Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

11 - 2


Em 1979 ele não abriu a porta da latrina, mas naquele sonho ele o fez. Nos sonhos as coisas eram diferentes, nos sonhos não se tinha muita escolha.

Gabrieeel. Oi Gabriel. - A voz era morta, soava dentro de sua mente como se fosse um insistente pensamento. - Não quer entrar aqui e ver o que tenho pra você? - Sim, ele queria. Ele entraria lá e veria tudo, ele veria o que estava oculto por um manto de escuridão. - Você pode até colocar seu pintinho na minha perereca, Gabriel! Venha Gabriel. VENHA! VEEEENHAAAA!

E ele foi. Ele segurou a maçaneta e o metal estava gelado como a própria morte. A porta da latrina estava estranha. Seu pai tinha pintado a porta com tinta branca, mas ele não se lembrava de tê-lo visto colar uma plaqueta com números nela, no entanto a plaqueta estava lá, eram três números que formavam um único número: 480.

Acima da plaqueta havia um olho mágico.

Ele girou a maçaneta escutando o ruído do trinco destravando, e, em meio ao silêncio sepulcral que dominava a noite, era um som alto.

Gabriel empurrou a porta e as dobradiças rangeram, e ele pensou que podia escutar o som metálico a quilômetros de distância.

A latrina fedia a merda, o que ele pensava que era normal, afinal aquilo nada mais era do que um buraco de merda. O lugar onde toda a merda caía.

" Minha mente é uma latrina. Toda essa merda na minha mente. "

Ele passou pela porta e viu que estava em um quarto de motel. Era um quarto meio fajuto mas era o que se tinha por 50 reais a noite. Havia uma cama de casal, um hack com uma TV 29 pelegadas e um vídeo cassete. Uma mesinha com uma cadeira e só. Nada de objetos de decoração, nada de quadros pendurados nas paredes. Apenas um tapete sem graça com as palavras seja bem-vindo gravadas nele, colocado ao pé da porta.

Simples assim, afinal era um quarto aonde você trepava, gozava e depois ia embora.

Gabriel caminhou até a porta. Parou diante dela e franziu o cenho. Achou que tinha alguma coisa errada ali, porque o número do quarto devia estar do lado de fora e não dentro. Mas ali estava o número, e o número era 480.

" Não sabia que havia tantos quartos nessa porra de motel. "

Ele abriu a porta e saiu para a noite fria lá fora. O céu era opaco e sem estrelas. Sua pele se arrepiou com o vento frio que assoprava e ele percebeu que estava de cueca.

Ele começou a caminhar na direção da estrada (devia existir uma estrada à frente, e ele não fazia a menor ideia de porquê pensava assim) e de repente encontrou um cara. Percebeu que era o cara da recepção. Ele era gordo, devia ter menos de 30 anos e morreria antes de completar 40, vítima de ataque cardíaco.

O homem gordo estava usando um uniforme vermelho que ficava ridículo nele porque era muito apertado. O uniforme tinha um bolso na frente onde ficava um emblema, o emblema parecia uma flor com as letras P e O gravadas no meio.

— Olá. - Gabriel cumprimentou o cara gordo da recepção

— E aí, cara? - Ele sorriu e por algum motivo Gabriel achou que era um sorriso de deboche.

— O que acontece lá?

— Com certeza um acidente. Essa estrada é perigosa.

O cara seguiu seu caminho e Gabriel continuou andando.

— Você vai morrer andando nela, meu chapa.

Ele parou e olhou para trás. O gordo estava parado de costas para ele.

— O que disse, parceiro?

Ele não respondeu.
Gabriel caminhou até ele, a sensação de que havia alguma coisa errada era intensa.
Olhou para o rosto do rapaz e ele estava sorrindo, os olhos arregalados como um lunático, olhando mas não vendo absolutamente nada.

— O que você disse?

O homem não respondeu.
Gabriel franziu o cenho e seguiu seu caminho. De repetente ouviu um grito e assustado olhou para trás. O cara gordo da recepção tinha acabado de se enforcar. Seu corpo pendia de uma corda que não estava amarrada a nada.

Gabriel achou aquilo bizarro mas continuou caminhando.

Viu uma aglomeração de pessoas e se aproximou. Havia um caminhão baú carregado com rolos de papel higiênico parado ali.

Ele se embrenhou no meio das pessoas que olharam para ele. Todas sorriam e ele percebeu que elas estavam mortas.

Gabriel olhou à frente e viu um corpo caído no asfalto. Era Kelly. Ela estava morta mas ao mesmo tempo estava viva. Os pneus daquele caminhão  tinham passado por cima da cabeça dela e o cérebro estava espalhado no asfalto.

Ele se aproximou e começou a chorar. Segurou a mão dela e estava gelada como a maçaneta da porta.

— Meu... Meu amor!

— Por que não me protegeu, Gabriel? Por que você não me amou?

Agora ele estava aos prantos. Caiu de joelhos sentindo que poderia morrer de desespero.

— Mas eu te amo, meu amor! Eu amo você!

— Ela está no 480 Gabriel. Ela quer um corpo. Não dê um corpo a ela. Não deixe ela entrar no corpo! NÃO DEIXE!

Gabriel estava parado na borda da latrina, então ele se jogava lá dentro e caía na escuridão.

Havia vozes na escuridão,  e gritos de lamento e desespero. Parecia almas que se encontravam em tormento, um tormento ainda maior que o inferno.

( NÃO DÊ UM CORPO A ELA! NÃO DÊ! NÃO DÊ! ELA NÃO PODE ENTRAR NO CORPO).

Agora ele estava dentro do Pride Outstretched. Ele conseguia ver a parede de vidro do restaurante. Ele passava por ele e ia até o elevador de serviço.

O vigia estava lá dentro. Era um
(Um monte de carne picada misturada com farrapos de pano)
cadáver, um dos fantasmas do hotel. O hotel era uma morada de fantasmas, um círculo dos mais escabrosos horrores.

Ele subia ao sexto andar pelo elevador ensanguentado.

Existia mais sangue no corredor da ala leste. As lâmpadas estavam acesas e pendiam do teto, balançavam como pêndulos de um lado para o outro lançando sombras que dançavam pelas paredes. Havia sangue escorrendo das paredes e pingando do teto. O cheiro era de morte no interior da latrina.

Agora ele estava parado diante da porta do apartamento 480. O número estava lá, pregado na porta branca como se fosse uma blasfêmia. Mais sangue escorria da porta.

(O PECADO! O PECADO ESTÁ NO SANGUE! O PECADO SERÁ TIRADO COM O SANGUE!).

(NÃO DÊ UM CORPO A ELA! NAO DÊ! ).

Gabriel estendeu a mão para segurar a maçaneta, ele sabia que se abrisse aquela porta algo terrível ia acontecer. Ele queria abrir a porta, queria aquilo mais do que tudo, e sabia que o faria. Aquilo era um sonho e nos sonhos a mente viajava sem controle.

Gabriel segurou a maçaneta ensaguentada e todo seu corpo estremeceu.

Ele sentiu quando uma mão gelada pousou em seu ombro.

— Gabriel!

Gabriel olhou para trás e...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro