tentando fazer durante todos aqueles anos era fugir de si mesmo de quem ele era, de quem havia se transformado. Mas por mais que tentasse ele sabia que nunca seria capaz. As lembranças estariam lá para dizer quem era o culpado. Ele via aquelas lembranças todos os dias olhando para sua filha.


Talvez fosse seu destino. Algo que ia muito além da sua compreensão. Havia alguma coisa naquele lugar que marcara sua existência. Era o lugar onde seu pai havia morrido quando ele era apenas uma criança, e ele nunca tinha sido capaz de compreender exatamente o que seus olhos haviam visto naquela chuvosa manhã de domingo de 1953. O que ele vira o enlouquera, e o que vira no 480 em 83 quase fizera o mesmo. Havler precisou lutar com unhas e dentes, se agarrou a cada fio de sanidade para não perdê-la, e achava que pelo menos em parte havia conseguido.


Mas ele ficara marcado para sempre, e achava que nunca iria conseguir se livrar das marcas. Estavam impregnadas nele. O hotel era uma sombra que o acompanharia para o túmulo, estaria lá mesmo após sua morte.



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